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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ÍNDICE Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Princípios fundamentais. ....................................................................................01 Aplicabilidade das normas constitucionais. Normas de efi cácia plena, contida e limitada. Normas programáticas ......................02 Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos, partidos políticos. ..............................................................................................................................................................................................06 Organização político-administrativa do Estado. Estado federal brasileiro, União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios. ..................................................................................................................................................................................................................................26 Administração pública. Disposições gerais, servidores públicos .........................................................................................................................32 Poder executivo. Atribuições e responsabilidades do presidente da República ............................................................................................40 Poder legislativo. Estrutura. Funcionamento e atribuições. Processo legislativo. Fiscalização contábil, fi nanceira e orçamentária. Comissões parlamentares de inquérito. ........................................................................................................................................................................44 Poder judiciário. Disposições gerais. Órgãos do poder judiciário. Organização e competências, Conselho Nacional de Justiça. Composição e competências. ............................................................................................................................................................................................52 Funções essenciais à justiça. Ministério público, advocacia pública. Defensoria pública. .........................................................................65 1 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. Princípios fundamentais: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis- trito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou direta- mente, nos termos desta Constituição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô- nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repú- blica Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for- mas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífi ca dos confl itos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; manidade; X - concessão de asilo político. manidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus- cará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. O art. 1º da CF/88 tem diversos elementos que mere- cem atenção face ao conteúdo de valores que carrega. Em primeiro, informa o artigo que a constituição rege as normas da república federativa do Brasil. O vocá- bulo “república” informa que todo poder vem do povo e como tal deve ser respeitado. A democracia brasileira é chamada de democracia participativa, posto que o povo pode se manifestar di- retamente (plebiscito, referendo, entre outros) ou, em determinadas situações, por seus representantes legal- mente constituídos Exemplo: deputados, senadores, etc). Também importante destacar que se trata de uma re- pública “federativa”, ou seja, é uma república composta por estados federados (estados-membros) e municípios que não podem se dissolver por vontade de quem quer que seja. Os fundamentos que regem a República são: sobera- nia, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores so- ciais do trabalho de da livre iniciativa, além do pluralismo político. A soberania tem duplo aspecto, tanto interno como externo. Do ponto de vista externo, a soberania informa aos demais países que dentro de nossos limites regem-se nossas próprias leis e que não serão aceitas interferências de outros; assim como do ponto de vista interno, têm-se a obrigatoriedade de obediências às nossas leis, por quem quer que seja, independente de serem brasileiros ou não. A cidadania é a manifestação expressa de que todos aqueles que estiverem em solo brasileiro terão sua dig- nidade respeitada, ainda que aos estrangeiros. Também defendemos os valores sociais do trabalho, já que acima de tudo tem sua função econômica, mas também social, permitindo ao indivíduo se inserir no contexto social. O pluralismo político também merece atenção, uma vez que a República Federativa do Brasil não adotou uma única ideologia político-partidária. O artigo 2º traz em seu bojo a teoria da separação de poderes. No Brasil, cada um dos três poderes constituídos atuará de forma livre, sem interferência dos demais, po- rém, deverão agir harmonicamente entre si. Os objetivos da república encontram-se previstos no art. 3º e tem por escopo a orientação do legislador no tocante a suas ações que refl etem diretamente no povo. Podemos, por sinônimo, considerar que os objetivos são metas que nossa República deve alcançar. São eles: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de ori- gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Por fi m, no artigo 4º encontramos os princípios que orientam as relações internacionais entre o Brasil e os demais países. Vejamos: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífi ca dos confl itos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Cabe também destacar que o parágrafo único do art. 4º traz uma incumbência ainda maior para o Brasil no que tange as relações internacionais. O Brasil, também tem por princípio buscar a integração econômica, política, so- cial e cultural dos povos da América Latina, visando à for- mação de uma comunidade latino-americana de nações. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 2 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL #FicaDica Fundamentos: socidivaplu = soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e livre iniciativa, pluralismo político. EXERCÍCIOSCOMENTADOS 1. (Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: TCM-BA Prova: Auditor Estadual de Infraestrutura). O princí- pio fundamental da Constituição que consiste em fun- damento da República Federativa do Brasil, de efi cácia plena, e que não alcança seus entes internos é: a) o pluralismo político. b) a soberania. c) o conjunto dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. d) a prevalência dos direitos humanos. e) a dignidade da pessoa humana. Resposta: Letra B A soberania não se confunde com autonomia. A so- berania revela que nosso Estado não se subordina a nenhum outro país e que, as leis aqui vigentes não podem sofrer interferência de outros países. 2. Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: CGM de João Pessoa - PB Prova: Conhecimentos Básicos - Cargos: 1, 2 e 3. À luz do disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, acerca dos princípios consti- tucionais e dos direitos fundamentais. Conforme a CF, o poder emana do povo e é exercido por meio de repre- sentantes eleitos, não havendo previsão do exercício do poder diretamente pelo povo. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Errado O Brasil adota a democracia participativa, ou seja, o povo participa diretamente dos rumos do Estado, as- sim como o faz por seus representantes eleitos. A de- mocracia participativa é exatamente a junção da pos- sibilidade de manifestação das decisões pelo próprio povo como por seus representantes eleitos de forma direta. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS. NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA. NORMAS PROGRAMÁTICAS. A disciplina de direito constitucional é talvez a mais importante de todo o ordenamento jurídico, em especial do brasileiro posto que todas as demais normas devem estar de acordo com a Constituição Federal. Segundo Nathália Masson, “Direito Constitucional é um dos ramos do Direito Público, a matriz que fun- damenta e orienta todo o ordenamento jurídico. Surgiu com os ideais liberais atentando-se, a princípio, para a organização estrutural do Estado, o exercício e transmis- são do poder e a enumeração de direitos e garantias fun- damentais dos indivíduos. Atualmente, preocupa-se não somente com a limitação do poder estatal na esfera par- ticular, mas também com a fi nalidade das ações estatais e a ordem social, democrática e política”. A constituição, por sua vez, é o documento que alicer- ça os fundamentos do Estado para a qual ela foi delinea- da. Também é possível utilizar outros sinônimos como constituir, delimitar, organizar; enfi m, a Constituição tem essa fi nalidade: organizar e estruturar o Estado. Portanto, podemos defi nir constituição como um conglomerado de normas de caráter fundamental e su- premo, escritas ou alicerçadas nos costumes, responsá- veis pela criação, estruturação e organização do Estado – uma espécie de estatuto do poder. O estudo da disciplina de direito constitucional pode ser feito tomando por base três perspectivas: a primeira, direito constitucional geral, fi ca adstrita as normas ge- rais para o direito constitucional; a segunda perspectiva, direito constitucional específi co, estuda o direito cons- titucional específi co de um estado e, por fi m, a terceira perspectiva, direito constitucional comparado, analisa a infl uência das constituições de outros estados e sua par- ticipação no tempo e espaço no decorrer da história. FIQUE ATENTO! Entendemos que o edital utilizou o termo “perspectiva” neste tópico de forma equivocada. Referido termo cabível apenas para justifi car as três formas de estudo do direito constitucional, conforme explicado acima. No entanto, a classifi cação sociológica, política ou jurídica referente a constituição – portanto, cabível no tópico a seguir e, tecnicamente, ao invés de perspectiva, mais apropriado seria a palavra “concepção”, ou seja, concepção sociológica, concepção fi losófi ca ou concepção jurídica. Perspectiva sociológica Ferdinand Lassale foi o idealizador desta teoria. Para ele “a constituição nada mais é do que a soma dos fato- res reais de poder que regem a sociedade”, ou seja, para Lassale a constituição é o refl exo da sociedade. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 3 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL Perspectiva política Esta concepção foi idealizada por Carl Schmitt que sintetizava a constituição como um documento que sin- tetizava unicamente as decisões políticas do Estado. Para o Autor, necessário a constituição conter decisões polí- ticas fundamentais, posto que do contrário estaríamos diante de um lei formal/comum qualquer. Perspectiva Jurídica Idealizada por Hans Kelsen, a constituição seria fruto da vontade racional de um povo e não a realidade social; é uma norma pura, positivada e suprema. Para Kelsen, a constituição seria o ápice da pirâmide, e todas as demais leis, devem estar em consonância com ela. Fontes formais O direito constitucional se instrui em diversas fontes. Podem ser consideradas fontes formais do direito cons- titucional a própria Constituição do estado, as emendas constitucionais e os tratados internacionais de direitos humanos. #FicaDica Nossa constituição segue a perspectiva de hans kelsen, chamada de jurídica. A Constituição sob o prisma sociológico está direta- mente ligada a teoria elaborada por Ferdinand Lassale. Segundo o autor a constituição seria o refl exo das re- lações de poder vigentes em determinada comunidade política, ou seja, a constituição deveria exprimir as rela- ções vigentes no estado e não se furtar de regras ultra- passadas ou mesmo caídas no desuso, posto que se as- sim fosse, não passaria de um simples pedaço de papel. Do ponto de vista político, Carl Schimtt entende que a constituição deve ser o produto de uma decisão da von- tade que se impõe ao ordenamento; é resultante de uma decisão fundamental oriunda de poder originário, apto a criar aquele texto. Para Hans Kelsen, precursor da concepção jurídica, a constituição é a lei maior, nada acima dela; todas as demais leis devem obediência obrigatória ao texto cons- titucional. Trata-se da chamada Teoria Pura do Direito, por onde Kelsen coloca a Constituição no topo de uma pirâmide, e na sequência as demais normas possíveis. As constituições podem ser classifi cadas por diversos ângulos. Quanto ao conteúdo uma constituição pode ser classifi cada como material ou formal. Será considerada formal, nas palavras de Nathália Masson, “assuntos im- prescindíveis à organização política do Estado. Em outros termos, são constitucionais os preceitos que compõe o documento constitucional, ainda que o conteúdo de al- guns desses preceitos não possa ser considerado mate- rialmente constitucional”. Nas constituições classifi cadas como materiais, considera-se constitucional toda norma de cunho constitucional ainda que não esteja inserida na constituição. #FicaDica Material: não importa se a norma está inserida no texto da constituição. Será considerada constitucional se o seu conteudo for de natureza constitucional. Formal: para ser considerada constitucional deverá a norma compor o texto da constituição. Também é possível classifi car uma constituição quan- to a sua fi nalidade. Poderá ser classifi cada como cons- tituição garantia que tem por característica a restrição do poder estatal, ou seja, núcleos de direitos que não poderão sofre interferência do Estado. Uma constituição com essa característica é aquela que se preocupa com a manutenção de direitos já conquistados, ou seja, prote- ge-se aquilo que se conquistou impedindo a ingerência do Estado. Ainda quanto a fi nalidade, poderá uma cons- tituição ser chamada de constituição dirigente que, ao contrário da garantia, ocupa-se de um plano futuro para a conquista de direitos. Na realidade essas constituições estabelecem uma meta a ser alcançada pelos Estados. #FicaDica A constituição federal de 1988, em vigência, é classifi cada quantoao conteúdo como formal e quanto a fi nalidade como dirigente. Normas Constitucionais Classifi cação quanto a aplicabilidade - Normas de efi cácia plena: tem aplicabilidade ime- diata. Desde sua entrada em vigor já começa a produzir efeitos. Não precisa de outra norma para regulamenta-la. Poderá até tê-la, mas desnecessária do ponto de vista de sua aplicabilidade. - Normas de efi cácia contida: possuem aplicabilidade imediata, direta, mas não integral, posto que sujeito a restrições que limitem sua efi cácia e aplicabilidade. Se- gundo José Afonso da Silva, Para José Afonso da Silva, “as normas de efi cácia contida são as que possuem atributos imperativos, positivos ou negativos que limitam o Poder Público. Geralmente estabelecem direitos subjetivos de indivíduos e entidades privadas ou públicas”. - Normas de efi cácia limitada: são normas constitu- cionais que dependem de uma norma, infraconstitucio- nal, para que dê aplicabilidade a norma. Segundo a Prof. Nathalia Masson, “o poder constituin- te é a força política que se funda em si mesma, a expressão sublime da vontade de um povo em estabelecer e disci- plinar as bases organizacionais da comunidade política”. O poder constituinte é, portanto, aquele poder res- ponsável por dar origem ao regramento do Estado. É graças a esse poder que serão defi nidas a estrutura de jurídicas e políticas do novo ordenamento que está sur- gindo. Esse poder normalmente nasce junto com o pró- prio estado, ou seja, o povo em conjunto estabelece as regras que regerão aquela nova unidade. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 4 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL O poder constituinte é aquele que também cria os demais poderes, que apresenta o regramento, seus li- mites e suas atribuições. Tem enorme importância no processo de formação do novo estado, pois, graças a ele será possível dar vida ao novo ordenamento. Existem duas correntes que defi nem a natureza do poder constituinte. São elas: corrente jusnaturalista e corrente juspositivista. A primeira, considerada que o po- der constituinte é uma espécie de poder de direito, pois para autores como Sieyés o direito natural precede ao novo Estado em surgimento, uma espécie de poder de direito nascido antes do Estado com a tarefa de organizar essa nova sociedade. A segunda corrente defende que não há como existir regramentos (direitos) precedentes ao Estado, posto que estes surgem a partir do momento que o povo decide se organizar em sociedade; estar-se- -ia, portanto, diante de um poder de fato, um poder po- lítico fruto das forças sociais que o criam. #FicaDica Jusnaturalista – poder de fato: o poder constituinte é anterior ao estado. Tem natureza jurídica, por isso apto a organizar uma constituição. Juspositivista – poder de direito: é um poder político, fruto da vontade do povo que legitima a construção de um novo documento formal. - Classifi cação 1. Quanto ao momento de manifestação (surgimento): - Fundacional: é o poder que produz a primeira cons- tituição do Estado. - Pós-fundacional: por conta de ruptura da ordem vi- gente, necessário elaborar novo texto. 2. Quanto às dimensões - Material: marca os “valores” que serão prestigiados pela constituição. - Formal: formaliza a criação do estado, exprimindo a ideia de direito convencionada. - Características - Inicial: é considerado inicial, pois não existe nada antes dele. O poder constituinte elabora um documento que inaugura um novo Estado. - Ilimitado: não está subordinado a nenhum outro re- gramento. - Incondicionado: atua livremente, não está adstrito a condições previamente estipuladas. - Autônomo: possibilidade do poder defi nir o conteú- do da nova constituição. - Permanente: não se esgota. Rompendo sistema vi- gente, apto a elaborar nova constituição. - Poderes Constituídos Os poderes constituídos são aqueles criados pelo po- der constituinte originário. Os poderes constituídos são, portanto, derivados do poder constituinte originário e podem ser divididos nas seguintes espécies: - Poder Constituído Derivado reformador: tem por escopo alterar a constituição de modo a adequá-la as transformações decorrentes de novas dinâmicas sociais. No Brasil esse poder é exprimido pelas Emendas Cons- titucionais. O poder derivado reformador tem enorme importân- cia para o direito constitucional, posto que é por ele que a Constituição se adequa as transformações proporcio- nadas pelo tempo, ou seja, para se evitar a confecção de um novo texto constitucional sempre que for necessária sua adequação aos novos contornos da sociedade, utili- za-se do poder reformador. Vale ressaltar que nossa CF/88 é classifi cada como uma constituição rígida, não podendo ser mudada a qualquer tempo e por qualquer modo. Apesar da pos- sibilidade de sua modifi cação, para que isso ocorra ne- cessário respeitar um procedimento rigoroso, também previsto pela própria Constituição. Um dos enfrentamos que se coloca à frente do legis- lador é a percepção correto daquilo que de fato precisa ser mudado e do tempo em que aquilo deve ser mudado. Do contrário, estar-se-ia diante da fragilização do texto constitucional já que intenções controvertidas podem prejudicar a estabilidade do texto. Por conta disso a pró- pria CF/88 trouxe em seu texto alguns limites à possibi- lidade de reforma; essas limitações se dividem em implí- citas e expressas. As expressas, por sua vez, podem ser divididas em: temporais, materiais, circunstanciais e for- mais. Iniciaremos com o estudo das limitações expressas. Limitações expressas A - Temporais: referidas limitações não constam no texto da CF/88. Portanto, inexistentes em nossa legisla- ção qualquer restrição temporal para sua mudança. Salvo nas hipóteses vedadas pela própria CF/88, poderá sofrer mudanças a qualquer tempo. B – Materiais: como o próprio nome já explica, são matérias previstas na CF/88 que não podem sofrer alte- ração, não podem ser reformadas. Segundo o art. 60 §4º (cláusulas pétreas), não poderá ser objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir a: - forma federativa de Estado, - o voto direto, secreto, universal e periódico, - a separação dos Poderes e - os direitos e as garantias individuais. C – Circunstanciais: em determinadas situações, ou seja, sob determinadas “circunstâncias” a CF/88 não po- derá ser alterada. Nos termos do art. 60 §1º, a CF/88 não poderá ser alterada na vigência do estado de sítio, do estado de defesa e da intervenção federal. Importante lembrar que essas 03 situações trazidas pelo artigo da Constituição são momentos de crise no país e, por conta disso, a impossibilidade de reforma do texto. D – Formais (procedimentos): em se tratando de uma constituição considerada rígida, qualquer mudança em seu texto deverá passar por rigoroso procedimento. Em primeiro, não é qualquer “pessoa” que pode requerer a mudança do texto constitucional; em segundo, essa mudança deve obedecer a um procedimento específi co, também rigoroso e complexo para evitar que a constitui- ção seja alterada a qualquer momento. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 5 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL - Limitação formal subjetiva: rol de legitimados a proporem projetos de emenda à constituição (art. 60) I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. - Limitação formal objetiva: procedimentoque deve ser adotado para alteração do texto constitucional (art. 60 §2º). A proposta será: I - discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, II - em dois turnos, III - considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Portanto, a proposta de emenda constitucional de- verá ser discutida e votada nas duas casas do Congresso Nacional (executivo e legislativo). Essa votação deverá ser aprovada por no mínimo 3/5 dos integrantes da res- pectiva casa. Assim, certos de que na Câmara dos Deputados te- mos 513 Deputados Federais e no Senado Federal 81 Senadores, para aprovação de uma emenda, necessário a anuência de 308 deputados e 49 Senadores. Por fi m, importante lembrar que essa votação de- verá ser realizada duas vezes e, nestas duas situações deverá alcançar o mesmo número de votantes. #FicaDica Limites a possibilidade de reforma do texto constitucional: - matérias, circunstâncias e procedimentos. Limitações Implícitas São aquelas limitações que não se encontram grafa- das no texto da constituição, mas que orientam a refor- ma constitucional, como por exemplo: - Impossibilidade de mudança do art. 60. - Poder reformador não pode mudar a titularidade. - Impossibilidade de extirpar os fundamentas da Re- pública, insculpidos no art. 1º. - Poder Constituído Derivado decorrente: é o poder recebido pelos estados-membros do poder constituinte originário para que estes possam elaborar sua própria constituição. No Brasil, referida possibilidade vem ex- pressa no art. 25 da CF/88. Limites ao Poder Decorrente Não obstante, pelo princípio da simetria, terem rece- bido do poder constituinte originário a possibilidade de criarem suas próprias constituições, os estados-mem- bros encontram algumas limitações ao exercício desta liberalidade. A justifi cativa reside no fato de que, sendo a constituição federal a lei maior, nada poderá dela des- toar. Assim, apesar da permissão constitucional de elabo- rarem seu próprio texto constitucional, ao fazê-los os estados-membros devem guardar observância a algu- mas restrições impostas pela lei maior. As limitações são as seguintes: 1 – Princípios Constitucionais sensíveis: são os funda- mentos da organização constitucional do país. No caso, estão dispostos no art. 34 VII da CF/88. Ao elaborarem suas próprias constituições os estados-membros devem observar: - forma republicana, - sistema representativo e ao regime democrático, - direitos da pessoa humana, - autonomia municipal, - prestação de contas da administração pública, dire- ta e indireta, - aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais na manutenção e desenvolvimen- to do ensino e nos serviços públicos de saúde. #FicaDica A não observância dos princípios constitucionais sensíveis ensejam a possibilidade de intervenção federal pelo Presidente da República, nos termos do art. 36 III da CF/88. 2 – Princípios Constitucionais Extensíveis: trata-se de normas de organização da federação extensíveis aos estados-membros, Distrito Federal e municípios. Estas normas podem estar explícitas ou implícitas no texto da Constituição. Exemplifi cando: Explícitas: regras eleitorais. O sistema eleitoral previs- to para a eleição do chefe do executivo federal (Presiden- te da República) deve ser o mesmo para eleição do chefe do executivo estadual. Em outras palavras, no que tange ao sistema eleitoral a CF/88 explicita as regras e estas devem ser aplicadas aos demais entes da federação. Implícitas: requisitos para a Criação de Comissão par- lamentares de Inquérito. Apesar de estarem previstas no art. 58 §3º da CF/88 a sua criação, as regras para isso fo- ram defi nidas por leis infraconstitucionais. Deste modo, referidas regras se estendem aos demais entes. #FicaDica São chamados de princípios extensíveis, pois devem ser observados pelos demais entes da federação, independente de estarem explícitos ou implícitos na Lei Maior. - Normas programáticas As normas programáticas são aqueles que defi nem um planejamento futuro, ou seja, são normas que tra- çam planos para o futuro com o objetivo de disciplinar a postura da administração pública com relação a projetos que ofertem benefícios, melhorias para o cidadão. Como exemplo, podemos citar o art. 3º, a saber: user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 6 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repú- blica Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for- mas de discriminação. EXERCÍCIO COMENTADO 1. Aplicada em: 2018Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-RS Prova: Auditor do Estado - Bloco II. No título referente à Ordem Social, o constituinte dispôs o seguinte: “o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científi co, a pesquisa, a capacitação científi ca e tecnológica e a inovação”. Considerando-se a classifi cação das normas constitucionais quanto a sua efi - cácia, é correto afi rmar que tal dispositivo é uma norma: a) de efi cácia plena. b) de efi cácia contida. c) exaurida. d) autoexecutável. e) programática. Resposta: Alternativa: E As normas podem ser classifi cadas como normas de efi cácia plena, contida e limitada. Analisando as al- ternativas, o candidato pode ser induzido a erro no que tange a ausência da modalidade “limitada”. Estão presentes alternativas contendo o termo “contida” e “plena” e não as “limitadas”. As normas constitucionais limitadas também recebem o nome de normas cons- titucionais programáticas que se voltas as propostas, as promessas do Estado, diretrizes que por este devem ser alçadas. 2. Aplicada em: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAPro- va: Escrivão de Polícia. O art. 5.° , inciso XIII, da Constituição Federal de 1988 (CF) assegura ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profi ssão, atendidas as qualifi cações profi ssionais que a lei estabelecer. Com base nisso, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil estabelece que, para exercer a advocacia, é necessária a aprovação no exame de ordem. A norma constitucional mencionada, portanto, é de efi - cácia: a) contida. b) programática. c) plena. d) limitada. e) diferida. Resposta: Alternativa: A. É considerada norma de efi cácia contida pelo fato de que, apesar de ter aplicabilidade imediata, quis o legislador originário vincular essa aplicabilidade a um encargo futuro; no caso, regulamenta por lei in- fraconstitucional. É o que depreende ao analisar no enunciado a expressão “[...] qualifi cações profi ssionais que a lei estabelecer [...]” DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, DIREITOS SOCIAIS, DIREITOS DE NACIONALIDADE, DIREITOS POLÍTICOS, PARTIDOS POLÍTICOS. Antes de ingressarmos no estudo da temática pro- posta pelo edital, importante justifi car o motivo pelo qual os tópicos foram unifi cados. Cumpre destacar que a Constituição Federal trata os direitos individuais e co- letivos dentro do capítulo I do Título II chamado de “Dos Direitos e garantias fundamentais”. Portanto, didatica- mente se torna indispensável a unifi cação de tais temas. #FicaDica O presente estudo tem por fi nalidade a análise pormenorizada de todos os incisos previstos no art. 5º da Constituição Federal; referido artigo elenca os direitos e os deveres individuais e coletivos, assegurando-os a todos que estejam em território nacional, seja brasileiro nato, naturalizado ou mesmo estrangeiro por motivos diversos. Cada inciso receberá o comentário pertinente. Título II Dos direitos e garantias fundamentais Capítulo IDos direitos e deveres individuais e coletivos Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di- reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- ções, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a trata- mento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve- dado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 7 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção fi losófi ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter- nativa, fi xada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís- tica, científi ca e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon- ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in- denização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mora- dor, salvo em caso de fl agrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determina- ção judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co- municações telegráfi cas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fi ns de investigação criminal ou instrução processual penal; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profi ssão, atendidas as qualifi cações profi ssionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profi ssional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tem- po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacifi camente, sem ar- mas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fi ns líci- tos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo veda- da a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci- são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus fi liados judicial ou extrajudicialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapro- priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Cons- tituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autori- dade competente poderá usar de propriedade particu- lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim defi nida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decor- rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de fi nanciar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fi xar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fi scalização do aproveitamento econô- mico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre- sentações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- triais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen- volvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos fi lhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus ; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi- cos informações de seu interesse particular, ou de in- teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra- zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi- ciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolo- sos contra a vida; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defi na, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para benefi ciar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafi ançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 8 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL XLIII - a lei considerará crimes inafi ançáveis e insusce- tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfi co ilícito de entorpecentes e drogas afi ns, o terrorismo e os defi nidos como crimes hediondos, por eles respon- dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafi ançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena- do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre- tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado- tará, entre outras, asseguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integrida- de física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus fi lhos durante o pe- ríodo de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu- ralizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfi co ilícito de entorpecentes e drogas afi ns, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra- tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con- traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identifi cado não será submetido a identifi cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o inte- resse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em fl agrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judi- ciária competente, salvo nos casos de transgressão mi- litar ou crime propriamente militar, defi nidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identifi cação dos respon- sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fi ança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e ines- cusável de obrigação alimentícia e a do depositário infi el; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al- guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega- lidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsá- vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im- petrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associa- ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera- nia e à cidadania; LXXII - conceder-se-á habeas data : a) para assegurar o conhecimento de informações re- lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retifi cação de dados, quando não se prefi ra fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administra- tivo; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô- nio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, fi cando o autor, sal- vo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufi ciência de re- cursos; 9 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju- diciário, assim como o que fi car preso além do tempo fi xado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po- bres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º As normas defi nidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui- ção não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados interna- cionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di- reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin- tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- lentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado ade- são. Histórico - Direitos Fundamentais Normas obrigatórias: os direitos fundamentais não são sempre os mesmos em todas as épocas. Porém de- vem constar obrigatoriamente em textos constitucionais considerados democráticos; constando referidos direitos podem anuir que aquela constituição está alicerçada nos pilares da democracia. Dignidade humana: foi impulsionada pelo cristianis- mo, uma vez que segundo essa religião o homem era feito a imagem e semelhança de Deus. Sendo assim, ga- nhou uma proteção especial no texto da Constituição. Importante lembrar que falar em dignidade humana é fa- lar em garantir o direito do indivíduo ter direitos – iguais entre seres humanos. Positivação dos direitos fundamentais: Bill of Rights, Declaração da Virgínia, Declaração Francesa. Tais docu- mentos trataram de positivar direitos que naturalmente são inerentes ao homem. Regra geral: indivíduos têm primeiro direitos, depois deveres e os direitos que o Estado tem sobre o indivíduo estão ordenados de modo a melhor cuidar de seus ci- dadãos. É a demonstração clara do pacto social fi rmado entre os indivíduos e o Estado – é a cessão de parte de suas liberdades, entregando-as ao Estado de modo que este, em contrapartida, devolva algo que seja positivo – como, por exemplo, proíbe-se (exceto as possibilidade previstas na lei) da autotutela (exercício da autodefesa) entregando essa função ao Estado para que este exerça a tutela da segurança do indivíduo. Geração de Direitos Fundamentais - 1ª Geração de direitos: são postulados de abstenção dos governantes se obrigando a não intervir na vida pes- soal de cada indivíduo. Indispensável a todos os homens. Como por exemplo, direito a vida, ou seja, salvo em si- tuações específi cas, o Estado não privará o indivíduo de seguir sua vida. Característica: universal; não ocasiona desigualdade social. Ex: liberdade, - 2ª Geração de direitos: surge com a necessidade do povo de não apenas ter liberdade, mas outros direitos queo conduzem a exercer a liberdade, seguir sua vida, com dignidade. São os valores sociais variados, impor- tando intervenção ativa do Estado na vida econômica com o viés de proporcionar justiça social. Característica: Liberdade real e igual para todos. Ex: igualdade – saúde, educação, trabalho entre outros. São chamados de direitos sociais não por serem direitos da coletividade, mas por alusão ao termo justiça social. Os titulares são os próprios indivíduos singularizados, ape- sar dos mesmos poderem se voltar a coletividade. - 3ª Geração de direitos: direitos de titularidade difu- sa. Proteção do homem em sua forma coletiva, grupos, não mais individualmente. Característica: proteção do homem em grupos. Ex: di- reito ao meio ambiente equilibrado, direito a paz. Conclusão A visão dos direitos fundamentais em termos de ge- rações indica a evolução desses direitos no tempo. Cada direito de cada geração interage com os das outras e, nesse processo, dá-se à compreensão. Características dos direitos fundamentais - Universais e absolutos A questão da universalidade: direito previsto para todo homem, ainda que nem todo homem o exerça. Absoluto: os direitos fundamentais não são abso- lutos, apesar de gozarem de prioridade absoluta sobre qualquer outro direito. - Historicidade Os direitos fundamentais são um conjunto de facul- dades e instituições que somente faz sentido num deter- minado contexto histórico. A história permite entender a existência de cada um dos direitos. A história explica que os direitos possam ser apre- goados em certa época, desaparecendo em outras, ou se modifi cam no tempo. Verifi ca-se, portanto, a evolução dos direitos fundamentais. - Inalienabilidade e Indisponibilidade Inalienável: o titular do direito não pode impossibili- tar o exercício para si mesmo. Encontra fundamento no valor da dignidade humana. A indisponibilidade gera nu- lidade de qualquer disposição contratual feita. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 10 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL Podem, tais direitos, terem seu exercício. Ex.: manifes- tação religiosa em templo religioso diverso do seu. - Direitos humanos são direitos postulados em bases jusnaturalistas, contam índole fi losófi ca e não possuem como característica básica a positivação numa ordem ju- rídica particular. - Direitos Fundamentais: é reservada aos direitos rela- cionados com posições básicas das pessoas, inscritos em diplomas normativos de cada Estado. São direitos que vigem numa ordem jurídica concreta, sendo, por isso, ga- rantidos e limitados no espaço e no tempo. - Vinculação dos Poderes Públicos O fato de os direitos fundamentais estarem previs- tos na Constituição torna-os parâmetros de organização e de limitação dos poderes constituídos. A constitucio- nalização dos direitos fundamentais impede que sejam considerados meras autolimitações dos poderes consti- tuídos - dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário -, passíveis de serem alteradas ou suprimidas ao talante destes. - Aplicabilidade imediata As normas que defi nem direitos fundamentais são normas de caráter preceptivo, e não meramente progra- mático. Explicita-se, além disso, que os direitos funda- mentais se fundam na Constituição, e não na lei - com o que se deixa claro que é a lei que deve mover-se no âmbito dos direitos fundamentais, não o contrário. A Constituição brasileira de 1988 fi liou-se a essa ten- dência, conforme se lê no §1º do art. 5º do Texto, em que se diz que “as normas defi nidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. O texto se refere aos direitos fundamentais em geral, não se restringindo apenas aos direitos individuais. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: O caput do art. 5º é talvez um dos mais importantes artigos do texto constitucional, para não dizer o princi- pal artigo da constituição federal. Esse artigo nos elenca cinco grupos de direitos que são amplamente protegidos pela nossa lei maior. A saber: - Direito à vida (integridade física e moral), - direito à liberdade (manutenção de qualquer forma de manifesta- ção do indivíduo), - direito à igualdade (o tratamento da lei é conferido igualmente para todos), - direito à segu- rança (direito de todos – necessidade de leis que defi nam crimes e sanções) e – direito à propriedade (propriedade particular, privada, desde que atendida sua função so- cial). O direito à vida pressupõe a negativa do Estado de promover qualquer ato que ofenda a integridade física ou moral do indivíduo; por esta razão, proíbe-se a tortura ou qualquer exposição vexatória. Também não permite que a vida chegue ao fi m se não pelas causas naturais – caso venha ocorrer, o Estado oferece sanções àquele que promoveu o encurtamento da vida humana. No que tange a liberdade, pode o indivíduo fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, tem a faculdade de decidir os rumos de sua própria vida. Por esta razão sua liberdade de locomoção é amplamente protegida; dentro do con- ceito de liberdade se enquadra o direito a manifestação de toda espécie: religiosa, de pensamento, de associa- ção, ou seja, a todos é conferido o direito de expor seus pensamentos e suas escolhas. Neste ponto é importante demonstrar que essa liberdade de expressão não pode ocasionar danos a outrem de modo que se assim o fi zer, estará praticando ato contra terceiros e por isso poderá ser responsabilizado. A igualdade também é dos pilares dos direitos fun- damentais. Por conta desse princípio a lei deve conferir tratamento igualitário para todos; assim, não se permite qualquer espécie de distinção da lei, além de vedar toda espécie de discriminação. A segurança é outro importante direito fundamental, pois compreende não apenas aquela que visa a proteção patrimonial (seja ele material ou mesmo imaterial), mas também a segurança jurídica. Deste modo, todo cidadão deve ter conhecimento das leis que regem o país para que não “sejam mais pegos de surpresa”. Por fi m, o direito à propriedade abarca o último grupo dos direitos fundamentais. A CF/88 confere a todo cida- dão o direito à propriedade privada, particular. Porém, importante que aquele que detenha a propriedade se atente para a função social que a mesmo carrega. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obri- gações, nos termos desta Constituição; Neste inciso está insculpido o princípio da isonomia, que é exatamente o tratamento igualitário, para todos, vedada qualquer forma de discriminação – modalidade de preceito universal. Segundo a Declaração Universal dos direitos do homem, “todos os seres humanos nas- cem livres e iguais em dignidade e direitos. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Eis o princípio da legalidade. Referido princípio limi- ta toda forma de arbitrariedade; evidente que o convívio em sociedade pressupõe o aceite de determinadas re- gras de convívio. Porém, tais regras derivam de autori- dade com competência para tanto que agem de maneira impessoal e geral. III - ninguém será submetido a tortura nem a trata- mento desumano ou degradante; Entende-se por tortura qualquer forma de castigo corpóreo agressivo, violento, que utilize de qualquer ins- trumento mecânico ou psicológico levando aquele que está sendo torturado praticar ato que não o faria se esti- vesse em condições normais. A tortura é crime inafi ançá- vel e insuscetível de fi ança. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve- dado o anonimato; É a liberdade conferida ao indivíduo para que o mes- mo possa expressar de qualquer forma o que pensa a respeito de religião, política,ciência ou qualquer outro instituto. Importante lembrar que essa liberdade de ma- nifestação está condicionada ao não anonimato; deste modo, todos podem se manifestar sendo porém vedada a manifestação anônima. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 11 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL Também importante lembrar que a liberdade de ma- nifestação protegida pela CF/88 não protege a prática de crimes sob a argúcia da liberdade. Qualquer manifesta- ção ofensiva a terceiros que fi ra sua honra, imagem ou integridade poderá ser punida pela lei. V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; A CF/88 assegura o direito de resposta proporcional ao agravo. Assim, aquele que causar prejuízo a outrem tem assegurado para si o direito a indenização por dano material ou moral. O prejuízo a que se refere o inciso V pode patrimonial ou não. Prejuízo de ordem não patri- monial é aquele causado por pessoa (física ou jurídica) que ofenda liberdade, honra, família ou profi ssão de de- terminado indivíduo. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de cren- ça, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religio- sos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de in- ternação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção fi losófi ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna- tiva, fi xada em lei; Assegurada a plena liberdade de consciência, ofer- tando a lei de proteção aos locais de culto e suas litur- gias. Esse inciso compreende três formas de liberdade: crença, culto e organização religiosa. A possibilidade de escolher qual religião seguir, ou mesmo não seguir ne- nhuma religião está amparada pela liberdade de crença. Porém, importante destacar que a liberdade de escolher sua própria religião não pode servir de amparo ao emba- raçamento daquele que pretende praticar outra religião. A assistência religiosa é assegurada a quem dela queira fazer uso; logo, não será ofertada assistência reli- giosa sem a anuência do interessado. Por fi m, sob o tópico “religião”, importante fazer menção ao direito de professar ou não qualquer religião inclusive exercer suas práticas, com cultos. Importante lembrar que a prática religiosa amparada pela CF/88 não pode se confundir com aquelas práticas consideradas ile- gais para o direito brasileiro, como por exemplo aquelas que leva a necessidade de sacrifício humano. Neste caso, sendo considerado crime o encurtamento da vida, não será amparado o sacrifício pela liberdade religiosa. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís- tica, científi ca e de comunicação, independentemente de censura ou licença; Este inciso é autoexplicativo. No que tange a liber- dade de expressão é importante destacar alguns institu- tos legislativos que conferem regulamentação ao tema, como por exemplo, a lei de imprensa (Lei 5.250/67), Lei de Direitos autorais (Lei 9.610/98) entre outras. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon- ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a inde- nização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de fl agrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação ju- dicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráfi cas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fi ns de investigação criminal ou instrução processual penal; É inviolável tudo aquilo que não pode ser entregue ao público, que merece ser preservado. Sempre que violada a honra, a imagem, a vida privada, sem consentimento do indivíduo, a este caberá indenização pelo dano material ou moral pelo ato cometido. No que tange ao domicílio, este poderá ser violado a qualquer horário sempre que caso de fl agrante delito ou desastre, ou ainda no caso de determinação judicial, neste último caso apenas durante o dia (06h00 as 18h00). Das formas de comunicação, sejam elas por corres- pondência, comunicação telegráfi ca ou telefônica, so- mente a última, por determinação judicial, poderá ser parcialmente quebrada, com prazo de duração. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profi ssão, atendidas as qualifi cações profi ssionais que a lei estabelecer; Toda atividade profi ssional exercida espontaneamen- te pelo indivíduo é respeitada pela CF/88, inclusive aque- las não classifi cadas para efeito de registro em carteira de trabalho. Assim, em se tratando de atividade lícita poderá o indivíduo exercê-la livremente. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profi ssional; Tem esse inciso a função de afastar o indivíduo da censura; permite-se a liberdade de expressão do indiví- duo desde que não venha a ferir direitos de outrem. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; É a possibilidade conferida em tempos de paz a todos os indivíduos de circular livremente no território nacional sem qualquer limitação, nos termos da lei. XVI - todos podem reunir-se pacifi camente, sem ar- mas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; O direito de reunião vem estampado no art. 5º como modalidade de direito fundamental para demonstrar a força da democracia. Por conta desse direito, todos po- dem reunir-se em local público com fi nalidades diversas, independentemente de autorização. É necessário, no en- tanto, que aqueles que desejam se reunir comuniquem autoridade competente, especialmente para não ferir direitos daqueles que previamente se decidiram pela re- união em local da vontade de ambos. Assim, desde que pacifi camente, sem armas, indivíduos podem se reunir em locais públicos, necessitando apenas informar as au- toridades. Não é necessário autorização do poder públi- co, mas apenas sua comunicação. user Realce 12 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL XVII - é plena a liberdade de associação para fi ns líci- tos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamen- te dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci- são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamen- te autorizadas, têm legitimidade para representar seus fi liados judicial ou extrajudicialmente; Referidos incisos tratam da questão da associação. Em primeiro, a associação é livre, não podendo ninguém ser compelido a associar-se se assim não desejar. As as- sociações poderão ser criadas para fi ns lícitos; de forma alguma será autorizado funcionar associações com obje- tivos paramilitares (corporações privadas de nacionais ou também de estrangeiros normalmente aparelhados por uniformes e armamentos militares sem contudo perten- cer aos quadros das forças armadas). #FicaDica Cumpridos tais requisitos, poderá a associação funcionar sem, inclusive, sofrer qualquer interferênciado Estado; no entanto, por meio de decisão judicial transitada em julgada poderá ser dissolvida a associação ou ter suas atividades suspensas. Além das associações também possíveis as cooperativas com objetivos diferentes das associações. XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapro- priação por necessidade ou utilidade pública, ou por inte- resse social, mediante justa e prévia indenização em dinhei- ro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autori- dade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se hou- ver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim defi nida em lei, desde que trabalhada pela família, não será ob- jeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de fi nanciar o seu desenvolvimento; Os incisos acima compõem o grupo dos direitos indi- viduais e coletivos voltados à propriedade. A CF/88 con- fere a todos o direito de propriedade, ter para si proprie- dade particular (privada); no entanto, o uso deve atender a função daquela propriedade. Assim, por exemplo, de- terminada propriedade rural deve atender sua fi nalidade, qual seja, produção de riqueza por meio do agronegócio (seja para o próprio sustento ou comércio com terceiros). Não exercendo sua função social, a propriedade pode- rá ser destacada do patrimônio daquele indivíduo. Em outras palavras, a propriedade urbana exerce sua função social quando atende às exigências fundamentais de or- ganização da cidade expressas em seu plano diretor; já a propriedade rural exercerá sua função social quando fi zer o aproveitamento correto dos recursos naturais, preservando o meio ambiente e protegendo relações de trabalho e exploração que favoreçam o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores. #FicaDica O direito à propriedade também poderá ser relativizado quando o Estado necessitar de determinada propriedade, bem ou serviços prestados por particular, mediante indenização. A CF/88 autoriza o poder público a se utilizar da propriedade particular na iminência ou na ocorrência de alguma situação que ofereça perigo à coletividade. Importante também explicar que a necessidade pú- blica ocorre sempre que o Estado se coloca diante de uma situação extremamente urgente que não pode ser adiada. A utilidade pública é quando impõe ao Poder Pú- blico a possibilidade de propor o uso de determinado bem em contrapartida a oferta de alguma serviço que seja útil para a coletividade. Por fi m, tem interesse social aquilo que venha a trazer melhorias as classes menos pri- vilegiadas. XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fi xar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in- clusive nas atividades desportivas; b) o direito de fi scalização do aproveitamento econô- mico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- triais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das mar- cas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; Esse conjunto de incisos trata dos direitos autorais; são os frutos a serem colhidos por aqueles que desenvol- vem trabalho intelectual. Referidos direitos versam sobre o ineditismo da obra; importante lembrar que os suces- sores do autor permanecerão recebendo a título univer- sal os louros da obra daquele que sucedeu. A marca também é protegida em todo território na- cional e o seu uso exclusivo a quem dela fez o registro; esse tema consta inserido na seara do direito empresa- rial, em especial no código de propriedade industrial. XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos fi lhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; user Realce 13 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL Entende-se por herança a totalidade dos bens móveis e imóveis deixados por aquele que veio a falecer, tam- bém chamado de de cujus. Aquele que vier a suceder o falecido poderá aceitar a herança, renunciá-la ou mesmo imitir-se na posse. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Enquadra-se no conceito de consumidor a coletivida- de de pessoas, ainda que não seja possível determiná-las, que tenham participado de uma relação de consumo composta por fornecedor e consumidor. No Brasil, as relações de consumo são disciplinadas pelo Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, além de outras cuja matéria é mais específi ca como leis relacionadas a crimes contra ordem tributária, ordem econômica, entre outras. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos pú- blicos informações de seu interesse particular, ou de in- teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemen- te do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos poderes públicos em defe- sa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Essência da democracia, ao cidadão cabível a prote- ção do seu direito de manter-se informado de tudo aqui- lo que envolve tanto o Estado como seu próprio nome. Ato contínuo, protege-se também o direito de petição ao indivíduo; assim, todo aquele que pretender buscar pela tutela jurisdicional do Estado ou mesmo acessar legisla- tivo e executivo, terá assegurado seu direito de petição. XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi- ciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; O Brasil adota uma jurisdição. Assim, não serão to- lerados tribunais de exceção ou o exercício de juízes ad-hoc, voltados a julgar um ou outro caso. Marco da democracia, onde a lei vale para todos e todos devem cumpri-la. Uma lei nova não pode prejudicar direitos já conquistados pelo indivíduo sob pena de ferir o pacto social fi rmado entre o indivíduo e o Estado – aceitando mudanças sem previsão legal estar-se-ia referendando arbitrariedades – é o chamado princípio da irretroati- vidade. Vale lembrar que, em se tratando de retroação benéfi ca da lei, nenhum obstáculo se imporá. Portanto, uma crime praticado cuja pena seja alta passe por um abrandamento dessa pena por nova lei, aquilo punido nos moldes da lei antiga será benefi ciado pela novel le- gislação. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolo- sos contra a vida; O júri é o formato mais antigo de tribunal. Compos- tos por pessoas comuns, chamados de jurados, formam o conselho de sentença, cuja função principal é opinar pela culpa ou não do indivíduo que praticou um crime doloso contra a vida. Serão escolhidos 07, dentre 21 pes- soas a comporem o conselho de sentença. Aos jurados é assegurado o sigilo das votações e ao réu a plenitude de defesa; ao júri, como um todo, assegurado a soberaniado veredicto. O tribunal do júri funcionará sempre que houver um crime doloso contra a vida. XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defi na, nem pena sem prévia cominação legal; Também chamado de princípio da legalidade. Por este princípio o indivíduo só poderá responder criminalmente por alguma conduta por ele praticado se esta conduta houver sido considerada crime antes de sua prática. Ou seja, a conduta defi nida como crime deve ser anterior a sua prática. XL - a lei penal não retroagirá, salvo para benefi ciar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; A exceção ao princípio da irretroatividade, anterior- mente explicado, é exatamente com relação ao benefício para o réu. XLII - a prática do racismo constitui crime inafi ançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafi ançáveis e insus- cetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfi co ilícito de entorpecentes e drogas afi ns, o terrorismo e os defi nidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafi ançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a or- dem constitucional e o Estado democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena- do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decreta- ção do perdimento de bens ser, nos termos da lei, esten- didas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado- tará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integrida- de física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus fi lhos durante o pe- ríodo de amamentação; user Realce user Realce user Realce 14 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U CI O N AL Rol de incisos relacionados a seara do direito penal e direito processual penal. As penas no Brasil são defi nidas pela CF/88; assim, possível apenas as penas de privação ou restrição da liberdade, perda de bens, multa, prestação alternativa e suspensão parcial ou temporária de direitos. Toda pena diferente destas não será autorizada pela legis- lação infraconstitucional em especial aquelas que levem a morte, tortura, caráter perpétuo, trabalho forçado, cruéis ou de banimento. Inserido no sistema prisional, ao indiví- duo assegurado respeito a sua integridade física e moral. Para as mulheres, tratativa diferenciada em períodos de amamentação, podendo fi car com seu fi lho. LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu- ralizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfi - co ilícito de entorpecentes e drogas afi ns, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado se- não pela autoridade competente; Os incisos acima compõem a proteção do direito à nacionalidade. Ao brasileiro nato (aquele que nasceu em território brasileiro – respeitada exceção em que os geni- tores, estrangeiros, estão a serviço de seu país – ou aque- le tem por seus genitores algum, ou ambos, brasileiros) não será autorizada a extradição. Portanto, o brasileiro nato não será extraditado em hipótese alguma. O natu- ralizado, em regra não será extraditado; salvo se houver praticado crime comum antes de sua naturalização ou comprovado envolvimento em tráfi co ilícito de entorpe- centes e drogas afi ns. Outra vedação à extradição é aquela solicitada em razão de estrangeiro ter praticado crime político ou de opinião em seu país de origem. Por defendermos a li- berdade de manifestação, seja ela qual for, asseguramos também ao estrangeiro esse direito. LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; Este inciso revela em simples palavras que ninguém pode “ser pego de surpresa”, que “as regras do jogo” de- vem ser cumpridas. Logo, tanto a privação da liberdade como a privação de bens deve observar o cumprimento de um processo judicial e o esgotamento das formas de defesa. LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis- trativo, e aos acusados em geral são assegurados o con- traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsi- to em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identifi cado não será submetido a identifi cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; Rol de incisos que estipulam regras aos processos judiciais ou administrativos. Princípios de extrema im- portância, o contraditório e a ampla defesa derivam do princípio da legalidade. Assim, ao indivíduo garantido o direito de se defender e ofertar contestação a tudo quan- to a ele estiver sendo alegado. LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interes- se social o exigirem; Cabe ao Ministério Público o exercício das ações penais públicas. No entanto, a lei faculta ao indivíduo, nas hipóteses previstas em lei, a possibilidade do próprio indivíduo intentar a ação. Em regra, todos os atos são públicos, resguardada a defesa da intimidade e do interesse social do indivíduo. LXI - ninguém será preso senão em fl agrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou cri- me propriamente militar, defi nidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com- petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identifi cação dos responsá- veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quan- do a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fi ança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do res- ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infi el; Rol de incisos que garante direitos àqueles que esti- verem presos. Em regra, o indivíduo somente será preso por determinação judicial ou em caso de fl agrante delito. Aquele que vier a ser preso indicará alguém de sua família ou qualquer outro sobre a prisão. Além da assistência da família e de advogado, terá o preso direito de permanecer em silêncio. LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al- guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro- teger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela ilega- lidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agen- te de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público; LXX - o mandado de segurança coletivo
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