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LETRA DE CÂMBIO

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LETRA DE CÂMBIO
Lyzia Menna Barreto Ferreira
CONCEITO
ORDEM DE PAGAMENTO QUE O SACADOR DIRIGE AO SACADO PARA QUE ESTE PAGUE A IMPORTÂNCIA CONSIGNADA A UM TERCEIRO CHAMADO TOMADOR.
FIGURAS
SACADOR: Aquele que gera a letra de câmbio.
SACADO: A pessoa contra quem a ordem de pagamento do sacador se dirige. O sacado aceita e se torna o devedor principal.
TOMADOR: Beneficiário do crédito. Pode ser o sacador. É possível a pluralidade de tomadores (solidários)
FUNCIONAMENTO
EXEMPLO:
 		A deve B que deve C
“B” emite uma letra de câmbio, onde ordena que “A” pague diretamento para “C”.
REQUISITOS ESSENCIAIS
O formalismo é da essência da letra de câmbio, devendo, portanto, conter determinados requisitos essenciais preestabelecidos por lei. 
Faltando um dos requisitos essenciais, a letra de câmbio deixa de ser uma letra de câmbio. Assim, ela deve trazer:
	1. denominação “letra de câmbio” no seu contexto;
2. a quantia que deve ser paga, por extenso;
3. o nome da pessoa que deve pagá-la (sacado);
4. o nome da pessoa que deve ser paga (tomador);
5. assinatura do emitente ou do mandatário especial (sacador).
A declaração da quantia em cifra não é requisito essencial, tanto que, se surgir uma disparidade entre a importância declarada por cifra e a declarada por extenso, valerá esta última.
O nome do sacado, por força de hábito, deve ser colocado abaixo do contexto e do lado esquerdo, enquanto que a assinatura de próprio punho do sacador ou de seu mandatário especial, deve ser firmada, obrigatoriamente, abaixo do contexto, do lado direito, como acontece em uma carta.
A letra de câmbio não pode deixar de levar o nome do sacado, pois ela não pode ser emitida ao portador. Porém, se ela for emitida incompleta, por exemplo, sem o nome do tomador, poderá circular. Mas os requisitos devem estar totalmente cumpridos, antes da cobrança judicial ou do protesto do título. É que o portador de boa-fé, é considerado procurador bastante do sacador para completá-la.
Registre-se que é somente o sacador quem a assina. A assinatura do sacado ou aceitante não figura entre os requisitos indispensáveis à sua validade. A falta dela faz apenas permanecer a vinculação entre o emitente (sacador) e o tomador, não vinculando o sacado na obrigação cambial.
REQUISITOS NÃO ESSENCIAIS
	1. o lugar do pagamento;
	2. a importância declarada por cifra;
	3. a data do vencimento do título;
	4. a data da emissão.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
“Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente” (§ 2º do art. 889, CC).
A falta da época do vencimento não afeta a validade do documento. “É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento” (§ 1º do art. 889, do CC).
“Deve o título de crédito conter a data da emissão,…” (CC, art. 889). 
A data da emissão, a partir da vigência do novo Código Civil, passou a ser requisito essencial. Contudo, dispõe o art. 888 do CC que a “omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem”, apenas, deixa de ser um título executivo extrajudicial.
VENCIMENTO
à vista.
O sacado deve pagá-lo no ato de sua apresentação.
b) em dia certo.
O sacado deve pagá-lo:
	
	1. no dia do vencimento indicado no título;
2. a tempo certo da vista, significando a tantos dias a partir da data do aceite, ou seja, da data em que o título é exibido ao sacado;
3. a tempo certo da data, isto é, tantos dias contados da data da emissão do título.
ACEITE
“Letra de câmbio” sem aceite não enseja execução forçada contra o sacado. 
“O saque da letra é ato unilateral do sacador. 
O aceite é que a transforma num contrato perfeito e acabado, completando-lhe a cambiariedade” (in RT 495/225). 
“Sem o aceite o sacado não se vincula, não se torna devedor, não se gerando para ele qualquer obrigação decorrente do título” (in RT 625/188).
O aceite é o ato praticado pelo sacado que se compromete a pagar a letra de câmbio no vencimento, assinando no anverso do título. 
Basta a sua assinatura, ou a de seu mandatário especial, podendo ser acompanhado da expressão esclarecedora tal como: “aceite” ou “pagarei”, ou ainda, “honrarei”.
A falta de aceite não extingue a letra de câmbio. 
O sacador continua o responsável e o sacado nenhuma obrigação assumiu em relação ao título, embora haja a menção do seu nome na letra. 
ENDOSSO DA LETRA DE CÂMBIO
Sendo a letra de câmbio um título de crédito, o endosso é perfeitamente admissível e, havendo uma cadeia de endossos em. 89 preto, o último endossatário é considerado o legítimo proprietário da letra.
Se o sacador inserir a expressão “não à ordem”, a letra não poderá circular por meio de endosso (LU, art. 11). 
Entretanto, normalmente a letra de câmbio contém a cláusula “à ordem” e, assim, o credor poderá negociar o crédito mediante um ato jurídico denominado endosso.
REALIZADO na sua assinatura no verso ou anverso do título. O primeiro endossante será sempre o tomador; o segundo endossante é o endossatário do tomador e assim sucessivamente. Não há qualquer limite para o número de endossos.
Quando o proprietário do título o endossa, torna-se coobrigado solidário no pagamento (LU, art. 15).
AVAL
A letra de câmbio, como título de crédito que é, pode receber aval. O avalista é responsável da mesma forma que o seu avalizado (LU, art. 32), 
PAGAMENTO
O pagamento é o resgate da letra e, para que ocorra, é indispensável a sua apresentação. Isto porque o título é circular e o devedor não tem como saber quem é o último portador da cambial.
o pagamento  encerra o ciclo cambiário, desobrigando todos os responsáveis. É o caso do pagamento feito pelo sacado que desonera todos os coobrigados;
PRESCRIÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO
A prescrição é a perda do direito de propor ação judicial em conseqüência do não uso dela, durante um determinado espaço de tempo previsto em lei. A prescrição da letra de câmbio é a perda da execução judicial pelo seu não-exercício dentro do prazo de três anos.
Vencida a letra e não paga, o credor tem o direito de propor ação executiva e, para tanto, terá o prazo de três anos a contar da data do vencimento da cambial. Se deixar passar esse prazo prescritivo, essa ação não será cabível.

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