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1 
 
 
 
 
FARMACOTERAPIA E ATENÇÃO 
FARMACÊUTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
HISTÓRICO DA FARMÁCIA CLÍNICA ........................................................................ 4 
PRINCÍPIOS DA FARMÁCIA CLÍNICA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA .................... 7 
ATENÇÃO FARMACÊUTICA ...................................................................................... 8 
ATENÇÃO FARMACÊUTICA .................................................................................... 11 
PLANEJAMENTO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA ................................................ 13 
PRINCÍPIOS DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS ........................................................ 15 
SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA ............................................................................... 21 
MODELO DE FICHA DE ANAMNESE FARMACÊUTICA ......................................... 25 
SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DE PACIENTES ................................... 31 
Método de Dáder ....................................................................................................... 35 
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS - RAM ................................................ 43 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ........................................................................ 44 
FERRAMENTAS DA FARMÁCIA CLÍNICA ............................................................... 48 
FARMACOVIGILÂNCIA ............................................................................................ 48 
PROCESSO DE DISPENSAÇÃO - FARMACOVIGILÂNCIA .................................... 50 
FARMACOEPIDEMIOLOGIA .................................................................................... 51 
FARMACOECONOMIA ............................................................................................. 55 
Custos ....................................................................................................................... 56 
Tipos de Análise Econômica ..................................................................................... 58 
FARMACOCINÉTICA CLÍNICA ................................................................................. 61 
CENTRO DE INFORMAÇÕES SOBRE MEDICAMENTOS - CIM ............................ 62 
MEDICAMENTOS ESSENCIAIS ............................................................................... 63 
PESQUISA CLÍNICA ................................................................................................. 64 
PROTOCOLOS CLÍNICOS ....................................................................................... 68 
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA ............................................................................. 69 
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA ............................................................................. 70 
FARMÁCIA CLÍNICA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM GRUPOS ESPECÍFICOS 
DE PACIENTES ........................................................................................................ 70 
PACIENTE HIPERTENSO ........................................................................................ 71 
Investigação Clínica e Decisão Terapêutica.............................................................. 72 
Tratamento Não Farmacológico ................................................................................ 73 
Tratamento Medicamentoso ...................................................................................... 74 
 
 
 
3 
 
 
PACIENTE DIABÉTICO ............................................................................................ 77 
Diagnóstico................................................................................................................ 78 
Prevenção ................................................................................................................. 78 
Esquemas Farmacoterapêuticos ............................................................................... 79 
PACIENTE DISLIPIDÊMICO ..................................................................................... 81 
Tratamento farmacoterapêutico ................................................................................ 83 
PACIENTE ASMÁTICO ............................................................................................. 84 
CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE ASMÁTICO .................................................... 85 
Atendimento ao Paciente Asmático ........................................................................... 86 
PACIENTE ONCOLÓGICO ....................................................................................... 87 
Protocolo de Acompanhamento nervoso e preocupado com a doença .................... 89 
PACIENTE IDOSO .................................................................................................... 91 
Princípios de Prescrição de Drogas para Idosos....................................................... 91 
SAÚDE DA MULHER ................................................................................................ 94 
PACIENTE GESTANTE ............................................................................................ 96 
USO DE MEDICAMENTOS NA LACTAÇÃO .......................................................... 102 
PACIENTE PEDIÁTRICO........................................................................................ 104 
USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS ............................................................. 106 
FARMACOLOGIA CLÍNICA .................................................................................... 111 
FARMACOCINÉTICA CLÍNICA ............................................................................... 111 
FARMACODINÂMICA CLÍNICA .............................................................................. 113 
CONSIDERAÇÕES FARMACOLÓGICAS FINAIS .................................................. 116 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 121 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
HISTÓRICO DA FARMÁCIA CLÍNICA 
 
Ao final da segunda Guerra Mundial dá-se início a história da farmácia clínica 
moderna. Devido ao ambiente de grande desenvolvimento tecnológico e econômico, 
ocorreu o lançamento de diversos medicamentos e a entrada de uma tecnologia 
farmacêutica capaz de uma produção em grande escala. 
O grande desenvolvimento tecnológico, principalmente dos EUA, fez com que 
houvesse uma inversão de valores, diminuindo a produção de medicamentos de 
manipulação magistral (manipulação de fármacos de forma rústica e em pequena 
escala), para a produção de medicamentos em grande escala, por meio da indústria 
farmacêutica. 
Por intermédio desses fatos, os farmacêuticos começaram a repensar o 
currículo dos cursos de Farmácia, tendo um direcionamento para as atividades 
clínicas. Isso acarretou em uma mudança no eixo de pensamento, em que o 
farmacêutico começa migrar da manipulação para a assistência aos pacientes. 
 
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NA 2ª GUERRA MUNDIAL 
<http://www.tevabrasil.com.br/main/sobre-nos/linha-do-tempo/>. 
 
A partir da década de 60, devido ao uso indiscriminado do medicamento 
talidomida e as sequelas trágicas por ele ocasionadas, ocorreu uma maior 
preocupação com o usuário do medicamento, sendo que, tornou-se imprescindível a 
avaliação clínica das novas drogas e o acompanhamento em longo prazo dos 
medicamentos comercializados. 
Começam a surgir nessa ocasião às ciências como a farmacoepidemiologia e 
http://www.tevabrasil.com.br/main/sobre-nos/linha-do-tempo/
 
 
 
5 
 
 
a farmacovigilância em que, o acompanhamento do uso dos medicamentos 
comercializados começa a melhorar a segurança do usuário de medicamentos. 
 
TRAGÉDIA DA TALIDOMIDA 
<http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0506/talidomida/efeitos.htm>. 
 
O mundo passava por uma transformação intensa neste período, e as 
Ciências Farmacêuticasnão ficaram para traz, acompanhando toda esta mudança 
pós-guerra. Entretanto, elas não chegaram ao nosso país, nesse primeiro momento, 
pois o modelo adotado aqui contemplava a formação por meio das habilitações nas 
áreas de análises clínicas, industrial ou de alimentos. E as disciplinas da área 
clínica, farmacologia clínica, farmacoterapia e semiologia eram praticamente 
inexistentes na prática, enquanto as disciplinas voltadas para a química (geral, 
orgânica, analítica e físico-química) dominavam a grade curricular dos cursos de 
http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0506/talidomida/efeitos.htm
 
 
 
6 
 
 
farmácia. 
No país, esse panorama começou a alterar, quando farmacêuticos em 
hospitais começaram a introduzir novas técnicas de dispensação, tais como: dose- 
unitária e as atividades clínicas na rotina de trabalho. Na década de 80, começaram 
a surgir nos cursos de graduação de Farmácia, em algumas instituições de ensino 
superior, as disciplinas de Farmácia hospitalar, Farmácia clínica e farmacoterapia, 
gerando o início das atividades clínicas também fora dos hospitais. 
Por volta de 1990 o farmacêutico retorna às origens e reencontra a vocação 
assistencial, nesse mesmo período surge à atenção farmacêutica, sendo 
considerada, hoje em dia, a principal atividade do farmacêutico. 
A atenção farmacêutica é um processo dinâmico e que abrange diversas 
áreas, tais como: anamnese, análise, orientação, seguimento, conhecimentos de 
farmacologia, patologia, semiologia, interpretação de dados laboratoriais e as 
relações interpessoais. 
Mais recentemente ocorreu a introdução do perfil generalista para as 
faculdades de farmácia, com o foco voltado para as atividades clínicas, em que 
ganhou grande destaque as disciplinas de Farmácia clínica, farmacoterapia, 
Farmacologia clínica e atenção farmacêutica. 
 
FARMACÊUTICO GENERALISTA 
 
<http://hrhds.blogspot.com.br/2012/01/farmaceutico-parabens-pelo-seu- 
dia.html>. 
 
Hoje a prática clínica na farmácia é um instrumento imprescindível para o 
http://hrhds.blogspot.com.br/2012/01/farmaceutico-parabens-pelo-seu-
 
 
 
7 
 
 
sucesso terapêutico, assim como uma peça fundamental e segura na dispensação e 
administração de fármacos, para o paciente. 
Para que os farmacêuticos possam desempenhar, da melhor forma possível, 
a farmácia clínica e a assistência farmacêutica, possibilitando com essas 
ferramentas aumentar a eficácia e segurança da terapia, ele deve estar muito atento 
às novidades do ramo, assim como devem estar muito bem informados, 
principalmente sobre o uso racional de medicamentos e a farmacoterapia. 
É preciso deixar bem claro que a Farmácia Clínica não está exclusivamente 
voltada para o ambiente hospitalar, sendo que, ela pode ser exercida em todas as 
áreas de atuação do farmacêutico, em que ele esteja em contato direto com o 
paciente. 
Na farmácia clínica o objetivo principal é alcançar os resultados, ou seja, a 
cura do paciente. Por meio do nosso curso, o farmacêutico terá as ferramentas 
básicas de trabalho para o exercício da farmácia Clínica. 
Aquele profissional que deseja trabalhar em contato direto com os pacientes, 
exercendo a clínica farmacológica, deve ter uma série de conhecimentos e 
habilidades específicas, as quais serão discutidas no decorrer do nosso curso. 
 
PRINCÍPIOS DA FARMÁCIA CLÍNICA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA 
 
Na atualidade, o profissional que deseja trabalhar na Farmácia Clínica, 
exercendo principalmente a atenção farmacêutica, precisa ter muito bem definidos 
alguns conceitos, e saber o tamanho de sua responsabilidade para o sucesso 
farmacoterapêutico do paciente. 
Com a atenção farmacêutica você poderá melhorar os resultados clínicos, por 
meio de um direcionamento da terapia farmacológica, com aconselhamentos de 
condutas terapêuticas, programas educativos sobre os medicamentos, e até mesmo 
a elaboração de protocolos clínicos terapêuticos. 
Para que se alcance este objetivo, você deve estabelecer estes protocolos e 
principalmente realizar um acompanhamento / monitoramento dos resultados junto 
ao paciente. É muito importante que o profissional esteja sempre motivando o 
paciente, para que o mesmo não abandone o tratamento farmacológico. 
O farmacêutico é o profissional da saúde mais próximo da população, por 
isso, é uma peça fundamental para o sucesso e adesão do paciente ao tratamento 
 
 
 
8 
 
 
farmacológico. O tratamento e as condutas podem ser realizados de forma 
individual, em grupos ou em família. Cabe ao profissional identificar qual a melhor 
conduta a ser realizada. 
Sendo o farmacêutico, o elo do processo paciente/medicamento, você deve 
sempre que possível realizar um trabalho multidisciplinar, informando os outros 
profissionais envolvidos, sobre os possíveis erros ou melhorias que podem ser 
adotadas na terapia, para que o paciente assuma o tratamento farmacológico da 
forma correta. 
Diversos estudos apontam que uma atenção farmacêutica realizada da forma 
correta, aumenta a adesão do paciente ao tratamento, reduz os custos com 
internações no sistema de saúde, ao controlar e notificar reações adversas, 
interações farmacológicas, alcançando com isso uma melhora na qualidade de vida 
do paciente. 
Segundo Bisson (2007), podemos definir a farmácia clínica como sendo, toda 
a atividade executada pelo farmacêutico voltada diretamente ao paciente por meio 
do contato direto com este ou pela orientação a outros profissionais clínicos, como o 
médico e o dentista. 
A atenção farmacêutica está inserida dentro do conceito de Farmácia clínica, 
e é a principal ferramenta utilizada na prática clínica. 
Segundo Hepler & Strand (1990), a missão principal do farmacêutico é prover 
a atenção farmacêutica, que é a provisão responsável de cuidados relacionados a 
medicamentos com o propósito de conseguir resultados definitivos que melhorem a 
qualidade de vida dos pacientes. 
 
ATENÇÃO FARMACÊUTICA 
<http://semanaracine.com.br/tag/assistencia-farmaceutica/>. 
http://semanaracine.com.br/tag/assistencia-farmaceutica/
 
 
 
9 
 
 
A melhora da qualidade de vida do paciente é o objetivo principal da farmácia 
clínica e da atenção farmacêutica. Entende-se como melhora de vida do paciente, os 
seguintes pontos: 
 
* Cura da doença; 
* Eliminação dos sintomas; 
* Controle do progresso da doença; 
* Prevenção das doenças ou dos sintomas. 
 
Para que esses pontos sejam alcançados o farmacêutico deve identificar os 
problemas relacionados aos medicamentos, resolver estes problemas e preveni-los. 
Na tabela serão apresentados os problemas mais relacionados com os 
medicamentos. 
 
TABELA - PRINCIPAIS PROBLEMAS COM MEDICAMENTOS 
Problema Definição do Problema 
 
Indicações sem tratamento 
Quando o paciente tem um problema e não está 
recebendo um tratamento medicamentoso. 
 
Sobredosagem 
É um problema muito sério, podendo levar à morte. 
Ocorre quando a dose estipulada para o tratamento é 
muito elevado, podendo ser tóxica. 
 
Seleção inadequada do medicamento 
É outro problema grave, ocorre quando o tratamento 
farmacológico não é indicado 
para a patologia do paciente. 
 
 
Dosagem Subterapêutica 
Diferentemente da seleção inadequada do 
medicamento, o paciente está recebendo o 
medicamento correto, mas em uma dosagem inferior 
a dosagem 
terapêutica. 
 
 
 
10 
 
 
FONTE: Adaptado do livro Farmácia Clínica & Atenção farmacêutica. Bisson, 
Marcelo Polacow (2007). 
 
Além desses problemas citados no quadro acima, temos que ter em mente 
que o tratamento farmacológico é algo individual, ou seja, cada paciente pode ter 
uma resposta única para um mesmo medicamento. Cabe aí a experiência do 
profissional no acompanhamento e na análise dos possíveis problemas que o 
paciente pode apresentar. 
Outro fator importante que podemos citar é a vontade do paciente, ou seja, o 
paciente é responsável pelo sucesso terapêutico. Uma vez que,o não cumprimento 
das determinações do prescritor e das orientações do farmacêutico, no ato da 
compra, não seja cumprido, o tratamento farmacológico terá uma grande 
probabilidade de falha ou, dependendo do caso, de uma cura parcial da patologia. 
Por esse motivo, durante o atendimento farmacêutico, deve ser frisado que ele, o 
paciente, tem uma grande parcela de responsabilidade para com o sucesso do 
tratamento, seja ele farmacológico ou não. 
Segundo Bisson (2007), a relação paciente-farmacêutico é fundamental para 
atingir os objetivos propostos, porém é necessário haver pleno consentimento por 
parte do primeiro para a realização do processo de acompanhamento 
farmacoterapêutico e educação. 
 
 
Não recebimento da medicação 
Este é um problema social, em que por questões 
financeiras, político e pessoal, o paciente não recebe 
a medicação para 
o seu tratamento. 
 
 
RAM - Reação Adversa ao 
Medicamento 
Como o próprio nome já diz, é um problema 
relacionado a um efeito adverso ou uma reação 
adversa ao medicamento, o qual faz com que o 
paciente deixe de utilizar o medicamento. 
 
Interações Medicamentosas 
É um dos problemas mais comuns na 
atualidade, ocorre devido à interação dos 
medicamentos utilizados com outros medicamentos, 
alimentos ou exames laboratoriais. 
Automedicação Problema gravíssimo e muito comum, quando o 
paciente utiliza medicamentos indicados por amigos, 
vizinhos, conhecidos, balconistas. 
 
 
 
11 
 
 
É necessário que haja uma relação de consentimento, confiança mútua, além 
de uma autorização formal para que o farmacêutico exerça suas atividades clínicas. 
Durante a consulta, o farmacêutico deve passar segurança e confiança para o 
paciente, principalmente sobre os assuntos ali tratados, deixando bem claro a 
confidencialidade da consulta, mantendo sigilo de todas as informações ali ditas. 
O paciente sentindo essa confiança no profissional passará cada vez mais 
informações importantes, que auxiliaram o profissional na orientação ao tratamento 
mais adequado. 
A OMS / OPAS trata que "a missão da prática farmacêutica é prover 
medicamentos e outros produtos e serviços para a saúde e ajudar as pessoas e a 
sociedade a utilizá-los da melhor forma possível." 
A prática da Farmácia Clínica busca a promoção da saúde por parte do 
farmacêutico, e a atenção farmacêutica está inserida neste contexto. Entende-se por 
promoção da saúde o resultado definitivo da cura, o controle e/ou retardamento de 
uma patologia, compreendendo aspectos de eficácia e segurança. 
Dentro da atenção farmacêutica estão inseridas algumas condutas, dentre 
elas podemos citar o atendimento farmacêutico e a intervenção farmacêutica. 
 
ATENÇÃO FARMACÊUTICA 
 
Atualmente o Farmacêutico em suas atividades rotineiras na farmácia / 
drogaria comercial e até mesmo hospitalar, fica envolvido em muitos processos 
administrativos / burocráticos e, esquece-se do seu foco principal, que é o 
atendimento de qualidade ao paciente. Temos que gerenciar melhor o nosso tempo, 
delegando certas tarefas aos colaboradores / funcionários do estabelecimento e 
informatizar os processos rotineiros, para que consigamos maximizar tempo, e com 
isso, colocar o paciente como foco principal de trabalho. 
Quando não há possibilidade do Farmacêutico responsável delegar certas 
tarefas, pois se trata de funções exclusivas, e que necessitam de conhecimento 
técnico elevado para o exercício da função, o farmacêutico deve propor a 
contratação de outros profissionais farmacêuticos, para que os mesmos realizem a 
atenção farmacêutica e o ajude nos processos específicos. Porém, nós sabemos 
que nem sempre é possível a contratação de outros profissionais e é aí que 
deixamos de lado a atenção farmacêutica (paciente) e ficamos envolvidos apenas 
 
 
 
12 
 
 
com os processos administrativos / burocráticos. 
Essa situação é muito comum em diversos estabelecimentos, onde, na 
maioria das vezes a população não sabe nem quem é o farmacêutico e o confunde 
com um balconista ou técnico, pois o mesmo sempre está envolvido na frente de um 
computador resolvendo problemas administrativos, tais como: Relatórios, compras, 
planejamentos, armazenamento de medicamentos e outros. 
Temos que mudar este panorama, utilizando nossos conhecimentos 
específicos, demonstrando a importância da Atenção farmacêutica e os resultados 
alcançados. Mas para que o Farmacêutico brasileiro possa mudar este panorama 
ele deve estar apto a desenvolver a atenção farmacêutica, o que exige o 
desenvolvimento de suas habilidades e conhecimentos. 
Para o exercício da atenção ao paciente, o profissional deve ter os seguintes 
conhecimentos / habilidades: 
 
 Ter habilidades interpessoais, ou seja, ser uma pessoa
 social, comunicativa de fácil relacionamento; 
 Conhecer profundamente as patologias; 
 Conhecimento da terapia farmacológica e consequentemente 
 da farmacologia; 
 Conhecimento de terapias alternativas; 
 Saber interpretar exames laboratoriais de forma correta; 
 Ter uma planilha de controle e monitoramento do paciente; 
 Ter o mínimo conhecimento sobre a avaliação física do paciente; 
 Deve ter um planejamento terapêutico. 
 
Como podemos observar são diversas, as habilidades e conhecimentos que o 
profissional deve possuir para exercer a Atenção correta ao paciente. A atenção 
farmacêutica pode ser realizada em praticamente todos os campos de atuação do 
farmacêutico, desde que haja um contato entre o farmacêutico e o paciente. 
Segue abaixo algumas áreas de atuação do farmacêutico que podemos 
desenvolver a atenção farmacêutica ao paciente: 
 
 Farmácia Hospitalar e seus setores (ambulatório, UTI, etc.); 
 
 
 
13 
 
 
 Farmácia pública; 
 Farmácia Nuclear, entre outras. 
 
A atenção farmacêutica é muito útil no acompanhamento de pacientes, 
principalmente para aqueles grupos especiais, tais como: idosos, crianças, obesos, 
psiquiatria, diabéticos, hipertensos, asmáticos, entre outros. 
A atenção farmacêutica deve ser uma prática focada no paciente. Segundo 
Bisson (2007), a prática focada no paciente baseia-se no fato de o farmacêutico 
colocar como centro do seu trabalho o cuidado do paciente, deixando de lado todas 
as outras funções (manipulação, logística e administração, entre outras). 
Além da dispensação de medicamentos, o farmacêutico deve conferir todas 
as prescrições que chegam até ele, utilizando para isso, todos os seus 
conhecimentos técnicos científicos, os relativos às reações adversas a 
medicamentos, dados farmacocinéticos e perfil clínico do paciente, com o objetivo 
de buscar o melhor acompanhamento farmacoterapêutico. Eventuais intervenções 
propostas aos pacientes ou aos prescritores devem ser anotadas em fichas próprias 
ou arquivos informatizados. 
 
PLANEJAMENTO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA 
 
Podemos evidenciar que a atenção farmacêutica necessita de diversos 
conhecimentos e pode ser aplicada em diversas áreas dentro da farmácia. Mas para 
que seja possível a implantação correta da atenção ao paciente é preciso que o 
farmacêutico saiba planejar, ou seja, deve ser realizado um planejamento cuidadoso 
e muito bem elaborado, para que sejam alcançados os resultados esperados. 
Nesse planejamento o farmacêutico deve ter em mente alguns pontos, antes 
de iniciar um modelo de projeto de atenção farmacêutica. Para isso, ele deve 
realizar os seguintes questionamentos: 
 
* Qual a realidade desta região? (perfil dos pacientes - socioeconômico, 
sexo, idade, escolaridade e religião); 
* Que tipo de atenção farmacêutica será realizado?
 (Ambulatorial, residencial, Farmácia comercial ou pública); 
 
 
 
14 
 
 
* Quais as patologias mais comuns nesta região? (perfil epidemiológico) 
* Que tipos de instalações físicas você possui? 
* Qual será o protocolo de trabalho? 
* Há necessidade de outros profissionais? Qual a
 quantidade? (farmacêuticos, técnicos ou outros).Após esses questionamentos o farmacêutico já terá condições de montar um 
projeto de atenção farmacêutica, em que deverão constar os motivos da atenção 
farmacêutica naquela região, assim como os benefícios e os resultados que serão 
esperados com a ação. Nesse projeto devemos detalhar as atividades que serão 
desenvolvidas, quais profissionais estarão envolvidos, que tipo de materiais será 
necessário e a verba necessária para a realização. Outro ponto importante que deve 
constar no projeto de atenção farmacêutica é o cronograma de realização das 
atividades, ou seja, o cronograma de implantação. Para finalizar, devem ser 
colocados os resultados, apresentados na forma de planilhas, gráficos, tabelas, etc. 
Acabamos de resumir um processo de planejamento e de elaboração de um 
projeto de atenção farmacêutica. É importante destacar que, o farmacêutico deve 
elaborar o seu projeto de atenção farmacêutica voltada para a realidade da região 
em que atua. 
Na figura damos um exemplo simples de modelo de projeto de Atenção 
farmacêutica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
FIGURA - MODELO DE TRABALHO EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA 
 
 
FONTE: Adaptado de OPAS / OMS (2002). 
 
PRINCÍPIOS DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS 
 
Entende-se por prevenção de doenças, todas as técnicas/ferramentas 
utilizadas por profissionais de saúde (Médicos, farmacêuticos, enfermeiros, etc.) 
para se evitar a instalação de uma patologia/doença. 
Como dito anteriormente o principal objetivo da Farmácia clínica é a cura ou 
prevenção de doenças, em que o médico e o farmacêutico são peças fundamentais 
no sucesso da terapia, desempenhando um papel importantíssimo na educação do 
paciente. 
Para o sucesso da prevenção de doenças é necessário uma atividade 
multidisciplinar, em que o médico e farmacêutico sejam parceiros, onde cada um, 
atuando na sua área, pode contribuir ainda mais para o sucesso terapêutico, 
principalmente na prevenção de doenças. Tanto o médico quanto o farmacêutico 
possuem o mesmo objetivo, que é a prevenção, tratamento e cura do paciente, por 
esse motivo devem trabalhar em conjunto. 
 
 
 
16 
 
 
Embora as evidências demonstrem que o serviço de prevenção, realizado 
primeiramente pelo médico e posteriormente pelo farmacêutico, possa reduzir muito 
os custos médico-hospitalares, contribuindo para prolongar a vida dos pacientes, ela 
não vem acontecendo, ou vem acontecendo em casos raros. 
A informação correta é a melhor maneira para ajudar na prevenção de 
doenças, quando esta informação não é passada no consultório médico, ou o 
paciente não a entende corretamente, o farmacêutico deve enfatizar as informações 
corretas sobre o uso dos medicamentos e informações sobre cuidados não 
medicamentosos que o paciente possa necessitar. 
Basicamente a prevenção de saúde pode ser dividida em prevenção primária, 
secundária e terciária. Em que, a prevenção primária é o conjunto de ações que tem 
por objetivo evitar a doença na população. Para isso, devem ser removidas as 
causas da doença, diminuindo com isso a incidência da mesma. A vacinação, o 
tratamento de água, informações sobre doenças, são todos exemplos de prevenção 
primária. 
Já a prevenção secundária pode ser definida como sendo uma série de 
medidas que objetivam impedir a evolução da doença já existente, ou seja, 
detectando a doença precocemente e com isso evitando as suas complicações. O 
autoexame de mamas são exemplos clássicos de prevenção secundária. 
Por fim, a prevenção terciária pode ser definida como sendo a reabilitação e a 
reinserção social do paciente, em que por meio de ações, objetiva reduzir a 
incapacidade de forma a lhe proporcionar melhores condições de vida. 
 
FIGURA - NÍVEIS DA PREVENÇÃO 
<http://www.inf.furb.br/sias/saude/Textos/Prevencao.htm>. 
http://www.inf.furb.br/sias/saude/Textos/Prevencao.htm
 
 
 
17 
 
 
 
Na Farmácia Clínica, mais precisamente na atenção farmacêutica, o foco 
principal será a prevenção primária, pois, devemos sempre orientar para evitar a 
instalação da doença. A maioria das doenças pode ser evitada e na maioria das 
vezes apenas com a orientação preventiva. 
No caso do tabaco, uma importante substância responsável por inúmeros 
casos de problemas pulmonares, além de cânceres. O farmacêutico deve saber a 
melhor forma de conduzir uma consulta farmacêutica para este tipo especial de 
paciente, podendo enfatizar os seguintes pontos para o paciente, durante a consulta: 
 
* Você sabe quais os riscos para a sua saúde com o uso do tabaco? E 
para os seus familiares não fumantes, sabe quais as consequências? 
* Você tem vontade de parar com o tabaco? Está preparado para 
abandonar este vício? 
* Sabe quais são as alternativas farmacológicas ou não farmacológicas 
para abandonar este vício? 
 
São questionamentos que irão aproximá-lo do paciente. Lembre-se que o 
farmacêutico deve entender e demonstrar profundo conhecimento sobre o assunto, 
respondendo e sanando todas as dúvidas que pairam no ar. Lembre-se que você 
jamais deve ser autoritário com o paciente, muito pelo contrário, deve ganhar sua 
confiança, para que consiga alcançar os objetivos. Deve enfatizar para o paciente 
que só depende dele para abandonar o vício e que ele é o fator principal para o 
sucesso da terapia. 
Após todos esses esclarecimentos, você deve estabelecer, juntamente com o 
paciente, uma data para a parada da nicotina, acompanhá-lo durante todo este 
processo, inclusive elevando sua moral e força de vontade, isso pode ser feito por 
literaturas especializadas sobre o assunto, dependendo do caso pode-se utilizar 
uma suplementação de nicotina para auxiliar no processo e melhorar a perspectiva 
de sucesso. Deve orientar o paciente que ele deve realizar um acompanhamento 
médico durante todo este processo. 
 
 
 
 
18 
 
 
FIGURA - TABACO - VOCÊ SABIA? 
 
http://afepunesp.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html#.Ub_Kmfk3vRM>. 
 
A mesma dinâmica clínica pode ser utilizada para o caso de outras 
substâncias, tais como o álcool e as drogas de abuso. Segundo Bisson (2007), o uso 
de álcool e drogas ocasiona mais de 100.000 mortes anualmente nos EUA. 
Por esse motivo, a atuação do farmacêutico na assistência ao paciente, por 
meio de aconselhamentos, indicação de programas educativos ambulatoriais e em 
casos mais graves a introdução da terapêutica medicamentosa é de suma 
importância. 
 
 
 
 
 
 
 
http://afepunesp.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html#.Ub_Kmfk3vRM
 
 
 
19 
 
 
FIGURA - ÁLCOOL - VOCÊ SABIA? 
 
<http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/sem-exageros- bebidas-
alcoolicas-oferecem-nutrientes-ajudam-prevenir-doencas-7342835.html>. 
 
Outra atuação importante do farmacêutico clínico é no tratamento, 
acompanhamento de paciente com problemas cardíacos, câncer, doenças 
ortopédicas e diabetes. Todas essas patologias estão ligadas por um fator 
predisponente, o excesso de peso. São várias as evidências clínicas que a 
modificação da ingestão calórica pode reduzir a mortalidade desses tipos de 
doenças. 
A redução de peso é classificada como uma prevenção primária de doenças. 
Podemos verificar que o consumo de gorduras está intimamente relacionado aos 
altos índices de colesterol, doenças coronarianas e vasculares. 
Segundo Bisson (2007), quando o consumo de gordura saturada está 
http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/sem-exageros-
 
 
 
20 
 
 
correlacionado com o nível de colesterol, doenças coronarianas são reduzidas em 2 
a 3% para cada 1% de redução no nível do colesterol plasmático; a modificação 
dietética tem sido a maneira primária de diminuir a mortalidade nos EUA. 
O farmacêutico pode e deve ajudar o médico / nutricionista na reeducação 
alimentar do paciente obeso. Essa ajuda virá na forma de recomendações, 
orientações, inclusive podendo realizar as medidas corpóreas do paciente, 
explicando quais alimentos evitar, e quaisalimentos consumir em maior quantidade. 
Na atenção farmacêutica é imprescindível que o profissional instrua o 
paciente, informando que o aumento na ingestão de alimentos gordurosos está 
associado há um risco maior de doenças, além daquelas citadas acima, podemos 
destacar: tumores malignos de mama, câncer de intestino, cólon, próstata e pulmão. 
Já uma alimentação rica em fibras pode auxiliar na diminuição da incidência de 
câncer no intestino, por exemplo. 
Outra medida importante que o farmacêutico deve enfatizar é a redução de 
açucares, sugerindo a substituição por mel, para os não diabéticos e de adoçantes 
para os diabéticos. A redução de sal de cozinha é outro fator predisponente na 
prevenção de doenças arteriais, tais como a hipertensão. 
Lembre-se que o papel do farmacêutico nesse sentido é o de aconselhamento 
ao paciente, obedecendo às orientações do nutricionista, pois este profissional é que 
irá estabelecer os objetivos e formular a dieta mais adequada para cada paciente. 
FIGURA – OBESIDADE 
<http://saudedigestiva.blogspot.com.br/2011/01/o-impacto-da-obesidade-no- 
sistema.html>. 
 
http://saudedigestiva.blogspot.com.br/2011/01/o-impacto-da-obesidade-no-
 
 
 
21 
 
 
Além de a reeducação alimentar, o farmacêutico pode orientar o paciente 
obeso sobre a importância da atividade física para o seu bem-estar, e quais os 
benefícios essa atividade física pode proporcionar para a sua saúde. É muito 
importante que, durante a consulta farmacêutica o profissional deixe bem claro para 
o paciente, que antes de iniciar qualquer tipo de atividade física deve primeiramente 
procurar seu médico e posteriormente um profissional de educação física. 
Outro exemplo de prevenção primária pode ser verificado no comportamento 
sexual, pois a correta orientação sobre a importância da utilização do preservativo, 
informando sempre os riscos do sexo sem proteção. 
Na farmácia clínica, o farmacêutico cumpre um papel muito importante, pois 
pode atuar em diversas áreas na prevenção de doenças e riscos para o paciente. 
Para que o farmacêutico possa desempenhar suas atividades o mesmo deve possuir 
um conhecimento vasto sobre diversos assuntos e deve sempre manter uma relação 
de amizade, proximidade com o paciente. 
Durante a consulta farmacêutica deve-se criar um clima de harmonização, 
alegria e confiabilidade para o sucesso do tratamento. 
O farmacêutico tem a capacidade técnico-científica para orientar o paciente 
em diversas áreas. Outros exemplos de prevenção primária no qual o farmacêutico 
está inserido são: Imunização, vacinação, profilaxia medicamentosa, entre outros. 
 
SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA 
 
A semiologia farmacêutica é a disciplina que estuda, por meio dos sinais 
(signos), determinadas reações adversas aos medicamentos (RAM) e problemas 
relacionados a medicamentos (PRM). Diferentemente da semiologia médica que 
estuda, por meio dos signos, a identificação de patologias no paciente. 
Uma ferramenta muito útil na semiologia Farmacêutica é a anamnese. 
Anamnese pode ser entendida como sendo, uma entrevista realizada pelo 
profissional da saúde (médico, psicólogo, farmacêutico), que utiliza técnicas próprias 
para estabelecer uma avaliação e diagnóstico. 
Além da avaliação e diagnóstico, busca-se o conhecimento de detalhes da 
vida do paciente. O comportamento do paciente, sentimentos, conflitos 
psicossociais, são muito importantes no auxílio da interpretação ou para 
complementar as informações obtidas por exames ou métodos complementares de 
 
 
 
22 
 
 
diagnóstico. Por meio da anamnese, buscam-se reconhecer as três dimensões do 
espaço diagnóstico: paciente, patologia e as causas, circunstâncias. 
 
FIGURA - MAPA DA ANAMNESE 
 
 
<http://proavirtualg30.pbworks.com/w/page/18671521/MAPA%20DE%20ANA
MNESE>. 
 
O farmacêutico deve buscar durante a anamnese, que o paciente relate todas 
as informações, faça um histórico da sua vida, relatando todos os sintomas que 
apresenta, inclusive informando a ordem cronológica com que ocorreram e com qual 
frequência. Muitas vezes, para o paciente, certa informação não é importante, mas 
para o profissional, esta informação é primordial para o esclarecimento, diagnóstico 
da patologia ou problema. 
Quando o paciente, por qualquer motivo que seja não relata certos fatos ao 
profissional, ele pode estar comprometendo a terapêutica. Há outros casos em que o 
paciente não tem condições de relatar na totalidade e de forma fidedigna a sua 
história, podemos citar como exemplos as crianças, bebês, pessoas com distúrbios 
http://proavirtualg30.pbworks.com/w/page/18671521/MAPA%20DE%20ANAMNESE
http://proavirtualg30.pbworks.com/w/page/18671521/MAPA%20DE%20ANAMNESE
 
 
 
23 
 
 
mentais, outro idioma, certos termos coloquiais utilizados, etc. 
Para a obtenção de uma anamnese de boa qualidade o farmacêutico deve 
seguir alguns princípios básicos: 
 
* Estar atento e motivado no relato do paciente; 
* A anamnese deve ser realizada em local separado da área comum do 
estabelecimento, de preferência na sala de atenção farmacêutica; 
* Não pode conter interrupções ao atendimento durante a consulta; 
* O farmacêutico tem que disponibilizar o tempo que for necessário para 
ouvir o relato do paciente; 
* O farmacêutico deve estar atento aos sinais do paciente, durante a 
anamnese; 
* Não interromper o relato do paciente até que o mesmo tenha terminado, 
ou em momentos críticos do relato; 
* Prestar atenção em todos os fatos relatados pelo paciente, inclusive 
realizando anotações sempre que julgar necessário; 
* O farmacêutico não deve discutir com o paciente sobre opiniões 
relatadas (homossexualismo, machismo, política, etc.); 
* Deve auxiliar o paciente a lembrar sobre fatos de sua vida que tenha 
importância clínica / médica; 
* O farmacêutico deve ter conhecimento científico sobre fisiopatologias, 
farmacologia, anatomia humana e a história natural das doenças; 
 
Ao final da Anamnese o farmacêutico deve se questionar se conseguiu 
alcançar os objetivos principais e a obtenção de informações suficientes para poder 
realizar a orientação. Caso ao final da anamnese, ainda restam dúvidas, o 
farmacêutico deve verificar nos seus questionamentos onde ocorreu o erro e 
posteriormente complementar com outros questionamentos, até conseguir o total 
entendimento do grau de exatidão das informações. 
Para que o Farmacêutico não se "perca" durante a anamnese, e venha a 
cometer algumas falhas, ele pode utilizar um roteiro, o qual, irá agilizar a consulta e 
o dará maior confiança na realização da anamnese. Dessa forma, o farmacêutico 
 
 
 
24 
 
 
não ficará preocupado em se esquecer de certas perguntas importantes, 
mesmo quando o paciente se prolonga na descrição de um determinado sintoma. 
O farmacêutico deve tomar um cuidado especial com o roteiro, para que o 
mesmo não se transforme em algo mecânico, em apenas um ato de fazer perguntas 
e anotar respostas. Para que isso seja evitado, o profissional deve sempre realizar a 
pergunta e olhar diretamente para o paciente, verificando todos os sinais 
demonstrados durante o relato. 
 
Tabela - Pontos que devem ser abordados no roteiro da Anamnese 
 
Pontos abordados na Anamnese Descrição 
1. História Pregressa do paciente Neste ponto o farmacêutico deve pesquisar 
informações referentes ao passado do paciente. 
Deve buscar informações sobre os seguintes 
dados: doenças prévias, traumatismos, gestações 
e partos, cirurgias, hospitalizações, exames 
laboratoriais já realizados, vacinas, medicamentos 
antigos e atuais que faz uso, tabaco, álcool, 
drogas, entre outras informações 
que julgar importante. 
2. Histórico Familiar Neste ponto o farmacêutico deve realizar um 
levantamento do histórico familiar. Aqui devemos 
buscar informações sobre comportamento, caráter 
familiar, doenças na família, e toda informação 
familiar que julgar importante. 
3. História PsicossocialNeste ponto devemos verificar como é a vida do 
paciente, do ponto de vista psicossocial. Como é 
o relacionamento dele com as outras pessoas, 
devemos avaliar o nível de stress diário, qual a sua 
personalidade, situação socioeconômica atual, qual 
a importância da patologia em curso na sua vida 
4. Histórico dos sintomas Neste tópico devemos buscar o maior número de 
informações sobre os sintomas relatados pelo 
paciente, inclusive, a quantidade e a ordem 
cronológica dos mesmos. 
 
 
MODELO DE FICHA DE ANAMNESE FARMACÊUTICA 
 <http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2011/02/anamnese- 
farmaceutica.html>. Acesso em: 24 jun. 2013. 
 
Analisando a tabela e as figuras 10 e 11, parece que, realizar a anamnese e 
o roteiro são trabalhos muito simples e fácil, mas na prática clínica a situação é 
bem diferente, pois não temos sempre o mesmo tipo de paciente, o 
farmacêutico deve ter um jogo de cintura, pois, irá atender vários tipos de pessoas e 
para cada tipo ele terá que agir de forma específica. 
Vou listar abaixo os principais tipos de pacientes que você pode encontrar na 
http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2011/02/anamnese-
 
 
clínica: 
a) Paciente sugestionável - é aquela pessoa que não pode ouvir falar 
de uma doença, que já se queixa dos sintomas. O farmacêutico deve identificá-lo 
logo no início da anamnese e o tratamento deve ser cuidadoso. Busque passar 
confiança ao paciente sugestionável, e utilize da informação técnico-científico para 
auxiliá-lo no tratamento. Normalmente, para esse tipo de paciente, não se utiliza um 
tratamento farmacológico e sim uma boa conversa e muita informação. 
 
b) Paciente ansioso - é aquele paciente precipitado, nervoso, 
apavorado, perna e braço irrequieto. O principal objetivo aqui é primeiramente 
acalmar o paciente, para depois iniciarmos a anamnese correta. Inicie a conversa 
com temas que não estejam relacionados com a sua patologia, como por exemplo, 
falar de um filme, futebol, etc. 
 
c) Paciente eufórico - é o tipo de pessoa que muda de assunto toda 
hora, não consegue completar um raciocínio, tem um humor exaltado, fala em tom 
alto, normalmente. Por não completar as perguntas torna-se um paciente difícil de 
caracterizar. O primeiro passo aqui é tentar acalmar o paciente, informando sobre a 
importância da conversa para o sucesso terapêutico. 
 
d) Paciente hostil - é o tipo de paciente que vive de mau-humor, 
principalmente quando o assunto são os sinais e sintomas que sente. Logo no início 
da anamnese o farmacêutico irá perceber as respostas hostis deste tipo de paciente. 
É importante jamais devolver as hostilidades recebidas. Apesar da hostilidade nas 
suas respostas este tipo de paciente consegue passar a grande maioria das 
informações. 
 
e) Paciente Hipocondríaco - este paciente encontra doença, sinais e 
sintomas em tudo na sua vida. Não confia no que o médico diz e muito menos em 
resultados de exames. É um paciente que utiliza, na maioria das vezes, por 
conta própria, vários tipos de medicamentos. O farmacêutico percebendo este tipo 
de paciente deve orientá-lo sobre o uso correto dos medicamentos e descartar a 
possibilidade de interação medicamentosa. 
 
 
 
f) Paciente deprimido - dependendo do tipo de depressão (neurótica, 
psicótica, endógena) é de difícil identificação durante a anamnese farmacêutica. O 
profissional deve ter muita calma, pois o processo com este tipo de paciente é lento. 
Na maioria das vezes é necessário que o paciente retorne mais de uma vez para 
uma consulta farmacêutica. O farmacêutico deve tomar cuidado com este tipo de 
paciente, pois, por ser uma pessoa cabisbaixa, deprimida, pode fazer uso da 
polimedicação, por isso, devem-se evitar os riscos de superdosagens, intoxicação e 
interações farmacológicas. 
 
g) Paciente tímido - Normalmente são pessoas de baixa renda, pouco 
estudo ou da zona rural. Torna-se um paciente complicado durante a anamnese, 
pois, respondem as perguntas muitas vezes apenas por gestos, ou com afirmações. 
O farmacêutico deve ter uma sensibilidade apurada para deixar este tipo de paciente 
à vontade, pois, somente estando relaxado ele poderá responder as perguntas de 
forma fidedigna e clara. 
 
h) Crianças e adolescentes - Para as crianças o profissional deve 
estreitar um laço de simpatia e amizade. Já para os adolescentes o farmacêutico 
deve pesquisar qual a realidade que ele está inserido, saber sobre sua vida familiar, 
pessoal e profissional, quando houver, sempre respeitando os seus limites. 
Verificamos que temos uma grande quantidade de tipos de pacientes, e para 
cada tipo devemos proceder de uma maneira distinta. Cabe ao farmacêutico saber 
identificar de forma correta o tipo de paciente e adotar a postura correta, com a 
finalidade de alcançar o maior número de informações possíveis. 
 
FIGURA - TIPOS DE PACIENTES 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.affonso.org/tipos-de-pacientes/>. Acesso 
em 18 jun. 2013. 
 
Já falamos sobre a anamnese e sobre os tipos de pacientes, agora vamos 
falar um pouco sobre outro assunto da semiologia farmacêutica - o Exame Físico. 
Para que o farmacêutico utilize o exame físico, ele deve estar embasado na 
farmacoterapia, se não houver, o farmacêutico corre o risco de ser acusado de 
exercício ilegal da medicina, por isso, devemos tomar todo o cuidado. 
O exame físico quando inserido dentro da atenção farmacêutica é um ato 
legal do profissional, cujo objetivo principal deve ser a melhor farmacoterapia para o 
paciente. O farmacêutico durante a consulta pode utilizar os seguintes 
procedimentos de Exame Físico, a saber: 
 
* Inspeção - verificação da queixa física do paciente, normalmente inicia-se 
antes mesmo da anamnese, apenas na observação, na maioria das vezes não 
utiliza instrumentos; 
* Palpação - consiste em uma técnica que pode ser executada com a 
palma das mãos, uni ou bimanual, ou com a ponta dos dedos, em que é introduzido 
um ou dois dedos em cavidade. Denominada toque (vaginal, retal) sendo 
respectivamente um exame ginecológico e proctológico. Esse procedimento permite 
delimitar áreas e observar sua consistência, forma, temperatura, mobilidade, 
sensibilidade, expansão e vibração, bem como as características da pele e anexo. 
Essa técnica deve ser evitada por parte do farmacêutico, pois é de exclusividade 
médica; 
* Ausculta - é um exame primordial nos estudos dos sistemas respiratório 
e circulatório, em que se utiliza a audição para que o examinador colha dados 
preciosos em uma anamnese. Deve ser executada em ambiente silencioso, 
utilizando-se hoje em dia estetoscópio biauricular aplicado diretamente sobre a pele 
do examinado; 
* Sinais vitais - São as medidas quantitativas de temperatura, pulso, 
respiração e pressão arterial do paciente. A altura e o peso são também registrados 
como os sinais vitais do seguinte modo: Temperatura - Pulso - Frequência 
respiratória - pressão arterial - Braço direito - Braço esquerdo - Deitado - Sentado - 
Em pé - Coxa; 
http://www.affonso.org/tipos-de-pacientes/
 
 
 
* Dados antropométricos - Peso quando despido ou vestido e índice de 
massa corpórea (IMC); 
* Temperatura - Em geral a temperatura normal do corpo é de 37ºC na 
boca para pessoas deitada no leito; e 37,2ºC para pessoas em atividade. O nível 
normal mínimo pode ser 35,8ºC na boca. A temperatura retal é em média 1,3ºC mais 
alta que a temperatura oral, e as temperaturas axilares são 1,7ºC mais baixas que 
as orais; 
*Febre - é uma manifestação comum a vários tipos de processos patológicos 
não apenas infeccioso, mas também de outras naturezas, como traumática, 
neoplásica, vascular, metabólica e secundária a reações de hipersensibilidade. A 
febre é definida como um estado funcional anormal do sistema de termorregulação. 
Febres de origem medicamentosa são habitualmente do tipo contínuo, havendo 
nítida descorrelação entrea intensidade da mesma e o bom estado geral do 
paciente. Os medicamentos potencialmente causadores de febre são: 
Frequentemente: Anti-histamínicos, antipsicóticos, penicilinas e sulfonamidas (por 
reação de hipersensibilidade). Ocasionalmente: Vancomicina, iodetos e 
cefalosporinas (por reação de hipersensibilidade), cimetidina, cocaína e seus 
derivados (por alteração da termorregulação) e estreptoquinase (por efeito 
pirogênico). Raramente: Digitálicos, cloranfenicol, insulinas e tetraciclinas; 
*Prurido - também conhecido como coceira, é um formigamento peculiar ou 
irritação incômoda da pele que provoca coceira. Pode ser local ou generalizado. As 
causas variam de acordo com idade, sexo, localização, características, evolução e 
fatores agravantes. Exemplos de prurido localizado: picadas de insetos, 
queimaduras do sol, parasitas (piolhos). Exemplos de prurido generalizado: urticária, 
doenças infecciosas (sarampo, catapora), reações alérgicas a alimentos e 
medicamentos. 
 
Após os exames físicos, os achados devem ser registrados com precisão, 
clareza e concisão; legibilidade, grafia e gramática devem ser cuidadosamente 
observadas. 
Os resultados dos exames físicos podem indicar normalidade ou 
anormalidade da estrutura anatômica e das funções fisiológicas do paciente. Um 
sinal, sintoma, fato da anamnese ou achado laboratorial não determinam o 
 
 
diagnóstico. 
Antes disso, o diagnóstico se baseia numa cuidadosa correlação e avaliação 
de toda informação fornecida pela história do paciente, seus sintomas, o exame 
físico e os dados de laboratório. 
 
FIGURA - VISÃO GERAL DO EXAME FÍSICO 
 
 
 
<http://cmapspublic3.ihmc.us/rid=1222196510568_129612534_622/Vis%C3%
A3o%20Geral%20do% 20Exame%20Fisico%20-%20clinica.cmap>. 
http://cmapspublic3.ihmc.us/rid%3D1222196510568_129612534_622/Vis%C3%A3o%20Geral%20do%25
http://cmapspublic3.ihmc.us/rid%3D1222196510568_129612534_622/Vis%C3%A3o%20Geral%20do%25
 
 
SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DE PACIENTES 
 
O seguimento farmacoterapêutico de um paciente é uma das principais 
atividades, senão, a mais importante da atenção farmacêutica. Na prática, este 
processo é dividido em três fases, a saber: anamnese farmacêutica, interpretação de 
dados e processo de orientação ao paciente. 
A principal ferramenta para o desenvolvimento do trabalho do farmacêutico no 
seguimento farmacoterapêutico, é a informação, que vai desde os medicamentos, da 
patologia envolvida até a especificidade do paciente. Esse acompanhamento 
farmacoterapêutico pode ser realizado em qualquer área de trabalho do 
farmacêutico, desde a farmácia hospitalar, pública, comercial até no âmbito 
domiciliar. 
Segundo Bisson (2007), para o paciente internado utiliza-se o prontuário 
médico, que contém: 
 
* Dados do paciente; 
* Formulário de consentimento; 
* Prescrição médica; 
* Controles diversos (PA, temperatura, ingestão hídrica, diurese etc.); 
* Dados laboratoriais; 
* Procedimento diagnóstico; 
* Consultas e interconsultas; 
* Registros do centro cirúrgico; 
* História clínica e exames físicos; 
* Registro da administração de medicamentos. 
 
Utilizando as ferramentas (prontuário médico e anamnese farmacêutica), 
realizada na consulta, o farmacêutico irá traçar um histórico de uso de 
medicamentos. Após este processo o profissional terá que avaliar todas as 
informações coletadas, para depois realizar o processo de orientação farmacêutica 
ao paciente. 
O farmacêutico na dispensação é o último integrante dos profissionais de 
saúde que está em contato com o paciente, antes que este tome a decisão de 
 
 
consumir os medicamentos; daí sua responsabilidade ética e profissional. 
Para que o farmacêutico possa minimizar os problemas relacionados com a 
administração medicamentosa, é necessário que seja feito o preenchimento correto 
da ficha farmacoterapêutica e o acompanhamento do paciente, uma vez que um 
medicamento seja responsável pelo aparecimento de determinados sintomas ou 
patologias, ou ainda a causa de uma complicação da enfermidade. 
O farmacêutico por meio da análise desta ficha poderá evitar e advertir o 
paciente sobre a ocorrência de certos problemas relacionados ao medicamento. 
Pode também, por meio da ficha farmacoterapêutica, coletar dados sobre reações 
adversas. Sabe-se que as reações adversas aos medicamentos são uma das 
causas de grande número de hospitalizações. 
 
FIGURA - REAÇÕES ADVERSAS 
<http://www.cvs.saude.sp.gov.br/apresentacao.asp?te_codigo=22>. 
 
 
 
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/apresentacao.asp?te_codigo=22
 
 
Este acompanhamento ao paciente deve ser realizado em sala própria, deve 
ser um ambiente calmo, tranquilo. Essa sala pode ser a sala de atenção 
farmacêutica, no caso das farmácias comerciais, ou um consultório farmacêutico no 
caso das farmácias hospitalares. Este consultório deve possuir: cadeiras suficientes, 
mesa, computador com acesso a internet, bibliografia especializada, local limpo, 
com pouca ou nenhuma decoração, etc. Para iniciar o programa de 
acompanhamento de pacientes, é importante definir aqueles que serão 
acompanhados e assim realizar a primeira etapa do processo de anamnese 
farmacêutica. Após a seleção dos pacientes que serão acompanhados, o 
farmacêutico deve se apresentar e relatar o motivo do acompanhamento, 
esclarecendo que esta consulta não tem caráter de diagnóstico médico 
(exclusividade da classe médica) e sim, de traçar um histórico de uso de 
medicamentos, para garantir segurança e aumento da eficácia do tratamento 
farmacológico. O farmacêutico que está realizando esta consulta deve ser muito 
cordial, educado com o seu paciente, isso irá gerar, com o tempo, um laço de 
amizade/confiança. 
Conforme vimos anteriormente, podemos encontrar vários tipos de pacientes, 
cabe ao profissional identificar, o quanto antes, o tipo de paciente que se trata. A 
identificação do paciente irá facilitar a consulta, principalmente no ato da entrevista, 
e a conduta a ser tomada. Evite termos técnicos, principalmente quando o paciente 
for de um nível cultural menor, "fale a língua do paciente". Em alguns países do 
mundo o farmacêutico, a atenção farmacêutica e o acompanhamento 
farmacoterapêutico, são tidos como essenciais, inclusive tendo o custo de uma 
consulta médica. Nos EUA, temos relatos de planos de reembolso efetuados por 
empresas de medicina de grupo para farmacêuticos que acompanham seus 
pacientes. (BISSON, 2007). Isso demonstra a importância de uma consulta 
farmacêutica para a eficiência, segurança do tratamento farmacológico. O 
farmacêutico, durante sua jornada de trabalho, muitas vezes, não tem tempo para 
atender/acompanhar a todos os pacientes que passam pela farmácia. Por esse 
motivo, faz-se necessário seguir alguns critérios para a seleção dos pacientes, que 
passaram no processo de anamnese farmacêutica, são eles: 
* Pacientes que apresentam sinais ou sintomas que sugerem problemas 
relacionados com os medicamentos, tais como reações adversas a medicamentos 
ou resposta terapêutica inadequada; 
 
 
* A utilização de medicamentos com uma estreita margem entre a ação 
terapêutica e a tóxica (baixo índice terapêutico5), e que possam exigir a monitoração 
da concentração no sangue; 
* A polifarmacoterapia em que os pacientes consomem muitos 
medicamentos ou possuam várias enfermidades; 
* Indivíduos que passam por tratamento psiquiátrico ou são idosos, de 
modo que recebem um grande número de medicamentos, apresentando problemas 
relacionados com a medicação. 
 
Após iniciar a seleção dos pacientes no processo de anamnese farmacêutica, 
o segundo passo será obter os dados do histórico de uso de medicamentos desses 
pacientes. Para iniciar este processo de anamnese farmacêutica devem ser obtidas 
informações do paciente e anotadas nas fichas farmacoterapêuticas. Deve-se 
sempre iniciar com as informações demográficas (idade, peso, raça, residência,trabalho, grau de instrução, etc.), depois com as informações dietéticas e hábitos 
sociais (vícios, hobbies). 
Essas informações são muito importantes para que o farmacêutico conheça o 
paciente e possa relacionar sua patologia com certas características relatadas. Após 
este primeiro contato, a entrevista deve seguir para as queixas do paciente, em que 
o mesmo deve relatar o que sente, ou sentiu, inclusive devemos verificar se há 
casos na família com a mesma queixa, ou sintomas similares, pois muitas patologias 
são hereditárias. Posteriormente, vamos verificar as prescrições medicamentosas, 
em que devemos conhecer o que o paciente utilizava e utiliza, e de que forma. Neste 
tópico deve incluir os medicamentos prescritos pelo médico, assim como aqueles os 
quais, o paciente utiliza por indicação, ou conta própria. 
Dando continuidade ao seguimento farmacoterapêutico, é necessário utilizar o 
conhecimento da área de análises clínicas, em que exames laboratoriais permitem 
acompanhar a resposta ao tratamento farmacoterapêutico, auxiliando na correção 
de dosagem e posologia e troca de medicamentos, quando necessário. Após a fase 
de anamnese farmacêutica, inicia-se a interpretação dos dados adquiridos, 
representada pelo planejamento farmacoterapêutico, no qual se concentra o 
processo de tomada de decisão. Um planejamento eficaz facilita a seleção correta 
do medicamento, bem como sua dosagem e posologia, estruturando o profissional 
 
 
para o início da monitoração do paciente em relação à resposta da terapia. Este 
planejamento terapêutico é individual, ou seja, devem ser avaliadas as alternativas 
farmacoterapêuticas para cada tipo de paciente. Para que o farmacêutico obtenha 
sucesso no planejamento é necessário que o profissional tenha 
conhecimentos de farmacologia, patologia humana, avaliação física, exames 
laboratoriais e diagnósticos Bisson (2007) destaca os seguintes passos do 
planejamento farmacoterapêutico: 
*Identificação do problema - Identificação de parâmetros objetivos (peso, 
altura, sinais vitais, parâmetros bioquímicos, hemograma, urianálise etc.); 
Identificação de parâmetros subjetivos (ansiedade, depressão, fadiga, insônia, dor 
de cabeça, náusea, dores gerais); Agrupamento desses parâmetros e avaliação e 
determinação dos problemas específicos do paciente. 
*Priorização do problema - Identificação de problemas ativos, inativos e 
classificação dos problemas. 
*Seleção de regimes terapêuticos específicos - Listagem das opções 
terapêuticas; Eliminação de drogas incompatíveis com o perfil ou quadro do 
paciente; Seleção de dosagem via e duração da terapia; Identificação de regimes 
terapêuticos alternativos; Planejamento da monitoração; Monitoração e modificações 
necessárias dos protocolos. 
 
Método de Dáder 
 
Esse método baseia-se na obtenção da história da terapia farmacológica do 
paciente analisado, ou seja, as patologias que apresenta e a terapia medicamentosa 
que utiliza, assim como, na avaliação do seu estado de saúde em determinado 
momento, com o intuito de identificar prováveis problemas relacionados com os 
medicamentos (PRM) que o paciente possa apresentar. As PRM podem ser 
entendidas como uma falha do tratamento farmacológico e que leva ao surgimento 
de problemas de saúde para o paciente, e até mesmo complicações da doença 
jáinstalada. Segundo o Consenso de Granada, as PRM podem ser divididas 
conforme o quadro: 
 
 
 
 
 
Quadro -Classificação dos Problemas Relacionados aos Medicamentos 
 
 
 
NECESSIDADE 
PRM 1 O paciente sofre um problema de saúde7 em consequência de 
não receber uma medicação de que necessita. 
PRM 2 O paciente sofre um problema de saúde em consequência de 
receber um medicamento de que não necessita. 
 
 
EFETIVIDADE 
PRM 3 O paciente sofre um problema de saúde em consequência de 
uma inefetividade não quantitativa da medicação. 
PRM 4 O paciente sofre um problema de saúde em consequência de 
uma inefetividade quantitativa da medicação. 
 
 
SEGURANÇA 
PRM 5 O paciente sofre um problema de saúde em consequência de 
uma insegurança não quantitativa de um medicamento. 
PRM 6 O paciente sofre um problema de saúde em consequência de 
uma insegurança quantitativa de um medicamento. 
FONTE: Adaptado do livro Farmácia Clínica & Atenção farmacêutica. Bisson, 
Marcelo Polacow (2007). 
 
Após a identificação destes prováveis PRM, o farmacêutico terá que realizar 
intervenções com o objetivo de resolver estes problemas, e obter um maior benefício 
(efetividade e segurança) da terapêutica. Para a realização, com sucesso, deste 
método é necessário um compromisso do profissional e paciente, pois ele deve ser 
realizado de forma contínua, sistematizada e documentada, podendo ou não ter a 
colaboração de outros profissionais da saúde, para alcançar resultados concretos, 
que irão melhorar a qualidade de vida do paciente. A grande vantagem do método 
de Dáder é que ele possibilitou sistematizar experimentos e as publicações dos 
resultados encontrados no processo de atenção farmacêutica. (BISSON, 2007) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA - FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DO MÉTODO DE DÁDER 
<http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf>. 
 
O acompanhamento farmacoterapêutico, pelo método de Dáder, possui as 
seguintes fases: 
* Oferta do Serviço - O paciente aceita o acompanhamento 
Farmacoterapêutico? Este é o principal questionamento nesta etapa. É nesta fase 
que o farmacêutico explicará sobre o serviço de acompanhamento e sua 
importância, sendo que, só continuará no acompanhamento o paciente que aceitar. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf
 
 
FIGURA - FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DA OFERTA DE SERVIÇO 
<http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf>. 
 
Primeira Entrevista - O paciente que aceitou o serviço entrará nesta etapa, 
que consiste no primeiro contato do farmacêutico com o complexo paciente-doença- 
fármaco. É uma entrevista inicial, é a fase em que o farmacêutico observará as 
preocupações e problemas de saúde do paciente, os medicamentos utilizados 
e encerrando a primeira entrevista com a fase de revisão. 
 
 
 
 
 
 
http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf
 
 
FIGURA - FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DA PRIMEIRA ENTREVISTA 
 
<http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf>. 
 
* Estado de Situação - é a relação entre os problemas de saúde do 
paciente e os medicamentos utilizados, em um determinado momento. 
* Fase de Estudo - é nesta fase que o farmacêutico obterá as 
informações necessárias dos problemas de saúde que afetam o paciente, e dos 
medicamentos que foram relatados na etapa anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf
 
 
FIGURA - FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DO ESTADO DE SITUAÇÃO E 
DA FASE DE ESTUDO 
 
<http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf>. 
 
* Fase de Avaliação - É nesta etapa que o Farmacêutico deverá avaliar a 
necessidade da utilização da farmacoterapia. O farmacêutico após analisar todos os 
dados relatados pelo paciente deverá seguir os princípios da farmacoterapia: 
http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf
 
 
Necessidade, efetividade e segurança. 
 
FIGURA - FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DA FASE DE AVALIAÇÃO 
<http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf>. 
 
* Fase de Intervenção - Aqui o farmacêutico deve utilizar seus 
conhecimentos farmacoterapêuticos e elaborar um plano de atuação em conjunto 
com o paciente. Nesta fase o farmacêutico irá propor as intervenções que julgar 
necessárias para resolver o PRM que o paciente apresenta. 
 
 
http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf
 
 
FIGURA - FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DA FASE DE INTERVENÇÃO 
<http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf>. 
 
* Resultado da Intervenção - São os resultados obtidos com a fase de 
intervenção. 
* NovoEstado de Situação - É o registro das mudanças que ocorreram 
no tratamento farmacológico e dos problemas de saúde ocasionados após a 
intervenção. 
* Entrevistas Sucessivas - Tem o objetivo principal de acompanhar o 
paciente, caso possam ocorrer eventuais PRM com o uso de Medicamentos, assim 
http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf
 
 
como prevenir possíveis novos casos de PRM. 
Como podemos verificar nas diversas etapas do Método de Dáder, é um 
processo longo, criterioso, e que depende muito da colaboração multiprofissional e 
principalmente da parceria farmacêutico - paciente, mas no final tem resultados 
ótimos. No final desse módulo, será disponibilizado (anexo 01) uma ficha padrão 
para utilização do método de Dáder no acompanhamento Farmacoterapêutico ao 
paciente. 
 
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS - RAM 
 
Entende-se por Reações adversas a medicamentos, todos os acontecimentos 
nocivos e não intencionais que podem aparecer com o uso de um determinado 
medicamento em doses terapêuticas, ou seja, doses utilizadas para, profilaxia, 
diagnóstico e tratamento de patologias. 
As RAM podem ocorrer em decorrência de características pessoais ou do 
medicamento. Os idosos, as crianças e as mulheres estão mais suscetíveis ao 
aparecimento de reações adversas a medicamentos. É de suma importância para o 
farmacêutico saber identificar as reações, pois permite prever os riscos de futuras 
administrações do medicamento, assim como, poderá permitir uma prevenção e 
tratamento correto, como também, ajustar a dosagem terapêutica ou a troca da 
medicação. 
Existe uma grande variedade de Reações adversas, e também diversas 
classificações. Na tabela 03 listamos a classificação mais utilizada para as Reações 
adversas a medicamentos. 
 
Tabela - Classificação das RAM 
 
Segundo Bisson (2007), a maior parte das reações adversas a medicamentos 
pode ser prevenida, e estudos recentes com a utilização de um sistema de análise 
sugerem que o sistema que mais falha está associado a falhas na disseminação de 
conhecimentos sobre drogas, sua prescrição e sua administração. 
Esse dado vem a comprovar a importância do farmacêutico, na atenção 
farmacêutica, ele pode prevenir e orientar a população sobre o uso correto dos 
medicamentos. 
 
 
 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Entende-se por interações medicamentosas todo evento clínico, em que um 
medicamento, alimento, bebida ou outro agente químico, altera os efeitos do 
fármaco utilizado pelo paciente. Esta alteração pode ser de forma sinérgica, 
aumentando o efeito e consequentemente a toxicidade, de forma antagônica, 
reduzindo o efeito. 
Dependendo da situação uma interação medicamentosa pode ser muito 
perigosa, principalmente quando esta interação promove o aumento da toxicidade 
de um fármaco. 
 
Existem também aquelas interações que são benéficas para o organismo, em 
que a associação de fármacos irá auxiliar no tratamento da doença. Temos como 
exemplo aqui, a associação de anti-hipertensivos e diuréticos, realizando um 
 
 
controle maior da pressão arterial. 
O farmacêutico deve estar alerta a todas as informações sobre os 
medicamentos, devido as possíveis interações medicamentosas. É impossível nos 
lembrarmos de todas as interações medicamentosas, pois são inúmeras, mas temos 
que ter em mente pelo menos as mais comuns. Além de saber se está havendo uma 
interação medicamentosa de importância clínica, o farmacêutico deve saber orientar 
o paciente para evitá-las. No Quadro 02 listamos as interações mais usuais na 
prática farmacêutica. 
 
Quadro - Algumas interações mais usuais na prática farmacêutica 
 
MEDICAMENTOS INTERAÇÃO CONDUTA 
Fármacos depressores do 
SNC - Opioides, 
benzodiazepínicos, 
barbitúricos, álcool, 
entre outros. 
Podem resultar em 
depressão respiratória, 
potenciação da depressão 
do SNC e hipotensão. 
Ajustes das doses, monitoramento da depressão 
respiratória, do SNC e da hipotensão. 
Penicilinas + 
tetraciclinas 
Possível efeito 
antagônico, reduzindo 
efeito de ambos os 
antibióticos. 
Contatar imediatamente o prescritor e informar 
sobre a possível interação. 
Antibióticos penicilínicos 
+ anticoncepcionais orais 
Seu sanguíneo. nível 
Drogas 
anticolinérgicas 
clorpromazina 
difenidramina 
 
+ 
e 
Aumento dos efeitos 
anticolinérgicos 
Informar o prescritor sobre a interação e reduzir a 
dose de ambas as drogas. 
Varfarina 
metronidazol, 
cimetidina, 
corticosteroides, 
AINEs, 
cefalosporinas, 
entre outras. 
+ Aumento do efeito 
anticoagulante, com 
consequente 
sangramento. 
Deve informar o prescritor sobre a interação, 
medir o tempo de protrombina a cada três dias, e 
ajuste da dosagem. 
 
 
Anticonvulsivantes 
+ antipsicóticos 
Diminuição do efeito do 
anticonvulsivante e risco 
de aparecimento de 
crises convulsivas. 
Informar o prescritor sobre a interação e ajuste da 
dose dos medicamentos. 
Levodopa + IMAO Aumento da pressão 
arterial, devido à inibição 
da metabolização da 
levodopa, e com isso, 
aumentando a 
estimulação de receptores 
dopaminérgicos. 
Informar o prescritor sobre esta interação. Esta 
associação deve ser evitada. 
Betabloqueadores + 
clonidina 
Aumento da pressão 
arterial 
Informar o prescritor sobre a interação para ajuste 
da dose ou substituição dos 
medicamentos. 
Betabloqueadores + 
AINEs 
Aumento da pressão 
arterial 
Informar o prescritor sobre a interação, e a evitar 
essa associação ou 
substituição dos medicamentos. 
Corticoides + 
Fenobarbital 
O fenobarbital é um 
potente indutor 
enzimático, com isso irá 
diminuir a ação do anti- 
inflamatório 
esteroide. 
Ajuste da dose dos medicamentos, ou 
substituição do barbitúrico. 
FONTE: Adaptado do livro Farmácia Clínica & Atenção farmacêutica. Bisson, 
Marcelo Polacow (2007). 
 
No quadro, estão elucidadas algumas interações medicamentosas que podem 
ocorrer na prática da Farmácia Clínica. Existem inúmeras interações, por essa 
razão, o farmacêutico deve sempre verificar todas as prescrições em busca de 
possíveis interações. O farmacêutico deve ter sempre disponível, fontes 
bibliográficas atuais de pesquisa, para com isso, evitar possíveis associações 
medicamentosas. 
 
 
 
 
 
 
Anexo - Ficha Padrão para Acompanhamento Farmacoterapêutico - Método 
de Dáder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
<http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf>. 
 
 
FERRAMENTAS DA FARMÁCIA CLÍNICA 
 
Na prática da Farmácia Clínica podemos utilizar diversos tipos de 
ferramentas, as quais serão explicadas no decorrer deste módulo. 
 
FARMACOVIGILÂNCIA 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2002), a Farmacovigilância é a 
ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção 
de efeitos adversos ou qualquer problema possível relacionado com fármacos. 
Portanto, a farmacovigilância é o conjunto de métodos, observações e 
instruções que permitem, durante a etapa de comercialização ou uso amplo do 
medicamento, detectar RAM e efeitos imprevistos na etapa prévia, de controle e 
avaliação. (BISSON, 2007) 
Tem o objetivo principal de reduzir a mortalidade e morbidade associado ao 
uso de medicamentos. Isso é possível, por meio da detecção inicial dos problemas 
de segurança dos medicamentos aos pacientes. 
O programa de farmacovigilância contribui também para a melhora da seleção 
e o uso racional de medicamentos pelos profissionais da saúde. 
Podemos evidenciar que o farmacêutico é um profissional que ocupa um lugar 
http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf
 
 
de relevância no programa de farmacovigilância. 
Pois, este profissional está em contato íntimo com o complexo paciente- 
medicamento, o que facilita a identificação de problemas e a orientação correta para 
evitá-los. 
Outra ferramenta fundamental é a atenção farmacêutica. Uma atenção 
farmacêutica bem feitapode evitar futuros problemas com medicamentos, 
aumentando a segurança e a eficácia do tratamento. 
O papel do farmacêutico no programa de farmacovigilância é o de orientar o 
paciente, sobre o uso correto e racional do medicamento. 
Na atividade de dispensação, devemos orientar o paciente a procurar o 
farmacêutico ou médico sempre que ocorrer o aparecimento de reações adversas, 
alertar o paciente para que procure um pronto-socorro, no caso de reações adversas 
graves, e auxiliar na identificação do medicamento que está causando a reação 
adversa. 
Como foi dito no módulo I, o farmacêutico necessita desenvolver suas 
habilidades sociais, comunicativa, para favorecer uma relação de amizade, e desta 
forma, tornar o processo de dispensação e/ou atenção farmacêutica um 
procedimento que garanta qualidade para o paciente. 
Outro fator importante que irá garantir o sucesso do programa de 
farmacovigilância é o profundo conhecimento do farmacêutico sobre os 
medicamentos. 
Por isso, devemos sempre estar atentos às novidades na farmacologia. Um 
profissional que deseja realizar uma atenção farmacêutica de qualidade e desta 
forma contribuir para o programa de farmacovigilância deve ser um profundo 
conhecedor da farmacologia e suas aplicações na clínica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO DE DISPENSAÇÃO - FARMACOVIGILÂNCIA 
 
1-Situações em que a prescrição pode ser considerada inadequada. 
* - Antes de dispensar sempre conferir o(s) medicamentos(s) com os dados 
da prescrição. 
 
 
Antes de um medicamento entrar para comercialização da população, este 
passa por numerosos testes. Mesmo após a entrada de um medicamento no 
mercado consumidor o órgão regulador, no caso do Brasil, a ANVISA - Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária - fiscaliza as reações que o medicamento pode 
ocasionar na população. 
A ANVISA utiliza um sistema de notificação por meio da plataforma web, o 
NOTIVISA. Está regulamentado por meio da portaria n.º 1.660, de 22 de julho de 
2009, do Ministério da Saúde. Por intermédio desta plataforma web, os profissionais 
de saúde podem notificar os eventos adversos e queixas técnicas relacionadas aos 
medicamentos, entre outros produtos para a saúde. 
Além do NOTIVISA, algumas vigilâncias sanitárias estaduais, possuem seus 
centros estaduais de farmacovigilância, em que podemos destacar os estados da 
Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. 
Por meio destas notificações o medicamento pode ser retirado do mercado 
para futuros estudos sobre eficácia e segurança. 
 
FARMACOEPIDEMIOLOGIA 
 
A farmacoepidemiologia estuda o uso dos medicamentos nas populações, 
como também, os efeitos que estes medicamentos podem causar nesta mesma 
população. Verificamos que a farmacoepidemiologia é um conceito amplo, e que 
engloba inclusive a farmacovigilância. 
Segundo William Osler, a Farmacoepidemiologia é a aplicação do raciocínio 
epidemiológico, de métodos e conhecimentos no estudo dos usos e efeitos 
(benéficos e adversos) de drogas em populações humanas. (BISSON, 2007) 
Para facilitar, vamos definir a farmacoepidemiologia como sendo o estudo da 
utilização e dos efeitos dos fármacos em uma população. Ou ainda, como sendo a 
aplicação dos métodos epidemiológicos em assuntos farmacológicos. Em que, para 
realizarmos estes estudos, devemos utilizar os conhecimentos da farmacologia e da 
epidemiologia. 
Por meio da farmacoepidemiologia podemos realizar a vigilância de drogas na 
fase de comercialização, utilizando-se para isso estudos epidemiológicos. A 
farmacoepidemiologia pode auxiliar na análise de outros aspectos, tais como: tipo de 
paciente, doença, legislação, fatores étnicos, sociais e econômicos. Podemos citar 
 
 
como exemplo, a associação da polifarmácia (prescrição de vários tipos de 
medicamentos para o mesmo paciente) com a prevalência de pacientes idosos. 
Com os estudos da farmacoepidemiologia podemos analisar os indicadores 
de qualidade nas prescrições médicas. Em que, aquelas prescrições que 
apresentam grande número de interações, são ditas como prescrições inadequadas, 
enquanto que aquelas com o menor número possível de interação são consideradas 
adequadas e seguras. Outro indicador de prescrições inadequadas pode ser 
evidenciado naquelas prescrições contendo medicamentos com baixo índice 
terapêutico, ou seja, grande risco de causar reações adversas, ou aqueles 
medicamentos com baixa eficácia terapêutica. 
Como podemos verificar a farmacoepidemiologia pode ser uma ciência 
primordial para a garantia da segurança terapêutica do paciente. Podendo evitar o 
aparecimento de RAM e promover o uso racional de medicamentos. Algumas 
ferramentas de gerenciamento de saúde podem ser utilizadas na 
farmacoepidemiologia, são elas: Estudos de utilização de medicamentos; 
acompanhamento do risco-benefício dos medicamentos; planejamento estratégico 
em longo prazo e os programas de gerenciamento de doenças. 
 
a) Estudos de utilização de medicamentos - tem como objetivos medir o 
uso dos medicamentos pela população, analisar os tipos de prescrições dos médicos 
e dentistas, assim como a adesão do paciente ao tratamento prescrito. Por meio 
destes estudos pode-se gerenciar a qualidade na utilização de medicamentos. 
 
b) Acompanhamento do risco-benefício dos medicamentos - Tem como 
objetivos identificar e validar a segurança das drogas e seus riscos. Por meio deste 
acompanhamento podemos medir o impacto dos benefícios na utilização dos 
medicamentos na população, medir a relação risco-benefício do medicamento, além 
de implementar ações corretas para o uso racional de medicamentos, 
providenciando respostas rápidas aos alertas terapêuticos. 
 
c) Planejamento estratégico à longo prazo - Com este planejamento 
podemos analisar, quantificar e prever as necessidades dos sistemas de atenção à 
saúde dos pacientes. 
 
 
 
d) Programas de Gerenciamento de doenças - Tem como objetivo realizar 
um acompanhamento na qualidade de vida do paciente, utilizando para isso os 
resultados encontrados. 
 
No quadro temos algumas indagações que podem ser realizadas durante uma 
investigação farmacoepidemiológica de campo. 
 
Quadro - Investigação farmacoepidemiológica 
<http://www.scielo.br/img/revistas/rbepid/v14n4/04q01.jpg>. 
 
Segue na figura, um resumo de uma investigação farmacoepidemiológica de 
campo. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.br/img/revistas/rbepid/v14n4/04q01.jpg
 
 
FLUXOGRAMA DE UMA INVESTIGAÇÃO FARMACOEPIDEMIOLÓGICA 
 
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-
790X2011000400004&script=sci_arttext>. 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-
AN02FREV001/REV 4.0 
55 
 
 
Analisando a figura 22 podemos verificar que o processo 
farmacoepidemiológico inicia-se na farmacovigilância, em que por meio da 
notificação dos efeitos adversos ou queixa técnica inicia-se a investigação 
epidemiológica, para quantificar a gravidade do problema em relação à população 
analisada. 
 
FARMACOECONOMIA 
 
É um processo recente, que apareceu devido aos altos gastos com o 
tratamento em saúde. Até este momento do curso estivemos preocupados em 
alcançar a cura terapêutica, assim como acompanhar o paciente, orientando sobre 
os riscos do uso inadequado das medicações. A partir desse momento, teremos que 
nos preocupar com a melhor farmacoterapia e também com a redução de gastos 
dessa farmacoterapia. 
Sabemos que os gastos no sistema público são muito elevados e que os 
recursos são escassos. Por isso, a investigação farmacoeconômica tem como 
objetivo investigar, medir e comparar os custos e os resultados, ou seja, comparar 
quanto tem de investimento e o que pode gastar (recursos/custos), com a 
efetividade da qualidade de vida do paciente, a eficácia e segurança do tratamento. 
Bisson (2007) define farmacoeconomia como sendo: "a aplicação de 
metodologias derivadas

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