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CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO

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CARGO EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA 
Normas Constitucionais e Infraconstitucionais 
 
 
 
 
 Vicentina Ferreira Candido de Lima1 
 
 
Resumo 
 
 
A administração pública é organizada de forma a garantir uma eficiência na função pública, 
ela é composta por pessoas jurídicas e essas são divididas em órgãos administrativos. Dentro 
desta organização estatal temos a figura do agente público, são aqueles que desempenham 
funções estatais, se divide em agentes políticos ou servidores estatais, as pessoas jurídicas de 
direito público ou privado e de acordo com a classificação tem-se o regime jurídico a que se 
submetem, devemos considerar ainda os particulares que exercem função pública. Uma 
definição mais ampla de agente público podemos dizer que é aquela pessoa que serve ao 
Poder Público, que instrumentaliza suas vontades e ações. O agente público pode ser 
nomeado, contratado, designado ou convocado, isso pode ser de forma temporária ou 
permanente, com ou sem remuneração. O presente trabalho pretende explanar sobre cargo, 
emprego e função pública, será feito análises doutrinárias, constitucionais e 
infraconstitucionais, será abordado às diferenças entre elas, as formas de ingresso, regimes 
jurídicos, remunerações, vedações e etc. 
Palavras-Chave: Direito administrativo, administração pública, servidor público, cargo, 
emprego, função pública. 
 
1
 Estagiaria na empresa de Advocacia Grasselli Advogados, Estudante de Direito na Faculdade Eduvale Avaré. 
 
Summary 
 
 
Public administration is organized in such a way as to ensure efficiency in the public service, 
it is composed of legal persons and these are divided into administrative bodies. Within this 
state organization we have the figure of the public agent, are those who perform state 
functions, is divided into political agents or public servants, legal persons under public or 
private law and according to the classification has the legal regime to which Private 
individuals who hold public office. A broader definition of public agent we can say that it is 
that person who serves the Public Power, that instrumentalists their wills and actions. The 
public agent may be appointed, hired, appointed or called, this may be temporary or 
permanent, with or without remuneration. The present work intends to explain about position, 
job and public function, will be made doctrinal, constitutional and infraconstitutional 
analyzes, will be addressed to the differences among them, the forms of entry, legal regimes, 
remunerations, fences and etc. 
Keywords: Administrative law, public administration, public servant, position, employment, 
public function. 
 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
 Para iniciar o trabalho se faz necessário breve comentário sobre Administração 
pública, podemos conceitua-la como sendo todo aparelho do Estado organizado de forma a 
realizar os serviços de responsabilidade do Estado, visando satisfazer as necessidades 
coletivas, não pratica atos de governo e sim de execução, seus atos são vinculados às leis ou 
às normas técnicas. A Administração tem poder de decisão somente na área de suas 
atribuições e competência executiva, podem atuar somente e, assuntos jurídicos, técnicos, 
financeiros ou de conveniência administrativa, sem qualquer faculdade de opção política. São 
inúmeros os critérios utilizados para conceituar a expressão “Administração pública”, para 
Hely Lopes Meireles, 
“a Administração pública dever se conceituada adotando-se os 
seguintes critérios: o formal, que define a Administração como um 
conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do 
Governo; o material, que estabelece um conjunto de funções 
necessárias para os serviços públicos, e o operacional, que a define 
como o desempenho perene e sistemático, legal e técnico dos serviços 
próprios do Estado ou por ele assumidos em benefícios da 
coletividade” (Fernanda Marinela-2013) 
 
Dentro da Administração pública temos as Atividades Administrativas, que são todos 
os gestos do Poder Público, sua natureza é “múnus público” 2, tem como por objetivo a gestão 
de bens e interesses qualificados da comunidade, gerir a complexa gama de serviços 
garantidos pelo ente representante da coletividade, podemos dizer então que a administração 
pública, é a forma do poder representativo do povo e esta deve satisfazer as expectativas de 
serviços essenciais que deverão ser postos à disposição do representado. Tais serviços só se 
tornam possíveis, especialmente a condução do Estado, com a atividade administrativa, seja 
esta em âmbito municipal, estadual ou federal, na sua organização direta ou indireta. 
Os atos da Administração Pública são exercidos pelos Agentes Públicos, 
“expressão mais ampla para designar de forma genérica e indistinta os 
sujeitos que exercem funções públicas, que servem ao Poder Público 
como instrumento de sua vontade ou ação, independentemente do 
vínculo jurídico, podendo ser por nomeação, contratação, designação 
ou convocação. Independente, ainda de ser essa função temporária ou 
permanente e com ou sem remuneração. Assim, quem quer que 
desempenhe funções estatais, enquanto as exercita, é um agente 
público.” (Fernanda Marinela – 2013). 
Os agentes públicos são classificados conforme suas atuações sendo agentes políticos 
ou servidores estatais; pessoas jurídicas de direito público ou direito privado e conforme seu 
regime jurídico pode ser estatutário ou celetista, temos que considerar ainda os particulares 
que exercem função pública. 
No gênero “agentes públicos” têm-se as espécies que são: servidores estatais, 
servidores públicos, empregados públicos, funcionários públicos entre outras. 
 
2
 Munus pode ser entendido como emprego, encargo ou funções que um indivíduo tem de exercer 
obrigatoriamente. O múnus público procede de autoridade pública ou da lei, e obriga o administrador a certos 
encargos em benefício da coletividade ou da ordem social 
“Agentes políticos aqueles que constituem a vontade superior do Estado, que são os 
titulares de cargos estruturais da organização política do país, integrando o arcabouço 
constitucional do Estado, formando a estrutura fundamental do Poder”. (Fernanda Marinela – 
2013). Seu regime jurídico é o estatuto. Nessa categoria encontram-se: os chefes do Poder 
Executivo e seus auxiliares imediatos (Presidente da República, Governadores de Estado, 
Prefeitos e seus Vices, Ministros de Estados, Secretários Estaduais e Municipais) e os 
membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores). 
Seu vinculo jurídico em regra tem natureza política. 
Servidores Estatais, podemos dizer que são todos aqueles que não se encaixam na 
definição anterior, ou seja, se não é agente político é servidor estatal. Essa modalidade se 
subdivide em Servidores Públicos e Servidores das pessoas governamentais de direito 
privado. 
Servidores públicos exercem funções públicas, cargos públicos e empregos públicos 
nas administrações direta e indireta. São agentes administrativos que exercem uma atividade 
pública com vínculo e remuneração paga pelo erário público. Seu regime jurídico pode ser 
estatutários, celetistas ou temporários. Os agentes públicos podem ocupar cargo, emprego ou 
função, que serão os principais tópicos do presente artigo. 
 
2 – CARGO PÚBLICO 
 Cargo público é ocupado por servidores públicos, podemos conceitua-lo utilizando o 
Art. 3º da Lei 8.112/90 “cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
prevista na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor”.Cargo público 
pode ter provimento efetivo ou em comissão. Provimento efetivo é o modo de ocupação do 
cargo, ao agente é garantido à permanência no exercício de suas atribuições, poderá o agente 
adquirir estabilidade após três anos de efetivo exercício. Provimento em comissão ao 
contrário da primeira não traz garantia de permanência ou de forma de perda, de caráter 
transitório dura enquanto a confiança da pessoa que nomeou o agente existir, ou enquanto 
essa pessoa ocupar determinado escalão dentro da Administração Pública. Seu regime jurídico 
é estatutário ou institucional, não contratual, definido por lei. Tem sua criação por lei (Art. 
48,X da CF), com número certo e denominação própria. 
 A Constituição Federal prevê regras para cada poder criar seus cargos: 
Art. 61,§1°,II, alíneas “a” e “c”: prevê competência privativa ao Presidente da República 
apresentação de projeto Lei que disponha sobre a criação de cargos, funções ou empregos 
públicos da Administração direta ou autarquia; Art. 84, XXV também é privativo do 
Presidente prover e extinguir cargos públicos e Federais e com a Emenda Constitucional n° 
32, nesse mesmo artigo em sua alínea “b” admite-se tal extinção desde que o cargo esteja 
vago. 
Art. 96,II, alínea “b”: competência privativa dos Tribunais proporem ao Poder legislativo a 
criação dos cargos que lhe forem vinculados. 
Observando-se o caput do Art. 48 da CF percebemos uma exceção à regra: os serviços 
auxiliares do Poder Legislativo, em que seus cargos não dependem de lei, nessa hipótese, 
serão feita por resolução de cada uma das casas do Congresso Nacional, Câmara de 
Deputados ((Art. 51,IV) e Senado Federal Art. 52,XIII) que têm competência privativa para a 
matéria. 
 O conjunto de cargos organizados de forma escalonada e hierárquica é denominado 
Carreira. “É o agrupamento de classes da mesma profissão ou atividade, escalonados segundo 
a hierarquia do serviço, para acesso privativo dos titulares dos cargos que integram, mediante 
provimento originário”. (Hely Lopes Meirelles-2003). 
 Chamamos de Classe o agrupamento de cargos na mesma profissão, e com idênticas 
atribuições, responsabilidades e vencimentos. Somente fazem parte da Classe os cargos de 
carreira, pois contam com progressão profissional. 
 E o conjunto de carreiras e cargos isolados que compõe a estrutura de um órgão ou 
Poder é chamado de Quadro, podem ser permanentes ou provisórios. 
 Os Cargos Isolados, os que não se podem integrar em classes e correspondem a certa e 
determinada função. 
 O agente que ocupa cargo tem regime jurídico Estatutário, recebe vencimento ou 
remuneração e exerce função. 
3 – FUNÇÃO PÚBLICA 
 Conjunto de atribuições e responsabilidades exercidas por uma pessoa para a 
Administração Pública, em regra para a execução de serviços eventuais, ou seja, 
correspondem às inúmeras tarefas que devem ser desenvolvidas por um servidor, é a atividade 
em si. 
 O Art. 37,V CF/88 prevê a função de confiança: 
“as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento” 
Função pública se subdivide em dois tipos: função de natureza permanente e a função 
de natureza temporária. Permanente são aquelas de cargos de direção, chefia e assessoramento 
(Art. 37, II e inciso V CF). Temporária Art. 37, IX CF. 
Interessante destacar a distinção entre cargo em comissão e função de confiança que 
trás constantemente confusões: 
CARGO EM COMISSÃO Art. 37,V CF/88 FUNÇÃO E CONFIANÇA Art. 37,V CF/88 
Possui lugar no quadro funcional da Administração 
que conta com um conjunto de atribuições e 
responsabilidades 
Somente um conjunto de atribuições e 
responsabilidades. 
Utilizado para direção, chefia e assessoramento. Utilizado para direção, chefia e assessoramento. 
Pode ser ocupado por qualquer pessoa, reservado um 
limite mínimo previsto em lei que só pode ser 
atribuído aos servidores de carreira. 
Somente ocupado por servidores titulares de cargos 
efetivos. 
Sem concurso público, ressalvado o percentual 
mínimo reservado ao servidor de carreira. 
Com concurso público, já que somente pode exercê-la 
o servidor de cargo efetivo, porém, a função em si não 
é necessário concurso público. 
De livre nomeação e exoneração. De livre nomeação e exoneração no que se refere à 
função e não em relação ao cargo efetivo. 
 
4 – EMPREGO 
 Emprego é terminologia utilizada para identificar uma relação funcional de trabalho. 
 Emprego público pode ser conceituado como o exercício da função pública por meio 
de um contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e Art. 7° da 
CF/88, ao contrário do serviço estatutário, que é regido pelo Estatuto dos Funcionários 
Públicos. 
Dessa forma, a relação de emprego tem natureza contratual, o regime é a Legislação 
Trabalhista, ocupa emprego, exerce função e recebe salário ou remuneração. 
O empregado público regido pelas Leis Trabalhistas não tem direito ao beneficio da 
estabilidade e mesmo tendo um regime jurídico diferente seu ingresso ao cargo deverá ser 
efetuado através de concurso público. 
De forma errônea muitos autores se referem ao regime jurídico do empregado público 
como sendo Celetista, ou seja, regido pela CLT, o correto é utilizar-se Legislação Trabalhista, 
tendo em vista, que além da Consolidação das Leis Trabalhistas, devem ser observados os 
dispostos no Art. 7º da CF/88 e ainda a Lei 9.962/00 que disciplina o regime de emprego 
público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional. 
O Art. 2º da Lei 9.962/00, assim como o Art. 37,II da CF/88 prevê que a investidura 
no emprego público deverá ser através de concurso público. 
De acordo com o Art. 3° da Lei 9.962/00, trata-se de um contrato com prazo 
indeterminado e sua rescisão não pode ocorrer de forma unilateral, dessa forma, embora não 
tenha a característica de estabilidade, afasta a dispensa desses empregados de forma 
imotivada, só sendo possível ocorrer à dispensa por falta grave conforme Art. 482 CLT; 
acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; necessidade de redução de 
quadros por excesso de despesa Art. 169 CF/88. 
A criação e a extinção dos empregos públicos assim como os demais deverão ser feitas 
por meio de lei. 
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Em resumo podemos dizer que a Administração pública precisa da presença da pessoa 
física para exercer na prática seus atos. Esta presença vem na forma dos agentes públicos, 
estes ocupam cargo público que é ocupado por servidor público, emprego público exercido 
por empregado público que pode atuar em entidade privada ou pública da Administração 
indireta, cujo regime jurídico é a Legislação trabalhista e sua natureza é contratual e função 
pública que é o conjunto de atribuições destinadas aos agentes públicos, abrangendo a função 
temporária e a função de confiança. 
 As terminologias comunmente são utilizadas de forma errada, e a distinção entre elas é 
primordial para o bom entendimento do funcionamento dos atos da Administração Pública. 
 Assim como é costumeiro utilizarem o termo “celetista” (até mesmo alguns autores 
comentem esse erro) para definirem o regime jurídico do empregado público, quando o 
correto é Legislação trabalhista, já que as regras em nosso ordenamento jurídico não se 
encontram em um único código, a CLT é uma consolidação de Leis muito utilizada no 
particular, mas se tratando da Administração Pública há regras esparsas na Constituição 
Federal, e em se tratando de empregadopúblico há lei própria, Lei 9.962/00. 
 
Bibliografia 
Marinela, Fernanda – Direito Administrativo - 7ª Edição – Niterói Rio de Janeiro – Editora 
Impetus – 2013. 
Meirelles, Hely Lopes – Direito Administrativo Brasileiro – 28 Edição – São Paulo – Editora 
Malheiros – 2003. 
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella – Direito Administrativo – 16 Edição – São Paulo – Editora 
Atlas – 2003. 
http://jusdesesperandi.blogspot.com.br/2011/02/direito-administrativo-cargo-emprego-e.html 
acessado em 15:57 29/03/17

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