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farmacologia enfermagem nutricao

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
PROJETO: A VEZ DO MESTRE 
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR 
TURMA - 672 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma abordagem específica da Disciplina de 
Farmacologia nas diferentes áreas de conhecimento 
(Enfermagem, Nutrição) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2005. 
 
 
 
Aluno: Valério Antonio Ávila 
 
Orientadora: Maria Esther Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
RESUMO 
 
 
O conhecimento da farmacologia pelos profissionais de saúde é de grande importância 
devido sua abrangência na prática clínica. A utilização da farmacologia pelo Enfermeiro é 
muito freqüente uma vez que este profissional é responsável pela preparação de soluções 
medicamentosas e sua administração. Já para o Nutricionista, a farmacologia é um 
instrumento de conhecimento da história clínica do paciente o qual normalmente faz uso 
de drogas medicamentosas que podem sofrer interferência da prescrição nutricional. A 
interação entre o medicamento e determinados alimentos pode resultar em perda da 
eficácia do tratamento, para que isso não ocorra é necessária prescrição de uma dieta 
específica para determinado tratamento. Devido a grande importância do tema é 
necessário aplicar, nos cursos de graduação, uma didática de ensino com aulas 
específicas e seu direcionamento para cada área de conhecimento. Neste trabalho está 
sendo abordada a necessidade de uma adaptação da didática de ensino da farmacologia 
sendo aplicado a diferentes áreas. A abordagem de cada tema será apresentada de 
acordo com a influência deste nas áreas de atuação específica dentro da vivência prática 
da enfermagem e da nutrição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 
Para se fornecer substrato teórico para a discussão do tema “Uma abordagem 
específica da Disciplina de Farmacologia nas diferentes áreas de conhecimento 
(Enfermagem, Nutrição)”, foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica, que 
permitiu a cessar e manipular dados relativos ao assunto em questão. Foi feito um 
levantamento bibliográfico com o objetivo de determinar a necessidade do conhecimento 
específico da farmacologia na atividade profissional de Enfermeiros e Nutricionistas. 
 As fontes de informação e de pesquisa compreenderam as bibliotecas da UNIFOA 
(Centro Universitário Oswaldo Aranha - Volta Redonda – RJ) e da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro. A pesquisa bibliográfica é a realizada através da identificação, 
localização e compilação dos dados escritos em livros, artigos de revistas especializadas, 
publicações de órgãos oficiais, etc, sendo necessária a qualquer trabalho de pesquisa. 
Segundo Lakatos e Marconi (1989) este tipo de fichamento é definido como 
resumo do conteúdo, não possuindo julgamentos pessoais ou de valor. Uma vez fichado e 
organizado tematicamente, o material foi utilizado para a redação da monografia, onde se 
pode cruzar e explorar as idéias dos diversos autores em função do tema (Severino, 
1991). Durante o desenvolvimento do tema foi realizado uma analise interpretativa do 
material coletado sendo associado à descrição da atividade desenvolvida pelo autor na 
área proposta ao estudo. 
 De acordo com Marconi e Lakatos (1988), a análise e interpretação dos dados 
são duas atividades distintas, mas estreitamente relacionadas. “A análise é a tentativa de 
evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores”. Já, a 
interpretação é a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às 
respostas, vinculando-as a outros conhecimentos, que em geral, significam a exposição. 
 Os resultados aqui discutidos foram experiências vivenciadas em sala de aula, na 
qual foi aplicada uma didática de ensino direcionada a cada área de atuação. Devido ao 
melhor aproveitamento dos alunos com esta didática, surgiu-se a oportunidade de 
desenvolver e confeccionar o tema apresentado. 
 Ao término desta monografia, procurou-se, na interpretação, estabelecer um 
vínculo entre os principais fenômenos estudados, aos questionamentos e aos interesses 
específicos das áreas de atuação para que este conteúdo sirva como base crescente de 
informações. 
 
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Sumário 
 
 
Resumo 2 
 
Materiais e Métodos 3 
 
Introdução 5 
 
 
CAPÍTULO 1 - A FARMACOLOGIA NA VISÃO DO NUTRICIONISTA 
 
1.1 - Interação Fármaco-Nutriente 7 
1.2 - Interferência do Estado Nutricional na Biodisponibilidade dos Fármacos 8 
1.3 - Interferência do Fármaco no Estado Nutricional 9 
 
CAPÍTULO 2 - A FARMACOLOGIA NA VISÃO DO ENFERMEIRO 
 
2.1 – Enfermagem e prescrição de drogas 11 
2.2 – Aspectos Legais da Prescrição de Medicamentos pelo Enfermeiro no 
 Brasil 12 
2.3 – Cuidados de Enfermagem na Administração de Medicamentos 13 
2.4 – Reações Orgânicas ao uso de Drogas 13 
2.5 – O Papel Educativo do Enfermeiro na Prescrição e na Administração de 
medicamentos 13 
 
CAPÍTULO 3 - MÉTODOS E RESULTADOS 
 
3.1.- Adaptação das Aulas com Abordagem Específica 16 
3.2 - Metodologia aplicada 17 
 
CAPÍTULO 4 - DISCUSSÃO DOS MÉTODOS 
4.1 – Apresentação Oral de Situação Problema 19 
4.2. – Aulas Expositivas 19 
4.3 - Seminários com discussão 20 
 
CONCLUSÃO 21 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22 
 
 
 
 5 
INTRODUÇÃO 
 
A farmacologia é a ciência que estuda os fármacos e os medicamentos sob todos 
os aspectos, absorção, o destino no organismo, o mecanismo de ação e os seus efeitos. 
O conhecimento dos fármacos e o domínio de suas propriedades terapêuticas e tóxicas 
transformaram o uso da farmacologia através dos séculos. A drogas foram aos poucos 
ganhando importância e se transformando na principal arma dos médicos. Em sua 
totalidade, a farmacologia abrange o conhecimento da história, da origem, das 
propriedades físico-químicas, da composição, dos efeitos bioquímicos e fisiológicos, dos 
mecanismos de ação, absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos 
que serão posteriormente utilizados em vários estudos terapêuticos com o intuito de 
beneficiar o ser humano. 
 A aplicação dos conceitos da farmacologia nas diferentes áreas se torna muito 
importante tanto para o conhecimento como para a aplicação na vida profissional. A 
utilização destes conceitos farmacológica para o enfermeiro vem em acordo como a 
própria regulamentação da profissão de enfermagem, pois uma das especialidades deste 
profissional é justamente de aplicação de medicamentos, orientação quanto ao uso dos 
fármacos. Para o Nutricionista, o conhecimento destes conceitos é importante faz parte de 
um entendimento da vida e condutas, o que serve de ferramenta para uma escolha de 
uma dieta equilibrada. 
Este trabalho esta baseado em criar e discutir ações em que possa abordar uma 
melhor conduta diante das aulas teóricas e experimentais para um melhor desempenho 
dos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 CAPÍTULO 1 
 
A FARMACOLOGIA NA VISÃO DO NUTRICIONISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 A farmacologia para os nutricionistas deve ressaltar as interações fármaco-
nutriente, levando-se em consideração que este é o principal fator estudado pelos 
mesmos. 
 Como a principal via de administração é a via oral, essas interações são facilitadas. 
Devemos, dessa forma, considerar as mesmas que podem surgir antes ou durante a 
absorção gastrintestinal,no processo de biotransformação ou mesmo durante a excreção. 
Uma das razões para a ocorrência de tais interações é o fato de que tanto a absorção dos 
nutrientes como os dos fármacos ocorrem por mecanismos semelhantes e muitas das 
vezes, competitiva. 
 Para tal profissional, o conhecimento dos fármacos que têm sua velocidade de 
absorção e quantidade absorvida alteradas com a ingestão concomitante de alimentos, 
bem como aqueles que não são afetados, é de suma importância. Esta medida favorece a 
escolha de terapias mais eficazes. 
 
1.1 - Interação fármaco-nutriente: 
 
 Essas interações alteram a disponibilidade, a ação ou a toxicidade de uma das 
substâncias ou de ambas. Estas podem ser fisiológicas, físico-químicas ou 
patofisiológicas. ( Penildon, 2002 ) 
 A ingestão concomitante dos alimentos com os medicamentos pode ter efeito 
marcante na sua velocidade de absorção. Podendo diminuir sua biodisponibilidade e 
ocorrendo alterações na sua farmacodinâmica e terapêutica. 
 Alguns fármacos são administrados juntamente com alimentos para, por exemplo, 
diminuírem a irritação da mucosa gástrica que causam. 
 Podemos exemplificar diferentes naturezas de interações: 
- Alguns nutrientes alteram o processo de absorção dos fármacos; 
- Alguns nutrientes alteram o processo de biotransformação das certas substâncias; 
- Alguns nutrientes alteram a excreção de certos fármacos; 
- Certos fármacos podem alterar o estado nutricional dos pacientes; 
- O estado nutricional pode interferi sobre o metabolismo de certos fármacos, 
influenciando sue efeito terapêutico. (Rang, 2001) 
 A influência dos nutrientes sobre a absorção dos fármacos depende do tipo do 
alimento, intervalo do tempo da ingestão do alimento e da administração, formulação 
farmacêutica e volume de líquido com o qual ele é ingerido. 
 8 
 A ingestão de alimentos juntamente com o fármaco pode influenciar a 
biodisponibilidade do mesmo devido a diversos fatores. Os seguintes exemplos 
demonstram tais fatores. 
· Modificação do pH do conteúdo gastrintestinal, e dessa forma alterar a velocidade 
e extensão da absorção do fármaco; 
· Velocidade do esvaziamento gástrico, que aumenta o tempo de permanência do 
fármaco no trato digestivo, aumentando ou diminuindo sua absorção; 
· Aumento da atividade peristáltica do intestino, que aumenta a motilidade e 
secreção do intestino delgado, aumentando a dissolução do medicamento e com 
isso teremos uma maior superfície de contato, aumentando sua absorção; 
· Competição pelos sítios de absorção. Aquele que tiver maior afinidade pelo sítio 
terá maior absorção; 
· Fluxo sangüíneo esplâncnico que aumenta a biodisponibilidade sistêmica por 
diminuir o efeito de primeira passagem; 
· Ligação do fármaco com componentes dos alimentos, podendo ocorrer pelo 
mecanismo de quelação e com isso temos compostos não absorvíveis (quelatos). 
 
1.2 - Interferência do estado nutricional na biodisponibilidade dos fármacos: 
 
 A ação dos fármacos pode ser alterada devido a deficiências nutricionais, 
resultando em uma queda da resposta terapêutica. 
 A proteína é um dos componentes essenciais para termos uma boa velocidade no 
metabolismo do fármaco. Proteínas em grande quantidade e carboidratos reduzidos 
aumentam a velocidade do metabolismo de diversos fármacos. Isso se deve ao fato de as 
proteínas influenciar a atividade do citocromo P450 que altera a meia vida plasmática dos 
fármacos, aumentando-a ou reduzindo. ( Penildon, 2002 ). 
 
 
 9 
 
1.3 - Interferência do fármaco no estado nutricional: 
 
 Certos fármacos podem alterar o metabolismo dos nutrientes. Essas alterações 
desencadeiam disfunções no estado nutricional dos pacientes. 
 Alguns medicamentos provocam a perda de nutrientes e então se faz necessária à 
complementação dos mesmos na dieta. 
 A má absorção induzida por certos fármacos pode ser uma conseqüência dos 
efeitos dos agentes farmacológicos sobre a mucosa gastrintestinal ou pode ser ainda, 
causada pelo pobre estado fisiológico ou pela interferência do fármaco sobre o 
metabolismo de um nutriente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
A FARMACOLOGIA NA VISÃO DO ENFERMEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
Em seu cotidiano, o enfermeiro sempre lida com medicamentos. Tradicionalmente, 
a administração de drogas foi atribuída a esse profissional. No entanto, a partir de 1986, o 
enfermeiro passou também a poder prescrever medicamentos em algumas situações 
específicas, que estão previstas na lei do exercício – Lei número 7498. 
Prescrever ou administrar são tarefas que exigem desse profissional não só o 
conhecimento de algumas ciências como farmacologia e matemática, mas também no 
aspecto éticos e legais. Na farmacologia, é imprescindível conhecer não só os efeitos 
terapêuticos das drogas, mas também os efeitos colaterais, interações medicamentosas e 
alimentares, mecanismos de ação, posologia, via de administração, entre outros. A 
matemática é essencial, pois o enfermeiro muitas vezes precisa adequar as doses a ser 
administrado, calcular o gotejamento, diluir medicamentos, preparar soluções, etc. 
Além desses conhecimentos, o enfermeiro deve ter habilidade para lidar com as 
questões individuais que envolvem aspectos biológicos e psicológicos dos seus 
pacientes. Do ponto de vista biológico, deve-se considerar que indivíduos semelhantes 
podem responder de diferentes formas aos fármacos. É também necessária uma adesão 
pessoal do paciente à terapêutica indicada. O enfermeiro deve reconhecer que o 
medicamento não é útil apenas por sua ação química no organismo, mas também pela 
importância psicológica e emocional. (Lullmann, 2004). 
 
2.1 – Enfermagem e prescrição de drogas: 
 
 Em alguns países desenvolvidos, o papel da enfermagem abrange não 
somente a avaliação diagnóstica de determinadas doenças, como também permite que 
esses profissionais prescrevam determinados grupos de medicações. O domínio do 
conhecimento da farmacologia das drogas empregadas é essencial. Alguns profissionais 
atuam como especialistas reconhecidos em área como anestesia (CRNA – Certified 
Registered Nurse Anesthesists) e obstetrícia ou em atendimento especializados de 
doenças específicas como epilepsia, doença de Parkinson, esquizofrenia. Programas 
padronizados nas instituições, como contracepção e os de saúde pública (hanseníase, 
tuberculose, etc) também permitem prescrição de medicamentos. 
 12 
2.2 – Aspectos legais da prescrição de medicamentos pelo enfermeiro no Brasil: 
 
 A partir de 1986, a Lei nº 7.498, que regulamenta o exercício profissional de 
enfermagem, determina a prescrição, pelo enfermeiro, de medicações estabelecidas em 
programas de saúde pública e em rotina aprovada pelas instituições de saúde, tanto 
pública como privada. Tal determinação deu ao enfermeiro a autonomia de prescrever os 
medicamentos aos pacientes inscritos nos programas do Ministério da Saúde, como 
assistência aos pacientes portadores de tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente 
transmissíveis, hipertensão, leishmaniose, entre outros. Além desses, o enfermeiro 
passou a prescrever nas instituições hospitalares que tivessem como rotina da instituição 
o uso de medicamento para situações preestabelecidas. (Penildon, 2002). 
Com o processo de municipalização da saúde no país, o enfermeiro, pela sua 
formação generalista, foi fazendo-se necessário nos serviços municipais de saúde, para 
execução de atividades inerentesà atenção primária, secundária e terciária. 
 
 2.3 – Cuidados de enfermagem na administração de medicamentos: 
 
 Existem várias vias para administração de medicamentos. A escolha da via 
depende da apresentação do medicamento, da indicação clínica e das condições dos 
pacientes, porém qualquer que seja a via escolhida, o enfermeiro deve observar um 
princípio básico de seis certos: medir a dose certa, usar o medicamento certo, administrar 
o medicamento certo, administrar na hora certa, no paciente certo e na via certa. (Kaye, 
2004). 
 O medicamento nunca deve ser administrado quando não preparado pela própria 
pessoa. Jamais o profissional deve utilizar medicamentos que estejam em recipientes 
sem rótulos, ou com nome ilegível. O enfermeiro nunca deve executar uma prescrição 
com dose excessiva ou apenas com o código da droga, ou ainda sem explicar o nome ou 
sem antes discutir com quem prescreveu, pois o enfermeiro pode ser também 
responsabilizado pelos danos causados aos doentes nessas situações. 
 
 2.4 – Reações orgânicas ao uso de drogas: 
 
 Manifestações clínicas da toxicidade dos fármacos e suas reações adversas 
apresentam-se diferentes formas. Alguns estados patológicos podem ocorrer e devem 
 13 
estar sempre em mente dos profissionais da saúde para que sejam prontamente 
reconhecidos. 
· Hipoglicemia – tremores, pele fria e pegajosa, confusão mental, fadiga, 
respiração rápida e superficial, ansiedade, cefaléia, incordenação motora, 
parestesia na língua. 
· Hiperglicemias – pele quentes, secas e com hiperemia, poliúria, polidpsia, 
fadiga aguda, respirações profundas, alterações mentais e náuseas, 
polifagia. 
· Hipocalemia – fraqueza, parestesia das extremidades, câimbras, náuseas, 
vômitos, diarréias, diminuição dos ruídos intestinais, íleos paralíticos, 
distensão abdominal, pulso fraco e irregular. 
· Hipercalemia – dores abdominais, pele fria e pegajosa com turgor 
diminuídos, tremores e fraqueza muscular. 
· Depressão medular – febre, calafrios, dor na garganta, taquiesfigma, 
urgência miccional, leucócito na urina, eritema e irritação da mucosa oral. 
· Insuficiência cardíaca congestiva – dispnéia, tosse, distensão das veias 
cervicais, fadiga, cianose dos leitos ungueais. 
· Estomatite – eritema e queimação e ulceração da mucosa bucal. 
· Desidratação – turgor cutâneo diminuído, mucoso ressecadas, sede pele 
seca, olhos encovados e hipotensão postural. 
 
 2.5 – O papel educativo do enfermeiro na prescrição e na administração de 
medicamentos: 
 
 A questão básica é como estruturar uma prática de educação em saúde 
comprometida com interesses e necessidades do paciente, capacitando-o a participar 
plenamente do tratamento medicamentoso, ao qual será submetido. 
 É importante utilizar a educação em saúde como forma de democratizar a 
informações científicas sobre saúde, conscientizando o paciente do seu papel de sujeito 
ativo na evolução do processo terapêutico. (Giovani, 2001). 
 Para que alguém siga um tratamento, modifique seus hábitos, altere seu 
modo de vida ou adote novas condutas, é preciso muito mais que receber orientações, é 
preciso um entendimento do contexto em que as coisas ocorrem, por que ocorrem e o 
que pode ser feito para ser mudado. 
 14 
 Alguns aspectos devem ser destacados pelo enfermeiro durante o processo 
educativo, visando à adesão do paciente ao tratamento. 
· Sobre a doença – é importante procurar saber se o paciente entendeu 
o diagnóstico, o que é a doença, as possibilidades de cura, os fatores 
de riscos. 
· Sobre o tratamento – conhecer cada medicamento a ser utilizados, a 
dose, o horário, a via, os possíveis efeitos colaterais e o que fazer se 
ocorrerem, a duração do tratamento, as datas do retorno às 
consultas, a importância da assiduidade ao tratamento e as possíveis 
melhoras imediatas que não significam cura. 
· Sobre o seu modo de vida: se necessário evitar o álcool ou algum tipo 
de alimento por risco de interação com drogas utilizadas e possíveis 
riscos para o paciente; a importância do repouso diário e do uso de 
uma dieta saudável equilibrada, como coadjuvante do tratamento; se 
há necessidade de mudança de hábitos sexuais ou na rotina de seu 
trabalho profissional. 
· Sobre a sua família: algumas vezes o uso do medicamento requer a 
participação dos familiares que deverão estar a par da situação caso 
seja necessário algum tipo de ajuda ou interferência. 
· Sobre efeitos adversos: mesmo que não sejam freqüentes estes 
devem ser explicados ao pacientes, para que ele procure ajuda 
profissional imediatamente, caso ocorram. 
· Ser compreendido é a condição sine qua non para o sucesso ou não 
de um processo educativo. Certamente as causas do fracasso de um 
tratamento devem-se a fatores distintos, individuais e complexos, 
mas, pautando-se na prática, pode-se afirmar que, de maneira geral, 
a compreensão sobre o tratamento e a doença parece contribuir 
significativamente para o logrado êxito. 
 
O enfermeiro deve estar familiarizado com o manejo e conseqüentemente do uso 
dos fármacos. Dessa maneira, poderá obedecer aos cuidados devidos, reconhecer 
as principais manifestações adversas das medicações e orientar adequadamente o 
paciente e os familiares. 
 
 
 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 3 
 
MÉTODOS E RESULTADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.0 – MÉTODOS E RESULTADOS 
 
 
O projeto de uma aplicabilidade da farmacologia em uma abordagem mais próxima 
da realidade da formação do profissional em questão. Para um nutricionista que para o 
completo conhecimento e avaliação de todos os níveis hematológicos, perfil patológico e 
também o conhecimento das condutas terapêuticas por ele utilizadas, faz com que este 
profissional possa ter um melhor entendimento e desenvolvimento desta atividade. 
O grande desafio de conhecimento para o nutricionista e exatamente o 
conhecimento antes de qualquer parte o conhecimento das interações fármaco-nutriente. 
 O fundamento teórico importante para o conhecimento pelo nutricionista é uma 
formação inicial dos processos cinéticos e dinâmicos dos fármacos e bem como conhecer 
as vias e os efeitos nos processos de absorção dos fármacos e alimentos pelo trato 
gastro intestinal. 
 Como parte dos conhecimentos cinéticos, ou seja, o conhecimento na velocidade 
de absorção, e os fatores interferentes como solubilidade, efeito do pH, o tamanho da 
molécula, a capacidade de interação com as membranas biológicas. Os fatores 
importantes relacionados à distribuição dos fármacos pela corrente sanguínea, onde 
ocorrem uma grande interação das moléculas do fármaco com as proteínas plasmáticas, 
e esse efeito é um ponto de grande importância nas interações entre os fármacos e os 
nutrientes, pois tanto os fármacos como os nutrientes têm grande afinidade pelas 
proteínas plasmáticas, e esta disputa competitiva, pode intensificar o efeito farmacológico 
de uma determinada droga ou mesmo em determinados casos ter uma intoxicação 
alimentar provocada pela utilização de determinadas drogas. 
Quando se abordar os conhecimentos dinâmicos dos fármacos, é de grande 
relevância observar os fatores que alteram a meia vida de uma droga, ou seja, o tempo 
que esta droga demora em perder sua concentração plasmática. Geralmente determinado 
alimento pode fazer com que o fármaco possa ser mais ou menos efeito devido a uma 
redução de sua meia vida. 
 Mecanismo também envolvido na ação da droga, ou seja, a própria interação entre 
o fármaco com seu receptor específico, e sabe-se que esta interação ligada àconcentração do mesmo no organismo pode alterar esta função. 
 
 
 
 17 
3.1 - Adaptação das aulas com abordagem específica: 
 
 De acordo com que foi discutido anteriormente, baseado nas descrições anteriores, 
as abordagens das aulas devem ser com aplicação e discussões voltadas para este tipo 
de conhecimento em que o aluno possa sempre fazer uma relação do assunto em 
questão. As aulas devem ser sempre mostradas a importância do conhecimento e em 
possa ser aplicado para uma melhor resolução de uma problemática aplicada a sua 
atividade fim. Cabe ao mestre sempre demonstrar a aplicabilidade do assunto diante de 
seus alunos. 
3.2 - Metodologia aplicada: 
 O conteúdo programático deve ser elaborado sempre com esta questão de 
aplicação. As dinâmicas com a turma devem sempre voltadas para mostrar o conteúdo 
relacionado com a atividade. 
· Apresentação de situação problema ou casos clínicos é uma forma muito 
saudável de fazer este relacionamento. Esta situação faz com que o aluno 
vivencie uma problemática real. Esta dinâmica aplicada se torna importante 
porque o aluno discute a aplicação e ao mesmo tempo fixa mais o conteúdo 
teórico, é fundamental para este entendimento. 
· Apresentação e pesquisa bibliográfica e seminário com apresentação oral e 
resumos de trabalho escrito com a abordagem específica: Neste tópico 
podemos sempre exercitar com que o aluno faça uma pesquisa bibliográfica do 
conteúdo básico e necessário para fixar o conteúdo fundamental. Em uma 
segunda etapa o aluno terá uma oportunidade de exercitar a capacidade de 
colocar todos este conteúdo de aprendizado em forma textual, evidenciado já 
uma aplicação deste conteúdo na sua atividade profissional. 
· Apresentação Oral e discussão da apresentação junto com a turma: Nesta 
etapa de aplicação, quando o aluno depois de ter feito uma pesquisa 
bibliográfica em conteúdo básico e também abordou este conteúdo aplicado ao 
desenvolvimento da atividade. 
· A discussão em sala de aula no momento da apresentação dos seminários 
junto com a turma é de grande importância, pois faz com que a turma como um 
todo, participe da discussão do tema. É de grande importância é também os 
alunos colocarem experiências do dia, ou experiências do cotidiano voltado 
para o tema. Gera muita discussão e uma solidificação dos fundamentos 
básicos do tema 
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CAPÍTULO 4 
 
 DISCUSSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
4.0 – DISCUSSÃO DOS MÉTODOS 
 
 
4.1 – Apresentação oral de situação problema: 
 
Dentre as dinâmicas e artifícios didáticos aplicado e conhecidos, o estudo de casos 
clínicos ou situação problema torna o aprendizado mais consistente e uma maior fixação 
dos conceitos aplicados. A situação problema mostra uma realidade profissional e as 
possíveis dificuldades enfrentadas pelo profissional diante das situações. Com esta 
dinâmica o aluno visualiza e dificuldades e também se percebe uma avaliação do seu 
próprio conhecimento adquirido. Descobrem-se os tema nos quais deve ser reforçado. 
 
 4.2. – Aulas expositivas: 
 
As aulas expositivas servem para iniciar o primeiro contato do aluno com o tema, 
este apesar de ser uma dinâmica convencional na metodologia de ensino atual, o enfoque 
da disciplina de farmacologia para o enfermeiro e nutricionista deve ter um caráter não 
apenas de uma formação básica, e sim de uma visão aplicativo do conhecimento. A 
farmacologia é uma disciplina que não deve ter como característica principal, não apenas 
uma visão básica e sim de uma formação profissional. Baseado neste argumento, as 
aulas devem ser sempre abordadas, a aplicabilidade do conceito, demonstrando a 
importância na vida profissional do aluno. A utilização de exemplos reais faz como o 
mestre que lecionar esta disciplina tenha que se interagir com profissionais da área para 
que o mesmo possa dar esta noção para o aluno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
 4.3 – Seminários com discussão: 
 
Dentre as atividades do enfermeiro a aplicação de situações problemas ou casos 
clínicos específicos, que demonstre uma condição em que o aluno possa estar em 
contato com uma situação típica de sua futura vivência profissional. Em muitos casos o 
próprio profissional tem uma sensação muito próxima do ele irá vivenciar. A importância 
da escolha de um tema específica da atividade, bem como algum tema em que o aluno já 
tenha vivenciado ou mesmo tenha afinidade, faz com que a pesquisa e o estudo tenham 
grande êxito. Aliado a uma apresentação do grupo ou aluno, também é de grande 
importância o mestre provocar questionamento e simular situações mais complicada 
dentro do assunto abordado, com isso o aluno se torna obrigado a dar uma solução 
coerente diante do fato declarado ou mesmo ao assunto discutido. Esta técnica tem como 
resultado uma melhor fixação do assunto e também uma pequena vivencia teórica. 
A escolha dos temas para apresentação do seminário deve seguir a um critério de 
aplicabilidade do tema. 
· Os temas para área de enfermagem devem englobar assunto relacionado à 
aplicação e administração dos fármacos, atenção ao paciente que faz uso de 
medicamento, cuidados na preparação, conservação dos medicamentos, as 
incompatibilidades entre os medicamentos, e entre as soluções diluentes ou 
veículos de infusão. O conhecimento sobre os mecanismos de ação dos 
fármacos relacionando com isto uma provável ordem de infusão. 
· Os temas para área dos nutricionistas devem ser de escolha prático teórica, 
abordando temas como sendo, interações entre drogas e alimentos, droga com 
álcool, drogas com drogas, condições fisiológicas dos pacientes, como função 
gástrica, renal, hepáticas, todos são conceitos nos quais o aluno tenha uma 
noção exata de sua aplicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
CONCLUSÃO 
 
· Baseado nos objetivos propostos por este trabalho, pode-se concluir que as 
atividades desenvolvidas em sala de aula, despertam no aluno um maior 
interesse pelos temas apresentados. 
· O despertar do interesse do aluno em desenvolver um aprofundamento do 
tema, pois a mesmo esta vivenciando uma realidade bem próxima daquela 
prevista na atividade profissional. 
· Foi observado que os resultados obtidos com a prática aplicada da disciplina 
de farmacologia gerou-se um ambiente de discussão, onde pode constatar 
que houve um reforço do aprendizado. 
· Observou-se que houve uma grande procura pelos alunos, dos profissionais 
atuando em cada tema proposto, ocorrendo visitas em locais da própria 
atuação do futuro profissional. 
· Com as visitas em locais de atuação do profissional, o aluno passa ter um 
contato e familiarizar com o ambiente profissional, e suas realidades. 
· Para o discente de enfermagem, esta visitação é muito importante, pois o 
conhecimento de um ambiente hospitalar, e seu contato com as várias 
realidades de um hospital proporcionam um conhecimento e contato prévio 
das rotinas básicas profissionais. 
· Esta abordagem de assuntos aplicados a cada área de conhecimento, faz 
com que o docente atualize seus conhecimentos, e desenvolva aulas 
específicas para curso nas quais irá atuar. 
 
 
 
 22 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1. SOARES, R, Nelma, Administração medicamentos na enfermagem, editora EPUB, 
2001, Rio de Janeiro, RJ 1ª edição. 
2. GIOVANI, M.M, Arlete, Cálculo e administração de medicamentos, editora Legnar 
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