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CCJ0034 – DIREITO PENAL IV Prof. Esp. Alan Moraes Introdução • Administração Pública – Atividade desempenhada pelo Estado visando a consecução de seus fins. • Pode Judiciário, Executivo e Legislativo. • Finalidade do Direito Penal – Proteger os bens mais sensíveis • Crimes Funcionais fora do título IX – Exemplo: art. 150, §2º, art. 295, art. 297,§1º. Etc. Crimes Contra a Administração Pública TOPOGRAFIA DOS TIPOS PENAIS QUE TUTELAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 312 A 326 Dos Crimes Praticados Por Funcionário Público 328 A 337-A - Dos Crimes Praticados Por Particular 337-B 337-D - Dos Crimes Praticados Por Particular Contra A Administração Pública Estrangeira 338- 359 Dos Crimes Contra A Administração Da Justiça 359-A359-H - Dos Crimes Contra As Finanças Públicas - 359-A359-H Conceito de Funcionário Público para fins Penais Art. 327 do CPB Servidores Públicos Empregados Públicos Servidores Comissionados Servidores Temporários Funcionário Público Equiparado – Art. 327, §§ 1º e 2º. • Paraestatal – Entidades da Administração Pública Indireta • Trabalhador em empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública • Não são considerados funcionários públicos para fins penais os trabalhadores de empresas que prestam serviços atípicos. Ex: Cerimonial de recepção de chefe de governo. • Causa de aumento de pena para os ocupantes de cargos comissionados (§2º). Jurisprudência do STJ Estagiário de órgão público que, valendo-se das prerrogativas de sua função, apropria-se de valores subtraídos do programa bolsa-família subsume-se perfeitamente ao tipo penal descrito no art. 312, § 1º, do Código Penal - peculato-furto -, porquanto estagiário de empresa pública ou de entidades congêneres se equipara, para fins penais, a servidor ou funcionário público, lato sensu, em decorrência do disposto no artigo 327, § 1º, do Código Penal. (STJ - REsp: 1303748, Relator: SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, Data de Publicação: 06/08/2012). Conceito de Funcionário Público para fins Penais MÚNUS PÚBLICO – Encargo ou ônus conferido pela lei e imposto pelo Estado em determinadas situações (Tutores e Curadores) – NÃO SÃO CONSIDERADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PARA FINS PENAIS Ex: Curadores, Tutores, inventariantes judiciais e síndicos falimentares. O defensor dativo, ao contrário do integrante da defensoria pública, não exerce função pública, mas somente múnus publicum, não podendo ser considerado funcionário público, para fins penais. Fato atípico. Apelação da defesa provida, para absolver o acusado. (TJRS - ACR: 1183302920128217000, Relator: GASPAR MARQUES BATISTA, QUARTA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 24/09/2012. Consequências de ser considerado funcionário Público para fins penais • Procedimento Especial – ARTS – 513-518 DO CPP • Requisito Especial de Progressão – Reparação do dano – art. 33, §4º do CP • Efeitos da Condenação – Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo Art. 92, I do CP. • Decreto-Lei nº 201/67 - Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores, e dá outras providências. Lei nº 8.429/92 – Lei que trata dos atos de Improbidade administrativa Enriquecimento ilícito (art.9º). Prejuízo ao erário (art. 10º). Atos que atentam contra os princípios da administração pública. (art. 11º). Independência das instâncias penal e administrativa e o ato de improbidade • Todo crime praticado por funcionário é ato de improbidade? • Todo ato de improbidade é considerado crime? ABSOLVIÇÃO NA ESFERA CRIMINAL E REPERCUSSÃO NAS DEMAIS INSTÂNCIAS • LEI 8.112/90 – arts. 125 e 126 • Art. 935 do Código Civil. • Art. 66 do CPP • Ex: Motorista do Ministério da Saúde, depois de beber todas provoca acidente com o carro do órgão e comete 05 homicídios. Se ele for absolvido na esfera criminal ele pode ser condenado na esfera administrativa? Depende do fundamento da absolvição. • Faz coisa julgada na esfera cível: • A) decisão absolutória reconhecendo categoricamente a inexistência material do fato ou a negativa de autoria ou participação. Aplicação do Princípio da Insignificância. O "princípio da insignificância - que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material (HC 391.438/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 20/06/2017, DJe 28/06/2017). Aplicação do Princípio da Insignificância. Sedimentou-se a orientação jurisprudencial no sentido de que a incidênciado princípio da insignificância pressupõe a concomitância de quatro vetores: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada. (REsp 1581525/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 20/06/2017, DJe 26/06/2017). Aplicação do Princípio da Insignificância. Sedimentou-se a orientação jurisprudencial no sentido de que a incidênciado princípio da insignificância pressupõe a concomitância de quatro vetores: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada. (REsp 1581525/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 20/06/2017, DJe 26/06/2017). Aplicação do Princípio da Insignificância nos crimes contra a Administração Pública Segundo o STJ É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não ser possível a aplicação do princípio da insignificância ao crime de peculato e aos demais delitos contra Administração Pública, pois o bem jurídico tutelado pelo tipo penal incriminador é a moralidade administrativa, insuscetível de valoração econômica. (HC 310.458/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2016, DJe 26/10/2016) Aspectos Gerais aos tipos penais Sujeitos do Crime – Todos os crimes do capítulo I são próprios pois exigem do sujeito ativo a condição de funcionário Público (intraneus). E os particulares (extraneus)? Coautoria ou Participação Art. 30 do CPB O sujeito passivo em todos os crimes será o Estado, e secundariamente a pessoa que sofrer prejuízo patrimonial. Aspectos Gerais aos tipos penais Objeto Jurídico e Ação Penal Todos os crimes funcionais possuem como objeto jurídico a Administração Pública e de forma secundária o patrimônio do particular. A ação penal é sempre pública incondicionada seja por força do art. 100, caput, do CP, seja em razão do art. 24, §2º do CPP. Aspectos Gerais aos tipos penais CRIMES FUNCIONAIS - São aqueles em que a qualidade de funcionário público é elementar do delito. Somente podem ser cometidos por funcionários públicos, salvo algumas exceções. CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS - São aqueles em que a ausência da elementar “funcionário público” leva o fato a ser tratado como um indiferente penal, não se subsumindo a nenhum outro tipo incriminador – Atipicidade absoluta. Ex: Crime de Prevaricação – art. 319. CRIMES FUNCIONAIS IMPRÓPRIOS – São aqueles em que, ausente à qualidade de funcionário público, desaparece o crime funcional, operando-se, porém a desclassificação da conduta para outro delito de natureza diversa. Atipicidade relativa. Ex: Peculato, art. 312. Peculato – art. 312 do CPB - Figuras típicas • Peculato apropriação (art. 312, caput, 1ª parte). • Peculato desvio (art. 312, caput, 2ª parte). • Peculato furto (art. 312, §1º). • Peculato Culposo (art. 312,§2º). • Peculato de Uso (conduta atípica). • Peculato mediante erro de outrem(peculato-estelionato – art. 313). • Peculato eletrônico (313-A e 313-B) Peculato – art. 312 do CPB - Figuras típicas Peculato – art. 312 do CPB - Figuras típicas • PECULATO APROPRIAÇÃO (art. 312, caput, 1ª parte). • O agente apodera-se de Dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, que tem sob sua posse legítima, passando a se comportar como se dono fosse. (animus dominus). Corresponde ao crime de apropriação indébita, qualificada pelo fato do agente ser o funcionário público no exercício de sua função. • • PECULATO DESVIO (art. 312, caput, 2ª parte). (PRÓPRIO). Alterar o seu destino ou desencaminhá-lo, em proveito próprio ou alheio. • Exs: o funcionário público que paga alguém por serviço não prestado ou objeto não vendido à Administração Pública; o que empresta dinheiro público de que tem a guarda para ajudar amigos etc. • Quando o desvio de verba ocorre em favor do próprio ente público? • Emprego Irregular de verbas públicas art. 315. Peculato – art. 312 do CPB - Figuras típicas • DIFERENÇA ENTRE PECULATO APROPRIAÇÃO E PECULATO DESVIO. • PECULATO FURTO (IMPRÓPRIO - Nessa modalidade, o agente não possui a posse, mas tem a facilidade proporcionada pelo cargo da coisa e a tomo pra si. • Ex - Policial que toma pra si dinheiro de cofre da delegacia apreendido. Peculato – art. 312 do CPB - Figuras típicas • PECULATO CULPOSO – O agente age com negligência, imprudência ou imperícia, dando a oportunidade para outra pessoa subtrair a coisa pública concorrendo para o resultado. • Ex: Policial responsável por objeto de valor apreendido sai da delegacia no horário de expediente, deixando a porta aberta, quando alguém subtrai o objeto. • É POSSÍVEL A TENTATIVA? • EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – Reparação do dano – Antes da sentença irrecorrível – Posterior – redução de metade da pena imposta. Peculato – art. 312 do CPB - Figuras típicas Peculato – art. 312 do CPB - Figuras típicas • PECULATO DE USO. • João, servidor público estadual, tinha à sua disposição, em razão de seu cargo, um veículo pertencente à Administração Pública, para que pudesse deslocar-se no interesse do serviço. Ocorre que ele utilizou o referido automóvel para levar seu filho na escola. Descoberto esse fato, o Ministério Público denunciou o agente pela prática de peculato-desvio (art. 312, parte final, do Código Penal): • João cometeu algum ilícito? João cometeu algum crime? • Segundo a jurisprudência é atípico o “uso momentâneo de coisa infungível, sem a intenção de incorporá-la ao patrimônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua integral restituição a quem de direito.” PECULATO DE USO - ATÍPICO? STF HC 108.433 AgR/MG. Rel Min. Luiz Fux. 15-08-2013. • Mirabete discorda, entendendo que nos casos de restituição da coisa ou apreensão posterior não descaracteriza o delito, mas podendo apenas constituir causa de redução de pena. Concussão e Excesso de Exação • Segundo Damásio Evangelista de Jesus, o termo “concussão” tem sua origem etimológica derivada do verbo latino concutere, expressão empregada quando se pretende indicar o ato de sacudir a árvore para que os frutos caiam. Também significa “sacudir fortemente, abalar, agitar violentamente”. • O verbo nuclear exigir tem o sentido de obrigar, ordenar, impor ao sujeito passivo a concessão da pretendida vantagem indevida. Semelhança com o crime de extorsão – (violência e grave ameaça x coação moral advinda do cargo). • Obs.: A exigência feita por funcionário deve estar obrigatoriamente relacionada ao exercício das funções do agente, sob pena de caracterizar outro delito. Concussão e Excesso de Exação • NO EXERCÍCIO DE SUA FUNÇÃO. • Ex: Médico do SUS que exige de pagamento de paciente para realização de procedimento coberto pelo plano. • FUNCIONÁRIO FORA DA FUNÇÃO, MAS EM RAZÃO DELA. (A EXIGÊNCIA DIZ RESPEITO À FUNÇÃO.). • Ex: Delegada em férias exige de investigado vantagem para deixar de oferecer a denúncia ao MP. • ANTES DE ASSUMIR A FUNÇÃO. • Ex: Cidadão que acabou de passar em concurso para Promotor e sabe que determinado inquérito vai estar na sua mesa, exigindo assim do investigado vantagem indevida. Concussão e Excesso de Exação • QUAL A NATUREZA DA VANTAGEM INDEVIDA? • Precisa ter conteúdo patrimonial, dinheiro?? • NÃO. A vantagem indevida pode ter natureza moral. Damásio entende o contrário. • SE A EXIGÊNCIA FOR EM PROVEITO DA PRÓPRÍA DA ADMINISTRAÇÃO, PREVALECE QUE TAMBÉM HAVERIA CRIME DE CONCUSSÃO. EX: DELEGADO EXIGE DE EMPRESÁRIOS FAVORES PARA REFORMAR A DELEGACIA. • TENTATIVA E CONSUMAÇÃO - Crime de Natureza formal, portanto, consumando-se independentemente do recebimento da vantagem indevida. STF, HC 74009/MS. Concussão e Excesso de Exação • O CRIME DE EXCESSO DE EXAÇÃO CONSTITUI UMA MODALIDADE ESPECIAL DE CONCUSSÃO, EM RAZÃO DO DESTINATÁRIO BENEFICIÁRIO, O ESTADO. EXAÇÃO É A COBRANÇA CORRETA DE TRIBUTOS. MAS O QUE SE VEDA É A EXAÇÃO, OU SEJA, O EXCESSO. • Tributo – art. 3º do CTN – é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. • Contribuição social – Hugo de Brito Machado – é uma espécie de tributo com finalidade constitucionalmente definida, a saber, intervenção no domínio econômico, interesse de categorias profissionais ou econômicas e seguridade social. Ex: contribuição do INSS. Concussão e Excesso de Exação • SABE OU DEVERIA SABER INDEVIDO: • 1ª- Exigência INDEVIDA de impostos ou contribuição social: nesse caso o agente cobra tributo ou contribuição social do sujeito passivo consciente de que ele não deve. Entende-se por INDEVIDA a cobrança de tributos, os quais: 1. a lei não autoriza que o Estado os cobre; ou 2. o contribuinte já os pagou; ou 3. o valor cobrado está acima do correto. • Ex1: Tício exige contribuição social de determinada empresa, sabendo que ela é isenta. Concussão e Excesso de Exação • SABE OU DEVERIA SABER INDEVIDO: 1ª- Exigência INDEVIDA de impostos ou contribuição social: nesse caso o agente cobra tributo ou contribuição social do sujeito passivo consciente de que ele não deve. Entende-se por INDEVIDA a cobrança de tributos, os quais: 1. a lei não autoriza que o Estado os cobre; ou 2. o contribuinte já os pagou; ou 3. o valor cobrado está acima do correto. Ex1: Tício exige contribuição social de determinada empresa, sabendo que ela é isenta. Concussão e Excesso de Exação 2ª - Cobrança VEXATÓRIA ou GRAVOSA: nessa hipótese o agente realiza a cobrança devida, mas emprega um modo vexatório ou gravoso, não autorizado em lei. Ex: Auditor Fiscal, a fim de obter o pagamento do ISS devido pela construtora “JUVENAL S.A”, estaciona dez carros de som em frente à empresa e começa a cantar um “jingle” dizendo: “JUVENAL, SEU CARA DE PAU, PAGUE O TRIBUTO E SEJA LEGAL”. § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem Corrupção Passiva - art. 317 do CPB Heródoto recorda o fato de que Cambises mandou esfolar vivo um juiz corrupto, utilizando sua própria pele para recobrir a cadeira que iria ser ocupada por seu sucessor. No antigo direito romano também era aplicada a pena capital aos magistrados que faziam mercancia com a função de julgar (Bitencourt). Condutas: Solicitar /Receber/Aceitar promessa Corrupção ativa – Oferecer ou Prometer (crime praticado pelo particular). Há uma relação de bilateralidade entre os crimes de corrupção passiva e corrupção ativa? Objeto Material – Vantagem Indevida Diferença entre Corrupção passiva e Concussão Corrupção Passiva - art. 317 do CPB Corrupção Passiva Privilegiada Corrupção Passiva Própria Corrupção Passiva Majorada Corrupção Passiva Imprópria Corrupção passiva antecedente Corrupção passiva subsequenteCorrupção passiva Facilitação de contrabando e descaminho – art. 318 do CPB • Autonomia do crime na participação de prática do crime de contrabando ou descaminho. • Sujeito Ativo - o funcionário incumbido de impedir a prática do contrabando ou descaminho. Caso não ostente a atribuição funcional cometera o crime como partícipe. • Exceção a teoria monista. • SÚMULA 151 DO STJ - Competência da Justiça Federal. Prevaricação – art. 319 do CPB • Prevaricatio – do latim – alguém que tem as pernas tortas – andar tortuosamente desviando do caminho certo – Infidelidade do dever de ofício (Bitencourt) motivado por interesses e sentimentos próprios. • Objeto Material – É o ato de ofício • Interesse Pessoal – patrimonial ou moral • Sentimento – Amor, Ódio, Paixão, Emoção. Prevaricação – art. 319 do CPB • Retardar – Ex: Atendente de cartório judicial, que devendo expedir alvará de soltura, por não simpatizar com o advogado, deixa de praticar com a brevidade que a medida exige. • Deixar de Praticar – manter-se na inércia quando deveria praticar o ato de ofício. • Praticar ato contra disposição expressa de lei. • Ex: Delegada de polícia que, sob a justificativa de que a conduta do infrator de porte ilegal de arma é atípica, deixa de lavrar termo circunstanciado ou de instaurar inquérito policial e devolve a arma apreendida, para satisfazer interesse pessoal e sentimento de amizade amplamente comprovados. • Distinção entre Prevaricação e Corrupção Passiva privilegiada Condescendência Criminosa – art. 320 do CPB Espécie de Prevaricação Visa Inibir a condescendência ilícita do superior em relação a atos irregulares praticados por seu subordinado. • - Relação de Hierarquia - competência • - Por indulgência – tolerância, benevolência, clemência. • - omitir em informar o fato à autoridade competente. • É pressuposto do delito uma infração anterior. • Irregularidades fora do cargo não configura crime. • Crime Formal • Crime Unissubisistente, não podendo ocorrer a tentativa. Advocacia Administrativa– art. 321 do CPB • Patrocinar (advogar/defender) interesse (lícito ou ilícito) PRIVADO perante a Administração pública valendo-se na qualidade de funcionário. • Não se configura crime quando funcionário, por exemplo, explica ao interessado os seus direitos perante a administração. • LEI 8.112/90 - Art. 117. Ao servidor é proibido: XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; • O que a lei proíbe é que o funcionário assuma a “causa” do particular e pratique atos concretos que importem sua defesa perante à adm. • Crime Formal e plurissubisistente. Abandono de Função– art. 323 do CPB • Para caracterizar o delito, o abandono deve ser por um período razoável e deve acarretar ao menos a probabilidade de dano ao poder público. • Ex: Exemplo: Em um determinado setor, Tício exerce a função de chefia e, visando participar de uma festa, abandona o cargo. Mévio, amigo de Tício, sempre o substituiu quando necessário e, no primeiro dia de ausência do colega, assume as funções, dando andamento normal ao expediente. • Neste caso, poderá ser caracterizado o delito de abandono de cargo? • A resposta é negativa, pois não houve probabilidade de dano para a Administração. • Consumação e tentativa – Consuma-se sempre que a ausência injustificada perdurar por tempo suficiente para criar a possibilidade concreta de dano à Administração Pública. É crime unisubisistente. Abandono de Função– art. 323 do CPB • O servidor que requereu aposentadoria ou exoneração deve aguardar o deferimento • DELITO DE MÃO PRÓPRIA – atuação personalíssima - O crime de mão própria é o crime cuja qualidade exigida do sujeito é tão específica que não se admite coautoria. Para o Min. Felix Fischer, no julgamento do REsp 761354 / PR: • QUALIFICADORAS • §1º resultado – prejuízo público • 2§º Faixa de Fronteira (150 km de largura ao longo das fronteiras terrestres). Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado– art. 324 do CPB • CONCURSO – NOMEAÇÃO - POSSE • • Exercício nos termos da Lei 8.112/90 é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. • • Prolongamento do exercício sem autorização quando sabedor oficialmente de seu desligamento. • • ANTES DE SATISFEITAS AS EXIGÊNCIAS LEGAIS - Tício, Auditor do ICMS-SP, é aprovado para o concurso de Membro do Ministério Público. Após a nomeação, por já conhecer parte do trabalho, resolve iniciar o exercício de suas funções, mesmo tendo plena consciência de que não está legalmente investido no cargo. Neste caso, opera-se o delito. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado– art. 324 do CPB • CONTINUAR A EXERCÊ-LA DEPOIS DE EXONERADO, SUBSTITUÍDO, SUSPENSO OU REMOVIDO. • Se o funcionário volta a trabalhar durante as férias, incorre no tipo penal? A resposta é negativa, pois não se trata de EXONERAÇÃO / SUBSTITUIÇÃO / SUSPENSÃO ou REMOÇÃO. • Nos termos da lei nº 8.112/90, a aposentadoria compulsória é automática, operando-se no momento em que o funcionário completa 70 anos. sendo assim, o funcionário que se enquadra nesta situação deve afastar-se do cargo sob pena de incorrer no delito caso aja com dolo (elemento subjetivo). • • Crime de mão própria Violação de sigilo funcional – art. 325 do CPB A administração Pública rege-se pelo princípio da publicidade, plasmado este no “caput” do art. 37 da carta magna. Entretanto, tal princípio não é absoluto, pois certos fatos relacionados com o poder público devem ficar a coberto do conhecimento geral em razão do interesse funcional. Desta forma, o legislador optou por tutelar penalmente estes segredos, punindo o autor da violação de sigilo funcional. Revelar fato que deveria manter segredo em razão do cargo. Obs.: O funcionário público deve saber do segredo em razão do seu cargo ou função, ou seja, deve estar nas suas atribuições. Caso contrário, poderá haver o crime do art. 154. Ex: Transgressão do Painel de Votação do Senado. Violação de sigilo funcional – art. 325 do CPB Caso o funcionário público revele fato que não exigia sigilo não comete o delito. O funcionário que facilita a divulgação do fato sigiloso também comete o delito. Vazamento de Informações. Ex: Delegado que vaza informações sigilosas oriundas de interceptações. Tipos Específicos - §3º do art. 151 do CP. Consumação – Conhecimento do 3º não autorizado. Qualificadora – dano à administração. Questão Objetiva (Ano: 2017 – Banca FUNDEP - Gestão de Concursos - Órgão: MPE-MG - Prova: Promotor de Justiça Substituto). No que respeita a: aos crimes contra a Administração Pública, é CORRETO afirmar: a) Ao peculato mediante erro de outrem se aplica, por expressa disposição legal, a causa extintiva da punibilidade da reparação do dano anterior à sentença irrecorrível. b) O crime de corrupção passiva, para consumar-se, depende de que o agente retarde ou deixe de praticar o ato a que obrigado, ou que o pratique infringindo dever funcional. c) O crime de abandono de função é próprio e material, exigindo, para sua consumação, a causação de prejuízo à Administração Pública. d) Já decidiu o Supremo Tribunal Federal que ser o sujeito ativo policial, no crime de concussão, pode ser considerada circunstância judicial negativa, não obstante a condição de funcionário público ser elementar do tipo. Caso Concreto Em datas e horários diversos, todavia no período compreendido entre meados do mês de fevereiro até o mês de maio do ano de 2014, RONALDO ESPERTO, prevalecendo-se da condição de perito, nomeado pelo juízo da Xª Vara civil da Comarca da Capital, com o fim de obter indevida vantagem econômica solicitou aos advogados de determinadoprocesso, o pagamento de determinada quantia em dinheiro para fins de elaboração de laudo favorecendo o cliente destes, todavia as vítimas não concordaram em repassar qualquer montante a RONALDO ESPERTO. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas: a) RONALDO ESPERTO é considerado funcionário público para fins penais? Responda de forma objetiva e fundamentada. b) b) Qual a correta tipificação de sua conduta? Ainda, responda se a mesma restou tentada ou consumada, haja vista as vítimas não terem concordado em repassar qualquer montante ao agente.
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