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Regência Verbal e Nominal

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PROFESSOR TERROR 
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Vimos, simplificadamente, a relação do sujeito com o verbo, chamada de
concordância verbal. Na aula 3, aprofundaremos nisso.
Agora, vamos trabalhar a relação do verbo dentro do predicado. Nas
frases de 1 a 4, os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” necessitam
dos vocábulos posteriores para terem sentido na oração, por exemplo: realizou
o quê?, duvidou de quê?, enviou o quê? a quem?, tem o quê?
Assim, você vai notar que eles dependem dos termos subsequentes para
terem sentido. Isso ocorre porque o sentido deve transitar do verbo para o
complemento. Por isso falamos que o verbo é transitivo. Sozinho, não
consegue transmitir todo o sentido, necessitando de um complemento. Dessa
forma, os termos “a prova”, “do gabarito”, “recursos”, “à banca examinadora”
e “certeza” completam o sentido destes verbos.
Para facilitar o entendimento, podemos dizer que a preposição seria um
obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a
preposição, o trânsito é livre, direto.
Então observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o
termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o
complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado 
(indireto) tendo em vista a preposição “de”.
Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é
chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida
pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu
complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo
verbo: um(direto) e outro(indireto).
A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o
complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal
indireto é o objeto indireto(OI).
Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois
necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo
de “Regência”, pois ele exige, rege o complemento. Se é um verbo que exige,
é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo na gramática que trabalha
só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), a qual
veremos na aula 4. Este tema é constantemente cobrado nas provas do
CESPE, por isso é muito importante atentarmos à estrutura abaixo.
Veja:
1. O candidato realizou a prova.
VTD + OD
2. duvidou do gabarito.
VTI + OI
3. enviou recursos à banca examinadora.
VTDI + OD + OI
Regência Verbal 
sujeito predicado
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Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter
transitividade. Nomes como “certeza”, obediência, dúvida, longe, perto, fiel,
etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para
terem sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a
alguém ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é
fiel a algo ou a alguém.
Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual
é chamado de complemento nominal (CN).
Note que os complementos são elementos exigidos por verbo ou nome.
Assim, são termos subordinados.
Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito
na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante,
podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser
transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por
isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o
complemento não está explícito, não temos de identificá-lo. Falamos que o
nome exige complemento, mas tudo depende do contexto.
Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do
verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência
Nominal.
Veja a frase 4:
4. O candidato tem certeza de sua aprovação.
VTD + OD + CN
Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A
expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, ela complementa o
nome “certeza”: certeza de sua aprovação.
O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para
descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal.
Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4
(VTD + OD + CN).
Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum
complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura
posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas
circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o
candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como
viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o
valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas
há mais e veremos adiante.
Então veja como ficaria:
sujeito predicado
Regência Nominal 
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O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho.
O adjunto adverbial não ocorre só com verbo intransitivo, ele pode
aparecer junto a qualquer verbo. Por exemplo, nas frases 1 a 3, poderíamos
inserir o adjunto adverbial de tempo “ontem”. Na frase 4, poderíamos inserir o
adjunto adverbial de causa: “devido a seu estudo”.
Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e
sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrem esses tipos verbais,
dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do predicado,
assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura:
Predicado verbal = VTD + OD
VTI + OI
VTDI + OD + OI
VI
Esse é o esquema básico, e nada impede de haver adjunto adverbial e
complemento nominal em todos eles.
Falta apenas um tipo de verbo: o de ligação.
Veja a frase 6: O candidato estava tranquilo.
O termo “tranquilo” caracteriza o sujeito “O candidato”, por isso se
flexiona de acordo com ele. O verbo “estava” serve para ligar esta
característica ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação, e o termo
que caracteriza o sujeito é chamado de predicativo.
O predicativo serve normalmente para caracterizar o sujeito e por isso se
flexiona de acordo com ele. Se o sujeito fosse “candidata”, naturalmente o
predicativo seria “tranquila". A essa flexão de um predicativo em relação ao
sujeito damos o nome de Concordância Nominal. Na gramática, há um
capítulo só para a concordância nominal, e a flexão do predicativo em relação
ao sujeito é um dos pontos principais, mas isso veremos em outra aula.
O predicativo sempre será núcleo do predicado, por causa disso seu
predicado é chamado de Predicado Nominal, com a seguinte estrutura:
Predicado Nominal = VL + predicativo
O predicativo não ocorre somente no predicado nominal, ele também
pode fazer parte do predicado verbo-nominal; mas isso é assunto para ser
visto adiante.
Por enquanto, é importante entender a seguinte estrutura:
sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv
tempo
Adj Adv
modo
Adj Adv
causa
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Com base no que vimos até agora, percebemos a estrutura básica dos
predicados verbal (VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI) e nominal (VL +
predicativo). Portanto, podemos observar que não pode haver vírgula 
entre sujeito, verbo e complementos. Observe as orações anteriores. Elas
não possuem vírgula, justamente porque são constituídas de termos básicos
da oração.
Atente ao fato de que os objetos direto e indireto servem para completar
o sentido do verbo e o complemento nominal servepara completar o sentido
do nome. Lembre-se também de que o predicativo existe para caracterizar o
sujeito.
Diferença entre subordinação e coordenação dos termos: 
O termo subordinado é aquele que depende de outro para ter sentido.
Assim, complemento verbal ou nominal são termos subordinados.
A indústria tem necessidade de profissionais qualificados.
Cada termo tem seu núcleo (palavra mais importante). Havendo mais de
um núcleo, passamos a ter uma relação de coordenação:
A indústria e o comércio absorvem muitos profissionais de nível superior e técnico. 
O termo “A indústria e o comércio” é o sujeito composto (os núcleos
“indústria” e “comércio” estão coordenados), o verbo “absorvem” é transitivo
direto e o termo “muitos profissionais de nível superior e técnico” é o objeto
direto (termo subordinado), cujo núcleo é “profissionais”, e os termos
“muitos”, “de nível superior e técnico” são os adjuntos adnominais. Dentro
deste adjunto adnominal, há termos enumerados, coordenados: “superior” e
“técnico”.
Agora, vamos trabalhar cada função sintática e suas peculiaridades:
 Adjunto adnominal: Cada termo sintático da oração necessita de um
núcleo, constituído de um substantivo ou palavra de valor substantivo. Esse
núcleo pode ser caracterizado, determinado, modificado, especificado por um
termo, chamado de adjunto adnominal. Esse termo pode ser representado por:
1) um artigo: O carro parou. 
2) um pronome adjetivo: Encontrei meu relógio. 
3) um numeral adjetivo: Recebi a segunda parcela. 
4) um adjetivo: Tive ali grandes amigos. 
5) uma locução adjetiva: Tenho uma mesa de pedra. 
As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. 
artigo pronome numeral substantivo adjetivo verbo intransitivo
adjuntos adnominais núcleo adj adnominal
sujeito predicado verbal
subordinação subordinação
subordinação
coordenação coordenação
sujeito + VTD + objeto direto + complemento nominal
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Vamos aprofundar um pouquinho mais nos complementos verbais (OD e
OI), mais precisamente, em algumas formas como aparecem na oração.
Objeto direto 
1) Objeto direto pleonástico: Normalmente, por uma questão de ênfase,
antecipamos o objeto, colocando-o no início da frase, e depois o repetimos
através de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome
de objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo,
como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a sua
postura diante do fato:
- O que você acha desta roupa? 
- Essa roupa, ninguém a quer. 
Esses “rabiscos”, foi um genial artista que os pintou. 
Veja que a vírgula separando esses objetos diretos é obrigatória. (isso é
muito importante na prova)
2) Objeto direto preposicionado: Aquele cuja preposição não é exigência do
verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, por necessidade do
próprio complemento e para se evitar ambiguidade.
Amo a Deus. (ênfase)
Cumpri com a minha palavra. (ênfase)
Ele puxou da espada. (ênfase)
Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar ambiguidade)
Ninguém entende a mim. (é o pronome “mim” que exige a preposição “a”)
Perceba que os verbos amar, caçar, puxar e entender não exigem
preposição: são transitivos diretos.
Perceba, também, que, se a expressão “Aos mais desfavorecidos” não
tivesse a preposição, não haveria erro gramatical, mas ficaríamos na dúvida
sobre quem seria o sujeito, pois as expressões estão no plural e o verbo
também. Assim, o leitor ficaria na dúvida: foram as medidas que atingiram os
desfavorecidos ou foram os desfavorecidos que atingiram as medidas? O
objeto direto preposicionado retira esta dúvida.
3) Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto direto são “me, 
te, se, o, a, nos, vos, os, as”:
Quando encontrar seu material, traga-o até mim. 
Respeite-me, garoto. Levar-te-ei a São Paulo amanhã. 
Questão 1: TRE PA - 2007 - nível superior
Fragmento do texto: A justiça eleitoral mineira mantém o projeto Justiça 
Eleitoral na Escola, voltado para crianças e adolescentes...
O trecho “o projeto Justiça Eleitoral na Escola” completa o sentido do verbo
mantém.
Comentário: Esta questão aborda o conhecimento de subordinação e o
princípio do objeto direto (completar o sentido do verbo). Note que o verbo
“mantém” possui sujeito (“A justiça eleitoral mineira“). Esse verbo é transitivo
direto (alguém mantém algo), então o termo “o projeto Justiça Eleitoral na 
Escola” é o objeto direto. Como sabemos que o objeto direto serve para
completar o sentido do verbo (VTD), a afirmativa está correta.
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Gabarito: C
Questão 2: Médico Perito INSS - 2009 - nível superior
Fragmento do texto: O episódio transformou, no período de 10 a 16 de 
novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma 
praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos 
generalizados.
A expressão “confrontos generalizados” desempenha a função sintática de
complemento de “ocorreram”.
Comentário: A expressão “confrontos generalizados” não completa o sentido
do verbo “ocorreram”, porque ela não é um complemento verbal. Na
realidade, essa expressão é o sujeito deste verbo.
Note que o verbo “ocorreram” está se flexionando no plural, justamente
por concordar com o seu sujeito “confrontos generalizados”.
Nesta questão, na realidade, a banca quis induzir o candidato a pensar
que “confrontos generalizados” fosse o objeto direto (quando afirmou que este
termo completa o sentido do verbo).
Assim, não temos que decorar os termos da oração, mas entender o seu
emprego. Um sujeito não completa o sentido do verbo. Esse papel é dos
complementos verbais. Eles, sim, são usados na linguagem justamente para
isso.
Gabarito: E
Objeto indireto: Pode também ser pleonástico: repetição, por meio de
um pronome oblíquo, do objeto indireto.
 Ao amigo, não lhe peça tal coisa. 
Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são
“me, te, lhe, nos, vos, lhes”:
Eu obedeci ao meu pai. Eu lhe obedeci.
Questão 3: CNJ 2013 Analista Judiciário
Fragmento do texto: Como afirma Foucault, a verdade jurídica é uma
relação construída a partir de um paradigma de poder social que manipula o
instrumental legal, de um poder-saber que estrutura discursos de dominação.
Assim, não basta proteger o cidadão do poder com o simples contraditório
processual e a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição. 
Na linha 4, o termo “do poder” relaciona-se sintaticamente com o termo “o
cidadão”, modificando-o.
Comentário: Com esta afirmação, a banca CESPE tentou induzir o candidato
a pensar que os termos “do poder” e “o cidadão” possuem uma relação de
dependência, de subordinação. Mas isso não ocorreu. O verbo “proteger” é
impessoal, isto é, não se refere a um sujeito. Tal verbo é transitivo direto e
indireto, o termo “o cidadão” é o objeto direto e “do poder” é o objeto
indireto. Assim, ambos os termos complementam o sentido do verbo, e não há
relação sintática entre eles.
Gabarito: E
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Questão 7: Médico Perito INSS - 2009 - nível superior
Julgue a frase quanto à correção gramatical:
O fato de haver vacinação compulsória, foi apenas mais um dos elementos 
para que a população do Rio, insatisfeita com o “bota-abaixo” e insuflada pela 
imprensa, se revoltasse.
Comentário: Vimos que é importante reconhecer os termos básicos da
oração para que se evite a separação deles por vírgula. Justamente isso foi
cobrado nesta questão.
Perceba que a vírgula antes do verbo “foi” separouo sujeito do seu
predicado. Por isso há erro gramatical.
Gabarito: E
Questão 8: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível superior 
1
5
10
Evaristo de Moraes, com a autoridade de quem foi não apenas
republicano histórico, mas ativo membro da propaganda republicana, ao
relembrar as mais remotas origens do movimento republicano no Brasil
— não das ideias republicanas, cujas primeiras manifestações são
encontráveis ainda na colônia, mas do movimento republicano
organizado —, declarou que foi a frustração que a inopinada troca de
gabinetes em 1869, com o completo desrespeito das regras então
vigentes, impôs aos membros mais radicais do partido liberal que levou
à cisão desse partido, dando origem tanto ao partido liberal radical
quanto ao partido republicano.
Com relação ao emprego dos sinais de pontuação, seria mantida a correção
gramatical do texto se a vírgula logo após o adjetivo “histórico” (linha 2) fosse
excluída e se inserisse uma vírgula imediatamente após a forma verbal “foi”
(linha 1). 
Comentário: O verbo “foi” é de ligação, o sujeito é o pronome “quem” e o
predicativo composto é o termo “não apenas republicano histórico, mas ativo 
membro da propaganda republicana”. Note que não pode haver vírgula entre
sujeito, verbo de ligação e predicativo.
Já a expressão correlativa de adição “não apenas...mas” (que será vista
adiante), a qual une os dois elementos internos do predicativo do sujeito,
pode ser dividida por vírgula, facultativamente.
Assim, pode-se retirar a vírgula após “histórico”; mas não se pode
inserir a vírgula após o verbo de ligação “foi”. 
Gabarito: E
Questão 9: Tribunal de Contas TO - 2009 - nível superior 
No trecho “Meu pai era um homem bonito com muitas namoradas”, o
sintagma “um homem bonito com muitas namoradas” complementa o sentido
do verbo. 
Comentário: O sintagma “um homem bonito com muitas namoradas” não
complementa o sentido do verbo por não ser complemento verbal (objeto
direto ou indireto), na realidade ele caracteriza o sujeito “Meu pai”, por ser o
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predicativo do sujeito.
Note que o verbo “ser” (“era”) é tipicamente um verbo de ligação.
Gabarito: E
Questão 10: ABIN - 2010 - nível médio
Fragmento do texto: Os sistemas de inteligência são uma realidade concreta
na máquina governamental contemporânea, necessários para a manutenção
do poder e da capacidade estatal. Entretanto, representam também uma fonte
permanente de risco. Se, por um lado, são úteis para que o Estado
compreenda seu ambiente e seja capaz de avaliar atuais ou potenciais
adversários, podem, por outro, tornar-se ameaçadores e perigosos para os
próprios cidadãos se forem pouco regulados e controlados. 
Os adjetivos “úteis” (linha 4), “atuais” (linha 5) e “perigosos” (linha 6)
caracterizam os “sistemas de inteligência” (linha 1).
Comentário: Veja que agora a questão não usa a expressão “completar o 
sentido”, que cabe aos complementos verbais e nominal. Ela usa a expressão
“caracterizam”, função típica do adjunto adnominal e do predicativo.
Esta questão cobrou a relação de subordinação e o paralelismo, isto é, a
coordenação. Se todos os adjetivos enumerados na questão caracterizassem
um só termo, haveria a coordenação; porém, não é isso que ocorre no texto.
Os adjetivos “úteis” e “perigosos” são predicativos do sujeito e se referem a
“Os sistemas de inteligência”. Portanto, qualificam esse sujeito. Já o adjetivo
“atuais” é adjunto adnominal de “adversários”, qualificando-o. Portanto, a
afirmativa da questão está errada, pois o referente não é o mesmo para todos
os adjetivos.
Gabarito: E
Complemento nominal: Como já comentamos, a transitividade não é
privilégio dos verbos: há também nomes (substantivos, adjetivos e advérbios)
transitivos. Isso significa que determinados substantivos, adjetivos e advérbios
se fazem acompanhar de complementos. Esses complementos são chamados
complementos nominais e são sempre introduzidos por preposição:
1) complemento nominal de um substantivo:
Você fez uma boa leitura do texto. 
sujeito VTD objeto direto complemento nominal
Predicado verbal
Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é
natural o verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo. Observe:
Você leu o texto. 
sujeito VTD objeto
direto
Predicado verbal
Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto)
Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal)
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2) complemento nominal de um adjetivo:
Você precisa ser fiel aos seus ideais. 
sujeito locução verbal
de ligação
adjetivo na
função de
predicativo
complemento nominal
Predicado nominal
Quem é fiel é fiel a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou
seja, necessita de complemento.
3) Complemento nominal de advérbio:
Você mora perto de Maria. 
sujeito verbo intransitivo advérbio na função de
adjunto adverbial de lugar
complemento
nominal
Predicado verbal
Note que o advérbio “perto” necessita de um complemento: perto de 
algo ou de alguém. Podemos dizer que o complemento nominal é mais uma
função substantiva da oração: nos casos citados anteriormente, o núcleo dos
complementos é um substantivo (texto, ideais, Maria). Pronomes e numerais
substantivos, assim como qualquer palavra substantivada, podem
desempenhar essa função. Observe o pronome “lhe” atuando como
complemento nominal na oração seguinte:
Não posso ser-lhe fiel: já empenhei minha palavra com outra pessoa.
(fiel a alguém)
Observe que o complemento nominal não se relaciona diretamente com
o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais
diversas funções.
A realização do projeto é necessária à população carente. 
Adj.
Adn
núcleo do
sujeito
complemento
nominal
VL predicativo do
sujeito
complemento nominal
A banca CESPE não cobra os nomes dos termos na prova; mas, em seu
estudo, você pode ficar na dúvida quanto à diferenciação entre o adjunto
adnominal e o complemento nominal. Segue a regra geral.
Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal
O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser
confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida,
pois, segundo o que foi visto, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo
que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal
é termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida quando os dois
termos são preposicionados. Por exemplo:
A leitura do livro é instigante. 
A leitura do aluno foi boa. 
Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios:
1º critério: 
Adjunto adnominal: Complemento nominal:
O termo preposicionado caracteriza o
substantivo.
O termo preposicionado complementa
um substantivo, adjetivo ou advérbio.
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Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de 
você.”, logo no primeiro critério já saberíamos que “de problemas” e “de você”
são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e
do advérbio “perto”, respectivamente.
2º critério: 
O substantivo caracterizado pode ser
concreto ou abstrato.
O substantivo complementado deve ser
abstrato.
Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de
uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que
o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos
visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a 
casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais,pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”,
respectivamente.
Se o substantivo for abstrato, devemos passar para o próximo critério:
3º critério: 
O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente.
Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo
sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se
pacientes, serão complementos nominais. Veja:
Adjuntos adnominais: 
O amor de mãe é especial. (agente: a mãe ama)
A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou)
A leitura do aluno foi boa. (agente: o aluno leu)
Complementos nominais:
O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada)
A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado)
A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido)
Questão 11: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio 
Fragmento de texto: Além disso, como o processo de amadurecimento do
cérebro só se completa duas décadas depois do nascimento, o consumo
precoce de álcool pode comprometer seriamente o desenvolvimento desse
órgão vital, ao aumentar a probabilidade de aparecimento de problemas
cognitivos, como falta de concentração, e de alterações de humor, como
depressão e ansiedade. O abuso de bebidas alcoólicas pode, ainda, servir de
porta de entrada para outras drogas e comportamentos de risco, como fazer
sexo sem proteção
No trecho “aparecimento de problemas cognitivos, como falta de
concentração, e de alterações de humor” (linha 5), as expressões sublinhadas
completam o sentido do termo “falta”. 
Comentário: Note que somente a expressão “de concentração” se liga ao
substantivo “falta”. Já o termo “de alterações de humor” e também “de 
problemas cognitivos” se ligam ao substantivo “aparecimento”. Assim, já
vemos que a questão está errada.
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Além disso, nas expressões “falta de concentração” e “aparecimento 
de alterações do humor”, os termos em negrito são adjuntos adnominais, e
não complementos nominais, pois são termos agentes. Por isso, eles não
completam o sentido do nome, eles o caracterizam. Acompanhe:
“faltar concentração” “falta de concentração”
VI + sujeito agente nome + adjunto adnominal (agente)
“aparecerem alterações do humor” “aparecimento de alterações do humor”
VI + sujeito agente nome + adjunto adnominal (agente)
Gabarito: E
Questão 12: INCA - 2010 - nível superior
Fragmento do texto: No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) presta 
atendimento universal e gratuito a 160 milhões de brasileiros que não têm 
planos de saúde privados. 
No trecho “a 160 milhões de brasileiros”, a preposição “a” é exigida devido à
regência de “atendimento”.
Comentário: Perceba que realmente é o substantivo “atendimento” que exige
o complemento nominal. Os adjetivos “universal” e “gratuito” são apenas
características deste substantivo e não exigem preposição.
Gabarito: C
 
Agente da passiva: Este termo será mais explorado nas próximas
aulas, quando falaremos das vozes verbais. Cabe aqui perceber que ele é
quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva analítica. É
introduzido pelas preposições por (e suas contrações) ou, mais raramente, de:
 A grama foi aparada pelo jardineiro. (voz passiva) 
 A casa estava cercada de ladrões. (voz passiva) 
 Aposto: Funciona na oração como uma ampliação, explicação,
desenvolvimento ou resumo da ideia do termo anterior:
Este país, o Brasil, tem procurado desenvolver políticas econômicas 
aliando produção e sustentabilidade. 
Nessa oração, “Este país” é o sujeito, e “o Brasil” é aposto desse sujeito,
pois explica o conteúdo do termo a que se refere.
O aposto pode ser classificado em:
I – explicativo: muito cobrado nas provas da banca CESPE quanto à
pontuação, pois pode ser separado por vírgulas, dois-pontos, travessões e até
por parênteses. Ele também pode vir antecipado de palavras denotativas de
explicação do tipo: a saber, isto é, quer dizer etc.
Raquel, contadora da empresa, está viajando. 
Só queria algo: apoio. 
Um trabalho – tua monografia – foi premiado. 
A ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) foi criada em 1999. 
II - enumerativo ou distributivo: é uma sequência de elementos, a qual
chamamos de enumeração, usada para desenvolver uma ideia anterior. É
separado por dois-pontos, e cada um dos elementos enumerados é separado
por vírgula. Se houver apenas dois elementos enumerados, eles podem ser
separados também pela conjunção “e”.
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Veja:
Ganhei dois presentes: um tênis e uma camisa. 
As reivindicações dos funcionários incluíam muitas coisas: melhor 
salário, melhores condições de trabalho, assistência médica 
extensiva a familiares. 
III - resumitivo ou recapitulativo: é usado para condensar a ideia de
termos anteriores, geralmente, por meio de um pronome indefinido.
“Grana, poder, sucesso, nada sobrevive à marcha inexorável do tempo.” 
O sujeito composto “Grana, poder, sucesso” é resumido pelo pronome
indefinido tudo, por isso o verbo concorda com o aposto e se flexiona no
singular. Note que este tipo de aposto é separado por vírgula do termo
anterior.
IV - especificativo ou apelativo: indica o nome de alguém ou de algo dito
anteriormente. Note que não é separado por sinais de pontuação.
O compositor Chico Buarque é também um excelente escritor. 
O estado é cortado pelo rio São Francisco. 
Observação: O aposto também pode se referir a uma oração:
Esforcei-me bastante, o que causou muita alegria em todos. 
Palavras como o, coisa, fato etc. podem referir-se a toda uma oração.
Nestes casos, obrigatoriamente haverá separação por vírgula.
Questão 13: CNJ 2013 Técnico Judiciário
Fragmento do texto: No total, foram 16.227.736 páginas acessadas, o que
representa um aumento de 244,59% em relação ao número obtido em janeiro
de 2012, que foi de 4.709.335 páginas acessadas. Outro indicador importante,
o número de visitantes únicos, obteve um significativo crescimento no
período: 80,13%. Foram registrados 196.657 visitantes únicos em janeiro de
2012, contra 354.248, em novembro do mesmo ano 
O trecho “o número de visitantes únicos” (linha 4) está entre vírgulas porque
se classifica como aposto explicativo.
Comentário: O termo “o número de visitantes únicos” realmente explica a
expressão “Outro indicador importante”, por isso é o aposto explicativo e deve
ficar entre duas vírgulas.
Gabarito: C
Questão 14: ANS 2013 Superior
Fragmento do texto: A avaliação das operadoras de planos de saúde em
relação às garantias de atendimento, previstas na RN 259, é realizada de
acordo com dois critérios: comparativo, cotejando-as entre si, dentro do
mesmo segmento e porte; e avaliatório, considerando evolutivamente seus
próprios resultados. 
O sinal de dois-pontos logo depois de “critérios” (linha 3) está empregado
para anunciar uma enumeração explicativa.
Comentário: O sinal de dois-pontos sinaliza que em seguida há o aposto
enumerativo, cujos núcleos são “comparativo” e “avaliatório”. Veja:
PORTUGUÊS P/ PF (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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... é realizada de acordo com dois critérios: comparativo, cotejando-as entre 
si, dentro do mesmo segmento e porte; e avaliatório, considerando 
evolutivamente seus próprios resultados.
Naturalmente, tal termo enumerativo explica os “dois critérios”. Assim, a
afirmativa está correta.
Gabarito: C
Questão 15: EBC – 2011 – Nível Médio 
Fragmento de texto: Para o professor Laurindo Leal Filho, da Universidade
de São Paulo, um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil,
esse não é um conceito fechado. 
A expressão“um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil”
exerce, na oração, a função sintática de vocativo, pois se refere a uma pessoa
citada anteriormente.
Comentário: O termo “um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no 
Brasil” explica quem é o professor Laurindo Leal Filho. Assim, é um aposto
explicativo, e não um vocativo.
Vocativo é um termo que evoca, chama alguém. Ele será visto adiante. 
Gabarito: E 
Questão 16: TCU - 2011 - Auditor Federal de Controle Interno 
Fragmento de texto: A mais ínfima felicidade, quando está sempre presente
e nos torna felizes, é incomparavelmente superior à maior de todas, que só se
produz de maneira episódica, como uma espécie de capricho, como uma
inspiração insensata, em meio a uma vida que é dor, avidez e privação. Tanto
na menor como na maior felicidade, porém, há sempre algo que faz que a
felicidade seja uma felicidade: a faculdade de esquecer, ou melhor, em
palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o tempo
que dura a felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica. 
No segundo período do texto, o trecho introduzido pelos dois pontos apresenta
uma explicação do que o autor entende por “maior felicidade” (linha 5).
Comentário: Primeiramente, note que período é o enunciado de sentido
completo com verbo. Assim, o segundo período iniciou-se na linha 4. O trecho
após os dois-pontos “a faculdade de esquecer, ou melhor, em palavras mais 
eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o tempo que dura a 
felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica” é um aposto enumerativo
que se encontra intercalado por outros termos.
Realmente os dois-pontos sinalizam uma explicação (com enumeração).
O erro foi afirmar que haveria explicação da “maior felicidade”. O trecho
enumerado explica simplesmente a “felicidade” (linha 6). 
Gabarito: E 
Questão 17: ABIN - 2008 - nível superior
Fragmento do texto: Não se podendo repetir a relação sujeito-objeto, é
forçoso afirmar que seria impossível a reprodução exata de qualquer situação
de pesquisa, o que ressalta a importância da descrição do fenômeno e o
caráter vivo dos postulados teóricos. 
Logo após “pesquisa” (linha 3), estaria gramaticalmente correto e coerente
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com o desenvolvimento das idéias do texto o emprego do travessão simples
no lugar da vírgula.
Comentário: Note que o pronome demonstrativo “o” é um aposto e retoma a
informação dita anteriormente; por esse motivo, pode ser separado também
por travessão.
Gabarito: C
Questão 18: Tribunal de Contas TO - 2009 - nível superior 
Fragmento do texto: As ciências humanas e sociais contemporâneas 
exprimem essas necessidades da sociedade capitalista, ou seja, desse sujeito 
abstrato, mediante duas visões: a universalidade naturalista, deduzida de 
disciplinas como a neurociência ou a genética, e a diversidade do culturalismo 
empírico. 
No trecho “mediante duas visões: a universalidade naturalista, deduzida de 
disciplinas como a neurociência ou a genética, e a diversidade do culturalismo 
empírico”, o emprego dos dois-pontos introduz uma citação. 
Comentário: Não há uma citação (transcrição da fala de alguém), mas uma
enumeração, pois “a universalidade naturalista e a diversidade do culturalismo 
empírico” é aposto enumerativo, por isso há o uso de dois-pontos.
Gabarito: E
Questão 19: ABIN - 2008 - nível médio
Fragmento do texto: Em 2002, o Congresso Nacional, por meio da Comissão
Mista de Controle das Atividades de Inteligência, promoveu o seminário
“Atividades de Inteligência no Brasil: Contribuições para a Soberania e para a
Democracia”, com a participação de autoridades governamentais,
parlamentares, acadêmicos, pesquisadores e profissionais da área de
inteligência. 
Se o sinal de dois-pontos (linha 3) fosse substituído por travessão, estaria
mantida a correção gramatical do título do seminário (linhas 3 e 4).
Comentário: Perceba que, no título do seminário, “Contribuições para a 
Soberania e para a Democracia” desempenha a função de aposto explicativo.
Entende-se, portanto, que as “Atividades de Inteligência no Brasil” são uma
forma de contribuir para a soberania e para a democracia. Por esse motivo,
podem-se substituir os dois-pontos por travessão mantendo a
gramaticalidade.
Gabarito: C
Outro termo importante é o vocativo, pois implica diretamente o uso de
vírgula.
Vocativo: é o termo sintático que serve para convocar, chamar um
interlocutor a quem se dirige a palavra. É um termo independente: não faz
parte do sujeito nem do predicado, por isso deve ser separado por vírgula.
Veja que ele pode aparecer em posições variadas na frase.
Júlia, venha cá. 
Veja, menina, aquela nuvem. 
Estamos aqui, meu amigo. 
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 Adjunto adverbial: Vimos que o verbo intransitivo não exige
complemento verbal, mas pode necessitar de adjunto adverbial para transmitir
uma circunstância. Veja:
 Adoeci. 
 Fui à praia. 
verbo intransitivo adjunto adverbial de lugar
predicado verbal
Na realidade, há dois tipos de verbos intransitivos.
O primeiro diz respeito àquele que não exige nenhum termo que
complemente seu sentido, como “Adoeci.”; “Juvenal morreu.”; “Um vendaval 
ocorreu.”. Esses verbos não necessitam de termo que os complete. Esse tipo
de intransitividade mostra que o verbo por si só já transmite o sentido
necessário; podendo o autor acrescentar termos acessórios para transmitir
mais clareza ou ser mais pontual no sentido, por exemplo: “Adoeci por causa 
do mau tempo.”; “Juvenal morreu anteontem.” e “Um vendaval ocorreu
aqui.”.
Por outro lado, existe a intransitividade que necessita de um termo que
produza sentido. Se alguém diz que vai, tem que dizer que vai a algum 
lugar. Se alguém diz que voltou, tem que continuar a fala mostrando de 
onde voltou. Por isso muita gente confunde esse tipo de intransitividade com a
transitividade indireta; mas há uma diferença muito grande, pois o termo que
completa o sentido deste tipo de intransitividade transmite normalmente
circunstâncias de lugar ou modo. Veja:
Vou a São Paulo. Vim de Manaus. Estou bem.
O objeto indireto apenas completa o sentido do verbo, ele não transmite
valores circunstanciais de lugar ou de modo, sentidos que são demonstrados
nos vocábulos “a São Paulo”, “de Manaus” e “bem”. Quando se quer saber se
há circunstância de lugar ou modo, faz-se a pergunta “Onde?”, “Como?”,
respectivamente.
Didaticamente, podemos dividir o adjunto adverbial em dois tipos:
Adjunto adverbial solto: O problema ocorreu naquela tarde de sábado.
Adjunto adverbial preso: Eu estou bem. 
 Eu estou em São Paulo. 
 Eu vim de São Paulo. 
Caro aluno, esta divisão dos adjuntos adverbiais é apenas didática, não é
cobrada em prova dessa forma, mas entendermos isso é importante para a
pontuação. Veja que não é comum vermos vírgula separando adjuntos
adverbiais presos, como as três últimas frases. Já com o adjunto adverbial
solto, é natural podermos inserir a vírgula. Veja:
O problema ocorreu, naquela tarde de sábado. 
Sintaticamente, o adjunto adverbial é o termo que modifica o verbo, o
adjetivo ou o advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância qualquer.
Os atletas correram muito. (modifica verbo)
Seu projeto é muito interessante. (modifica adjetivo)
O time jogou muito mal. (modifica advérbio)
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a) O adjunto adverbial pode ser representado por um advérbio, uma
locução adverbial ou um pronome relativo.
Deixei o embrulho aqui. (advérbio)
À noite conversaremos. (locução adverbial)
A empresa onde trabalhei faliu. (pronome relativo)b) Pode ocorrer elipse (omissão) da preposição antes de adjuntos
adverbiais de tempo e modo:
 Aquela noite, ela não veio. (Naquela noite)
 Domingo ela estará aqui. (No domingo)
 Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (De ouvidos atentos)
Veja os principais valores semânticos dos adjuntos adverbiais:
1) afirmação: Farei realmente a prova. 
2) negação: Não estarei presente. 
3) dúvida: Talvez eu lhe peça explicação. 
4) tempo: Ontem poucos fizeram comentários. 
5) lugar: A caixa ficou atrás do armário. 
6) modo: Todos saíram às pressas. 
7) intensidade: A criança chorava muito. 
8) causa: Tremiam de medo. (O medo causava a tremedeira)
9) condição: Não vivemos sem ar. (O ar é a condição para que vivamos)
10) instrumento: Machucou-se com a lâmina. 
11) meio: Viajaram de trem. 
12) assunto: Falavam sobre economia. (A economia era o assunto da conversa)
13) concessão: Apesar do frio, tirou a camisa. (ideia de contraste: normalmente não
se tira a camisa no frio)
14) conformativa: Agiu conforme a situação.
15) fim ou finalidade: Trabalhava para o bem geral. 
16) companhia: Voltei com meu amigo. (junto com ele)
17) preço ou valor: O livro custou cem reais. 
 
Agora, veja as principais preposições ou locuções prepositivas, com os
devidos valores semânticos, as quais iniciam adjuntos adverbiais: 
1. assunto:
sobre: conversar sobre política; falar sobre futebol.
quanto a: Não nos expressamos quanto à fatalidade do acidente.
2. causa:
a: morrer à fome; acordar aos gritos das crianças; voltar a pedido 
dos amigos. 
ante: Ante os protestos, recuou da decisão. (Perceba que não há preposição
“a” após “ante”. Diz-se ante a, ante o, e não *ante à, *ante ao.)
com: assustar-se com o trovão; ficar pobre com a inflação.
de: morrer de fome; tremer de medo; chorar de saudade.
devido a: Encontrou seu futuro, devido a muito esforço. 
diante de: Diante de tais ofertas, não pude deixar de comprar. 
em consequência de: Em consequência de seu estudo eficaz, passou 
em primeiro lugar. 
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em virtude de: Em virtude de muitas vaias, o show foi interrompido. 
em face de: O que o salvou, em face do perigo, foi sua habitual calma. 
(em virtude de) 
face a: Face a tantos perigos, resolveu voltar.
graças a: Graças ao estudo, passou no concurso.
por: encontrar alguém por uma coincidência; foi preso por vadiagem 
Esta preposição também pode ser entendida como em favor de: morrer pela 
pátria; lutar pela liberdade; falar pelo réu. Assim, não deixa de possuir
valor causal.
3. companhia:
com: ir ao cinema com alguém; regressar com amigos.
4. concessão (contraste, oposição)
apesar de: Foi à praia apesar do temporal. 
Obs.: Ocorre quando há uma oposição em relação ao verbo. Não se vai,
normalmente, à praia em dia de temporal.
com: Com mais de 80 anos, ainda tem planos para o futuro. 
malgrado: Malgrado a chuva, fomos ao passeio.
5. condição:
Sem: Sem o empréstimo, não construiremos a casa. 
6. conformidade:
a: puxar ao pai; escrever ao modo clássico; sair à mãe. 
conforme: Agiu conforme a situação. 
por: tocar pela partitura; copiar pelo original.
7. lugar:
a: (destino - em correlação com a preposição de): de Santos a 
Guarujá; daqui a Salvador. 
Obs.: Usa-se indiferentemente à/na página. Ex.: A notícia está à/na 
página 28 do jornal. Usa-se ainda a páginas, mas não as páginas ou às 
páginas. Ex.: A notícia está a páginas 28 do jornal.
ante: A verdade está ante nossos olhos;
até: indica o limite, o término de movimento, e, acompanhando
substantivo com artigo (definido ou indefinido), pode vir ou não seguida da
preposição a:
Caminharam até a entrada do estacionamento. ou
Caminharam até à entrada do estacionamento. 
de: (relação de origem): vir de Madri. 
desde: dormir desde lá até cá.
em: (estático): ficar em casa; o jantar está na mesa.
Observação: O uso da preposição “em” com verbos ou expressões de
movimento caracteriza coloquialidade (o que deve ser evitado na norma culta):
chegar em casa, ir no supermercado, voltar na escola, levar as crianças na 
praia, dar um pulo na farmácia, etc. O correto é: chegar a casa; ir ao 
supermercado; voltar à escola; levar as crianças à praia; ir à farmácia.
defronte: Ela mora defronte à igreja. 
em frente a: Em frente à escola estava ele.
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entre: os Pireneus estão entre a França e a Espanha; ficar entre os 
aprovados.
para: ir para Madri; apontar o dedo para o céu.
perante: (posição em frente); perante o juiz, negou o crime. (Não use 
perante a: perante a Deus, perante ao juiz, etc.)
por: ir por Bauru, morar por aqui.
sob: (posição inferior): ficar sob o viaduto.
sobre: (posição superior): o avião caiu sobre uma lavoura de arroz; 
flutuar sobre as ondas; (direção): ir sobre o adversário.
trás: no português atual, a preposição trás não é usada isoladamente;
atua, sempre, como parte de outras expressões: nas locuções adverbiais “para 
trás” e “por trás” (ficar para trás, chegar por trás) e na locução prepositiva
“por trás de” (ficar por trás do muro).
8. modo:
a: bife à milanesa; jogar à Telê Santana.
com: andar com cuidado; tratar com carinho.
de: olhar alguém de frente, ficar de pé.
em: ir em turma, em bando, em pessoa; escrever em francês.
por: proceder à chamada de alunos por ordem alfabética; saber por 
alto o que aconteceu.
sem: indica a relação de ausência ou desacompanhamento: estar sem 
dinheiro; 
sob: sair sob pretexto não convincente.
9. tempo:
com: (simultaneidade): o povo canta, com os soldados, o Hino 
Nacional; com o tempo os frutos amadurecem.
de: dormir de dia, estudar de tarde, perambular de noite; de 
pequenino é que se torce o pepino.
desde: desde ontem estou assim.
em: fazer a viagem em quatro horas; o fogo destruiu o edifício em 
minutos, no ano 2000. 
entre: ela virá entre dez e onze horas.
para: ter água para dois dias apenas; para o ano irei a Salvador; lá 
para o final de dezembro viajaremos.
por: estarei lá pelo Natal; viver por muitos anos; brincar só pela 
manhã.
sob: houve muito progresso no Brasil sob D. Pedro II.
Muitas vezes, numa locução, a preposição “a” pode ser trocada por
outra, sem que isso acarrete prejuízo de construção ou de significado. Eis
alguns exemplos: à/com exceção de, a/ em meu ver, a/com muito custo, em 
frente a/de, rente a/com, à/na falta de, a/em favor de, em torno a/de, junto 
a/com/de.
Questão 20: Polícia Civil CE - 2012 - Inspetor 
Fragmento de texto: Em um momento em que os Estados-nação se dobram
diante das forças do mercado, os dirigentes políticos sonham com
estabilidade. 
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Na linha 2, pode-se substituir “diante das” por perante as, sem prejuízo para
a correção gramatical ou para o sentido original do texto.
Comentário: As expressões “diante das” e “perante as” transmitem o sentido
de posicionamento (diante de tal situação, perante tal situação, frente a tal 
situação). Assim, são sinônimas neste contexto. 
Gabarito: C 
Questão 21: Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior 
Fragmento do texto: Seja como for, todas as “realidades” e as “fantasias” 
só podem tomar forma por meio da escrita, na qual exterioridade e 
interioridade, mundo e ego, experiência e fantasia aparecem compostos pela 
mesma matéria verbal... 
Pode-se substituir a expressão sublinhada pela palavra apresentada entre
parênteses e isso não provocaria erro gramatical ou alteração no sentido do
texto: “todas as ‘realidades’ e as ‘fantasias’ só podem tomar forma por meio 
da escrita” (perante) 
Comentário: A locução prepositiva“por meio da” inicia adjunto adverbial de
meio; já perante transmite valor de posicionamento (lugar). Não se pode
substituir um pelo outro.
Gabarito: E
Questão 22: Oficial de Chancelaria - MRE - 2008 - nível superior
Julgue a frase a seguir quanto à correção gramatical:
“Foi feita, finalmente, uma faxina no escritório a nível de material de 
consumo.”
Comentário: A expressão “a nível de” é viciosa. O substantivo “nível” não
possui o valor de “relativo a”, “a respeito de”, como vulgarmente é utilizado
(Falei a nível de problema social). Seus valores basicamente são:
• Elevação relativa de uma linha ou de um plano horizontal: O nível das 
águas subiu. 
• Padrão, qualidade, gabarito: bairro residencial de alto nível. 
• Altura relativa numa escala de valores: nível econômico; nível de 
disciplina. 
No contexto, o ideal é retirar essa expressão viciosa, fazendo os ajustes
a depender do sentido:
“Foi feita, finalmente, uma faxina no escritório com material de consumo.”
“Foi feita, finalmente, uma faxina de material de consumo no escritório.”
Gabarito: E
Questão 23: INCA - 2010 - nível superior
Fragmento do texto: A realidade atual vem exigindo dos pesquisadores 
envolvidos com a temática da saúde maiores esforços para compreender as 
mudanças recentes... 
A organização das ideias no texto mostra que “realidade atual” constitui a
circunstância de tempo em que a “temática da saúde” está sendo
considerada; por isso, mantêm-se as relações entre os argumentos e a
correção gramatical ao se iniciar o texto com Na realidade atual.
Comentário: A expressão “A realidade atual” é sujeito na oração em que está
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inserida, por esse motivo não transmite circunstância de tempo (pois isso é
papel do adjunto adverbial), nem pode ser antecedida de preposição.
Gabarito: E
Pontuação com adjunto adverbial “solto” 
É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois
este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da
oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são
exigidos pelo verbo, apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é
notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios
que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções
adverbiais:
O custo de vida é bem alto em Brasília.
Em Brasília, o custo de vida é bem alto.
O custo de vida, em Brasília, é bem alto.
O custo de vida é bem alto, em Brasília.
Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. 
A Brasília prefeitos de várias cidades foram. 
Prefeitos de várias cidades a Brasília foram. 
 
Naturalmente, você já percebeu o problema. 
Sim, eu sei. 
Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver
antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se
estiver no final, a vírgula será facultativa.
Antes da última rodada, o time já se dizia campeão.
O time, antes da última rodada, já se dizia campeão.
O time já se dizia, antes da última rodada, campeão.
O time já se dizia campeão, antes da última rodada.
O time já se dizia campeão antes da última rodada.
Questão 24: CNJ 2013 Técnico Judiciário
Fragmento do texto: Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos
do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para promover o bem-
estar do cidadão, como a da aplicação da Lei Maria da Penha no âmbito dos
tribunais; a do reconhecimento da paternidade voluntária; a do fortalecimento
da ideia de conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida. 
Na linha 1, a vírgula logo após “2012” poderia ser suprimida, sem prejuízo
para a correção gramatical do texto, uma vez que a expressão “Em 2012”
classifica-se como um adjunto adverbial de pequena extensão.
Comentário: A afirmativa está correta, pois o termo “Em 2012” é o adjunto
adverbial de tempo. Como tal termo é de pequena extensão, a vírgula é
facultativa.
Gabarito: C
Esta locução adverbial de lugar
não é exigida pelo verbo, por
isso se considera um termo 
solto, o qual pode receber
vírgula. Compare com a
seguinte.
Esta locução adverbial de lugar
é exigida pelo verbo, por isso
não se considera termo solto,
ela pode se mover na oração,
mas não recebe vírgula.
Os advérbios referem-se a toda
a oração.
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Questão 25: CNJ 2013 Técnico Judiciário
Fragmento do texto: Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos
do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para promover o bem-
estar do cidadão, como a da aplicação da Lei Maria da Penha no âmbito dos
tribunais; a do reconhecimento da paternidade voluntária; a do fortalecimento
da ideia de conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida. 
O trecho “em parcerias com órgãos do Executivo e do Judiciário” (linhas 1 e 2)
está entre vírgulas porque exerce função de adjunto adverbial intercalado na
oração principal, estando deslocado em relação à ordem direta.
Comentário: A afirmativa está correta, pois o termo “em parcerias com 
órgãos do Executivo e do Judiciário” é um adjunto adverbial de meio, o qual
se encontra entre o verbo “promoveu” e o complemento verbal “campanhas
importantes”. Assim, percebemos que ele realmente se encontra intercalado,
isto é, deslocado em relação à ordem direta, por isso deve haver dupla
vírgula. Compare a ordem direta e o deslocamento do termo:
Adjunto adverbial na ordem direta:
Em 2012, o CNJ promoveu campanhas importantes, em parcerias com órgãos 
do Executivo e do Judiciário... 
Adjunto adverbial intercalado:
Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos do Executivo e do 
Judiciário, campanhas importantes... 
Gabarito: C
Questão 26: TRT 10ªR 2013 Técnico Judiciário
Fragmento do texto: O Tribunal Regional do Trabalho da 10.ª Região (TRT),
após autorização da presidenta, efetuou a doação de diversos equipamentos,
chamados de “passíveis de desfazimento”, a duas entidades: Creche Magia
dos Sonhos e Associação dos Deficientes de Brasília, consideradas pela
administração do tribunal como legalmente aptas a receber os bens. 
O trecho “após autorização da presidenta” (linha 2) está entre vírgulas porque
se trata de adjunto adverbial intercalado na oração principal, ou seja,
deslocado em relação à ordem direta.
Comentário: O trecho “após autorização da presidenta” é o adjunto adverbial
de tempo, o qual realmente se encontra intercalado e por isso recebe a dupla
vírgula. Na afirmação, a banca usou a expressão “oração principal”. Esta
denominação será trabalhada na próxima aula, mas, para você não ficar com
dúvida, a oração principal é um segmento com verbo e deve haver uma
oração subordinada a ela. Assim, a oração principal é “O Tribunal Regional do 
Trabalho da 10.ª Região (TRT), após autorização da presidenta, efetuou a 
doação de diversos equipamentos”. A oração subordinada é “chamados de
“passíveis de desfazimento”, a duas entidades: Creche Magia dos Sonhos e
Associação dos Deficientes de Brasília, consideradas pela administração do
tribunal como legalmente aptas a receber os bens”.
Assim, podemos confirmar tal questão como correta. 
Gabarito: C
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Questão 27: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador 
Fragmento de texto:
1
5
10
Essa forma de veicular denúncias e indícios reafirma muitos dos
mitos acerca do fenômeno da corrupção. Podem-se inventariar alguns: a
colonização portuguesa, que seria essencialmente patrimonialista, em
contraposição ao “poder local” e ao “espírito de comunidade” da tradição
anglo-saxã; a cultura brasileira, com seu universo miscigenado, tão
criticado por perspectivas eugenistasdo início do século XX, e sua
“amoralidade macunaímica”, que não teria, mesmo após a
independência e a República, conseguido separar o público do privado;
a disjunção entre elites políticas e sociedade, como se as primeiras não
fossem reflexo, direto e(ou) indireto, da última; a ausência de uma base
educacional formal sólida como explicação para comportamentos não
republicanos; por fim, a ausência e(ou) fragilidade de leis e de
instituições capazes de fiscalizar, controlar e punir os casos de
malversação dos recursos públicos, como se o país fosse “terra de
ninguém”.
As vírgulas que isolam o trecho “com seu universo miscigenado” (linha 5)
poderiam ser substituídas por travessões, sem prejuízo para a correção
gramatical do período e para o sentido do texto. 
Comentário: O termo “com seu universo miscigenado” é um adjunto
adverbial. Por estar intercalado, fica separado por dupla vírgula. Já o duplo
travessão é empregado para sinalizar um termo explicativo, e não uma
estrutura adverbial. Por isso, a afirmativa está errada. 
Gabarito: E
Questão 28: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador 
Fragmento de texto:
1
5
Todas essas versões tendem a negligenciar o fato de que a
corrupção, em graus variados, existe em todos os países e é, de certa
forma, também um fenômeno sociológico. Assim, urge analisarmos a
corrupção como fenômeno intrinsecamente político, que se refere,
portanto, à maneira como o sistema político brasileiro está organizado.
Na linha 4, o deslocamento do advérbio “intrinsecamente” para imediatamente
após “analisarmos” exigiria que esse advérbio fosse pontuado entre vírgulas,
para que se mantivessem o sentido e a correção gramatical do texto. 
Comentário: O termo “intrinsecamente” é um adjunto adverbial de modo, o
qual modifica o adjetivo “político”. Com o deslocamento desse termo para
imediatamente após o verbo “analisarmos”, muda-se o sentido. Agora, é este
verbo que é modificado por tal termo adverbial. Compare:
Assim, urge analisarmos a corrupção como fenômeno intrinsecamente político... 
Assim, urge analisarmos, intrinsecamente, a corrupção como fenômeno político... 
Na forma original, o adjunto adverbial está preso ao adjetivo “político”,
por isso não recebe dupla vírgula.
Com o deslocamento pedido na questão, esse adjunto adverbial passa a
ser solto. Assim, pode ficar separado por dupla vírgula.
Como a questão afirmou que esse deslocamento manteria o sentido
original e passaria a ter dupla vírgula obrigatoriamente, está errada. 
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Gabarito: E
Questão 29: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio 
Fragmento de texto: Além de apresentarem certa precocidade na aquisição
do hábito de ingerir álcool, os adolescentes paulistas bebem frequentemente,
exageram nas doses e, em muitos casos, agem assim com anuência familiar.
A supressão da vírgula empregada após o vocábulo “e” (linha 3) acarretaria,
necessariamente, a retirada da vírgula que aparece depois da expressão “em
muitos casos” (linha 3). 
Comentário: A expressão “em muitos casos” é entendida como adjunto
adverbial de tempo. Como esta expressão é de pequena extensão, a dupla
vírgula é facultativa. Assim, ou se retira a dupla vírgula, ou se insere a dupla
vírgula. A retirada da primeira acarreta a retirada da segunda.
Gabarito: C
Palavras denotativas: Já falamos nesta aula sobre os adjuntos
adverbiais. Agora, cabe inserirmos palavras que se aproximam de valores
adverbiais, porém não constituem circunstâncias. São as chamadas palavras 
denotativas. Elas são importantes para a interpretação de texto, pontuação e
reescrita de frases.
1. Designação: eis.
Eis o homem!
Esta construção admite que o substantivo posterior seja substituído pelo
pronome oblíquo átono o, na forma Ei-lo!
2. Exclusão: exceto, senão, salvo, menos, tirante, exclusive, ou melhor
etc.
 Voltaram todos, menos André. 
 Roubaram tudo, salvo o telefone. 
3. Limitação: só, apenas, somente, unicamente:
Só Deus é imortal. Apenas um livro foi vendido. 
A possibilidade de cobrança em prova é na interpretação de texto.
Quando se inserem as palavras só, somente, apenas; há o recurso textual
chamado palavra categórica. Ele transmite uma ideia veemente do autor, que
não abre caminhos para outra possibilidade. Isso dirige a interpretação de
texto. Veja:
Só o rico ganha. O dinheiro chega apenas à classe nobre. 
Compare com as estruturas sem essas palavras categóricas:
O rico ganha. O dinheiro chega à classe nobre. 
Naturalmente você observou que o sentido mudou consideravelmente.
Na prova normalmente o texto sugere algo de maneira geral, com a segunda
construção. Já, na interpretação de texto, a banca inclui a palavra categórica
para o candidato perceber o erro.
4. Explicação, explanação ou exemplificação: a saber, por exemplo, 
isto é, como, ou melhor etc.
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Eram três irmãos, a saber, Pedro, Antônio e Gilberto. 
Lá, no inverno, usa-se roupa pesada, como sobretudo e poncho. 
Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar. 
Esses valores são normalmente separados por vírgula ou dois-pontos.
Pode-se ter em mente que, quando se explica, quer-se ratificar, confirmar
argumentos; então isso pode ser cobrado numa interpretação de texto ou no
uso da pontuação.
5. Inclusão: mesmo, além disso, ademais, até, também, inclusive, 
ainda, sobretudo etc.
Até o professor riu-se. Ninguém veio, mesmo o irmão.
I - Costumam-se ficar entre vírgulas as estruturas além disso,
também, inclusive, ainda. Normalmente a banca insere apenas uma das
vírgulas e isso torna o texto errado.
Ele disse, inclusive que não viria hoje. (errado)
Ele disse, inclusive, que não viria hoje. (certo)
II – Cumpre lembrar que não se pode confundir o valor de mesmo
(inclusão), mesmo (pronome demonstrativo de valor adjetivo) e advérbio de
afirmação/certeza. O primeiro não se flexiona e pode ser substituído por até, 
inclusive: Mesmo ela realizou as atividades.
O segundo flexiona-se e diz respeito a um reforço reflexivo, equivalendo
a sozinha: Ela mesma realizou as atividades.
O terceiro não se flexiona e serve para ratificar, confirmar uma ação,
equivalendo-se a sim, com certeza: Ela realizou mesmo as atividades.
6. Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes etc. 
Comprei cinco, aliás, seis livros. Correu, isto é, voou até nossa casa. 
Para a banca é importante notar a ideia de correção ao que foi dito
anteriormente e por isso a expressão deve ficar separada por vírgula(s). Note
que a expressão “isto é” também foi vista como explicação (ratificação). Por
isso, deve-se ter muito cuidado com o contexto.
7. Situação: mas, então, pois, afinal, agora, etc. 
Mas que felicidade. Então duvida que se falasse latim? 
Pois não é que ele veio. Afinal, quem tem razão? 
Posso mostrar-lhes o sítio; agora, vender eu não vendo. 
A banca pergunta se os vocábulos “Mas”, “Então” e “Pois”, nestes casos,
possuem valor de oposição, conclusão e explicação, respectivamente. Pode-se
notar claramente que não, estes vocábulos apenas motivam o início do
discurso, como ocorre com o coloquialismo “Hum...”, “senão vejamos”, etc.
8. Expletivo e realce: é que; lá, cá, só, ora, que, mesmo, embora. 
Nós é que somos brasileiros. Eu sei lá! 
Eu cá me arranjo. Vejam só que coisa! 
Ora, decidamos logo o negócio. Oh! Que saudades que tenho! 
É isso mesmo. Vá embora! 
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Normalmente as palavras expletivas ocorrem por motivo de ênfase e
estilo; mas o vocábulo “ora” geralmente inicia uma consideraçãodo autor,
uma avaliação que pode também ser entendida como conclusão.
9. Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem:
 Felizmente não me machuquei. 
 Ainda bem que o orador foi breve! 
Questão 30: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio 
Fragmento de texto: Além de apresentarem certa precocidade na aquisição
do hábito de ingerir álcool, os adolescentes paulistas bebem frequentemente,
exageram nas doses e, em muitos casos, agem assim com anuência familiar.
O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se
Substituísse a expressão “Além de” (linha 1) pela expressão Por causa de. 
Comentário: Note que a expressão “Além de” é denotativa de inclusão. O
sentido muda se usarmos a locução prepositiva de causa “Por causa de”.
Gabarito: E
 
Questão 31: EBC – 2011 – nível superior 
Fragmento de texto: Muitas outras narrativas, que têm cara de discursos
informativos, jornalísticos, também não são jornalismo. Relatos da história da
humanidade não são necessariamente jornalísticos. Heródoto, por exemplo,
historiador grego, compôs textos repletos de novidades fascinantes, capazes
de envolver, de maravilhar o leitor, até hoje.
A retirada da vírgula empregada logo após “Heródoto” prejudicaria a correção
gramatical do texto. 
Comentário: A expressão “por exemplo” é denotativa de exemplificação e
deve ficar entre vírgulas, assim como ocorre com as expressões explicativas
“ou seja”, “a saber” etc. Por isso, a retirada desta vírgula realmente
prejudicaria a correção gramatical.
Gabarito: C
 
Questão 32: Polícia Civil CE - 2012 - Inspetor 
Fragmento de texto: Em um momento em que os Estados-nação se dobram
diante das forças do mercado, os dirigentes políticos sonham com
estabilidade. Ora, as formas de governo utilizadas pelos impérios fascinam por
sua resistência aos sobressaltos da história, sua plasticidade e sua capacidade
de unir populações diferentes. 
A vírgula após “Ora” (linha 3) pode ser suprimida sem prejuízo para a
correção gramatical e para o sentido original do texto.
Comentário: O vocábulo “ora” pode ser um advérbio de tempo, em
expressões como “Por ora não sairei de casa.”, também pode fazer parte dos
conectivos alternativos “ora, ora” (Ora estuda, ora dorme.). Por fim, pode
fazer parte das palavras denotativas com uma consideração do autor, do tipo:
“Ora, não atrapalhe o estudo!”.
Neste contexto, percebemos a palavra “Ora” como denotativa, a qual
inicia uma consideração do autor: “Ora, as formas de governo utilizadas pelos 
impérios fascinam por sua resistência aos sobressaltos da história, sua 
plasticidade e sua capacidade de unir populações diferentes.” A vírgula, neste
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caso, é necessária, para evitar ambiguidade, isto é, que o leitor confunda esse
com os outros usos deste vocábulo.
Por isso, a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 33: MPE PI – 2012 – nível superior 
Fragmento de texto: Em nossa história evolutiva, caminhamos para
melhorar nossas conexões cerebrais, mas há um momento em que o custo
para manter o sistema nervoso causaria uma pane nos outros órgãos, ou
seja: chegamos a um ponto em que ser ainda mais esperto significa ter um
organismo que vai funcionar mal.
Preserva-se a correção gramatical do texto ao se substituírem os dois-pontos,
após a expressão “ou seja”, por vírgula. 
Comentário: O normal é a expressão denotativa de explicação “ou seja” ficar
separada por dupla vírgula, mas também há ocorrência, como no texto, de
uso de dois-pontos.
Por isso, a substituição está correta.
Gabarito: C
Recapitulando, observamos, no início da aula, o que significa morfologia
(nome das palavras), sintaxe (a função que essas palavras desempenham na
oração) e exploramos, praticamente no estudo do adjunto adverbial, alguns
valores semânticos (sentido).
Ao reconhecermos os termos da oração (as funções sintáticas),
observamos a subordinação entre eles, e, quando há mais de um núcleo,
percebemos a coordenação.
Agora, vamos trabalhar a coordenação entre orações.
Para entendermos esse tema, devemos partir de alguns conceitos
importantes.
Frase: é um enunciado que possua sentido completo. Ela é finalizada por
ponto final (.), ponto de exclamação (!), ponto de interrogação (?), dois-
pontos (:) e reticências (...).
Cada uma destas pontuações sinaliza um tipo diferente de frase.
Frase declarativa: apenas apresenta uma informação ao leitor.
 Em 1979, Mandy, uma garota de 13 anos de idade, participou de uma 
excursão em uma ilha da Escócia. 
Frase exclamativa: apresenta certa emoção ao comunicar.
 Lá estava ela com sua ginga exuberante e porte sensual! 
Socorro! Psiu! 
Frase interrogativa direta: expressa uma dúvida, motivando uma resposta.
A prova será realizada ainda hoje?
Você já notou, em palestras, aulas ou em outras situações em que haja
uma explicação de um argumento, o locutor faz uma pergunta para ele mesmo
responder?
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Esse é um tipo de procedimento argumentativo muito usado em textos
dissertativos para que o leitor sinta necessidade de ler ou ouvir a resposta:
“E o que é impessoalidade?”. “Bom, impessoalidade é a forma como o 
servidor deve tratar o cidadão ou outro servidor do Estado”.
O autor não teve dúvida ao perguntar, a sua intenção foi nos chamar a
atenção sobre um conceito importante.
Às vezes temos também a pergunta retórica, aquela em que o autor do
texto não responde diretamente, mas a condução do texto nos enfatiza a
resposta. Veja:
“A política no Brasil é duvidosa quanto à moral e os bons costumes. Em 
relação às obras referentes à Copa do mundo, será que todos os recursos 
serão aplicados devidamente ao que foi previsto nas licitações? 
Uma boa dica seria a participação do cidadão como fiscal, monitorando o 
tempo gasto no andamento das obras e a lisura nos processos.”
Questão 34: Polícia Civil ES - 2011 - nível médio 
Fragmento de texto: No dia 3 de julho de 1950, a Coreia do Norte atacou e
tomou Seul, a capital do Sul. Começava ali uma guerra que opunha os povos
de um país dividido, com os Estados Unidos da América de um lado e a China
e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas do outro. O conflito durou
cerca de três anos e terminou com o país ainda dividido ao meio. O saldo?
Três milhões e meio de mortos. 
Na linha 5, o emprego da interrogação é um recurso estilístico e retórico que
confere ênfase à informação subsequente.
Comentário: A pergunta e a resposta se encontram ligadas quase que
diretamente, por isso o autor poderia fazer apenas uma afirmação: O saldo é
de três milhões e meio de mortos. Porém, o autor preferiu chamar a atenção
do leitor realizando a pergunta, pois o ponto de interrogação faz o leitor dar
uma pausa frasal antes de continuar a leitura. Essa pergunta é retórica,
porque tem como princípio enfatizar o termo posterior, que é a resposta. 
Gabarito: C 
Além disso, as frases podem trazer uma ideia de continuidade, com o
uso das reticências, na intenção de que o leitor interprete algo além do que
foi dito.
 Joana está sempre de bom humor, só gosta das piadas do chefe... 
Neste exemplo podemos entender uma malícia do autor do texto em
relação ao comportamento de Joana.
Muitas vezes o autor usa esta continuidade do pensamento para que o
leitor reflita mais sobre o assunto.
Um jovem sem esperança, perturbado, sem sonho, com cinco revólveres 
e muita munição, entra num colégio em Realengo (RJ) e... 
As reticências nos remetem a pensar na catástrofe ocorrida em abril de
2011 em Realengo-RJ. O autor não precisa dizer mais nada, nós já
entendemos que ele (o autor) quer nossa reflexão no problema.
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As frases também podem fazer parte de um discurso direto. Neste caso
a voz do narrador é finalizada por dois-pontos, na intenção de abrir a voz do
personagem.
 O candidato afirmou: 
 – Vou entrar com recurso.
A voz do personagem é chamada de citação, isto é, o recorte literal da
fala de alguém ou de um fragmento do texto. Esta fala pode também ser
delimitada por aspas. Exemplo:
O candidato afirmou: “Vou entrar com recurso.”
Questão 35: TRE ES - 2011 - Técnico 
No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispôs
a Carta Magna de 1988: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva,
devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.” Era o reconhecimento de
um direito. Restava regulamentar a forma pela qual esse direito seria
garantido. Em novembro de 2003, o presidente da República assinou o
Decreto n.º 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.º: “Consideram-se
remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto,
os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória
histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção
de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica
sofrida.”
O Estado de S.Paulo, 29/11/2010 (com adaptações). 
Os trechos entre aspas são citações literais de texto de natureza jurídica.
Comentário: Observe que as aspas marcam citações, recortes literais de
outro texto: da lei. Assim, as expressões “dispôs a Carta Magna de 1988:” e
“o Decreto n.º 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.º:” reforçam que essas
citações fazem parte realmente de textos de natureza jurídica. 
Gabarito: C 
Questão 36: Correios - 2011 - Médio 
Fragmento de texto: Um estudo realizado por Dorothy Hatsukami e outros
pesquisadores da Universidade de Minnesota revelou que fumantes
inveterados que diminuem a frequência de suas tragadas ainda assim
respiram duas vezes mais toxinas por cigarro que as pessoas que fumam
menos. (...) O estudo é consistente com trabalhos epidemiológicos anteriores,
que revelaram que indivíduos que diminuíram o número de cigarros fumados
não reduziram riscos à saúde. Moral da história: “pode não haver benefício em
fumar menos”, conclui a pesquisadora. “Se os fumantes querem mesmo
diminuir o risco de câncer e doenças”, ela acrescenta, “precisam é parar de
fumar”.
As aspas empregadas no texto delimitam citação. 
Comentário: Note que as aspas marcam a fala direta de alguém ou o recorte
de um fragmento de texto. Isso é a citação, a qual delimita o discurso direto.
Perceba que o recorte registrado em “pode não haver benefício em fumar 
menos” não iniciava a frase no texto original. Assim, foi iniciado com letra
minúscula.
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Gabarito: C
Questão 37: TSE - 2007 - Técnico 
Fragmento de texto: Mário de Andrade assim justificou a necessidade de
aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de teóricos (...)
Precisamos de moços pesquisadores que vão à casa recolher com seriedade e
de maneira completa o que esse povo guarda, e rapidamente esquece,
desnorteado pelo progresso invasor (...).” 
O emprego de aspas justifica-se por isolar uma citação. 
Comentário: Conforme a explicação do discurso direto, “citação” é o mesmo
que a fala literal de alguém. Isso é demonstrado na linguagem por meio do
discurso direto e aspas. 
Gabarito: C
Após termos visto a frase, vamos trabalhar o período.
Período é todo enunciado com sentido completo e que possua verbo.
Assim, há uma grande diferença entre frase e período. Apesar de os dois
terem sentido completo, a frase pode ou não ter verbo, mas o período
obrigatoriamente terá.
Assim, todo período é uma frase, mas nem toda frase será um período.
Veja:
“Socorro!” é frase, mas não é período, porque não tem verbo.
“Ajude-me!” é frase e também é período, pois possui verbo.
“Olá!” é frase, mas não é período, porque não tem verbo.
“Você está bem?” é frase e também é período, pois possui verbo.
Como o período deverá ter sentido completo, então a pontuação final
dele deve ser a mesma da frase: . ! ? : ...
Agora veremos a oração.
A oração deve possuir verbo. Nem sempre terá sentido completo.
Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas. 
Neste enunciado, veja que há frase, porque tem sentido completo. Há
período, porque, além de ter sentido completo, tem verbo. Há orações,
porque cada oração terá um verbo diferente.
Assim, vejamos:
1. “Socorro!” (apenas frase) 
2. “Ajude-me!” (frase, período e oração) 
3. “Olá!” (apenas frase) 
4. “Você está bem?” (frase, período e oração) 
5. “Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.” (frase, período e
orações)
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Quando há um período com apenas uma oração, chamamos este
enunciado de período simples, como ocorre com os períodos “Ajude-me!”,
“Você está bem?”. Dizemos que período simples é também uma oração 
absoluta.
Quando há período com dois ou mais verbos, temos um período
composto, como ocorre com “Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de 
vendas.”. 
Portanto, vamos observar que uma oração absoluta é o mesmo que
período simples e é o mesmo que uma frase, portanto terá a mesma
pontuação final de uma frase: . ! ? : ... 
Logicamente, não há apenas a oração absoluta, a diversidade de valores
de cada oração dentro de um período composto é o nosso foco nesta e na
próxima aula. Por isso dizemos que, além da pontuação final vista acima, a
oração pode ser sucedida por: , ; ─ e às vezes não receberá nenhuma
pontuação.
Questão 38: TRE AP - 2007 -Analista 
Fragmento de texto: Nesse período foram implantados 2.343 projetos de
assentamento (PA). A criação de um PA é uma das etapas do processo da
reforma agrária. Quando uma família de trabalhador rural é assentada, recebe
um lote de terra para morar e produzir dentro do chamado assentamento
rural. A partir da sua instalação na terra, essa família passa a ser beneficiária
da reforma agrária, recebendo créditos de apoio (para compra de maquinários
e sementes) e melhorias na infra-estrutura (energia elétrica, moradia, água
etc.), para se estabelecer e iniciar a produção. O valor dos créditos para apoio
à instalação dos assentados aumentou. Os montantes investidos passaram de
R$ 191 milhões em 2003 para R$ 871,6 milhões, empenhados em 2006. 
Considerando a sintaxe das orações e dos períodos, julgue se as duas
primeiras orações do parágrafo classificam-se como absolutas, compondo
ambas dois períodos simples. 
Comentário: Os dois períodos iniciais são “Nesse período foram implantados 
2.343 projetos de assentamento (PA).” e “A criação de um PA é uma das 
etapas do processo da reforma agrária.”. Eles são considerados períodos por
terem sentido completo (finalizados por ponto final) e possuírem verbo. Cada
período desses possui apenas um verbo, então é considerado período simples.
Como afirmamos anteriormente, todo período simples é uma oração absoluta,
por isso a afirmativa está correta. 
Gabarito: C
Cada período terá um valor, o qual será simples, composto por
coordenação ou por subordinação. Isso vai depender da oração que nele se
inserir. Na sintaxe, toda oração terá um nome conforme sua função. Quando
um período é simples, já dissemos que ela será chamada de absoluta.
Mas, quando ela está num período composto, seu nome muda porque
sua relação semântica também muda e aí veremos o papel muito importante
da conjunção e da pontuação.
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