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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CAMPUS SOBRAL CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DIODOS DE JUNÇÃO Eng. João Lucas Torres Julho de 2016 Sobral, Ceará CONTEÚDO ●Conceitos básicos de semicondutores ●Cristal de Si puro e cristal de Si dopado ●A junção PN e a camada de depleção ●Polarização direta e inversa ●Simbologia ●Curva (Id vs Vd) característica do diodo ●O diodo ideal e o diodo ideal com queda de tensão constante ●Circuito retificadores ●Exercícios CONCEITOS BÁSICOS DE SEMICONDUTORES Semicondutores são materiais com condutividade elétrica intermediária entre os condutores e os isolantes. Os cristais de silício e de germânio são exemplos de materiais semicondutores. Por ser muito abundante na superfície da Terra o silício tornouse o material semicondutor preferido para a fabricação de componentes eletrônicos + condutividade - Condutores (Cobre) Isolantes (Plástico) Semicondutores (Silício) CRISTAL DE SILÍCIO PURO CRISTAL DE SILÍCIO DOPADO O silício (Si) é um elemento tetravalente e por isso forma estruturas cristalinas covalentes estáveis. Quando puro, o cristal de silício possui condutividade graças aos elétrons arrancados por esforço térmico, porém esses elétrons logo se recombinam com as lacunas deixadas por eles mesmos. Si Si Si Si Si Si Si Si Si Cristal de Si Puro CRISTAL DE SILÍCIO PURO CRISTAL DE SILÍCIO DOPADO O processo de dopagem do cristal de silício consiste em inserir impurezas de um único tipo de forma altamente controlada. Essas impurezas são átomos trivalentes como o boro (B) ou átomos pentavalentes como o fósforo (P). O precisão do processo de dopagem é da ordem de 1 átomo de impureza para cada 10 átomos de silício.⁷ Si Si Si Si B Si Si Si Si Si Si Si Si P Si Si Si Si Cristal de Si Tipo P Cristal de Si Tipo N Lacuna livre Elétron livre A JUNÇÃO PN E A CAMADA DE DEPLEÇÃO Separados, os cristais de Si dopados não tem grande utilidade. É a capacidade de fabricar esses materiais em contato direto que os tornam especiais. Na verdade um cristal do tipo P em contato com um cristal do tipo N é a estrutura de um diodo. Inicialmente existe um balanço geral das cargas elétricas, mas isso muda rapidamente na junção PN. P N P N lacuna elétron A JUNÇÃO PN E A CAMADA DE DEPLEÇÃO Na região de contato entre o cristal tipo P e o cristal tipo N (junção PN) ocorre a recombinação entre os elétrons do lado N com as lacunas do lado P. P N Conforme o lado N da junção perde elétrons ele se torna eletricamente positivo, como o lado P da junção ganha elétrons ele se torna eletricamente negativo. A JUNÇÃO PN E A CAMADA DE DEPLEÇÃO Essa nova distribuição de cargas não nula causa o surgimento de um campo elétrico na junção PN. P N Camada de depleção + + + + + + + + + + - - - - - - - - - - Barreira de potencial E O campo elétrico se traduz numa barreira de potencial elétrico que acaba com a recombinação natural de portadores (lacunas e elétrons). O COMPORTAMENTO DO DIODO É CAUSADA PELA PRESENÇA DA CAMADA DE DEPLEÇÃO. POLARIZAÇÃO DIRETA E INVERSA A barreira de potencial que se forma na junção PN tem valores conhecidos que depende do material de fabricação do diodo. No caso dos cristais de silício essa barreira tem um valor de VB = 0,7 volts A forma como uma fonte de tensão é conectada ao diodo muda completamente o comportamento do mesmo. P N VB = 0,7 V + + + + + + + + + + - - - - - - - - - - POLARIZAÇÃO DIRETA E INVERSA A POLARIZAÇÃO DIRETA ocorre quando a tensão sobre o diodo é maior do que a tensão de barreira do mesmo. P N + + + + + - - - - - VD > VB + i Diodo diretamente polarizado O terminal negativo da fonte “empurra” os elétrons do lado N para dentro da camada de depleção. O terminal positivo da fonte “empurra” as lacunas do lado P para dentro da camada de depleção. A diminuição da camada de depleção permite a difusão de portadores de um lado para o outro da junção produzindo uma corrente elétrica estável. POLARIZAÇÃO DIRETA E INVERSA A POLARIZAÇÃO INVERSA ocorre quando a tensão sobre o diodo é menor do que a tensão de barreira do mesmo. O terminal positivo da fonte “puxa” os elétrons para longe da camada de depleção e o terminal negativo “puxa” as lacunas para longe da camada de depleção. O resultado é o aumento da camada de depleção, isso não permite a difusão de portadores e por consequência não permite a passagem de corrente elétrica. P N VD < VB + + + + + + + + + + + - - - - - - - - - - Diodo inversamente polarizado SIMBOLOGIA Agora já é conhecido que a união de um cristal do tipo P com um cristal do tipo N produz um diodo, porém a representação utilizada até agora mostrava a estrutura interna do componente, é preciso conhecer seu simbolo elétrico e sua forma real. P N ânodo cátodo Simbolo estrutural ânodo cátodo Simbolo elétrico 1N4007 ânodo cátodo Componente real CURVA (Id VS Vd) CARACTERÍSTICA DO DIODO Ao analisar o comportamento do diodo ao ser polarizado direta e inversamente, percebemos que ele é um componente que só permite a passagem de corrente elétrica em uma única direção. Esse comportamento pode ser resumido na curva Id vs Vd. Id Vd0,7V VRUP Id Vd Id= Is(e Vd n .V T−1) CURVA (Id VS Vd) CARACTERÍSTICA DO DIODO A curva do diodo pode ser dividade em três regiões importantes. Id Vd Id Vd0,7V VRUP Região de ruptura Região de corte Região de condução O DIODO IDEAL E O DIODO IDEAL COM QUEDA DE TENSÃO CONSTANTE Embora as equações do diodo forneçam a informação total sobre o estado do componente é muito trabalhoso aplicar essa equação num circuito com vários diodos. A solução para essa questão é a utilização de modelos aproximados que permitem simplificar a análise de circuitos com vários diodos. O modelo mais simples de todos é o diodo ideal, essa simplificação troca o diodo por uma chave de resistência nula. + - Va > Vc Há condução +- Vc > Va Não há condução Chave fechada Chave aberta O DIODO IDEAL E O DIODO IDEAL COM QUEDA DE TENSÃO CONSTANTE A curva Id vs Vd do diodo ideal pode também é uma forma simplificada da curva real. Id Vd Note que o diodo ideal conduz e corta de forma perfeita e sem perdas. O DIODO IDEAL E O DIODO IDEAL COM QUEDA DE TENSÃO CONSTANTE O diodo ideal com queda de tensão constante é uma segunda aproximação do modelo real. Um diodo real só começa a conduzir quando a tensão sobre o diodo supera a tensão de barreira (para o silício é 0,7 volts). O modelo com queda de tensão constante é um diodo ideal em série com uma fonte de tensão de 0,7V. Diodo ideal Fonte de tensão 0,7V 0,7V Id Vd CIRCUITOS RETIFICADORES Uma das aplicações mais importantes do diodo é no projeto de circuitos retificadores, estes circuitos servem para converter tensão CA em CC e é fundamental em fontes de alimentação. Será visto dois circuitos básicos: o retificador de meia onda e o retificador de onda completa. ~ ~ D1 D2 D3 D4 RcRc D1 V = Vp.cos(wt)V = Vp.cos(wt) Retificador de meia onda Retificador de onda completa CIRCUITOS RETIFICADORES O retificador de meia onda tem esse nome pois o único diodo docircuito conduz durante meio ciclo de onda, quando o mesmo fica diretamente polarizado. A consequência é que apenas metade da energia de um ciclo de onda é entregue a carga. ~ Rc D1 V = Vp.cos(wt) Retificador de meia onda V t Vp -Vp Vp VRc t CIRCUITOS RETIFICADORES O circuito retificador de onda completa sempre possui um único par de diodos conduzindo (D1 e D4 ou D2 e D3), como os diodos não permitem a inversão do sentido da corrente a tensão de saída sobre a carga é sempre positiva. V t Vp -Vp Vp VRc t ~ D1 D2 D3 D4 RcV = Vp.cos(wt) Retificador de onda completa EXERCÍCIOS (SEDRA, EXEMPLO 3.2, MODIFICADO) Determine o valor das correntes dos diodos no circuito da figura abaixo. 5K 10K D1 D2 -10V +10V EXERCÍCIOS (SEDRA, EXERCÍCIO 3.4.e) Determine o valor da tensão v e da corrente i. 1K 3V V 2V 1V i Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22
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