Buscar

Resumo Direito Const I

Prévia do material em texto

RESUMO AV1 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Constituição Federal: é a Lei Maior, dentro dela temos um conjunto de leis organizadoras e regulamentadoras de uma sociedade politicamente organizada. A Constituição limita o poder e o agir do Estado, tendo como função proteger a sociedade. Também orienta a população sobre os seus deveres e direitos, sempre respeitando os Direitos Fundamentais.
Constitucionalismo: movimento social, jurídico, político e até mesmo ideológico, a partir do qual emergem as constituições nacionais. Para CANOTILHO (famoso constitucionalista português) ''é uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos”. 
Neoconstitucionalismo: foi o movimento de dar mais força e poder as normas da Constituição. É o movimento do Direito que garante, preserva e promove os Direitos Fundamentais. Trás uma nova forma de interpretação da lei, sempre através das lentes da Constituição Federal. Seus efeitos são: supremacia do texto constitucional, promoção dos direitos fundamentais, força normativa dos príncipios constitucionais, a constituicionalização do direito, rejeição ao formalismo e etc. Com o Neoconstitucionalismo sepulta-se o Estado de Direito que cede lugar para o Estado Democrático de Direito. 
Elementos da Constituição: 
a) elementos orgânicos - Os elementos orgânicos da constituição relacionam-se aos dispositivos constitucionais que regulam a estrutura do Estado e do poder. Na Constituição Brasileira de 1988, são exemplos de elementos da constituição do tipo orgânicos os seguintes dispositivos:
 Título III – Da organização do Estado;
Título IV – Da organização dos Poderes e do Sistema de Governo;
Título V, Capítulo II – Das Forças Armadas;
Título V, Capítulo III – Da Segurança Pública; e
Título VI – Da Tributação e do Orçamento.
 b) elementos limitativos – Os elementos limitativos da Constituição referem-se as normas protetoras dos direitos e garantias fundamentais e que limitam o poder do Estado. Na Constituição de 1988, são exemplos de elementos da constituição de caráter limitativo as normas dispostas:
Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais;
(com exceção do capítulo II)
 c) elementos sócioideológicos - Os elementos socioideológicos incluem as normas que expressam o compromisso constitucional entre o Estado individualista (liberal) e o Estado intervencionista (social). Na Constituição de 1988, os dispositivos abaixo são exemplos de elementos da constituição do tipo socioideológicos:
Título II, Capítulo II – Dos Direitos Sociais;
Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira;
Título VIII – Da Ordem Social.
 d) elementos estabilizadores - Os elementos de estabilização da constituição referem-se às normas voltadas à defesa da Constituição, do Estado e de suas instituições, bem como à solução de conflitos constitucionais, com vistas a garantir a paz social. Dentre os dispositivos que constituem elementos de estabilização da Constituição de 1988, temos:
Título V, Capítulo I – Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio;
Título III, Capítulo V – Da Intervenção;
Título IV, Capítulo I, Seção VIII, Subseção II
- Da Emenda à Constituição; e
Artigos 102 e 103 (referentes à jurisdição constitucional).
 
 e) elementos de aplicação constitucional - Os elementos de aplicabilidade da constituição incluem as normas constitucionais que regulam a sua aplicação. Na Constituição de 1988, são exemplos de normas referentes a elementos da constituição que regulam sua aplicabilidade:
o Preâmbulo, os dispositivos do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) e por fim o § 1º do artigo 5º, segundo o qual as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
Classificações da Constituição: 
A) Quanto à Forma - 
Escrita: pode ser: sintética (como a Constituição dos Estados Unidos) e analítica (expansiva, como a Constituição do Brasil). A sintética é curta, resumida, breve. A analítica é extensa, explicativa.
Não Escrita: não está em um documento único ou em uma única lei, mas sim em várias, se principalmente nos costumes, na jurisprudência e em convenções e em textos constitucionais esparsos. 
B) Quanto ao Modo de Elaboração - 
Dogmática: dia para inciar a elaboração e dia para finalizar, possui um prazo definito, foi algo premeditado.É uma Constituição sistematizada em um texto único, elaborado reflexivamente por um órgão constituinte; é escrita. É a que consagra certos dogmas da ciência política e do Direito dominantes no momento.
Histórica: é sempre não escrita e resultante de lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado. 
P.S.: A escrita é sempre dogmática; A não escrita é sempre histórica. 
C) Quanto à Origem - 
Promulgada: oral do povo, possui participação popular, consenso, o povo decide por meio de seus representantes. 
Outorgada: imposta, ditada, sem a participação ou concordância do povo. 
D) Quanto à Extensão - 
Grande: 200 artigos ou +. Explicativa, esclarecedora, analítica. Ex: constituição brasileira. 
Pequena: 5 artigos + ou -. Pouco explicativa, pouco esclarecedora, resumida, pouco informativa, sintética e curta. Ex: Constituição Norte Americana (EUA). 
F) Quanto à Ideologia - 
Fechada: unitária, singular, não permissiva, seletiva, não permite qualquer coisa, não abrange as diferenças e ortodóxa. 
Aberta: eclética, plural, permissiva, liberal, aceptiva, abrange e acolhe vários grupos. 
G) Quanto à Estabilidade - 
Estável/Imutável: perpétua, contínua, não muda. (Estados Fundamentais) 
Instável/Mutável: muda, se modifica, se altera, admite alterações no texto. 3 classes: Rígidas (EUA, BRA), Semi-flexível e Fléxivel (INGLESA). 
* A estabilidade no Brasil é mutável, porém rígida = processo legislativo mais dificultoso. A Const. Brasileira também é dirigente (direciona) e programática (exige programas, ex. Combate a pobreza).
Poder Constituinte: Trata-se do poder de elaborar e modificar normas constitucionais. Portanto, é o poder de estabelecer uma nova Constituição de um Estado ou de modificar uma já existente. É a expressão da vontade suprema do povo, social e juridicamente organizado. São duas as espécies de poder constituinte: originário e derivado.
	ORIGINÁRIO – poder supremo, absoluto.
	1.histórico e 2. revolucionário.
	DERIVADO – poder limitado, condicionado.
	 1. reformador, 2. decorrente e 3. revisor.
 CARACTERÍSITCAS DO PODER ORIGINÁRIO - 
 O poder constituinte originário ou de primeiro grau é o poder de elaborar uma nova ordem constitucional, ou seja, de criar uma Constituição, quando o Estado é novo (poder constituinte originário histórico), ou de substituí-la por outra, quando o Estado já existe (poder constituinte originário revolucionário). Portanto, é um poder inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. 
 → Inicial: cria ou inicia uma nova ordem jurídica. 
 → Autônomo: cria suas próprias regras. 
 → Ilimitado Juridicamente: não respeita limites anteriores. 
 → Incondicionado: soberano na tomada de suas decisões. 
 Limites: direito natural, bem comum, moral, razão, justiça, direito internacional, direitos humanos, condutas culturais, éticas e sociais.
 CARACTERÍSITCAS DO PODER DERIVADO - 
 Natureza e conceito: é o poder criado ou instituído pelo Poder Originário para alterar a Constituição, também denominado de instituído, subordinado, condicionado, constituído, secundário ou de segundo grau. Subdivide-se em reformador, decorrente e revisor. O reformador modifica as normas constitucionais por meio das emendas, respeitando as limitações impostas pelo poder constituinte originário (artigo 60 da CF). O decorrente é o poder investido aos estados-membros para elaborar as suas próprias Constituições. Por fim, o revisor adéqua a Constituição à realidade da sociedade, conforme artigo 3ºdos ADCT.
 Finalidade: destina-se a promover emendas à Constituição vigente, alterar o seu texto adequando-o as novas demandas sociais. 
Hermenêutica Constitucional: são métodos e princípios para interpretar a Constituição. O conceito de hermenêutica "que provém do latim hermeneutica (que interpreta ou explica), é empregado na técnica jurídica para assinalar o meio ou modo por que se devem interpretar as leis, a fim de que se tenha delas o exato sentido ou o fiel pensamento do legislador. Na hermenêutica jurídica, assim, estão encerrados todos os princípios e regras que devam ser judiciosamente utilizados para a interpretação do texto legal. E esta interpretação não se restringe ao esclarecimento de pontos obscuros, mas toda elucidação a respeito da exata compreensão da regra jurídica a ser aplicada aos fatos concretor. Interpretar é também expor, dar sentido, dizer o fim, significar o objetivo.
NOVA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL:
→ A Constituição é um sistema aberto de regras e princípios. 
→ Dignidade da pessoa humana como centro da interpretação constituicional. 
→ A interpretação deve seguir o princípio da razoabilidade. 
→ A interpretação deve seguir o princípio da ponderação de valores. 
→ Ponderação de interesses. 
PERGUNTA: O que é a dignidade da pessoa humana? 
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Aplicação das normas constituicionais: aplicabilidade/eficácia das normas constitucionais é a capacidade/potencialidade de uma norma da Constituição produzir os efeitos jurídicos esperados. Ou seja, é a força que a mesma (a norma constitucional) tem em fazer cumprir o que ela diz. Vale destacar que todas as normas constitucionais possuem eficácia. O que ocorre é que as mesmas possuem graus diferenciados de aplicabilidade. Assim, as mesmas se dividem, quanto ao grau de aplicabilidade, em:
Normas constitucionais de eficácia Plena: São aquelas normas da Constituição que possuem eficácia Direta, Imediata e Integral. Ou seja: são normas que por si só bastam; não dependem da elaboração de outras normas para produzir seus efeitos; basta a simples previsão na Constituição para ter força de garantir direitos e impor deveres.
Em suma, são de eficácia plena as normas constitucionais que, dentre outras:
- contenham vedações;
-não designem órgãos ou autoridades especiais para execução da norma;
-não indiquem processos especiais para sua execução;
-não exigem a elaboração de outras normas para completar o sentido;
Ex.: Forma Federativa/ Bens da União/ Art. 5º, II, III, XI.
Normas constitucionais de eficácia Contida: Também são normas que possuem aplicabilidade Direta, Imediata, porém, Reduzida. Ou seja, podem ter seus efeitos restringidos por outras normas, princípios e legislação infraconstitucional.
Ex.: Art. 5º, VII, XIII, XV…
Normas constitucionais de eficácia limitada: São as normas que possuem eficácia Indireta, Mediata e Reduzida. Quer dizer, são aquelas que precisam de outras normas para produzir seus efeitos. De forma simples: a mera previsão na Constituição não é suficiente para impor ou garantir o direito, necessitando assim de uma norma infraconstitucional para regulamentar a mesma.
Claro exemplo de tal norma vemos no Art. 37, VII, CF/88.
OBS.: (dica de concurso) Apesar de tais normas de eficácia limitada necessitarem de legislação posterior, as mesmas possuem, no mínimo, força de afastar leis/normas contrárias a ela.
 Ditas normas constitucionais subdividem-se em:
 Normas de eficácia limitada de Princípio Institutivo: Trata-se das normas que instituem esquemas sobre a organização do Estado. Possuem caráter organizativo e regulador de órgãos e entidades do Estado. 
Ex.:Art. 33; Art. 88; Art. 91, §2º, Art. 113…
Normas de eficácia limitada de Princípio Programático: São as normas que estabelecem verdadeiros ‘programas’ a serem cumpridos pelo Estado brasileiro. São metas a serem alcançadas.
Ex.:Art. 3º; Art. 205; Art. 215…
Direitos Humanos ≠ Direitos Fundamentais: direitos humanos são aqueles ligados a liberdade e a igualdade que estão positivados no plano internacional. Já os direitos fundamentais são os direitos humanos positivados na Constituição Federal. Assim, o conteúdo dos dois é essencialmente o mesmo, o que difere é o plano em que estão consagrados. 
* ESTUDAR ARTIGO 5º.

Continue navegando