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AT 2 Macroeconomia

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A RIQUEZA MATERIAL DO MATO GROSSO DO SUL, MENSURADOS ATRAVÉS DO PRODUTO INTERNO BRUTO – PIB, ENTRE 2000 A 2014.
Trabalho apresentado para o cumprimento da Atividade II da disciplina de Macroeconomia, do curso de graduação em Administração Pública – PNAP III, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, apresentado ao Prof. José Carlos de Jesus Lopes
Campo Grande – MS
Janeiro de 2016
BREVE RELATO SOBRE O ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
	O Mato Grosso do Sul é o segundo estado mais jovem da federação. Foi criado pela lei complementar nº 31, de 11 de outubro de 1977 e instalado em 1º de janeiro de 1979. Está localizado geograficamente na região Centro-Oeste e possui um território de 357.145,53 Km². Seus limítrofes são: ao norte, com Mato Grosso e Goiás; ao sul, com Paraguai e Paraná; a leste, com Minas Gerais e São Paulo; e, a oeste, com Paraguai e Bolívia.
	O estado tem uma população de 2.505.088 habitantes, possui uma densidade demográfica de 7,01 hab/km² e PIB Per Capita é de R$ 21.744 (Estimativa IBGE - 2012). Conta com 79 municípios, divididos em 11 microrregiões, sendo os mais populosos: a capital Campo Grande, com 805.397 habitantes; Dourados, com 200.729 moradores; Corumbá, com 104.912 munícipes; Três Lagoas com população de 105.224 pessoas; Ponta Porã, com 80.433 residentes; e Naviraí que possui 47.899 habitantes.
	No aspecto econômico, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, composição do PIB sul-mato-grossense em 2013, considerando o valor adicionado por setor, corresponde a seguinte divisão: o setor terciário (Comércio e Serviços) é a atividade econômica com maior participação no PIB local, sendo responsável por 60,09% da produção da riqueza; em seguida o setor secundário (indústrias) compõe 22,16% do PIB do estado; e, por fim, o setor terciário (agropecuário) representa 17,75% da produção local. 
	No entanto, essa composição da economia nem sempre foi dessa forma. Tradicionalmente Mato Grosso do Sul é fortemente influenciado pelo segmento de agronegócios e sempre se destacou por possuir um dos maiores rebanhos bovinos do país e por ser um dos celeiros da agricultura brasileira. De acordo com o site portalbrasil.net, “em 1990 a atividade agropecuária correspondia a 24,4% do PIB estadual, enquanto a indústria era responsável por 13%”.
	A alteração do perfil econômico do estado aconteceu a partir da segunda metade da década de 90, quando o governo estadual começou a atrair indústrias por meio de incentivos fiscais. Em 1997, foi aprovada a “lei de incentivos fiscais” que autorizava as empresas a pagar apenas 25% do ICMS por prazos de até dez anos. Em 2012 a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou a Lei nº 4.285, que “autoriza o Poder Executivo a prorrogar, até 31 de dezembro de 2028, os incentivos e benefícios fiscais concedidos a estabelecimentos industriais”. 
RESSALVAS SOBRE A COLETA DE INFORMAÇÕES
	Antes de iniciarmos a análise da série histórica do PIB de Mato Grosso do Sul do período de 2000 a 2014, decidimos registrar algumas ressalvas das nossas escolhas metodológicas para a confecção deste trabalho. 
	Primeiro é importante mencionar que percebemos que as instituições que tem a função de aferir e consolidar o PIB estadual, seja IBGE, IPEA ou SEMADE/SEMAC, apresentam informações diferentes para os mesmos dados: o IPEA traz conteúdos consolidados oriundos do IBGE, porém superficiais; o IBGE aparenta ter a iniciativa das análises, mas seus estudos são densos e diversos; por sua vez, a SEMADE/SEMAC parece trabalhar em conjunto com o IBGE para confeccionar os relatórios de Contas Regionais, mas seus relatórios divergem entre si.
	Neste sentido, decidimos utilizar as informações disponibilizadas pela SEMADE/ SEMAC, pois apresentam dados mais ricos e direcionados para o objetivo desta atividade. Quanto às divergências de informações, optamos por utilizar os relatórios e publicações mais recentes. Por fim, não encontramos informações oficiais sobre o PIB de Mato Grosso do Sul em 2014, apenas projeções da própria SEMADE/SEMAC.
O PIB DE MATO GROSSO DO SUL DE 2000 A 2014
	Já dissemos que Mato Grosso Sul é reconhecido como um dos celeiros do agronegócio nacional, porém, ainda é um estado periférico, pequeno e pouco habitado. Sua população representa aproximadamente 1,25% do total de habitantes do país e, por conseguinte, o PIB local tem uma participação modesta no total de riquezas produzido no Brasil, apenas 1,3% do total da nação.
	Apesar desta constatação, os últimos governantes tiveram êxito ao conseguirem adotar políticas que atraíssem novas indústrias para o estado. Isso, somado à pujança do setor de agronegócios, possibilitou que houvesse um desenvolvimento acima da média brasileira, nos últimos 15 anos. Ao analisar os dados da tabela acima, percebemos que enquanto a média de crescimento nacional foi de 3,2%, a de Mato Grosso do Sul foi de 4,8%, sendo que o volume de crescimento local foi maior que o nacional em 11 oportunidades, desde o ano de 2000.
	Entre os anos de 2000 a 2003, observa-se que, apesar de oscilar para abaixo do índice nacional em 2000 e 2002, a média do PIB sul-mato-grossense no período foi quase o dobro da média nacional. Enquanto por aqui o crescimento foi de 4,82%, o país evolui 2,50%. Este resultado tem haver com o bom momento da agropecuária e a consolidação das indústrias que estavam se instalando no estado.
	No entanto, em 2004, devido a falta de chuvas, toda a produção agrícola do estado foi altamente prejudicada	, gerando uma perda de 30% das lavouras e acarretando uma redução de 20,97% do setor primário. As dificuldades climáticas ocasionaram uma forte retração na economia do estado, provocando uma redução de 1,28% do PIB e fazendo com que Mato Grosso do sul fosse o único estado da federação em que o PIB decresceu em 2004.
	No período seguinte, de 2005 a 2008, o PIB sul-mato-grossense registrou resultados sempre maiores que o PIB nacional. A média local foi de 5,45%, frente a 4,50% assinalado pelo país. Esse foi um momento de forte recuperação da economia de Mato Grosso do Sul, pois em 2005 um surto de febre aftosa abateu o segmento pecuarista, resultando em eliminação de animais, proibição de exportação e perda de mercado.
	O ano de 2009 foi caótico para a economia mundial, brasileira e sul-mato-grossense. A crise econômica internacional afetou grandes mercados consumidores e influenciou diretamente as exportações do Mato Grosso do Sul. Neste ano, enquanto o resultado do PIB brasileiro foi negativo, recuou 0,2%, o PIB local manteve-se estável, registrando pequeno crescimento de 0,42%.
	Diferentemente do ano anterior, em 2010 Mato Grosso do Sul teve um resultado excelente para o PIB: 11,01%. No mesmo período o PIB brasileiro foi de 7,5%, o que em si já era um fato excepcional, considerando que foi um dos maiores do mundo, ficando atrás apenas da China e da Índia. Nesta ocasião, o setor agropecuário e a atividade industrial impulsionaram o crescimento, com evolução de 25,5% e 14,6% respectivamente.
	
	A expansão da Indústria e do Comércio e Serviços continuaram favorecendo a evolução do PIB em 2011. Sobre este fato, o site de notícias Campo Grande News apontou o seguinte: “A atividade industrial cresceu 5,74%, com destaque para o setor de Transformação, que cresceu 4,19%, e a Construção Civil, com crescimento real de 6,57%. O setor de Comércio e Serviços também teve destaque, e apresentou desempenho de 5,40%.” A despeito de o PIB regional ter crescido 3,50%, ficou um pouco abaixo do índice nacional que foi de 3,94%.
	Com um volume de crescimento de 6,03% em 2012, foi o setor agropecuário que impulsionou o crescimento do PIB sul-mato-grossense. Neste ano, a cultura do milho praticamente dobrou sua produção, ao mesmo tempo em que as plantações de cana-de-açúcar tiveram uma elevação considerável. Entre 2012 a 2014 no tempo em que a economia brasileira começou a patinar, a produção do estado se mostrouvigorosa e consistente, sempre com resultados muito superiores à média brasileira.
	Segundo o Relatório Projeção do Produto Interno Bruto de Mato Grosso do Sul, elaborado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, nos “últimos cinco anos a média de crescimento da economia estadual foi de 5,27% ao ano, entre 2009 e 2013, onde o setor secundário (Indústrias) obteve o melhor desempenho com um crescimento médio de 7,44%, seguido do setor terciário com uma taxa média anual de 5,51%”.
	Em 2013, com um valor corrente de 69.118 bilhões de reais, o estado ocupou a 16º posição no Ranking do PIB Nacional e a 9º posição no Ranking do PIB per capita, com um valor de R$ 26.714,57. Esses resultados são expressivos, haja vista que são 27 posições em disputa e considerando que Mato Grosso do Sul é um dos estados com a menor densidade demográfica do país. Neste ano, o volume de crescimento do PIB local (6,59%) foi o 2º maior do Brasil.
	Os resultados de PIB regional em 2014 que constam na planilha acima são projeções da SEMADE/MS para auxiliar o executivo estadual na tomada de decisão e implementação de políticas públicas. É temerário fazer qualquer análise sem os resultados reais, uma vez que também não era esperado que o PIB brasileiro praticamente não crescesse nesse ano. Portanto, quando forem divulgadas as informações oficiais do PIB de Mato Grosso do Sul em 2014, é possível que haja surpresa e que o resultado seja muito diferente do projetado.
	Por fim, a conclusão que chegamos ao analisar as informações da produção da riqueza de Mato Grosso do Sul é que a decisão governamental de buscar modificar o perfil econômico do estado, transformando-se de uma região altamente influenciada pela produção do 1º setor, para um polo atrativo de indústrias dos mais variados segmentos e um setor terciário condizente com esta diversificação, fez com que a economia estadual estivesse mais protegida das turbulências do mercado. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS – IBGE. Contas Regionais do Brasil: 2002-2005. Rio de Janeiro: IBGE/Coordenação de Contas Nacionais, 2007. 102p. (Contas Nacionais, 21). Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualização/livros/liv54776.
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________________. Contas Regionais do Brasil: 2003-2007. Rio de Janeiro: IBGE/Coordenação de Contas Nacionais, 2009. 90p. (Contas Nacionais, 28). Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv42940.
pdf>. Acesso em: 31 jan. 2016.
________________. Contas Regionais do Brasil: 2005-2009. Rio de Janeiro: IBGE/Coordenação de Contas Nacionais, 2011. 127p. (Contas Nacionais, 35). Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualização/livros/liv54776.
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INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA. PIB Estadual a preço de mercado corrente. Disponível em: <http://www.ipeadata.gov.br>. Acesso em: 31 jan. 2016.
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - SEMADE. Diagnóstico Socioeconômico de Mato Grosso do Sul - 2015. Campo Grande, 2015. Disponível em: <http://www.semade.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/20/2015/03/Diagnostico_Socioeconomico_de_MS_20151.pdf>. Acesso em 31 jan. 2016.
________________. Produto Interno Bruto Estadual: 2010 – 2013. Campo Grande, 2015. Disponível em: <http://www.semade.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/20/2015/12/PIB-MS2010-2013.pdf>. Acesso em 31 jan. 2016.
________________. Projeção do Produto Interno Bruto de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, 2015. Disponível em: <http://www.semade.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/20/2015/10/projecao_pib_2019.pdf>. Acesso em 31 jan. 2016.
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE, DO PLANEJAMENTO, DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO DO SUL - SEMAC. Produto Interno Bruto Estadual 2002 – 2012. Campo Grande, 2014. Disponível em: <http://www.semade.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/20/2015/10/PIB-MS2002-2012.
pdf.>. Acesso em 31 jan. 2016.
________________. Série Histórica PIB MS: 1995 – 2012. Campo Grande, 2014. Disponível em: <http://www.sejusp.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/20/2015/03/serie_historica_pib_
1995_2012.pdf>. Acesso em 31 jan. 2016.

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