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teoria do crime

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TEORIA do
CRIME
Noções Fundamentais – Segundo Zaffaroni: “teoria do delito é a parte da ciência do direito penal que se ocupa de explicar o que é delito em geral, quer dizer, quais são as características que devem ter qualquer delito”.
Embora o crime seja insuscetível de fragmentação, pois que é um todo unitário, para efeito de estudos faz-se necessário a análise de cada uma de suas características ou elementos fundamentais, isto é, o fato típico, antijuridicidade e a culpabilidade.
Conceito de Crime – o Código Penal não nos fornece um conceito de crime, somente dizendo, em sua Lei de Introdução, que ao crime é reservada uma pena de reclusão ou de detenção, quer alternativa ou cumulativamente a pena de multa.
Não foram poucos os doutrinadores que, durante anos, tentaram fornecer esse conceito de delito. Interessa-nos refletir somente sobre os conceitos mais difundidos, como:
Formal – crime seria toda conduta que atentasse, que colidisse frontalmente contra a lei penal editada pelo Estado.
Material – crime seria a conduta que viola os bens jurídicos mais importantes.
Analítico – crime é ação típica, ilícita e culpável.
CONCEITO ANALÍTICO
Crime é conduta típica, ilícita e culpável.
	Fato Típico
Conduta :
Dolosa 
Culposa:
 Comissiva
 Omissiva
Resultado
Nexo de causalidade
Tipicidade: 
Formal
Conglobante
	Antijurídico
Quando o agente não atua em:
Estado de Necessidade
Legítima Defesa
Estrito Cumprimento do Dever Legal
Exercício Regular do Direito
Quando não houver o consentimento do ofendido como causa supralegal de exclusão da ilicitude.
	Culpável
Imputabilidade
Potencial conhecimento da ilicitude
Exigibilidade de conduta diversa
Alguns autores, como Mezger e Basileu Garcia, sustentavam que a punibilidade também integrava tal conceito, sendo o crime, pois, uma ação típica, ilícita, culpável e punível.
Porém concordamos com Juares Tavares que assevera que a punibilidade não faz parte do delito, sendo somente a sua consequência.
A função do conceito analítico é de analisar todos os elementos ou características que integram o conceito de infração penal, sem que com isso se queira fragmentá-lo. O crime é, certamente, um todo unitário e indivisível. Ou o agente comete o delito ou o fato por ele praticado será considerado um indiferente penal.
Conceito de Crime Adotado por Damásio, Dotti, Mirabete e Delmanto – crime sob o aspecto formal é um fato típico e antijurídico, sendo que a culpabilidade é um pressuposto para a aplicação da pena.
Entendemos que não é só a culpabilidade, mas também o fato típico e a antijuridicidade são pressupostos para aplicação da pena.
CONDUTA
Temos conduta como primeiro elemento integrante do fato típico. Conduta é sinônimo de ação e de comportamento.
A ação ou conduta compreende	qualquer comportamento humano comissivo ou omissivo, podendo ser ainda dolosa ou culposa.
Conceito de Ação
Causal - O sistema causal-naturalista, criado por Liszt e Beling, diz ser a ação o movimento humano voluntário produtor de uma modificação no mundo exterior.
Final - Com o finalismo de Welzel, a ação passou a ser concebida como o exercício de uma atividade final. É a ação, portanto, um comportamento humano voluntário, dirigido a uma finalidade qualquer.
Social - Já a teoria Social, de Daniela de Freitas Marques, o conceito jurídico de comportamento humano é toda atividade humana social e juridicamente relevante, segundo os padrões axiológicos de uma determinada ou dominável vontade.
Condutas Dolosas e Culposas – ou o agente atua com dolo, quando quer diretamente o resultado ou assumi o risco de produzi-lo; ou age com culpa, quando dá causa ao resultado em virtude de sua imprudência, imperícia ou negligência.
A regra do Código Penal é de que todo crime seja doloso, somente sendo punida a conduta culposa quando houver previsão legal expressa nesse sentido, conforme art. 18 CP.
Condutas Comissivas e Omissivas – o agente pode praticar a infração penal fazendo ou deixando de fazer alguma coisa que estava obrigado.
A conduta comissiva o agente direciona sua conduta a uma finalidade ilícita. A conduta é positiva.
A conduta omissiva há uma abstenção de uma atividade que era imposta pela lei ao agente. Existem dois tipos de crimes omissivos:
Próprios – são os que objetivamente são descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer resultado naturalístico.
Impróprios – somente as pessoas referidas no §2° do art. 13 CP podem praticá- los, uma vez que para elas existe um dever especial de proteção. O agente se encontra na posição de garantidor, isto é, ele tem a obrigação legal de cuidado, proteção ou vigilância; de outra forma, assuma a responsabilidade de impedir o resultado; ou, com o seu comportamento anterior, tenha criado o risco da ocorrência do resultado.
Ausência de Conduta – A ação regida pela vontade é sempre uma ação final, isto é, dirigida à consecução de um fim. Se não houver vontade dirigida a uma finalidade qualquer, não se pode falar em conduta.
Se o agente não atua dolosamente ou culposamente, não há ação. Isso pode acontecer quando o sujeito se vir impedido de atuar, como nos casos de:
Força irresistível;
Movimento reflexo;
Estados de inconsciência;
TIPO PENAL
NULLUM CRIMEN SINE LEGE – O Legislador quando quer impor ou proibir condutas sob a ameaça de sanção, deve, obrigatoriamente, valer-se de uma lei. Quando a lei em sentido estrito descreve a conduta, com o fim de proteger determinados bens cuja tutela mostrou-se insuficiente pelos demais ramos do direito, surge o chamado TIPO PENAL.
Tipo como a própria denominação nos está a induzir, é o modelo, o padrão de conduta que o Estado, por meio da lei, visa impedir que seja praticado.
O Estado descreve, precisamente, o modelo de conduta que quer proibir, sob pena de quem lhe desobedecer ser punido de acordo com as sanções previstas em seu preceito secundário. Quando a conduta do agente se adapta perfeitamente ao modelo em abstrato criado pela lei, surgirá outro fenômeno, chamado TIPICIDADE.
TIPICIDADE - é a subsunção perfeita da conduta pratica pelo agente ao modelo abstrato previsto na lei penal, isto é, ao tipo penal. É a adequação de um fato cometido à descrição que dele se fez na lei penal.
TIPICIDADE FORMAL – é a adequação perfeita da conduta do agente ao modelo abstrato previsto na lei penal (tipo). (Encaixe perfeito)
 
 
CONDUTA ANTINORMATIVA – a conduta praticada pelo agente é contrária a norma penal, e não imposta ou fomentada por ela.
TIPICIDADE MATERIAL – os bens ofendidos tem que ter relevância para o direito penal (tem que ser importantes) (princípio da insignificância e da intervenção mínima).
A Tipicidade Conglobante surge quando comprovado, no caso concreto, que a conduta praticada pelo agente é considerada antinormativa, isto é, contrária à norma penal, e não imposta ou fomentada por ela, bem como ofensiva a bens de relevo para o direito penal (tipicidade material).
PARA QUE POSSAMOS FALAR EM TIPICIDADE PENAL É PRECISO HAVER A FUSÃO DA TIPICIDADE FORMAL OU LEGAL COM A TIPICIDADE CONGLOBANTE. SÓ ASSIM O FATO PODERÁ SER CONSIDERADO PENALMENTE TÍPICO.
Adequação Típica (tipicidade formal) – ocorre quando a conduta do agente se amolda perfeitamente a um tipo legal de crime.
Adequação Típica de Subordinação Imediata ou Direta – Ocorrerá quando houver perfeita adequação entre a conduta do agente e o tipo penal incriminador.
Adequação Típica de Subordinação Mediata – embora o agente atue com vontade de praticar a conduta proibitiva por determinado tipo incriminador, seu comportamento não consiga se adequar diretamente a essa figura típica. É o caso da TENTATIVA. Assim para que possamos falar deste caso precisamos nosvaler de normas de extensão.
Teoria dos Elementos Negativos do Tipo – Toda vez que não for ilícita a conduta do agente não haverá o próprio fato típico. É que, para ela, estando a antijuridicidade fazendo parte do tipo penal, se a conduta do agente for lícita, em virtude da existência de uma causa de justificação. O fato deixa de ser típico.
INJUSTO PENAL = Fato Típico + Antijurídico.
Tipo Básico e Tipo Derivado
Tipo básico – a forma mais simples da descrição da conduta proibida ou imposta pela lei.
Tipo derivado– ocorrem em virtude de determinadas circunstâncias, podem diminuir ou aumentar a pena.
Tipos Fechados e Tipos Abertos.
Fechados – são aqueles que possuem a descrição completa da conduta proibida pela lei penal.
Abertos – não descrição completa e precisa da conduta proibida. Nesses casos, faz-se necessária a sua complementação pelo intérprete.
Tipos Congruentes e Incongruentes 
Congruentes – a parte subjetiva da ação se corresponde com a parte objetiva (Tipos Dolosos onde a vontade alcança a realização objetiva do tipo).
Incongruentes – quando a parte subjetiva da ação se corresponde com a parte objetiva
Tipo Complexo – quando no tipo penal há o encontro de elementos subjetivos com elementos de natureza subjetiva.
Atipicidade Absoluta – quando faltar uma elementar indispensável ao tipo, o fato praticado pelo agente torna-se um indiferente penal.
Atipicidade Relativa – quando pela ausência de uma elementar, ocorre a desclassificação do fato para uma outra figura típica.
Elementos que Integram o Tipo
Elemento Objetivo – tem a finalidade de descrever “a ação, o objeto da ação, e em sendo o caso, o resultado, as circunstâncias externas do fato e a pessoa do autor”.
Elemento Subjetivo – elemento anímico, que diz respeito à vontade do agente. É o dolo.
Elementos Específicos do Tipo Penal
Núcleo do Tipo – é o verbo que descreve a conduta proibida pela lei penal.
Sujeito Ativo – é aquele que pode praticar a conduta descrita no tipo. (Crime Comum ou Próprio)
Sujeito Passivo – pode ser considerado formal ou material. Sujeito passivo formal será sempre o Estado, que sofre toda vez que suas lei são desobedecidas. Sujeito passivo material é o titular do bem ou interesse juridicamente tutelado sobre o qual recai a conduta criminosa.
Objeto Material – é a pessoa ou a coisa contra a qual recai a conduta criminosa do agente.
TIPO DOLOSO
Dolo é a vontade livre e consciente dirigida a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador.
O agente deve ter consciência, isto é, deve saber exatamente aquilo que faz, para que se lhe possa atribuir o resultado lesivo a título de dolo.
A vontade é outro elemento sem o qual se desestrutura o crime doloso. Aquele que é coagido fisicamente a acabar com a vida de outra pessoa não atua com vontade de matá-la.
Enfim, faltando um desses elementos – consciência ou vontade – descaracterizado estará o crime doloso.
O Dolo no Código Penal - Todo crime é doloso, somente havendo a possibilidade de punição pela prática de conduta culposa se a lei assim o previr expressamente. Em síntese, o dolo é a regra; a culpa, a exceção.
Teorias do Dolo 
Teoria da Vontade - dolo seria tão somente a vontade livre e consciente de querer praticar a infração penal.
Teoria do Assentimento – atua com dolo aquele que, antevendo como possível o resultado lesivo com a prática de sua conduta, mesmo não querendo de forma direta, não se importa com a sua ocorrência, assumindo o risco de vir a produzi-lo. Aqui o agente não quer o resultado diretamente, mas o entende como possível e o aceita.
Teoria da Representação – podemos falar em dolo toda vez que o agente tiver tão somente a previsão do resultado como possível e, ainda assim, decidir pela continuidade de sua conduta.
Teoria da Probabilidade – se o sujeito considerava provável a produção do resultado estaremos diante do dolo eventual.
Teorias Adotadas pelo Código Penal – pela redação do art. 18 I, podemos concluir, ao contrário de Damásio e na esteira de Cezar Bitencourt, que o Código Penal adotou as teorias da vontade e do assentimento.
Espécie de Dolo
Dolo Direto - Diz-se direto o dolo quando o agente quer, efetivamente, cometer a conduta descrita no tipo, conforme preceitua a primeira parte do art. 18 I CP. PRATICA SUA CONDUTA DIRIGINDO-A FINALISTICAMENTE À PRODUÇÃO DO RESULTADO POR ELE PRETENDIDO INICIALMENTE.
Dolo Indireto pode ser dividido em:
Dolo indireto alternativo – apresenta-se quando o aspecto volitivo do agente se encontra direcionado, de maneira alternativa, seja em relação ao resultado ou em relação à pessoa contra qual o crime é cometido. Quando a alternatividade do dolo disser respeito ao resultado, fala-se em alternatividade objetiva (quando o agente efetua disparos contra a vítima, querendo feri-la ou matá-la); quando a alternatividade se referir à pessoa contra a qual o agente dirige a conduta, a alternatividade será subjetiva (aquele em que um agente, a certa distância, efetua disparos com a sua arma de fogo contra duas pessoas, querendo matar uma ou outra.
Dolo Indireto Eventual – quando o agente, embora não querendo diretamente praticar a infração penal, não se abstém de agir e, com isso, assume o risco de produzir o resultado que por ele já havia sido previsto e aceito.
Dolo Geral (Hipótese de Erro Sucessivo) – ocorre quando o autor acredita haver consumado o delito quando na realidade o resultado somente se produz por uma ação posterior, com a qual buscava encobrir o fato.
Dessa forma, se o agente atuou com animus necandi ao efetuar os golpes na vítima, deverá responder por homicídio doloso, mesmo que o resultado morte advenha de outro modo que não aquele pretendido pelo agente, quer dizer, o dolo acompanhará todos os seus atos até a produção do resultado, respondendo o agente, portanto, por um único homicídio doloso, independentemente da ocorrência do resultado aberrante.
Dolo Genérico – é aquele em que no tipo penal não havia indicativo algum do elemento subjetivo do agente ou, melhor dizendo, não havia indicação alguma da finalidade da conduta do agente (art. 121 CP).
Dolo Específico – aquele em que no tipo penal podia ser identificado o que denominamos de especial fim de agir (art. 159 CP)
Erro de Tipo – afasta o dolo.
TIPO CULPOSO
ART. 18 II CP – ATO HUMANO VOLUNTÁRIO DIRIGIDO, EM GERAL, À REALIZAÇÃO DE UM FIM LÍCITO, MAS QUE POR IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA OU NEGLIGÊNCIA, ISTO É, POR NÃO TER O AGENTE OBSERVADO O SEU DEVER DE CUIDADO, DÁ CAUSA A UM RESULTADO NÃO QUERIDO, NEM MESMO ASSUMIDO TIPIFICADO PREVIAMENTE NA LEI PENAL.
Crime Culposo e Tipo Aberto – o julgador, no caso apontado, é que deverá, depois de analisar todos os elementos que compõem o crime culposo, amoldar a conduta do agente ao mencionado artigo. Assim, por não haver a descrição completa e perfeita da figura típica, é que se fala que os crimes culposos são considerados tipos penais abertos.
Culpa Inconsciente (culpa comum) – quando o agente deixa de prever o resultado que lhe era previsível.
Culpa Consciente – é aquela em que o agente, embora prevendo o resultado, não deixa de praticar a conduta acreditando, sinceramente, que este resultado não venha a ocorrer. O resultado, embora previsto, não é assumido ou aceito pelo agente, que confia na sua não ocorrência.
A culpa inconsciente distingue-se da culpa consciente justamente no que diz respeito à previsão do resultado; naquela, o resultado, embora previsível, não foi previsto pelo agente; nesta, o resultado é previsto, mas o agente, confiando em si mesmo, nas suas habilidades pessoais, acredita sinceramente que este não venha a ocorrer. A culpa inconsciente é a culpa sem previsão, e a culpa consciente é a culpa com previsão.
Diferença entre:
. 
Culpa Imprópria – ocorre nas hipóteses das chamadas descriminantes putativas em que o agente, em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, dácausa dolosamente a um resultado, mas responde como se tivesse praticado um delito culposo. §1° do art. 20 CP.
Excepcionalidade do crime culposo – todo crime é doloso, somente podendo-se falar em crime culposo quando houver previsão expressa na lei nesse sentido. O dolo, portanto, é a regra; a culpa, a exceção. Art. 18 CP
Culpa Presumida – não se pode falar, ainda, em presunção de culpa em Direito Penal.
Tentativa nos Delitos Culposos – não se pode falar em tentativa quando o agente não dá início aos atos de execução dirigidos à consumação de determinada infração penal por ele finalisticamente pretendida. O Iter criminis é um instituto jurídico destinado aos crimes dolosos e não aos crimes culposos. Não se cogita, não se prepara e não se executa um crime culposo, mas tão-somente um delito doloso.
A doutrina, contudo, aceita a possibilidade de tentativa nos crimes culposos, quando da ocorrência da chamada culpa imprópria, quando o agente, nos casos de erro evitável nas descriminantes putativas, atua com dolo, mas responde pelo resultado causado com as penas correspondentes ao delito culposo.
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
Art. 13 CP – O fato típico é composto pela conduta, de um resultado, do nexo causal entre a conduta e o resultado, e pela tipicidade penal.
Nexo causal, ou relação de causalidade, é aquele elo necessário que une a conduta praticada pelo agente ao resultado por ela produzido.
Haverá nexo de Causalidade - nas infrações que tenham um resultado naturalístico, materiais e omissivos impróprios.
Não haverá nexo de causalidade – crimes formais, de mera conduta e omissivos próprios.
Espécies de Causas – podem ser absoluta ou relativamente independentes
Causas Absolutamente Independente – é aquela causa que teria acontecido, vindo a produzir o resultado, mesmo se não tivesse havido qualquer conduta por parte do agente. Podendo ser:
Preexistentes – é aquela que ocorreu anteriormente a conduta do agente. Quando a causa é absolutamente independente e em virtude dela ocorre o resultado, não devemos imputá-lo ao agente. 
Ex.: Paulo, com intuito de matar Alfredo, contra este defere um tiro, acertando-o na região do tórax. Embora atingido em uma região letal, Alfredo vem a falecer, não por causa do tiro, mas porque com intenção suicida, havia feito a ingestão de veneno momentos antes da agressão sofrida. Alfredo more envenenado e não pelo tiro.
Causa Concomitante Absolutamente Independente – é aquela que ocorre numa relação de simultaneidade com a conduta do agente. Acontece no mesmo instante e paralelamente ao comportamento do agente. Ex.: Se A e B com armas de calibre diferentes, atiram contra C e ficar provado que o projétil de B é que, atingindo o coração da vítima, a matou, ao passo que o de A, atingiu apenas o braço. Somente B responde por homicídio consumado. A vai responder pelo seu dolo.
Causa Superveniente Absolutamente Independente – Causa ocorrida posteriormente à conduta do agente e que com ela não possui relação de dependência alguma. Augusto e Bento discutem dentro de uma loja, oportunidade em que Augusto saca o revolver que trazia consigo e atira em Bento, causando um ferimento grave, que certamente o levará a morte. Logo após ter efetuado o disparo, o prédio no qual ambos se encontravam desaba e, posteriormente, comprova-se que Bento não morrera em virtude do disparo recebido, mas sim por ter sido soterrado. Se caso Augusto não tivesse atirado Bento morreria? A resposta é sim. Assim podemos concluir que a conduta de Augusto não foi a causadora da morte. Então ele responde por tentativa de homicídio.
Causa Relativamente Independente – somente tem a possibilidade de produzir o resultado se for conjugada com a conduta do agente. Existe uma relação de dependência entre a conduta do agente e a causa que também influência na produção do resultado. A ausência de qualquer uma delas faz com que o resultado seja modificado.
Preexistentes – é aquela que já existia antes mesmo do comportamento do agente e, quando com ela conjugada numa relação de complexidade, produz o resultado. Ex.: Hemofílica.
Causas Concomitantes – Numa relação de simultaneidade com a conduta do agente e com ela conjugada, também é considerada produtora do resultado. Ex.: A atira em B, no exato instante em que este está sofrendo um colapso cardíaco, provando-se que a lesão contribuiu para a eclosão do êxito letal. Responde pelo Homicídio, porque o susto causou o infarto.
Causa Superveniente – aquela ocorrida posteriormente à conduta do agente, e que com ela tenha ligação.
Crimes Omissivos Próprios ou Impróprios
Omissivos Próprios – conduta de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer resultado naturalístico.
Omissivos Impróprios – para sua configuração é preciso que o agente possua um dever de agir para evitar o resultado, pois gozam do status de garantidores da não ocorrência do resultado. Faça alguma coisa porque você está obrigado a isto. A lei quando elenca as situações nas quais surge o dever de agir, fazendo nascer daí a posição de garantidor, não exige que o garante evite, a qualquer custo, o resultado. O que a lei faz é despertar o agente para a sua obrigação, e se ele realiza tudo o que estava ao seu alcance, a fim de evitar o resultado lesivo, mas, mesmo com seu esforço, este vem a se produzir, não poderemos a ele imputá-lo.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
ITER CRIMINIS – até que se opere a consumação do delito, existe um processo. Conhecido, também, como caminho do crime, que significa o conjunto de etapas que se sucedem, cronologicamente, no desenvolvimento do delito.
O iter criminis é composto pelas seguintes fases:
.Ocorre a consumação nos crimes: 
Materiais, omissivos impróprios e culposos: quando se verifica a produção do resultado naturalístico, ou seja, quando há a modificação no mundo exterior. Ex.: Homicídio.
Omissivos próprios – com a abstenção do comportamento imposto ao agente.
Mera conduta – como o simples comportamento previsto no tipo, não se exigindo qualquer resultado naturalístico. Ex.: Violação de Domicílio.
Formais – com a prática da conduta descrita no núcleo do tipo, independentemente da obtenção do resultado esperado pelo agente, que caso aconteça será considerado como mero exurimento do crime. Ex.: Extorsão mediante sequestro. Art. 159 CP.
Qualificados pelo resultado – com a ocorrência do resultado agravador. Ex.: art. 129 §2°, V/ CP.
Permanentes – enquanto durar a permanência , uma vez que o crime permanente é aquele cuja consumação se prolonga, perpetuando no tempo. Ex.: art. 148 CP.
TENTATIVA 
Art. 14 II CP.
Limitou a punição dos atos praticados pelo agente a partir de sua execução, deixando de lado a cogitação e os atos preparatórios.
Tentativa Perfeita (crime falho) – quando o agente esgota todos os meios que tinha ao seu alcance a fim de alcançar a consumação da infração penal, que somente não ocorre por circunstâncias alheias à sua vontade.
Tentativa Imperfeita (inacabada) - o agente é interrompido durante a prática dos atos de execução, não chegando, assim, a fazer tudo àquilo que intencionava, visando a consumar o delito.
Contravenção Penal – Não há tentativa. Art. 4° decreto- lei 3688.
Crimes que não admitem tentativa – crimes habituais, preterdolosos, culposos, crimes nos quais a simples prática da tentativa é punida com as mesmas penas do crime continuado, unissubsistentes, omissivos próprios.
Tentativa Branca (incruenta) – quando o agente, não obstante ter-se utilizado dos meios que tinha ao seu alcance, não consegue atingir a pessoa ou a coisa contra a qual deveria recair o resultado. EX. atira e não acerta.
Teoria Sobre A Punibilidade do Crime Tentado –
Teoria subjetiva – aplica a mesma pena do crime consumado.
Teoria Objetiva – aplica uma pena reduzida.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
Art. 15 CP – ainda durante a prática dos atos de execução, mas sem esgotar todos os meiosque tinha à sua disposição para chegar à consumação do crime, o agente desiste, voluntariamente, de nele prosseguir.
Obs.: Tem que ter iniciado os atos de execução.
O agente que desiste de prosseguir na execução do crime somente responde pelos atos já praticados, ficando afastada a sua punição pela tentativa da infração penal por ele pretendida inicialmente.
A desistência deve ser voluntária e não espontânea.
Fórmula de Frank – na análise do fato, e de maneira hipotética, se o agente disser posso prosseguir, mas não quero, será caso de desistência voluntária.
Responsabilidade – responde apenas pelos atos já praticados.
ARREPENDIMENTO EFICAZ
Quando o agente, depois de esgotar todos os meios de que dispunha para chegar à consumação da infração penal, arrepende-se e atua em sentido contrário, evitando a produção do resultado inicialmente por ele pretendido. Com isso, se a vítima sair ilesa do ataque, o agente não responderá por absolutamente nada; se, entretanto, sofrer alguma lesão, esta será atribuída ao agente.
Não Impedimento da Produção do Resultado – Se mesmo desistindo ou se arrependendo o resultado vier a ocorrer o agente não será beneficiado com estes institutos.
Natureza Jurídica de Ambos - Causas de Extinção da Punibilidade.
ERRO DE TIPO
 Entende-se por erro de tipo aquele que recai sobre as elementares, circunstâncias ou qualquer dado que se agregue a uma determinada figura típica, ou ainda aquele, segundo Damásio, incidente sobre os “pressupostos de fato de uma causa de justificação ou dados secundários da norma penal incriminadora”.
Quando alguém não conhece, ao cometer o fato, uma circunstância que pertence ao tipo legal.
Quando o agente tem essa “falsa representação da realidade”, falta-lhe, na verdade, a consciência de que pratica uma infração penal e, dessa forma, resta afastado o dolo que, como vimos, é a vontade livre e consciente de praticar a conduta incriminadora.
Consequências do Erro de Tipo – o erro de tipo, afastando a vontade e a consciência do agente, exclui sempre o dolo. Entretanto, há situações em que se permite a punição do agente em virtude de sua conduta culposa, se houver previsão legal. 
Podemos falar, assim, em erro de tipo invencível (escusável, justificável, inviável) e erro de tipo vencível (inescusável, injustificável e evitável).
Erro de tipo invencível – quando o agente, nas circunstâncias em que se encontrava, não tinha como evitá-lo, mesmo tomando todas as cautelas necessárias. É o erro em que qualquer um incorreria se estivesse diante das circunstâncias em que se encontrava o agente. Afasta o dolo e a culpa.
Erro de tipo evitável – nos casos que ele seja considerado inescusável, isto é, naquelas situações em que, se o agente tivesse atuado com diligência exigida, poderia ter evitado o resultado. Afasta o dolo, mas não a culpa.
Erro de Tipo Essencial – quando o erro do agente recai sobre as elementares, circunstâncias ou qualquer outro dado que se agregue à figura típica.
Erro de Tipo Acidental – não tem o condão de afastar o dolo do agente. Ele age com a consciência da antijuridicidade do seu comportamento, apenas se engana quanto a um elemento não essencial do fato ou erra no seu movimento de execução. Poderá acontecer nas seguintes hipóteses:
Erro sobre o objeto – quando o agente com dolo pratica uma conduta que sabe ser penalmente ilícita. Agente que furta uma pulseira achando que era de ouro, mas descobre ser bijuteria.
Erro sobre a pessoa – art. 20 §3º CP – é acidental o erro sobre a pessoa porque o agente não erra sobre qualquer elementar, circunstância ou outro dado que se agregue à figura típica. O seu erro cinge-se, especificamente, a identificação da vítima, que em nada modifica a classificação do crime cometido.
Erro na Execução – art. 73 CP
Resultado diverso do pretendido – art. 74 CP
Aberratio Causae.
Descriminantes Putativas – o agente atua supondo encontrar-se numa situação de legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal ou de exercício regular do direito.
Descriminar quer dizer transformar o fato em um indiferente penal.
Putativas quer dizer aquelas situações imaginárias que só existem na mente do agente. Somente o agente acredita, por erro, que aquela situação existe.
Efeitos das Descriminantes Putativas – como qualquer erro, aqueles ocorridos numa situação de putatividade podem ser considerados escusáveis ou inescusáveis.
Erro Escusável - Erro plenamente justificável pelas circunstâncias. Afasta dolo e culpa.
Art. 20 §1º CP. Ex.: João ameaçado de morte por um assassino.
Erro Inescusável – embora agido com dolo, será ele responsabilizado com culpa, art. 20 §1º segunda parte CP. Ex. João sentado próximo de um banheiro em um restaurante, se assusta com Pedro levantando bruscamente e indo em sua direção de forma violenta. João pensando que seria agredido, saca o revolver e atira. Sendo que Pedro só iria ao banheiro.
Hipótese de Erro nas Descriminantes Putativas – somente quando o agente tiver uma falsa percepção da realidade no que diz respeito à situação de fato que o envolvia, levando-o a crer que poderia agir amparado por uma causa de exclusão da ilicitude, é que estaremos diante de um erro de tipo. Quando o erro do agente recair sobre a existência ou mesmo sobre os limites de uma causa de justificação, o problema não se resolve como erro de tipo, mas sim como erro de proibição, previsto no art. 21 do CP.
As Descriminantes Putativas e as Teorias Extremada (estrita) e Limitada da Culpabilidade
Teoria Extremada – todo e qualquer erro que recaia sobre uma causa de justificação é erro de proibição, não importando, aqui, distinguir se o erro incide sobre uma situação de fato, sobre a existência ou mesmo sobre os limites de uma causa de justificação.
Teoria Limitada da Culpabilidade – se o erro do agente vier a recair sobre uma situação fática, estaremos diante de um erro de tipo, que passa a ser denominado de erro de tipo permissivo; caso o erro do agente não recaia sobre uma situação de fato, mas sim sobre os limites ou a própria existência de uma causa de justificação, o erro passa a ser, agora, o de proibição. ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL.
Conclusão – com a teoria limitada da culpabilidade, se o erro sobre a causa de justificação recair sobre uma situação de fato, o erro é de tipo (art. 20 §1º CP); se incidir sobre a existência ou sobre os limites dessa causa de justificação, o erro é de proibição (art. 21 CP).
ILICITUDE
É aquela relação de antagonismo, de contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico.
Quando o agente pratica uma conduta típica a regra será que essa conduta também seja antijurídica. Contudo, há ações típicas que se apresentam em face do direito como lícitas. Essas condições especiais em que o agente atua impedem que elas venham a ser antijurídicas. Essas condições são conhecidas como causas de exclusão da ilicitude.
Elementos Objetivos e Subjetivos nas Causas de Exclusão da Ilicitude: 
Elementos Objetivos – são aqueles expressos, ou implícitos, mas sempre determinados pela lei penal.
Elementos Subjetivos – vontade de agir com as causas de exclusão da ilicitude. Vontade de defender terceiro. Os elementos subjetivo do agente é indispensável. 
Causas Legais de Exclusão da Ilicitude – art. 23 a 25 CP.
ESTADO DE NECESSIDADE – art. 24 CP
A regra é de que ambos os bens em conflito estejam amparados pelo ordenamento jurídico. Contudo, em determinadas situações, somente um deles prevalecerá em detrimento do outro.
Para que se caracterize o estado de necessidade é preciso a presença de todos os elementos objetivos previstos no tipo do art. 24 CP, bem como o elemento de natureza subjetiva, que se configura no fato de saber ou pelo menos acreditar que atua nessa condição.
ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFICANTE E ESTADO DE NECESSIDADE EXCULPANTE
Para a Teoria Unitária, adotada pelo Código Penal, todo o estadode necessidade é justificante, ou seja, tem a finalidade de eliminar a ilicitude do fato típico praticado. Para essa teoria não importa se o bem protegido pelo agente é de valor superior ou igual aquele que está sofrendo a ofensa. Todo Estado de Necessidade é justificante.
Teoria Diferenciadora - existe uma divisão interna quanto a ponderação dos bens em conflito. Para uma corrente haverá estado de necessidade justificante somente nas hipóteses em que o bem afetado foi de valor inferior àquele que se defende. Quando o bem salvaguardado fosse de valor igual ou inferior àquele que se agride, o estado de necessidade seria exculpante.
PRATICA DE FATO PARA SALVAR DE PERIGO ATUAL – é a probabilidade do dano, que desencadeia a ação violentadora do bem jurídico alheio. Este perigo deve estar presente no momento da ação ou na iminência de produzir-se.
PERIGO PROVOCADO PELO AGENTE – a possibilidade de ser arguido o estado de necessidade, desde que a situação de perigo não tenha sido provocada pelo agente, quer dizer não ter provocado dolosamente a situação de perigo.
EVITABILIDADE DO DANO – Para que se possa alegar o Estado de Necessidade exige a lei que o agente, além de praticar fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, não tenha tido possibilidade de, no caso concreto, evitar o dano produzido para sua conduta. E sempre a alternativa menos gravosa é a que deverá ser escolhida.
ESTADO DE NECESSIDADE DE TERCEIRO – é perfeitamente possível o estado de necessidade de terceiro, desde que o bem em jogo não seja disponível, cabendo a sua defesa somente ao seu titular que, diante do caso concreto, pode optar em defendê-lo ou não. O titular do bem disponível pode, contudo, aquiescer para que terceira pessoa atue afim de salvaguardar seu bem, permitindo que esta última atue em estado de necessidade de terceiro.
RAZOABILIDADE DO SACRIFÍCIO DO BEM – aqui sobreleva a necessidade da ponderação dos bens em conflito, para se concluir se o bem que é defendido pelo agente é de valor superior, igual ou mesmo inferior àquele que é atacado.
Embora o CP tenha adotado a teoria unitária, se o bem que o agente defende for de valor inferior ao daquele que agride, mesmo que, nos termos da redação do art. 24, não se possa alegar o estado de necessidade, porque não era razoável agir desta forma, abre-se-lhe, contudo a possibilidade de ver discutido o fato em sede de culpabilidade, mais precisamente quando da análise da exigência de conduta diversa.
DEVER GERAL DE ENFRENTAR O PERIGO – art. 24 §1º CP – sendo conhecedores do risco que tais profissões impõem, é que o legislador criou a regra do §1º, esclarecendo que estes profissionais, geralmente, não podem alegar o estado de necessidade. Ex. se o bombeiro estiver tentando salvar patrimônio alheio e a sua vida passar a correr perigo extremo, poderá optar em salvar-se a preservar o patrimônio de outra pessoa.
ESTADO DE NECESSIDADE DEFENSIVO – quando a conduta do agente dirige-se diretamente ao produtor da situação de perigo, a fim de eliminá-la.
ESTADO DE NECESSIDADE AGRESSIVO – seria o estado de necessidade em que a conduta do necessitado viesse a sacrificar bens de um inocente, não provocador da situação de perigo.
ELEMENTO SUBJETIVO DO ESTADO E NECESSIDADE	– para que possa ser erigida uma causa de justificação, é preciso que o agente tenha conhecimento de que atua ou, no mínimo, acredita que atua, nessa condição. Caso contrário, não poderá por ela ser beneficiado.
FURTO FAMÉLICO
LEGÍTIMA DEFESA – Para que se possa falar em legítima defesa , que não pode jamais ser confundida com vingança privada, é preciso que o agente se veja diante de uma situação de total impossibilidade de recorrer ao Estado, responsável constitucionalmente pela nossa segurança pública, e, só assim, uma vez presente os requisitos legais de ordem objetiva e subjetiva, agir em sua defesa ou na defesa de terceiros.
Art. 25 CP
BENS AMPARADOS PELA LEGITIMA DEFESA – tem-se entendido que o instituto da legitima defesa tem aplicação na proteção de qualquer bem juridicamente tutelado pela lei. Contudo, o bem somente será passível de defesa se não for possível socorrer-se do Estado para a sua proteção. Ex. ameaça não pode pois como o mal não é iminente, tem como recorrer ao Estado.
LEGITIMA DEFESA AUTÊNTICA (real) – quando a situação de agressão injusta está efetivamente ocorrendo no mundo concreto. Se o agente nada fizer, o seu agressor, provavelmente, conseguirá o seu intento, que era o de causar lesão à sua integridade física.
LEGITIMA DEFESA PUTATIVA – quando a situação de agressão é imaginária, ou seja, só existe na mente do agente.
INJUSTA AGRESSÃO – agressão deve entender-se a ameaça humana de lesão de um interesse juridicamente protegido. Se entendermos como uma simples provocação, contra ela não poderá ser alegada a excludente em benefício do agente, e terá ele que responder penalmente pela sua conduta. Somente a agressão injusta abre a possibilidade ao agredido de se defender legitimamente nos limites legais, o mesmo não acontecendo com aquele que reage a uma provocação, pois que responderá pelo seu dolo, não havendo exclusão da ilicitude de sua conduta.
Pode ocorrer que o agente provocador, almejando produzir a morte do provocado, crie uma situação na qual este último pratique um ato de agressão para, somente após, sob o pretexto da legitima defesa, levar adiante o seu propósito de matá-lo. A impunidade buscada de propósito para matar ou lesionar alguém é uma “perversão” do direito de defesa ou um abuso desse direito e não pode ser coberta por esta causa de justificação.
MEIOS NECESSÁRIOS – são todos aqueles eficazes e suficientes à repulsa da agressão que está sendo praticada ou que está prestes a acontecer. É aquele que o agente dispõe no momento em que rechaça a agressão, podendo ser até mesmo desproporcional com o utilizado no ataque, desde que seja o único à sua disposição no momento, e dependendo a forma que está sendo realizado o ataque, pesando assim os bens jurídicos.
Porém não podemos deixar de destacar, que no momento do uso da legitima defesa, temos que agir com proporcionalidade e razoabilidade. A reação deve ser proporcional ao ataque, bem como deve ser razoável. Quando o agente tiver a sua disposição vários meios aptos a ocasionar a repulsa à agressão, deverá sempre optar pelo menos gravoso, sob pena de considerarmos como desnecessário o meio por ele utilizado.
MODERAÇÃO NO USO DOS MEIOS NECESSÁRIOS – Além de o agente selecionar o meio adequado a repulsa, é preciso que, ao agir, o faça com moderação, sob pena de incorrer no chamado excesso. Não é o número de golpes ou disparos, que caracteriza a moderação, levando o agente atuar em excesso. Pode acontecer que, para fazer cessar a agressão que está sendo praticada contra a sua pessoa, o agente tenha de efetuar, por exemplo, mais de 05 disparos, sem que isso possa conceituar-se como uso imoderado de um meio necessário.
Assim para que possamos verificar se o uso do meio necessário foi moderado ou não, é preciso que tenhamos um marco, qual seja o momento em que o agente consegue fazer cessar a agressão que contra ele era praticada. Tudo que fizer após esse marco será considerado excesso.
ATUALIDADE E IMINÊNCIA DA AGRESSÃO – atual é a agressão que está acontecendo; iminente é aquela que está prestes a acontecer, deve haver uma relação de proximidade. Se a agressão é remota, futura, não se pode falar em legitima defesa.
DEFESA DO DIREITO PRÓPRIO OU DE TERCEIRO – o animus do agente é que deverá sobressair, a fim de que possamos saber se, efetivamente, agia com a finalidade de defender a sua pessoa ou de auxiliar na defesa de terceiros. Dessa forma destaca- se o elemento subjetivo da legitima defesa.
Não cabe a legitima defesa de terceiro quando o bem for disponível, só podendo o terceiro intervir para defendê-lo com a autorização do seu titular.
ELEMENTO SUBJETIVO NE LEGITIMA DEFESA – Além da presença dos elementos objetivos descritos no tipo do art.25 CP é necessário a presença do elemento subjetivo, isto é, que o agente atue sabendo ou achando que está em legítima defesa. ANIMUS DEFENDENDI
LEGÍTIMA DEFESA RECIPROCA – de acordo com a leitura do art. 25 CP verificamos a total impossibilidade de ocorrer a LD Reciproca. Isto porque as duas agressões são injustas, não se cogitando, nessa hipótese, em legítima defesa, pois que ambas as condutas são contrárias ao ordenamento jurídico. Somente poderá ser aventada a hipótese de legítima defesa se somente um dos agentes agredir injustamente o outro.
EXCESSO NA LEGÍTIMA DEFESA – quando falamos em excesso, o primeiro raciocínio que devemos ter, posto que lógico, é que o agente, inicialmente, agia amparado por uma causa de justificação, ultrapassando, contudo, o limite permitido pela lei. 
Incorrerá em excesso, quando o agente mesmo depois de ter feito cessar a agressão que estava sendo praticada contra a sua pessoa, o agente não interrompe seus atos e continua com a repulsa. 
Toda conduta praticada em excesso é ilícita, devendo o agente responder pelos resultados dela advindos, isto é, por aquilo que ocasionar depois de ter feito cessar a agressão que estava sendo praticada. Podendo responder por dolo ou culpa.
EXCESSO INTENSIVO – quando o autor, “por consternação, medo ou susto excede a medida requerida para a defesa”.
EXCESSO EXTENSIVO – quando o agente, inicialmente, fazendo cessar a agressão injusta que era praticada contra a sua pessoa, dá continuidade ao ataque, quando este já não mais se fazia necessário.
EXCESSO NA CAUSA – quando há “inferioridade do valor do bem ou do interesse defendido, em confronto com o atingido pela repulsa”. Em situações como essas ocorrerá o excesso na causa , fazendo com que o agente responda pelo resultado, tendo em vista a gritante desproporção entre o bem ou interesse que se quer proteger em confronto com aquele atingido pela repulsa.
EXCESSO EXCULPANTE – o pavor da situação em que se encontra envolvido o agente é tão grande que não lhe permite avaliá-la com perfeição, fazendo com que atue além do necessário para fazer cessar a agressão.
LEGITIMA DEFESA SUCESSIVA – quando a agressão praticada pela o agente, embora inicialmente legítima, transformou-se em agressão injusta, por causa dos excessos. Nessa hipótese, quando a agressão praticada pelo agente deixa de ser permitida e passa a ser injusta , é que podemos falar em legítima defesa sucessiva, no que diz respeito ao agressor inicial.
OFENDÍCULOS – são aparelhos predispostos para a defesa da propriedade (arame farpado, cacos de vidros em muro e etc.) visíveis e a que estão equiparados os meios mecânicos ocultos (eletrificação de fios, de maçanetas de portas e etc.). SÃO ARTEFATOS DE DEFESA.
Natureza Jurídica
Nelson Hungria – considera como uma situação de legítima defesa preordenada. Isto porque os instrumentos só agiriam no momento da agressão.
Anibal Bruno – considera que aqueles que usam os ofendículos agem no exercício regular de um direito.
Porém independentemente de sua natureza jurídica os ofendículos são aceitos pelo nosso ordenamento jurídico, sendo que tem que tomar as precauções necessárias, sob pena de responder pelos resultados advindos.
EFEITOS CIVIS DA LEGÍTIMA DEFESA – Art. 188 CC.
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL 
Art. 23 III primeira parte CP
Possui elementos objetivos e subjetivos.
Primeiramente é preciso que haja um dever legal imposto ao agente, dever este que, em geral, é dirigido àqueles que fazem parte da administração pública.
Em segundo lugar, é necessário que o cumprimento a esse dever se dê nos exatos termos impostos pela lei, não podendo em nada ultrapassá-los.
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO
 Art. 23 III segunda parte CP.
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
É considerado causa supralegal, pois não encontra amparo expresso no CP.
Para ocorrer tem que atender alguns requisitos:
Que o ofendido tenha capacidade para consentir – tenha 18 anos completo;
Que o bem sobre o qual recaia a conduta do agente seja disponível – bem disponível é aquele exclusivamente de interesse privado, exemplo o patrimônio;
Que o consentimento tenha sido dado anteriormente ou pelo menos numa relação de simultaneidade à conduta do agente.
Integridade Física – Greco e Fragoso entendem que é um bem disponível desde que as lesões sofridas sejam consideradas de natureza leve.
CULPABILIDADE
É o juízo de reprovação pessoal que se realização sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente.
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 
Imputabilidade;
Potencial Consciência Sobre a Ilicitude do Fato;
Exigibilidade de Conduta Diversa;
INIMPUTABILIDADE – para que o agente possa ser responsabilizado pelo fato típico e ilícito por ele cometido é preciso que seja imputável. A imputabilidade é a possibilidade de se atribuir, imputar o fato típico e ilícito ao agente.
IMPUTABILIDADE
 
É constituída de dois elementos: 
Intelectual - CAPACIDADE DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO.
Volitivo - CAPACIDADE DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO. 
Hipóteses de INIMPUTABILIDADE:
INIMPUTABILIDADE POR DOENÇA MENTAL – doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, conforme o art. 26 CP. (oligofrênicos, idiotas, imbecis, débeis mentais). O Código Penal adotou o critério BIOPSICOLÓGICO, para aferição da inimputabilidade do agente.
Temos também os SEMI-IMPUTÁVEIS – parágrafo único do art. 26 CP.
INIMPUTABILIDADE POR IMATURIDADE NATURAL – ocorre em virtude de uma presunção legal, onde, entendeu o legislador que os menores de 18 anos não gozam de plena capacidade de entendimento que lhes permite imputar a prática de um fato típico e ilícito.
Aqui o Código Penal adotou o critério biológico.
EMOÇÃO E PAIXÃO – Art. 28 I CP – não excluem a imputabilidade penal
EMBRIAGUEZ – Art.. 28 II CP – não exclui a imputabilidade penal a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Existem duas formas de embriaguez:
Voluntária – é aquela prevista no inciso II do art. 28, e, mesmo sendo completa, permite a punição do agente, em face da adoção da teoria da ACTIO LIBERA IN CAUSA.
ACTIO LIBERA IN CAUSA – os casos em que alguém, no estado de não imputabilidade, é causador, por ação ou omissão, de algum resultado punível, tendo se colocado naquele estado, ou propositalmente, com a intenção de produzir o evento lesivo, ou sem essa intenção, mas tendo previsto a possibilidade do resultado, ou, ainda, quando a podia ou devia prever.
Na embriaguez voluntária, temos dois tipos:
A de sentido estrito – com a intenção de se embriagar;
Culposa – não age observando o dever de cuidado.
Ambas o agente será punido.
Embriaguez Preodernada – imputado a título de dolo. Art. 61, II, 1 CP.
2 - Embriaguez Involuntária – proveniente de caso fortuito (evento atribuído à natureza) força maior (aquele produzido pelo homem).
Art. 28 II
POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE –
ERRO DE TIPO – incidirá sobre os elementos, circunstâncias ou qualquer outro dado que se agregue à figura típica.
ERRO DE PROIBIÇÃO – procura-se verificar se nas condições em que se encontrava o agente tinha ele condição de compreender que o fato que praticava era ilícito. Art. 21 CP. Dá-se quando o agente por ignorância ou por uma representação falsa ou imperfeita da realidade supõe ser lícito o seu comportamento.
ESPÉCIES DE ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO
DIRETO – quando o erro do agente vem a recair sobre o conteúdo proibitivo de uma norma penal. Ex. um turista Holandês, ao ver um filme promocional do Brasil, percebe que um grupo de pessoas fumava um cigarro enrolado numa palha, dando a entender que se tratava de maconha. Dando a entender que no Brasil era permitido o uso da maconha. Logo ao chegar no Brasil acende um cigarro de maconha e é preso em Flagrante Delito.
INDIRETO – quando ocorre a suposição errônea de uma causa de justificação, se o autor erra sobre a existência ou os limitesda proposição permissiva (erro de permissão). Para que possamos melhor apontar as hipóteses devemos apontar a teoria limitada da culpabilidade e teoria extremada ou estrita da culpabilidade.
Teoria limitada da culpabilidade, se o erro do agente vier a recair sobre uma situação fática que, se existisse, tornaria a ação legítima, será considerado erro de tipo; agora, se incidir sobre a existência ou sobre os limites de uma causa de justificação, o erro será de proibição.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - Trata-se de um pressuposto da culpabilidade em que só devem ser punidos os comportamentos que poderiam ser evitados. Assim, quando não se pode determinar a conduta diversa por parte do agente, este é isento de crime, pois, não há reprovabilidade se na situação em que se achava não lhe era exigível comportamento diverso. Possibilidade de agir nos ditames do ordenamento jurídico, isto vale dizer que poderia ter atuado de maneira diversa da adotada.
Conceito – A possibilidade que tinha o agente de, no momento da ação ou omissão, agir de acordo com o direito, considerando-se a particular condição de pessoa humana.
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE POR INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – coação irresistível, obediência hierárquica e o aborto, quando a gravidez é causada por estupro (art. 128 II CP).
COAÇÃO IRRESISTÍVEL – art. 22 – coação moral e não física. Isso porque a coação física afasta a própria conduta do agente. EM VIRTUDE DA COAÇÃO A QUE FOI SUBMETIDO, NÃO SE LHE PODIA EXIGIR UMA CONDUTA CONFORME O DIREITO.
OBEDIÊNCIA HIERARQUICA - ESTRITA OBEDIÊNCIA A ORDEM NÃO MANIFESTAMENTE ILEGAL DE SUPERIOR HIERARQUICO.
Art. 22 – Requisitos:
Que a ordem seja proferida por superior hierárquico (hierarquia é relação de direito público);
Que	essa	ordem	não	seja	manifestamente	ilegal	 (se não for evidente a sua ilegalidade);
Que o cumpridor da ordem se atenha aos limites da ordem.
CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 CP – QUANDO DUAS OI MAIS PESSOAS CONCORREM PARA A PRÁTICA DE UMA MESMA INFRAÇÃO PENAL.
REQUISITOS
Pluralidade de agentes e de condutas;
Relevância causal de cada conduta; - se a conduta levada a efeito por um dos agentes não possuir relevância para o cometimento da infração penal, devemos desconsiderá-la e concluir que o agente não concorreu para a sua prática.
Liame subjetivo entre os agentes – vínculo psicológico que une os agentes para a prática da mesma infração penal.
Identidade de infração penal – quer dizer, que os agentes, unidos pelo liame subjetivo, devem querer praticar a mesma infração penal.
TEORIA SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS – com a finalidade de distinguir e apontar a infração penal cometida por cada dos seus participantes surgiram três teorias que estão a merecer destaque:
Teoria pluralista – haveria tantas infrações penais quantos fossem o número de autores e participantes. A pluralidade de agentes corresponde a pluralidade de crimes.
Teoria dualista – distingue o crime praticado pelos autores daquele cometidos pelos partícipes.
Teoria Monista - também conhecida como unitária, aduz que todos aqueles que concorrem para o crime, incidem nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Para esta teoria, existe um único crime, atribuído a todos aqueles que para ele concorreram, autores e partícipes. ADOTADA PELO NOSSO CÓDIGO PENAL.
AUTORIA – somente aquele que praticasse a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Todos os demais que, de alguma forma, o auxiliassem, mas que não viessem a realizar a conduta narrada pelo verbo do tipo penal seriam considerados partícipes.
Para teoria objetivo-formal, o autor é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo; todos os demais que concorrerem para essa infração penal, mas que não realizam a conduta expressada pelo verbo existente no tipo, serão considerados partícipes.
A teoria objetivo-material buscou suprir os defeitos da teoria objetivo-formal, oferecendo um complemento mediante a perspectiva da maior perigosidade que deve caracterizar a contribuição do autor ao fato em comparação com a do cúmplice, ou, como assevera Damásio, a teoria objetivo-material distingue autor de partícipe pela maior contribuição do primeiro na causação do resultado.
CONCEITO EXTENSIVO DE AUTOR – Todos aqueles que, de alguma forma, colaboram para a prática do fato, são considerados autores.
Somente temos como distinguir autoria e participação em um critério subjetivo. Por essa razão, o conceito extensivo de autor segue atrelado à teoria subjetiva da participação.
TEORIA SUBJETIVA procura traçar um critério de distinção entre autores e partícipes, valorando o elemento anímico dos agentes. Para esta teoria, o autor estaria realizando a conduta como o protagonista da história; já o partícipe, não querendo o fato como próprio, mas sim como alheio, exerce um papel secundário.
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO – para Welzel, a característica geral do autor é o domínio final sobre o fato. “Senhor do fato é aquele que o realiza em forma final, em razão de sua decisão volitiva. A conformação do fato mediante a vontade de realização que dirige em forma planificada é o que transforma o autor em senhor do fato”.
A teoria do domínio do fato é considerada objetivo-subjetiva. Aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do tipo penal tem o poder de decidir se irá até o fim com o plano criminoso, ou, em virtude de seu domínio sobre o fato, isto é, em razão de ser o senhor de sua conduta, pode deixar de lado a empreitada criminosa.
A teoria do domínio funcional do fato, adotada por um grande número de doutrinadores. O domínio será, portanto, sobre as funções que lhe foram confiadas e que têm uma importância fundamental no cometimento da infração penal.
A teoria do domínio do fato tem aplicação nos delitos dolosos, não sendo cabível, contudo, quando a infração penal tiver a natureza culposa, pois, conforme destacou José Cerezo Mir, a teoria em estudo “tropeça nos delitos imprudentes porque neles não se pode falar de domínio do fato, já que o resultado se produz de modo cego, causal, não finalista. Nos delitos imprudentes é autor todo aquele que contribui para a produção do resultado com uma conduta que corresponde ao cuidado objetivamente devido. Nos delitos dolosos é autor o que tem o domínio finalista do fato.
CO-AUTORIA

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