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ECA
Aula 2: Direito à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade
Direito à vida e à saúde
Tais direitos estão previstos de forma ampla no artigo 7º do ECA, que garante a proteção dos mesmos desde antes do nascimento. Um exemplo disto é a proteção indireta ao nascituro, garantindo à gestante o atendimento pré e perinatal, conforme consta do artigo 8º.
O ECA tutela até mesmo a mãe em caso de manifestar a vontade de entregar seu filho à adoção, caso em que tal vontade deve ser comunicada à autoridade judiciária, sob pena de se consagrar a infração administrativa prevista no artigo 258 B do ECA (Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para adoção). Este artigo foi incluído no ECA pela Lei 12010/09.
A Lei 12.010/09 concedeu ainda à gestante, a assistência psicológica nos períodos pré e pós-natal, como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal, bem como às gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção.
OBS: Outra garantia importante é o direito ao aleitamento materno previsto pelo artigo 9º, que abrange, inclusive, os filhos de mães detentas, garantia esta também assegurada pelo artigo 5º, inciso L da CF. Esta proteção visa assegurar tanto a nutrição quanto os benefícios psicológicos e afetivos da amamentação.
- O legislador estabeleceu no artigo 10 cinco obrigações aos hospitais públicos ou particulares visando a efetividade do direito à vida e à saúde do recém-nascido. A inobservância dos direitos previstos no artigo 10, incisos I a V caracteriza crime do artigo 228 ou 229 do ECA, punido na modalidade dolosa ou culposa.
- Ainda sobre saúde: 
Manter o registro dos prontuários por 18 anos: 
Esta preocupação deixa clara a intenção do legislador de pôr fim à cultura do não regsitro das crianças sob o pretexto da falta ou do extravio de documento. Assim, para resolver a falta de registro de uma criança, devemos partir de duas perguntas: 
1ª - Se ela nasceu em casa ou em hospital.
2ª - Se a mãe guardou a declaração de nascido vivo ( vulgo papel amarelo ). Se o domumento extraviou, basta solicitar a segunda via, para então proceder ao registro. Se não nasceu em hospital, aí se terá de propor ação baseada em prova testemunhal. 
Identificação do recém-nascido por meio da impressão plantar ou digital;
Esta preocupação visa a evitar a troca dos bebês nos hospitais.
Realização do teste do pezinho; 
Tem fim meramente preventivo. Hoje, além desse teste, são feitos outros, como o da córnea. 
Fornecer a declaração de nascido vivo com as intercorrências do parto; 
Este documento é necessário para o Registro do Nascimento. Esta formalidade visa evitar a chamada "Adoção á brasileira" que consiste no crime de registrar como seu o filho de outrem, previsto no art. 242 do Código Penal, sendo cabível o perdão judicial em caso de motivo de reconhecida nobreza. 
Alojamento conjunto com a mãe: 
Sendo um direito subjetivo, não pode a direção do hospital negar-se a permitir que a mãe acompanhe o neném sob o pretexto de não ter um local apropriado.
Do nascimento ao crescimento
A preocupação em relação à saúde de crianças e adolescente não se limita ao momento do seu nascimento. Pelo contrário, é voltada a assegurar o seu bom desenvolvimento em todas as etapas do seu crescimento.
Outras proteções previstas pelo ECA no tocante aos direitos fundamentais " vida e saúde ".
- ART 11: No art. 11 o legislador visa garantir às crianças e aos adolescentes tratamento médico universal e igualitário, inclusive aos portadores de deficiências. Nessa obrigação, inclui-se o fornecimento de medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. Isso nos leva a concluir que, em se tratando de obrigação do Estado, o não cumprimento da obrigação ensejará a propositura de uma ação de obrigação de fazer. Não podemos esquecer que, para alguns tipos de medicamentos, a obrigação é do Estado e, para outros, é do Município. Devemos certificar-nos sobre de quem é a obrigação, para evitar a argüição de ilegitimidade de parte. 
- ART 12: No art. 12 assegura-se o direito de permanência de um dos pais ou responsáveis. Se o pai ou responsável não tiver equilíbrio para acompanhar o menor enfermo, poderá ser substituído por outro em condições. Basta que o hospital, por meio de seu serviço social, comunique o juiz da Infância e Juventude, para que ele tome as medidas cabíveis.
- ART 13: O Art. 13, na linha de garantia ao direito à saúde, o legislador estatutário, de forma prudente, obrigou a todos os estabelecimentos hospitalares a comunicar os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos contra crianças ou adolescentes. O descumprimento dessa norma caracteriza infração administrativa, prevista no art. 245 do ECA. A questão dos maus tratos, considerando a sua gravidade, suas implicações e, lamentavelmente, o seu alto índice de incidência, será ainda objeto de estudo no decorrer do curso.
O artigo 13 foi alterado pela Lei 13010/14. Clique aqui para saber mais sobre tal alteração. Cabe destacar ainda que a Lei 13046/2014 incluiu o artigo 70 B no ECA, dispondo que “As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes.  Parágrafo único.  São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.”
OBS: Lei Menino Bernardo
 A Lei 13010/14, intitulada Lei Menino Bernardo, proveniente do projeto de lei antes intitulado como Lei da Palmada, modificou, no capítulo referente ao Direito à saúde, o artigo 13, passando a dispor que “Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.” Considera-se: castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em sofrimento físico ou lesão. Define como tratamento cruel ou degradante a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize. 
- ART 14: O art. 14, como medida de prevenção, determina ao SUS a promoção de programas de assistência médica e odontológica, para as enfermidades que afetem a população infantil, bem como de campanhas de educação sanitária, além das campanhas de vacinação obrigatórias.
Direito à liberdade: 
O legislador estatutário, de forma elogiável, nos artigos 15 a 18 do ECA, tratou do direito à liberdade, à dignidade e ao respeito de forma acoplada, definindo-os num único capítulo, pelo fato de eles se complementarem, pois não podemos pensar em liberdade sem respeito e dignidade. Clique aqui para conhecer as recentes alterações realizadas no artigo 18. Porém, esses direitos sofrem limitações pelo fato de crianças e adolescente serem pessoas em processo de desenvolvimento. Assim, uma criança ou um adolescente pode brincar, passear ou se divertir, desde que essa liberdade não o prejudique. Estas limitações estão presentes em cada inciso do artigo 16.
OBS: Lei Menino Bernardo1
A Lei 13010/14, intitulada Lei Menino Bernardo, proveniente do projeto de lei antes intitulado como Lei da Palmada, incluiu no capítulo referente à proteção do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, os artigos 18 A e B, passando a preverque a criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. Considera-se: castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em sofrimento físico ou lesão. Define como tratamento cruel ou degradante a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize. O ECA passa a prever medidas para os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto. Tais medidas devem ser aplicadas pelo Conselho Tutelar. São elas: encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; encaminhamento a cursos ou programas de orientação; obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado e advertência.
ARTIGO 16, I: O direito de liberdade consiste no direito de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais. 
Comentário: Este direito encotra limitação no caso de crianças ou adolecentes em situações de risco e/ou perigo ( art. 98 ECA), em que o recolhimento é autorizado e tem fim assistencial. Nesse caso, não há violação ao direito à liberdade e sim uma proteção. 
ARTIGO 16, II: Compreende o direito de opinião e expressão. Este dispositivo é de grande valia para as situações que deságuam na Vara de Família, principalmente quando o futuro da criança e do adolecente está em jogo, independentemente da idade. O fato de serem vulneráveis e, como tal passiveis de influências inadequadas, não impedem que sejam ouvidos na Vara de Família, até porque a fala deverá ser avalidada dentro do conjunto de provas e ainda sob a orientação de uma equipe especializada 
Comentário: Logo, não cabe aquela velha indagação: " a partir de que idade, o meu filho poderá ser ouvido em juízo?". Porém, este direito de opinião e expressão sofre limitações para o próprio benefício da crinça ou adolecente caso o juiz perceba que a escolha poderá ser prejudicial para o seu bom desenvolvimento. 
ARTIGO 16, III: Crença e culto religioso. Aqui o legislador seguiu a orientação constitucional ( Art. 5º incisos VI a VIII da CF ). Contudo, essa liberdade tem como freio a própria criança ou adolescente, que não poderá praticae atos que afetem a sua integridade física e psíquica.
ARTIGO 16, IV: Brincar, praticar esporte e divertir-se. São atividades permitidas, desde que sejam praticadas dentro das regras de segurança e das normas legais, permitindo a sua socialização.
ARTIGO16, V: Participar da vida familiar sem discriminação. Este dispositivo engloba o direito previsto pelo art. 19 do ECA, se refere à convivência com a familia natural ou substituta sem distinção.
ARTIGO 16, VI: Participar da vida política. Este direito pode ser exercido somente a partir dos 16 anos, segundo o dispositivo no art. 14, §1º, II da CF. 
ARTIGO 16, VII: Buscar refúgio, auxilio e orientação. Sempre que um menor procurar um adulto como fonte de apoio, inclusive no caso de violência e de maus tratos, deverá ser ouvido por quem quer que seja. Tal obrigação é então de todos, prevista nos artigos 4º e 18 do ECA. Isto porque muitas crinças e adolescentes são vítimas dos próprios pais ou responsáveis. Assim, todos devemos deninciar, e para isto existem, inclusive, diversos programas criados, como o " SOS Crianças Vítimas de Violência", por exemplo. 
Direito à dignidade e ao respeito
O artigo 17 do ECA trata da proteção a integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. Entretanto, nada impede que caso os pais ou responsável suspeitem de que algo está errado com o menor, venham a vasculhar seus pertences, por exemplo, visando protegê-lo.
Com o advento das novas tecnologias e da internet, é comum ver os pais usando programas para controlar o acesso dos filhos à internet, ou proibir games inapropriados.
OBS: Este dispositivo também é limitante do poder familiar ao impedir o excesso nos meios de correição, pois os excessos poderão caracterizar o crime de maus-tratos previsto pelo art. 136 do Código Penal ou ainda o crime de tortura castigo, prevista no art. 1º, Inciso II da lei 9455/97.
E, finalmente, o artigo 18 do ECA, que assegura a dignidade da criança e do adolescente e que, além de prever o direito, estabelece também o dever de todos em zelar pelo mesmo. Como já visto anteriormente, a lei Menino Bernardo incluiu os artigos 18A e B no ECA.

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