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CURSO ARBORIZAARBORIZAÇÇÃO RURALÃO RURAL Luciana Domingues Bittencourt Ferreira Doutora em Agronomia 15 setembro 2010 Flora brasileira: Maior biodiversidade vegetal do planeta Mais de 55 mil espécies de plantas superiores e cerca de 10 mil de briófitas, fungos e algas, um total equivalente a quase 25% de todas as espécies de plantas existentes. Anualmente há inserções de espécies novas. PAISAGEM NA REGIÃO DOS CERRADO Destaca-se: • Pela riqueza de sua biodiversidade, • Pela vasta extensão territorial, • Pela posição geográfica privilegiada, • Pela heterogeneidade vegetal, e • Por ser cortado pelas três maiores bacias hidrográficas da América do Sul. Sistema Biogeográfico dos Cerrados Campos - A vegetação é arbustiva esparsa e há uma composição graminácea intensamente distribuída pela área ; Cerrado (Stricto Sensu) - Apresenta estrato gramíneo, com ocorrência de árvores de pequeno porte e aspecto tortuoso; Imagens: http://altairsalesbarbosa.blogspot.com http://www.agencia.cnptia.embrapa.br Cerradão - Vegetação mais vigorosa, com árvores atingindo de 10 a 15 metros de altura e mais encopadas; Matas - Ocorre em manchas de solo de boa fertilidade natural; Imagens: http://altairsalesbarbosa.blogspot.com http://cerradonativo-ong.blogspot.com/ Matas Ciliares - Ocorre ás margens dos pequenos córregos e rios em estreitas faixas. São muito variáveis quanto à configuração, ora em forma de bosque ora com ralas e Veredas e Ambientes Alagadiços - são paisagens com predomínio dos coqueiros buriti e buritirana, há ainda um estrato inferior de gramíneas. Imagens: http://altairsalesbarbosa.blogspot.com http://cerradonativo-ong.blogspot.com/ AGROPECUÁRIA NO CERRADO • Leite • Carne • Grãos (soja, milho, arroz, ...) • Algodão, entre outros NECESSIDADE DE COMPATIBILIZAR A PRODUÇÃO AGRÍCOLA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE As transformação na paisagem, modificam os elementos naturais, como: •solo, •temperatura, •umidade, •nebulosidade, •mecanismos do vento, •pluviosidade, •flora e fauna. Esses elementos naturais são responsáveis, no geral, pelas condições de conforto ambiental. "O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras em satisfazer as suas necessidades". Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987): http://bradescobancodoplaneta.ning.com/ Condições a que o desenvolvimento sustentável deve, idealmente, atender: • Incremento da qualidade de vida, • Maior controle dos processos biológicos pela agricultura, • Uso mais eficiente dos recursos naturais pela agricultura, • Aumento da produção a custos marginais não- ascendentes, e • Aumento do nível de bem-estar de uma geração sem o sacrifício do bem-estar de qualquer outra geração. Atualmente a paisagem rural está depende diretamente das transformações operadas pelo homem por meio dos sistemas de uso do solo, agrícolas ou florestais ou mistos. Funções da paisagem rural São os bens e serviços suportados por uma paisagem e que respondem às necessidades, procuras e expectativas do homem. A função da paisagem rural podem ter um valor de mercado - produção agrícola, produção florestal; � Ou a função da paisagem corresponde a bens e serviços públicos - laser, conservação da natureza, identidade cultural, qualidade de vida, preservação dos recursos ambientais, entre outros. PAISAGISMOPAISAGISMO PLANEJAMENTO DA PAISAGEM PAISAGISMO é uma especialidade multidisciplinar de ciência e arte, que tem por finalidade ordenar todo o espaço exterior em relação ao homem e demais seres vivos. Exemplos: • Paisagismo urbano • Paisagismo rural • Paisagismo rodoviário • Paisagismo de áreas internas IMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO RURALIMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO RURAL • Econômica • Social • Ambiental As funAs funçções do PAISAGISMO RURAL ões do PAISAGISMO RURAL nãonão estão limitadas ao embelezamento estão limitadas ao embelezamento estestéético da paisagem, mas tambtico da paisagem, mas tambéém m ààs s prprááticas preservacionistasticas preservacionistas, , indispensindispensááveis veis àà manutenmanutençção dos elos ão dos elos essenciais ao equilessenciais ao equilííbrio do ecossistema brio do ecossistema nas nas ááreas de sua implantareas de sua implantaçção. ão. Quando o homem começou a se preocupar em planejar e mudar a paisagem a sua volta? Relatos históricos sobre a atividade Primeiros registros: Egito e China Egito – os jardins egípcios eram baseados nos minifúndios ao longo do Rio Nilo. China – os jardins chineses eram baseados nos parque de caça imperial, ricos em vegetação. CURIOSIDADES Na idade média, os jardins dos mosteiros eram cultivados com o fim medicinal e de ornamentação. No renascimento, exploração de formas e cores. Exaltação da supremacia do homem sobre a natureza. A descoberta das Américas possibilitou a exploração de várias espécies ornamentais. •Relevo •Vegetação nativa •Pastagens/lavouras •Cursos d’água •Estradas •Construções •Animais ELEMENTOS QUE COMPÕEM A PAISAGEM PAISAGEM NO MEIO RURALPAISAGEM NO MEIO RURAL PAISAGISMO RURAL NECESSIDADES: • Quintal/Pomar • Quebra vento • Sombreamento - Alamedas • Controle de Processos Erosivos • Proteção de Nascentes • Cercas e outros Quebra vento Vantagens: �Proteção contra estragos caudados pelo vento; �Redução do ressecamento do solo e da transpiração das plantas; �Diminuição da quantidade de poeira no viveiro; �Plantas do quebra vento servem com abrigo para inimigos naturais de pragas; Recomenda-se espécies adaptadas à região. Exemplos: eucalipto, pinus, grevílea, angico, oiti, acácias, ficus entre outras. O espaçamento entre plantas é variável, porém, recomenda-se a colocação de 3 fileiras de árvores dispostas em forma de triangulo (reduz o número de falhas). Plantas Ornamentais são espécies que distinguem-se pelo florescimento, pela forma ou colorido das folhas e pela forma e aspecto geral da planta. Preenchem os espaços livres e adaptam-se a recipientes de enfeite, estabelecendo no mundo moderno o contato mínimo possível do homem com a natureza. PLANTAS ORNAMENTAISPLANTAS ORNAMENTAIS NOME CIENTÍFICO: É universal. Está nos catálogos, artigos, etiquetas para vendas. ex.: Tabebuia chrysotricha NOME COMUM: Nomes populares e regionalizados. ex.: Ipê amarelo NOMECLATURA ÁRVORES Vegetação lenhosa, com porte alto. Copa definida e em diferentes formatos. Podem ser usadas na arborização de ruas, avenidas, canteiros ou composição de bosques e arboretos. Funções das árvores no paisagismo: Ação decorativa e embelezamento por meio de suas linhas, formas, cores e texturas; D Dar noção de espaço ao jardim; D Proporcionar conforto térmico; D Servir de barreira física contra diversos poluentes; D Reduzir a velocidade e a ação dos ventos. USO DE ÁRVORES NO PAISAGISMO Para implantar a arborização é importante: •Escolher as espécies; •Avaliar alguns critérios, como o ritmo e as exigências para o crescimento, o tipo de copa, o porte, a folhagem, as flores, os frutos, os troncos, as raízes; •Avaliar problemas de toxidez, a rusticidade, a resistência, a desrama natural e a origem das espécies; •Considerar outros fatores relevantes, entre eles, o local de plantio, o clima, o solo e a umidade. Paiva (2000) • Função química: absorção do gás carbônico e liberação do oxigênio, melhorando a qualidade do ar urbano; • Função física:as copas das árvores oferecem sombra, proteção térmica e absorvem ruídos; • Função paisagística: quebra da monotonia da paisagem pelos diferentes aspectos e texturas decorrentes de suas mudanças estacionais; • Função ecológica: as árvores oferecem abrigo e alimento aos animais, protegem e melhoram os recursos naturais (solo, água, flora e fauna) e especificamente para árvores dispostas em sequencia tem a função de atuarem como corredores que interligam as demais modalidades de áreas verdes e; • Função psicológica: arborização é fator determinante da salubridade mental,por ter influência direta sobre o bem estar do ser humano, além de proporcionar lazer e diversão. FUNÇÕES DAS ÁRVORES BOAS PRBOAS PRÁÁTICAS AGRTICAS AGRÍÍCOLASCOLAS Recomendadas pela FAO/OMS, tem o objetivo de garantir: • garantir a qualidade dos produtos agrícolas; • garantir a saúde, bem-estar segurança do trabalhador rural; • garantir a conservação do meio ambiente; • adicionar valor ao produto produzido por pequenos, médios e grandes produtores. As Boas Práticas Agrícola contemplam alguns aspectos como: • Escolha da área, respeitando reserva legal e áreas de preservação permanentes; • Observação da aptidão agrícolas dos solos; • Adoção de práticas de conservação dos solos; • Adoção de plano de gestão ambiental da propriedade; entre outros. Escolha da planta � Saudáveis e vigorosas; � Forma e tamanho indicadas para o espaço que ocuparão; � Estejam em recipientes fáceis de manusear e dificultem a quebra do torrão. � mudas muito grande sofre mais com o transplante; � As melhores mudas de têm grande número de caules próximos ao caule principal; � Plantas livres de pragas ou doenças; � Recipientes com substrato sem plantas daninhas. PLANTIO E MANEJO DE PLANTIO E MANEJO DE ÁÁRVORESRVORES Escolha de mudas de árvores � mudas anatomicamente bem formada; � primeiras ramificações a 2,0m de altura; Muda de raiz nua Vantagem: � menor despesa com transporte; � menor peso e volume; � melhor possibilidade de exame do sistema radicular; � não dissemina pragas, nematóides e ervas daninhas; � preço mais acessível. Desvantagem: � Desenvolvimento inicial mais lento; � Menor percentagem de pegamento no campo; � Maior freqüência de regas; � pouco empregada na jardinagem tropical. Muda com torrão Vantagem: � Rapidez inicial no seu desenvolvimento; � Maior percentagem de pegamento no campo; Desvantagem: � Transporte mais oneroso; � Maior peso e volume; � Não possibilita o exame do sistema radicular; � Pode ser veiculo de pragas, nematóides e ervas daninhas; � Custo mais elevado. OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA � Relevo do terreno; � Drenagem do terreno; � Demarcação dos caminhos; � Construções. PREPARO DO TERRENO LIMPEZA E PREPARO DO TERRENO � Retirada de entulhos; � Substituição do solo (quando for o caso); � Revolve-lo a uma profundidade media de 20cm e quebra dos torrões; � Correção do solo com calcário e aplicação de adubação básica. MARCAÇÃO DO PLANTIO � Marcação de covas; � Espaçamento entre plantas (uso de trenas); PREPARO DAS COVAS � Abertura da cova, conforme a espécie; � separação do solo superficial da parte do fundo da cova; � misturar matéria orgânica e adubação química corretiva com o solo de superfície; � preencher o fundo da cova com esta mistura; � retirar a muda do recipiente e colocá-la no centro da cova; � completar com o restante da mistura e firmar a muda; � irrigar. TAMANHO MÉDIO DAS COVAS � ARBUSTOS – 40 x 40 x 40 cm; � TREPADEIRAS – 70 x 70 x 50 cm; � HERBÁCEAS - 40 x 40 x 40 cm ou dimensões menores; � ÁRVORES – 60 x 60 x 60 cm; � PALMEIRAS – 60 x 60 x 60 cm. Adubação de plantio/cova Não existe uma recomendação padrão. As recomendações são feitas após o conhecimento das exigências das espécies e do local de plantio (via analise do solo) SEMENTE ADUBO Nas covas de plantio pode-se aplicar: •Calcário •Macronutrientes (NPK) •Composto orgânico. SERVIÇOS COMPLEMENTARES � TUTORAGEM – suporte ás plantas � REPLANTIO – reposição devido a eventuais mortes de plantas. Objetiva controlar o crescimento das plantas. Consiste em eliminar, por meio de cortes, partes da planta. PODAS DAS PLANTAS FINALIDADE DA PODA DE ARVORES: • Proporcionar bom arejamento; • Iluminação interna da copa; • Eliminação de ramos secos, doentes, praguejados, fracos, cruzados, encurvados ou mal localizados, além dos ramos vegetativos de desenvolvimento exagerado; • Rejuvenescimento de plantas. PRINCIPAIS TIPOS DE PODA: 1.PODA DE FORMAÇÃO • Altera o hábito natural de crescimento da planta; • Usado em cercas-vivas formais. Consiste em desponte a baixa altura estimulando uma intensa ramificação lateral (quebra da dominância apical). • Para a formação de arvoretas, poda-se os ramos laterais, formando uma coroa no topo da planta. 2.PODA DE FLORAÇÃO Operação característica de cada espécie. 3.PODA DE LIMPEZA Retirada de ramos secos, doentes, praguejados ou que tenha uma inconveniência qualquer. 4. PODA DE CORREÇÃO Se o plantio foi feito em local inadequado e a planta passa a impedir a entrada de luz ou embaraça o livre transito de pessoas. 5. PODA DE REJUVENESCIMENTO Tem por finalidade a reforma da copa, reconstituindo sua ramagem. É feita drasticamente, cortando-se os arbustos próximos ao chão. E feito ao final do inverno. 6. PODA DE MANUTENÇÃO Sebes informais – podas esporádicas, eliminando galhos cruzados, quebrados, secos ou praguejados Sebes formais – podas constantes, mantendo o formato desejado Árvores – elimina-se basicamente galhos secos e senis. ÁRVORES CITADAS NA APRESENTAÇÃO Oiti (Licania tomentosa) Ipê amarelo (Tabebuia serratifolia) Ipê roxo (Tabebuia avalanedae) Ipê rosa (Tabebuia pentaphylla) Munguba ou manguba (Pachira aquatica) Pau Brasil (Caesalpinia echinata) Pata de vaca ou unha de vaca (Bauhinea variegata) Quaresmeira (Tibouchina granulosa) Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) Ipê-de-jardim ou ipê-mirin (Tecoma stans ) Jacarandá-mimoso (Jacaranda mimosaefolia ) Flamboyant (Delonix regia) Murta (Murraya paniculata) Chorão (Salix babylonica) Espatódea (Spathodea Campanulata) DEMÉTRIO, V. A. et alli. Composição paisagística em parques e jardins. Piracicaba: FEALQ, 2000. HANRI, L.; HERMES, M. Plantas Ornamentais no Brasil. Nova Odessa: Ed. Plantarum Ltda, 1995. HANRI, L. Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Nova Odessa: Ed. Plantarum Ltda, Vol 1, 4ª Edição,2002. HANRI, L. Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Nova Odessa: Ed. Plantarum Ltda, Vol 2, 2ª Edição,2002. LIRA FILHO, J. A. et alli. Paisagismo – Princípios Básicos. Viçosa: Editora Aprenda Fácil, 2001. MOTTA, F. L. Roberto Burle Marx e a Nova Visão da Paisagem. São Paulo: Ed. Nobel, 1983. PAIVA, P. D de O. Paisagismo II: Macro e Micropaisagismo. Lavras: UFLA/FAEPE, 2001. PAIVA, H.N. Seleção de espécies para arborização urbana. Revista Ação Ambiental, Viçosa, MG. v.2, n.9, p.14-16, 1999/2000. SCHINZ, M. O mundo dos jardins. Rio de Janeiro: Salamandra Consultoria Editorial, 1988. WINTERS, G. Curso Avançado de Paisagismo. São Paulo: Centro Paisag. Gustaaf Winters, 1991. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA http://altairsalesbarbosa.blogspot.com/2008/11/cerrado-biodiversidade-e-pluralidade.html http://www.iica.org.br/Docs/Publicacoes/PublicacoesIICA/RodrigoMarouelli.pdf http://www.sper.pt/IIICER/Comunicacoes/MTPC_EtAl_com.pdf Luciana Domingues Bittencourt Ferreira lucianadbf@emater.go.gov.br(62) 3201.2356
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