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Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas Isoflama Indústria e Comércio de Equipamentos Ltda Apresentação: João Carmo Vendramim, Eng.MSc A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 O que é Aço? “É uma liga ferrosa passível de deformação plástica que, em geral, apresenta teor de carbono entre 0,008% e 2,0% na sua forma combinada e, ou, dissolvida e que pode conter elementos de liga adicionados, ou residuais” NBR 6215, outubro de 1985 A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 C G C F F (LTQ) LAMINADOR DE TIRAS A QUENTE SUCATA MÁQUINA DE LINGOTAMENTO CONTÍNUO GUSA PANELA DE AÇO LÍQUIDO ALTO-FORNO CONVERSOR Fluxo de Produção do Aço COQUERIA CARVÃO MINÉRIO DE FERRO SINTERIZAÇÃO O2 (OXIGÊNIO) SINTER COQUE OXIGÊNIO RECOZIMENTO (LTF) LAMINADOR DE TIRAS A FRIO P L A C A S (LA) LAMINADOR DE ACABAMENTO (TQ) LINHA DE TESOURAS A QUENTE E.B.A. BORBULHAMENTO DE ARGÔNIO FORNO-PANELA AQUECIMENTO E AJUSTE R.H. DESGASEIFICAÇÃO à VÁCUO DESEMPENADEIRA A QUENTE (LCG) LAMINADOR DE CHAPAS GROSSAS TRATAMENTO TÉRMICO: TÊMPERA / REVENIMENTO TRATAMENTO TÉRMICO: NORMALIZAÇÃO ULTRA-SOM LINHA DE INSPEÇÃO LA LAMINADOR DE ENCRUAMENTO LINHA DE TESOURAS B Q B Q A B F C F Q / C F Q A DECAPAGEM C F Q D B Q D LINHA DE TESOURAS FORNO DE REAQUECIMENTO A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 O Ferro, a Liga Ferrosa: Conceitos Básicos Ferro: não tem aplicação industrial importante. Substância Pura Liga Ferrosa: intensa e ampla aplicação industrial. Material base da “revolução industrial no século XIX”. Solução sólida (composto de vários elementos químicos, tendo o Ferro como principal elemento) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Constituição de uma liga A constituição de uma liga é descrita por três parâmetros: Fases presentes Composição de cada fase Proporção de cada fase As propriedades mecânicas dependem da constituição da microestrutura. Outros fatores de importância nas propriedades: A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Microestrutura As propriedades mecânicas de uma liga dependem fundamentalmente da microestrutura Nas ligas metálicas – caso especial a do aço – a microestrutura está definida pelo número de fases presentes, as proporções e o modo pela qual estão distribuídas e organizadas A microestrutura depende de: Composição química (componentes presentes) Concentração no sistema Tratamento térmico aplicado A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Soluto, Solução, Fase – Conceitos Básicos Denomina-se “Fase” à mistura, totalmente uniforme, não apenas quanto à composição química, mas também quanto ao estado físico. Fase Homogênea diz respeito a um sistema que tenha apenas uma fase, por exemplo “um volume de ar”, “um bloco de gelo”. Sistemas compostos de uma, ou mais, fases são denominados Heterogêneos, por exemplo “água e gelo moído”. Solução: trata-se de uma mistura homogênea de espécies química microscopicamente dispersas. Por conveniência, a espécie química presente em maior quantidade na solução é denominada de “Solvente”. A(s) outra(s), em menor quantidade, é (são) o “Soluto”. A priori, não há distinção fundamental entre um ou outro. Quando se combinam materiais diferentes, ou quando se adicionam elementos de liga a um metal, produzem-se Soluções. É importante o conhecimento da quantidade de material que se pode adicionar, sem que se produza uma segunda fase, ou ter dados sobre a solubilidade de um material no outro. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Natureza Cristalina dos Metais Amorfa Os átomos são arranjados de forma caótica. Por exemplo: Vidro Cristalina Os átomos são arranjados de forma ordenada. Por exemplo: Ferro; Alumínio; Cobre Obs.: Todos os metais, muitas cerâmicas e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Nos materiais não-cristalinos ou amorfos não existe ordem de longo alcance na disposição dos átomos As propriedades dos materiais sólidos cristalinos dependem da estrutura cristalina, ou seja, da maneira na qual os átomos, moléculas ou íons estão espacialmente dispostos. Há um número grande de diferentes estruturas cristalinas, desde estruturas simples exibidas pelos metais até estruturas mais complexas exibidas pelos cerâmicos e polímeros A Natureza Cristalina dos Metais A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Célula Unitária Consiste num pequeno grupo de átomos que formam um modelo repetitivo ao longo da estrutura tridimensional (analogia com elos da corrente) A célula unitária é escolhida para representar a simetria da estrutura cristalina A Natureza Cristalina dos Metais A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A célula cristalina CCC – Cúbica de Corpo Centrado (Ferro Alfa) A Natureza Cristalina dos Metais A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Natureza Cristalina dos Metais A célula cristalina CFC – Cúbico de Face Centrada (Ferro Gama) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A célula cristalina HC – hexagonal compacta A Natureza Cristalina dos Metais A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Natureza Cristalina dos Metais Polimofismo ou Alotropia Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo. Geralmente as transformações polimorficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Natureza Cristalina dos Metais Alotropia À existência, para um mesmo metal, de duas ou mais estruturas cristalinas estáveis, dependendo das condições de temperatura e pressão, denomina-se Alotropia. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Alotropia do Ferro À existência, para um mesmo metal, de duas ou mais estruturas cristalinas estáveis, dependendo das condições de temperatura e pressão, denomina-se Alotropia. Vapor2875 ºC Líquido Ferro CCC Ferro CFC Ferro CCC Não magnético – ferro Ferromagnético 1538 ºC 1394ºC 912ºC 770ºC 25 ºC A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Alotropia do Ferro A Natureza Cristalina dos Metais A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Efeito da Temperatura no parâmetro de reticulado do Ferro A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Mudança de volume devido a transformação estrutural A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Fases do Aço Austenita Ferro Gama “γ” (CFC) –é a única fase que pode se transformar em outras fases no resfriamento. Estável a temperaturas elevadas, mas metaestável (pode se transformar em outras fases) a temperaturas baixas. Ela existe quando o aço é aquecido a temperaturas superiores a 910 ºC e é estável até resfriamento a 723 ºC. Austenita é uma fase “mole” e dúctil. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A transformação da Austenitaem outro constituinte pode ocorrer por difusão, cisalhamento, ou uma mistura dos dois mecanismos: Ferrita, Cementita, Perlita Ferrita Acicular, Bainita Matranrtensita As Principais Transformações a partir da Austenita A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 As Principais Transformações a partir da Austenita Austenita (acima de 723 ºC) Resfriamento Moderado Cisalhamento + Difusão Perlita + Ferrita Resfriamento Rápido Cisalhamento Resfriamento Lento Difusão Bainita Ferrita Acicular Martensita A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Fases do Aço Ferrita Fe Alfa “” (CCC) – é uma fase nucleada a partir do contorno de grão da austenita. Devido a baixa solubilidade do carbono na Ferrita (máximo 0,02 a 723 ºC), o carbono é expulso da rede de austenita e se aglomera em carbonetos remanescentes separados da ferrita. Baixa dureza e dúctil. A Ferrita Acicular nucleia em inclusões não metálicas e cresce radialmente em forma de agulhas. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 CCC para CFC Transformação da Ferrita (CCC) em Austenita (CFC) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Fases do Aço Cementita Devido a Ferrita não ter espaço suficiente para manter o átomo de carbono, todo o carbono expulso da rede de austenita se precipita na forma de Carboneto de Ferro (Cementita) – Fe3C . Elevada dureza A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Fases do Aço Perlita Perlita é uma combinação de plaquetas de Ferrita e Cementita. A Perlita se forma, predominantemente, nas regiões da célula com defeitos cristalinos, tais como contornos de grãos, carbonetos insolúveis, ou inclusões não- metálicas como os sulfetos. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Fases do Aço Martensita Martensita – forma-se no resfriamento no campo da Austenita do diagrama Fe-C. Ms – temperatura de início de transformação. Mf- temperatura final de transformação. Ms e Mf dependem do teor de carbono presente (Ms entre 200 a 350 ºC para maioria dos aços; e Mf variando entre abaixo de 0 a 200 ºC). O mecanismo de formação da martensita não é por difusão, mas por cisalhamento, ocorrendo distorção da rede cristalina e formando estrutura tetragonal de corpo centrado. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Martensita A martensita é mais freqüentemente encontrada em aços alto-carbono e ferros-carbono ligado. Os cristais de martensita são formados em placas lenticulares delgadas a placas vizinhas não estão paralelas a cada uma. Ripas de martensita são observadas em aços baixo e médio carbono. Esses cristais são formados como placas interconectadas e tendo a mesma orientação. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Martensita A martensita é extremamente dura, frágil, adquirindo dureza pela indução de elevada tensões na estrutura cristalina. A martensita pode ser revenida por tratamento térmico para reduzir tensões e dureza. À capacidade do aço em formar martensita, ou em adquirir dureza, é denominada de “Endurecibilidade” A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Martensita A martensita é uma solução sólida supersaturada de carbono em ferro tetragonal de corpo centrado (TCC), ou seja uma forma distorcida do ferro cúbico de corpo centrado (CCC). Abaixo, martensita com estrutura de agulhas A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Diagrama de Fases Fe-C (Fe-Fe3C) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Informações do Diagrama Fe-C Ou linha crítica 723 C Temperatura abaixo da linha A1 em que nenhuma transformação ocorre (723 ºC) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Informações do Diagrama Fe-C Principais Informações do Diagrama de Equilíbrio Aço Hipoeutetóide: Solução sólida de Ferro com Carbono entre 0,002 e 0,8% Aço Eutetóide: Solução sólida de Ferro com 0,8% de Carbono Aço Hipereutetóide: Solução sólida de Ferro com Carbono entre 0,8% e 2,0% 723 ºC: linha que sinaliza o limite da transformação de fase Austenita para as fases Perlita e Ferrita A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Linhas de transformação para o aquecimento e resfriamento nas ligas Fe-C Principais Informações do Diagrama Fe-C A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Para aços Hipoeutetóides as temperaturas críticas A1 e A3 podem ser estimadas, em consideração aos elementos de liga, conforme as equações: Principais Informações do Diagrama Fe-C A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Temperaturas Críticas para alguns aços Principais Informações do Diagrama Fe-C A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Informações do Diagrama Fe-C A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Informações do Diagrama Fe-C Fases no Aquecimento / Resfriamento do Aço Hipoeutetóide • As quantidades de ferrita e perlita variam conforme a % de carbono e podem ser determinadas pela regra das alavancas • Partes claras pró-eutetóide ferrita A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Informações do Diagrama Fe-C A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Informações do Diagrama Fe-C Aquecimento / Resfriamento do Aço Eutetóide A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Estrutura do aço Eutetóide (100% perlítico) Principais Informações do Diagrama Fe-C A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Informações do Diagrama Fe-C Aquecimento / Resfriamento do Aço Hipereutetóide A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Estrutura típica de aço Hipereutetóide com 1,3%C Principais Informações do Diagrama Fe-C A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Operação ou conjunto de operações realizadas no estado sólido compreendendo o aquecimento, a permanência em determinadas temperaturas e resfriamento, realizados com a finalidade de conferir ao material determinadas características. O que é Tratamento Térmico? NBR 8653 A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Tratamentos Térmicos Finalidade Alterar as microestruturas e como consequência as propriedades mecânicas, magnéticas e elétricas das ligas metálicas A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Tratamentos Térmicos Objetivos: - Remover tensões internas - Aumentar ou diminuir a dureza - Modificar Propriedades Mecânicas, Elétricas e Magnéticas - Aumentar / diminuir a ductilidade - Aumentar / diminuir a tenacidade - Melhorar a usinabilidade - Reduzir / aumentar a resistência ao desgaste - Melhorar a resistência à corrosão - Melhorar a resistência ao calor A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos Temperatura Tempo Velocidade de Resfriamento Atmosfera* * para evitar a oxidação ou a perda de algum elemento químico (por ex: descarbonetação dos aços) A Artedos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos Temperatura Velocidade (prevenção à trincas e introdução de tensões); Temperatura máxima de aquecimento (dependente do tipo de material e objetivo final do tratamento térmico, em termos de microestrutura e propriedades mecânicas). A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos Tempo (à Temperatura) Quanto mais tempo à temperatura mais completa a dissolução de carbonetos de ferro e/ou outras fases presentes (elementos de liga) no ferro gama (austenita), contudo maior será o tamanho de grão A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos Resfriamento Importante devido ditar as propriedades mecânicas finais desejadas. Deve ser considerado a Seção e a Forma da peça para reduzir efeitos como Deformação / Distorção, ou mesmo, Trincas. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos Atmosfera Muito importante para evitar a Oxidação / Descarbonetação; ou para introduzir átomos de Carbono e, ou, Nitrogênio (processos de Cementação / Nitretação) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos Tempo: O tempo de tratamento térmico depende das dimensões da peça e da microestrutura final desejada. Quanto maior o Tempo à Temperatura: Maior a segurança da completa dissolução das fases para posterior transformação no resfriamento Maior será o tamanho de grão (isto não é bom!) Tempos longos facilitam a oxidação se a atmosfera do forno de aquecimento não for protetora (vácuo, gás inerte, ou “redutora”) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos Temperatura: Depende do tipo de material e da transformação de fase ou microestrutura desejada A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos Velocidade de Resfriamento Depende do tipo de material e da transformação de fase ou microestrutura desejada - Importante porque determina a microestrutura final A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Meios de Resfriamento Ambiente do forno (+ brando) Ao Ar Banho de Sais ou Metal Fundido ( Pb) Óleo Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (meios severos) Solução aquosa de Polímeros (severo) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Como Escolher o Meio de Resfriamento ? É um compromisso entre: - Obtenção das características finais desejadas (microestruturas e propriedades), - Não desenvolver fissuras / trincas - Mínimo empenamento - Mínima geração de concentração de tensões A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura As curvas do Diagrama de Fases – Fe-C (ou Fe-Fe3C) – não mostram as fases que estão presentes com diferentes taxas de resfriamento. As curvas do diagrama “TTT” mostram qual o efeito das diferentes taxas de resfriamento que podem formar fases desde a fase austenita. As curvas de resfriamento no diagrama TTT podem correlacionar temperatura, tempo, espessura e respectiva dureza da fase resultante As curvas TTT estabelecem a temperatura e o tempo em que ocorre uma determinada transformação e só tem validade para transformações a temperatura constante A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura Definição de Curva TTT lugar geométrico dos pontos de Inicio e Fim de transformação austenítica do aço Pontos importantes da curva TTT “i” – Inicio de transformação “f” – Fim de transformação “Mi” – Início de transformação martensítica “Mf” – Fim de transformação martensítica A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura A – (No forno) = Perlita Grossa B -(Ar) = Perlita fina C -(Ar soprado) = Perlita + fina D –(Óleo) = Perlita fina + + Martensita E- (Água) = Martensita A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TTT – Transformação Tempo Temperatura A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Transformações http://www.matter.org.uk/steelmatter/met allurgy/7_1_2.html A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores que influenciam a posição da curva TTT Teor de Carbono Maior o teor em carbono mais a curva TTT está deslocada para a direita Composição química Quanto maior o teor e a quantidade em elementos de liga, mais numerosas e complexas são as reações no resfriamento. Todos os elementos de liga (exceto o Cobalto) deslocam as curvas para a direita, retardando as transformações, facilitando a formação da martensita. Em determinados aços pode-se obter martensita mesmo com resfriamento lento Tamanho de grão da austenita Efeito da seção da peça Velocidade de resfriamento A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Efeito do Carbono nas temperaturas de início e fim da transformação austenítica Fatores que influenciam a posição da curva TTT A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fatores que influenciam a posição da curva TTT Tamanho de Grão: O aço com granulação grosseira apresenta, em geral, propriedades inferiores às do mesmo aço com granulação fina, à temperatura ambiente. O tamanho de grão é determinado por comparação direta ao microscópio. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TRC Nos processos industriais a maioria das transformações ocorrem por resfriamento contínuo. A partir desse fato se desenvolveu as curvas TRC – Transformação por Resfriamento Contínuo A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TRC A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TRC para alguns Aços SAE 1060 A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TRC para alguns Aços SAE 1090 A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TRC para alguns Aços SAE 4340 A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Curvas TRC para alguns Aços AISI H13 A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Principais Tratamentos Térmicos Tratamentos Térmicos Recozimento Normalização Têmpera e Revenimento Esferoidização ou Coalescimento •Alívio de tensões •Recristalização •Homogeneização •Total ou Pleno •IsotérmicoSolubilização e Envelhecimento A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Objetivo do Alívio de Tensão Uniformizar / reduzir tensões introduzidas por operação de usinagem; lixamento; soldagem; fabricação; resfriamento brusco Uniformizar / Reduzir tensões introduzidas por tratamentos termo-mecânicos Temperatura Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase Resfriamento Evitar velocidades muito altas devido ao risco de distorções A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Objetivo do Recozimento Recozimento Sub-Crítico: Realizado abaixo de A1. Recuperar a dutilidade do aço trabalhado a frio Principais transformações: “recristalização” e “recuperação” Recozimento Pleno Realizado acima de A3. Diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade Coalescimento Realizado acima e abaixo de A1 Alterar microestrutura para a menor resistência / dureza A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 O ciclo térmico de Recozimento A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Recozimento Pleno Temperatura Aço Hipoeutetóide: 50 ºC acima de A1 Aço Hipereutetóide: Entre os limites Acm e A1 Resfriamento (lento, dentro do forno, controlado) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Recozimento Pleno Constituintes Estruturais resultantes Hipoeutetóide Ferrita + Perlita grosseira Eutetóide Perlita grosseira Hipereutetóide Cementita + Perlita Grosseira * A perlita grosseira é ideal para melhorar a usinabilidade dos aços baixo e médio carbono * Para melhorar a usinabilidade dos aços alto carbono recomenda-se a Esferoidização A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Recozimento Isotérmico Isotérmico: transformação ocorre à temperatura constante Permite obter estrutura final + homogênea Não é aplicável para peças de grande volume porque é difícil de baixar a temperatura do núcleo da mesma Esse tratamento é geralmente executado em banho de sais A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Esferoidização, ou Coalescimento Objetivo Produzir uma estrutura globular ou esferoidal de carbonetos no aço Melhorar a usinabilidade, especialmente a dos aços alto carbono Facilitar a deformação a frio A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Influencia da Temperatura de Recozimento na Resistência à Tração e Ductilidade Alívio de Tensões (Recuperação/Recovery) A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Objetivo da Normalização Realizado acima de A3 / Acm Refino de grão (por meio de recristalização) e homogeneização da estrutura para melhor resposta na têmpera / revenimento posterior Melhoria da usinabilidade Refino de estruturas brutas de fusão (peças fundidas) Propriedades mecânicas desejadas A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Alivio de Tensão; Recozimento; Normalização A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Solubilização e Envelhecimento Solubilização Precipitação Resfriamento em água Chamado de envelhecimento que pode ser Natural ou Artificial A ppt se dá a T ambiente A ppt se dá acima da T ambiente por reaqueci- mento Consiste na precipitação de outra fase na forma de partículas extremamente finas e uniformemente distribuídas. Essa nova fase endurece a liga proporcionando máxima dureza e resistência Importante: O fabricante desse tipo de aço fornece no estado Solubilizado A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Têmpera Temperatura: Superior à linha crítica (A1) Evitar o superaquecimento, pois formaria matensita acicular muito grosseira, de elevada fragilidade Resfriamento: Rápido de maneira a formar martensíta (recomendável ver as curvas TTT – fabricantes de aços e / ou literaturas técnicas) Meios de Resfriamento: Depende da composição do aço (principalmente da % de Carbono e Elementos de liga) e geometria / espessura da peça A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Objetivo da Têmpera Operação de resfriamento do aço à temperatura de austenitização em um meio com óleo, água, ou gás nitrogênio sob pressão para: Obter estrutura metaestável “Martensita” Ótima combinação de resistência e tenacidade Incrementar a dureza Incrementar a resistência a tração Reduzir a tenacidade A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 O ciclo térmico de Têmpera e Revenimento A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Têmpera A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Têmpera Problemas práticos no Resfriamento A peça poderá apresentar Empenamento ou Fissuras devidos ao resfriamento não uniforme. A parte externa esfria mais rapidamente, transformando-se em martensita antes da parte interna. Durante o curto tempo em que as partes externa e interna estão com diferentes microestruturas, aparecem tensões mecânicas consideráveis. A região que contém a martensita é frágil e pode trincar. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Têmpera Ilustração esquemática do estado de tensão existente em um bloco de aço durante os estágios da têmpera em água [1] A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Têmpera Resfriamento: diferentes seções A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Têmpera Mudança de volume devido a formação de Martensita A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Objetivo do Revenimento Operação fundamental para adequar as propriedades mecânicas do aço após a Têmpera Aliviar, ou remover, tensões da martensita obtida pela têmpera. Martensita revenida Reduzir a dureza e aumentar a tenacidade A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Reações de Revenido 150 - 230 °C início de precipitação de carbonetos Estrutura: martensita revenida (escura, preta) Dureza: 65 RC 60 - 63 HRC 230 - 400 °C carbonetos continuam precipitando na forma globular (invisível ao microscópio) Estrutura: “Troostita” Dureza: 62 RC -50 HRC A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Reações de Revenido 400 - 500 °C os carbonetos crescem em glóbulos, visíveis ao microscópio Estrutura: SORBITA Dureza: 20-45 HRC 650 - 738 °C os carbonetos formam partículas globulares Estrutura: Esferoidita Dureza: < 20 HRC A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Microestruturas no Revenimento Troostita e Martensita Sorbita A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Temperatura versus Dureza no Revenimento A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Fragilidade ao Revenido Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos na faixa de temperatura entre 375-475 °C, ou quando resfriados lentamente nesta faixa. A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470-475 °C A fragilidade só é revelada no ensaio de resistência ao impacto (Charpy) e não há alteração na microestrutura. Aços-liga de baixo teor de liga Aços que contém apreciáveis quantidades de Mn, Ni, Cr, Sb*, P, S Aços ao Cr-Ni são os mais susceptíveis ao fenômeno Recuperar o aço fragilizadoao revenido: reaquecer o aço a uma temperatura de ~600 °C seguido de resfriamento rápido até abaixo de 300C A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Revenimento A Temperatura de Revenimento é selecionada de acordo com as combinações de propriedades desejadas A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Martempera Operação de resfriamento do aço à temperatura de austenitização em um meio (sal fundido, óleo) com temperatura acima da temperatura de formação da martensita Objetivo da Martempera Prevenir a grandes diferenças de temperaturas Núcleo / Superfície durante o resfriamento Formação uniforme de martensita através da seção da peça Reduzir tensões residuais Reduzir empenamento / distorção Reduzir risco de trinca A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Martempera A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Austempera Operação de resfriamento do aço à temperatura de austenitização em um meio como sal fundido, ou óleo, à temperatura acima da formação de martensita e permanecer tempo suficiente para completar a transformação estrutural. Nem todo aço pode ser austemperado. Consultar a ficha técnica do aço com o fabricante, ou literaturas técnicas Objetivos da Austempera: Obter estrutura “bainita” – mais tenaz e propriedades semelhantes a da martensita revenida Reduzir tensões internas Maior tenacidade Dispensar o revenimento A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Austempera Bainita A Bainita nucleia no contorno de grão austenítico e cresce em forma de um feixe de agulhas paralelas A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Austempera A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Martempera e Austempera Processos alternativos para evitar distorções / trincas A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Martempera Modificada A Martempera pode ser realizada de duas formas distintas: Clássica: aguardar acima da Ms Modificada: transformar dentro dos limites da Ms e Mf A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 O tratamento Sub-Zero, ou Criogenia (Nitrogênio Líquido) Alguns tipos de aço, especialmente os de alta liga, não conseguem finalizar a transformação de austenita em martensita. Mf abaixo de 0 ºC. O tratamento consiste no resfriamento do aço a temperaturas abaixo da temperatura ambiente Ex: Nitrogênio líquido: - 196 ºC Nitrogênio + álcool: - 70 a - 120 ºC A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Prática do TT Geometria com diferenças de espessura apresenta severas dificuldades para a realização do tratamento térmico Áreas finas aquecem mais rápido que as áreas mais grossas e as transformações de fase ocorrem primeiro nestas Dilatação térmica é outro fator de importância Dilatação térmica e transformação de fase conduzem a peça a sofrer gradientes volumétricos internos e gradientes de tensão que, se acima de um valor crítico, o qual depende do material e dimensões físicas da peça, pode gerar trincas e fissuras internas e superficiais A heterogeneidade geométrica e de estrutura interna é fator de desequilíbrio nas transformações (vide norma NADCA). Segregações, defeitos internos como inclusões, microporosidades e heterogeneidade na distribuição granulométrica. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Prática do TT O resfriamento é o fator mais importante do ponto de vista de tratamentos térmicos das ligas ferrosas Modificando-se a velocidade de resfriamento depois de adequada permanência à temperatura de aquecimento, pode-se obter mudanças estruturais que promovem o aumento da ductilidade ou elevação da dureza e da resistência mecânica No tratamento térmico a escolha correta do resfriamento – e como conduzi- lo – é de fundamental importância. Dependendo da geometria da peça (grandes ou pequenas alterações de forma), seções finas versus grosseiras, pode acarretar na seleção de um meio de resfriamento diferente daquele que seria recomendado. Nesses casos, busca-se o equilíbrio da equação “custo-benefício” A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Prática do TT Detalhes para o Resfriamento - os meios mais utilizados industrialmente, a partir do mais rápido: 1. Soluções aquosas salinas com NaCl, NaOH ou Na2CO3 2. Água 3. Polímeros fundidos 4. Óleos com diferentes viscosidades 5. Ar 6. Vácuo Conforme esses meios estejam em agitação, repouso, ou dependendo de sua temperatura, a eficiência é igualmente alterada. Portanto, deve-se observar sistemas de refrigeração e do fluido refrigerante para garantia de sua eficiência ao longo do processo de tratamento térmico A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Prática do TT Ainda sobre o Resfriamento.... 1. Evitar meios refrigerantes líquidos em condição estática, pois o vapor que se forma na superfície da peça reduz drasticamente a refrigeração 2. Se o meio refrigerante for solução aquosa, evitar o aquecimento, pois este reduz drasticamente a eficiência de refrigeração. Por exemplo, aquecer água de 18 ºC para 75 ºC resulta na redução da sua eficiência em 95%! 3. Meios líquidos são os mais severos refrigerantes (água, óleo, soluções salinas, etc.). Portanto, todo cuidado é pouco para reduzir riscos de trincas e deformações acentuadas. 4. Óleo de têmpera especialmente fabricado para esta operação exige o aquecimento deste. Nesse caso, ver a recomendação do fabricante do óleo, geralmente em torno de 60 a 90 ºC. Alguns óleos podem operar até a 160 ºC. Importante: dispositivos adequados de combate a incêndio devem estar disponíveis e prontos para agir se necessários 5. Resfriamento em forno exige o controle de temperatura, ou elaboração de rampas A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 A Prática do TT – Resumo Geral Fatores de Influencia nos Tratamentos Térmicos: 1. Componente: Tamanho e Geometria; Estrutura Original (tamanho de grão, encruamento, segregação, microinclusão, porosidade, defeitos, etc...) 2. Aquecimento: Tipo de forno; Temperatura Crítica; Taxa de Aquecimento 3. Tempo de Aquecimento: Homogeneização da Temperatura; Crescimento de Grão 4. Ambiente de Aquecimento: Reações que podem ocorrer na superfície da peça (descarbonetação, carbonetação, oxidação, “carepas”) 5. Resfriamento: Ambiente de Resfriamento; Taxa de Resfriamento; Temperatura Mínima A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Temperabilidade Temperabilidade Capacidade do aço formar martensita a uma determinada profundidade. Métodos utilizados para avaliar a temperabilidade: Taxa de Resfriamento Crítico Ensaio Grossmann Ensaio Jominy A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Ensaio Jominy A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Jominy http://www.youtube.com/watch?v=hxOHvpAZy2o http://www.matter.org.uk/steelmatter/metallurgy/7_1_1.html A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Jominy A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Jominy A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Jominy A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Temperabilidade A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas- Isoflama, 2008 Temperabilidade dos Aços Carbono A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Sistema Al-Cu A fase endurecedora das ligas Al-Cu é CuAl2 () Solubilização 5,65% 7- Outros tratamentos térmicos A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Sub-Zero / Criogenia Alguns tipos de aço, especialmente os de alta liga, não conseguem finalizar a transformação Austenita para Martensita. Esse tratamento consiste no resfriamento do aço a temperaturas abaixo da ambiente (zero graú) Ex: Nitrogênio líquido: - 196 ºC (Criogenia) Nitrogênio + Álcool: -70 a – 120 ºC (Sub-Zero) Vantagens: Estrutura uniforme (isenta de austenita retida) Estabilidade dimensional Desvantagens: Risco de desenvolver trincas A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Sub-Zero / Criogenia Exemplo: Aço AISI 1321 Cementado linhas Mi e Mf rebaixadas. Nessa caso, a formação da martensita não se finaliza e isto resulta em austenita residual a temperatura ambiente A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Caso Prático - I Examine o seguinte procedimento adotado por uma da empresa: Peça: eixo (10x100) mm Aço: SAE 1045 Condições de trabalho: solicitação à abrasão pura Tratamento térmico solicitado: beneficiamento para dureza de 55HRC Condição para tempera: peça totalmente acabada A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Caso Prático - II Qual o tratamento térmico seria mais apropriado para a peça “eixo flangeado” para reconstituir a homogeneidade microestrutural com a finalidade de posteriormente se efetuar a têmpera? Informações: A região flangeada apresenta granulação fina e homogênea, resultante do trabalho à quente; já o restante do eixo, que não sofre conformação, apresenta-se com microestrutura grosseira e heterogênea, devido ao aquecimento para forjamento. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Caso Prático - III Porta insertos de metal duro são usados em estampos progressivos, confeccionados em aço AISI D2 e temperados para 60/62 HRC. Este tipo de aço costuma reter até 50% de austenita em sua estrutura à temperatura ambiente. Há algum inconveniente disto? Comente a sua resposta. A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Caso Prático - IV Qual seria a melhor rota de tratamento térmico para uma peça em aço SAE 4340 especificação de dureza final 48-52 HRC e com 30 a 40% de usinagem? Qual meio de resfriamento utilizaria? Um bloco de aço 4140 não alcançou a dureza especificada após a têmpera. Qual procedimento adotaria para o retratamento? A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Caso Prático - V Um bloco de aço AISI H13 com 50% de usinagem. Especificação 48-50 HRC. Qual a melhor rota de tratamento térmico? Se esse bloco não alcançar a dureza especificada, qual procedimento adotaria para o retratamento? Um bloco de aço AISI 4340 apresenta áreas não usinadas, ainda em “bruto”. Qual seria o risco para a têmpera? A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Caso Prático - VI Para construir uma peça existe a possibilidade de se utilizar dois tipos de aços: SAE 4140 e SAE 4340. E nesse caso, o projetista sugere utilizar o aço de “maior temperabilidade”. Qual critério seria utilizado para selecionar o aço adequado? A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Caso Prático - VII Depois da realização do tratamento térmico de têmpera e revenimento de um aço se constatou que a dureza máxima não foi alcançada. Descreva as possibilidades que podem ser a causa dessa “não-conformidade”. RESUMOS A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Transformações AUSTENITA Perlita ( + Fe3C) + a fase próeutetóide Bainita ( + Fe3C) Martensita (fase tetragonal) Martensita Revenida ( + Fe3C) Ferrita ou cementita Resf. lento Resf. moderado Resf. Rápido (Têmpera) reaquecimento A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Tratamentos Térmicos Recozimento Total ou Pleno Recozimento Isotérmico Normalização Têmpera e Revenido Resfriamento Lento (dentro do forno) Resfriamento ao ar A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Recozimento Total ou Pleno Isotérmico Alívio de Tensão Recristalização Resfriamento Lento (dentro do forno) Temperatura Abaixo da linha A1 Não ocorre nenhuma transformação Resfriamento Deve-se evitar velocidades muito altas devido ao risco de distorções Temperatura Abaixo da linha A1 (600-620 ºC) - Resfriamento Lento (ao ar ou dentro do forno) **Elimina o encruamento gerado pelos processos de deformação à frio A Arte dos Tratamentos Térmicos das Ligas Ferrosas - Isoflama, 2008 Tratamento Térmico FIM
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