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Prescrição da Letra de Câmbio

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Prescrição da Letra de Câmbio 
Prazo da prescrição da pretensão para haver o pagamento de letra de câmbio — Considera-se letra de câmbio o título de crédito mediante o qual o sacador emite uma ordem de pagamento ao sacado em favor do tomador. Numa letra de câmbio, constam três pessoas: 
a) o sacador, credor do sacado; 
b) o sacado, devedor que, ao reconhecer a obrigação ou o encargo, se transforma em aceitante; e 
c) o beneficiário, pessoa em favor de quem ou à sua ordem o aceitante deve fazer o pagamento.
A Lei Uniforme estabelece regra expressa em relação ao prazo de prescrição para exigir-se o pagamento da letra de câmbio, disposição jurídica que afasta a incidência do inciso VIII, do § 3º do art. 206 do Código Civil, o qual fixa que a pretensão para haver o pagamento de título de crédito é de três anos, a contar do vencimento. Os prazos prescricionais tratados na Lei Uniforme são variados, conforme os protagonistas do conflito cambiário.
Por força do art. 70 da Lei Uniforme, os prazos de prescrição da pretensão estão assim definidos:
 a) três anos, quando o pagamento da letra de câmbio for exigido ao aceitante, a contar do vencimento;
 b) um ano, em postulação dirigida aos endossantes e do sacador, quando requerida pelo portador, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento, se se trata de letra que contenha cláusula ‘sem despesas’;
 c) seis meses, em pretensão em face dos endossantes e do sacador, quando demandados por endossantes, a contar do dia em que o endossante pagou ou em que ele próprio foi acionado.
Prazo da prescrição da pretensão para haver o pagamento de nota promissória — A nota promissória consiste num título de crédito em conformidade com o qual o emitente, devedor, se compromete a pagar, na data inserta no instrumento, ao credor a importância que confessa dever. Como ocorre com a letra de câmbio, a prescrição da pretensão de haver pagamento de uma nota promissória recebe tratamento especial na Lei Uniforme . O mesmo desenho jurídico prescricional adotado para a letra de câmbio se aplica à nota promissória, conforme dispõe o art. 77 da Lei Uniforme.
Pretensão do beneficiário ou terceiro prejudicado contra o segurador — O prazo prescricional de três anos se aplica, ainda, ao caso de pretensão do beneficiário ou do terceiro prejudicado a ser deduzida em face do segurador. Recorde-se que, em matéria de seguro, há dois prazos prescricionais: 
a) de um ano, no caso de pretensão do segurado em face do segurador ou do segurador em face do segurado ; 
b) de três anos, na hipótese de pretensão do beneficiário ou do terceiro prejudicado a ser deduzida em face do segurador.
Observe-se que o prazo prescricional de três anos é reservado apenas às hipóteses de pretensão do beneficiário ou do terceiro prejudicado em face do segurador, independentemente da natureza do seguro. Conta-se o prazo prescricional de três anos do dia em que o beneficiário ou o terceiro prejudicado tem ciência do fato gerador da pretensão
Impõe-se salientar que a contagem do prazo prescricional de três anos, se persiste requerimento na esfera extrajudicial, pendente de manifestação da seguradora, somente se deflagra cumprido o ciclo administrativo, mediante a manifestação de deferimento ou indeferimento da postulação e a devida comunicação ao interessado. Por conseguinte, pendente de análise a reclamação extrajudicial, o interessado não pode ser castigado com o decurso do tempo, capaz de tragar-lhe a pretensão pela influência da prescrição, devido à inércia ou procrastinação do devedor da obrigação, o segurador.
O tempo da demora na resposta administrativa não contamina o cômputo do prazo da prescrição. Cuida-se de causa de interrupção da prescrição, a qual elimina o tempo já transcorrido, fato jurídico que provoca o nascimento de outro período prescricional, que se inicia com a ciência da resposta dada pelo segurador.

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