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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA – UNIFOR – MG
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
RICARDO PARREIA MARQUES JUNIOR
TRABALHO DE EPIDEMOLOGIA E TOXICOLOGIA
FORMIGA – MG
2017
RICARDO PARREIRA MARQUES JUNIOR
TRABALHO DE EPIDEMOLOGIA E TOXICOLOGIA
Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental do UNIFOR – MG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental.
FORMIGA – MG
2017
NOME DO AGENTE TÓXICO 
Agrotóxico
FARMACOCINÉTICA:
Esse tipo de produto é muito importante para controlar pragas e evitar doenças, sua aplicação também pode acarretar problemas para a saúde do consumidor. Isso porque há agricultores que fazem uso indiscriminado dos agrotóxicos, muitas vezes ultrapassando os níveis considerados aceitáveis pelo corpo.
Os três principais tipos de intoxicação relacionada à utilização de agrotóxicos:
– Intoxicação aguda: pode se manifestar de forma leve, moderada ou grave, dependendo da toxicidade do produto. É caracterizada pelo rápido aparecimento de sintomas como intensa dor de cabeça, náusea, tontura, vômitos, cólica abdominal e salivação e sudorese aumentada. Casos graves podem, ainda, apresentar insuficiência respiratória, arritmias e coma.
– Intoxicação subaguda: geralmente associada à exposição pequena ou moderada a produtos com alta ou média concentração de tóxicos, este tipo de intoxicação pro agrotóxicos apresenta sintomatologia mais lenta. Em geral, os sinais são os mesmos da intoxicação aguda.
– Intoxicação crônica: seu surgimento é tardio, geralmente após meses ou anos, e está relacionado à acumulação de danos em decorrência de repetidas exposições ao toxicante. Nesse caso, o quadro clínico costuma ser irreversível, manifestando-se por diversas patologias que afetam os órgãos, como tumores e problemas hepáticos.
DL 50 DL
Classificação
A toxicidade da maioria dos agrotóxicos é expressa em valores referentes à Dose Média Letal (DL50), por via oral, representada por miligramas do ingrediente ativo do produto por quilograma de peso vivo, necessários para matar 50% da população de ratos ou de outro animal teste. A DL50 é usada para estabelecer as medidas de segurança a serem seguidas para reduzir os riscos que o produto pode apresentar à saúde humana. 
Os agrotóxicos são agrupados em classes, de acordo com a sua toxicidade (Tabela 1).
	Tabela 1. Classes toxicológicas dos agrotóxicos com base na DL501.
	Classe
	Classificação
	Cor da faixa no rótulo da embalagem
	 I
	Extremamente tóxico
(DL50 menor que 50 mg/kg de peso vivo)
	Vermelho vivo
	 II
	Altamente tóxico 
(DL50 de 50 mg a 500 mg/kg de peso vivo)
	 Amarelo intenso
	 III
	Medianamente tóxico (DL50 de 500 mg a 5.000 mg/kg de peso vivo)
	Azul intenso
	 IV
	Pouco tóxico (DL50 maior que 5.000 mg/kg de peso vivo)
	Verde intenso
	1A dose letal (DL50) é a dose de uma substância, expressa em mg/kg de peso vivo, necessária ingerir ou administrar para provocar a morte de pelo menos 50% da população em estudo.
RISCOS DE INTOXICAÇÕES 
Os riscos são grandes e podem ocasionar problemas em curto, médio e longo prazo, a depender da substância utilizada e do tempo de exposição ao produto. Pesquisas apontam que ocorrem mais de 200 mil mortes por ano no mundo em virtude de problemas gerados pelo uso de agrotóxicos, sendo que a maioria ocorre em países em desenvolvimento.
A intoxicação por agrotóxicos pode ocasionar tonturas, cólicas abdominais, náuseas, vômitos, dificuldades respiratórias, tremores, irritações na pele, nariz, garganta e olhos; convulsões, desmaios, coma e até mesmo a morte. As intoxicações crônicas — aquelas causadas pela exposição prolongada ao produto — podem gerar problemas graves, como paralisias, lesões cerebrais e hepáticas, tumores, alterações comportamentais, entre outros. Em mulheres grávidas, podem levar ao aborto e à malformação congênita.
Toda a população em alguma fase da vida será exposta a agrotóxicos, seja através do consumo ou durante o trabalho. Entre os grupos que mais sofrem com os efeitos dessa substância, podemos destacar os trabalhadores rurais que manuseiam frequentemente esse tipo de produto.
COMO AVALIAR A INTOXICAÇÃO COM O AGENTE 
Os agrotóxicos podem causar diversos efeitos sobre a saúde, sendo muitas vezes fatais. Classicamente tais efeitos são divididos em intoxicação aguda e intoxicação crônica.
INTOXICAÇÃO AGUDA (1)
Pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, a depender da quantidade de veneno absorvido, do tempo de absorção, da toxicidade do produto e do tempo decorrido entre a exposição e o atendimento médico. Manifesta-se através de um conjunto de sinais e sintomas, que se apresentam de forma súbita, alguns minutos ou algumas horas após a exposição excessiva de um indivíduo ou de um grupo de pessoas a um agrotóxico. Tal exposição geralmente é única e ocorre num período de até 24 horas, acarretando efeitos rápidos sobre a saúde.
INTOXICAÇÃO AGUDA LEVE
Quadro clínico caracterizado por cefaleia, irritação cutâneo-mucosa, dermatite de contato irritativa ou por hipersensibilização, náusea e discreta tontura.
INTOXICAÇÃO AGUDA MODERADA 
Quadro clínico caracterizado por cefaléia intensa, náusea, vômitos, cólicas abdominais, tontura mais intensa, fraqueza generalizada, parestesias, dispnéia, salivação e sudorese aumentadas.
INTOXICAÇÃO AGUDA GRAVE
Quadro clínico grave, caracterizado por miose, hipotensão, arritmias cardíacas, insuficiência respiratória, edema agudo de pulmão, pneumonite química, convulsões, alterações da consciência, choque, coma, podendo evoluir para óbito.
INTOXICAÇÃO CRÔNICA (1)
Os efeitos danosos sobre a saúde humana, incluindo a acumulação de danos genéticos, surgem no decorrer de repetidas exposições ao toxicante, que normalmente ocorrem durante longos períodos de tempo. Nestas condições os quadros clínicos são indefinidos, confusos e muitas vezes irreversíveis. Os diagnósticos são difíceis de serem estabelecidos e há uma maior dificuldade na associação causa/efeito, principalmente quando há exposição a múltiplos produtos, situação muito comum na agricultura brasileira.
A intoxicação crônica manifesta-se através de inúmeras patologias, que atingem  vários órgãos e sistemas, com destaque para os problemas imunológicos, hematológicos, hepáticos, neurológicos, malformações congênitas e tumores.
DETERMINAR O USO DE EPI 
O uso de equipamentos de proteção individual — os EPI — é de vital importância em ambientes que oferecem risco à saúde e integridade física do trabalhador. No caso de pessoas que trabalham direta e indiretamente com agrotóxicos no campo, não é diferente.  Isso porque este tipo de substância pode representar um grande perigo ao trabalhador que exerce funções nos setores de plantio, transporte e armazenamento de produtos agrícolas, em florestas nativas e também implantadas, além de ecossistemas com flora e fauna alteradas artificialmente. As substâncias químicas dos agrotóxicos presentes nas plantações podem provocar desordem no sistema nervoso, esterilidade masculina e até mesmo câncer.
Os equipamentos de proteção individual indicados para aplicação de agrotóxicos são:
Boné / chapéu bico de pato com abas largas;
Máscaras protetoras;
Óculos de proteção em perfeito estado de conservação;
Luvas e botas impermeáveis e resistentes aos solventes dos agrotóxicos;
Macacão com mangas compridas;
Avental impermeável.
É importante destacar que existem EPIs para diferentes tipos de agrotóxicos, sendo fundamental que as empresas saibam comprar os equipamentos de proteção individual adequados para o trabalho de seus funcionários. Também vale a pena realizar treinamentos para orientar as melhores técnicas de uso de cada EPI e também como conserva-los.
Além da obrigatoriedade de uso, é fundamental que os equipamentos de proteção individual possuam o Certificado de Aprovação (CA) para atestar a qualidade e durabilidade de cada item. Com isso,o trabalhador pode exercer suas atividades com muito mais segurança e tranquilidade, o que influencia diretamente na produtividade diária.
VIA DE INTOXICAÇÃO E ELIMINAÇÃO DESTE AGENTE 
Embora os tóxicos consigam entrar no organismo de diversas formas, até mesmo através de um simples contato com a pele, as substâncias que conseguem atravessar a barreira da pele e provocar um quadro de intoxicação são reduzidas, sendo por isso que penetram no organismo, de preferência, por via digestiva, via respiratória (via inalatória) ou por via sanguínea.
As intoxicações mais frequentes ocorrem por via digestiva, mediante a ingestão de um tóxico que siga o mesmo caminho que os alimentos, o que justifica o facto de o caso mais habitual corresponder à intoxicação alimentar, originada pelo consumo de produtos contaminados ou em mau estado, o que costuma provocar um quadro de gastrenterite. Outras causas correntes de intoxicação por via digestiva são o consumo de determinadas plantas, cogumelos e bagas silvestres, a administração de medicamentos não prescritos pelo médico, em doses mais elevadas do que as indicadas (doses excessivas) ou fora do prazo e a ingestão acidental de produtos de limpeza ou industriais.
A intoxicação por via respiratória, igualmente bastante frequente, é proporcionada pela inalação de gases ou substâncias voláteis com efeitos tóxicos, como o monóxido de carbono, os dissolventes orgânicos e alguns inseticidas.
Por último, existem casos em que o tóxico é inoculado no interior do corpo ou mesmo diretamente na circulação sanguínea, independentemente de ser através de injeções ou devido a picadas de aranhas e mordeduras de serpentes venenosas.
ANTÍDOTO E/OU TRATAMENTO 
Os primeiros socorros que devem ser feitos em um caso de intoxicação, incluem:
Ligar imediatamente para o SAMU 192, para pedir socorro e, em seguida para o Centro de Informações Antiveneno (CIAVE), através do número 0800 284 4343, para receber uma orientação dos profissionais enquanto o socorro médico chega;
Afastar o agente tóxico, lavando com água caso esteja em contato com a pele, ou mudando de ambiente caso seja inalatório;
Manter a vítima deitada em posição lateral, caso perca a consciência;
Procurar informações sobre a substância que provocou à intoxicação, caso possível, como checando caixa de remédios, recipientes de produtos ou a presença de animais peçonhentos próximo, para ajudar na informação à equipe médica.
Deve-se evitar dar líquidos para beber ou provocar vômitos, principalmente se a substância ingerida for desconhecida, ácida ou corrosiva, pois isso pode piorar os efeitos da substância no trato digestivo.	
O tratamento para intoxicação varia de acordo com a sua causa e com o estado clínico da pessoa, podendo ser iniciado já na ambulância ou ao chegar no pronto-socorro, pela equipe médica, e envolve:
Avaliação dos sinais vitais, como pressão, batimentos cardíacos e oxigenação do sangue, e estabilização, com hidratação ou uso de oxigênio, por exemplo, se necessário;
Identificar as causas da intoxicação, através da análise da história clínica, sintomas e exame físico da vítima;
Fazer a descontaminação, que tem como objetivo diminuir a exposição do organismo à substância tóxica, através de medidas como lavagem gástrica, com irrigação de soro fisiológico através de uma sonda nasogástrica, administração de carvão ativado no trato digestivo para facilitar a absorção do agente tóxico, ou lavagem intestinal, com laxativos, como manitol;
Usar um antídoto, se houver, que pode ser específico para cada tipo de substância.
Além disso, para evitar qualquer tipo de intoxicação, é importante ter atenção aos produtos que se entra em contato no dia-a-dia, principalmente pessoas que trabalham com produtos químicos, como em fábricas ou plantações, sendo imprescindível o uso dos equipamentos de proteção individual. 
CONSEQUÊNCIAS DA INTOXICAÇÃO 
A ação dos agrotóxicos sobre a saúde humana costuma ser deletéria, muitas vezes fatal, provocando desde náuseas, tonteiras, dores de cabeça ou alergias até lesões renais e hepáticas, cânceres, alterações genéticas, doença de Parkinson etc. Essa ação pode ser sentida logo após o contato com o produto (os chamados efeitos agudos) ou após semanas/anos (são os efeitos crônicos) que, neste caso, muitas vezes requerem exames sofisticados para a sua identificação.
Sintomas de intoxicação podem não aparecer de imediato. Deve-se prestar atenção à possível ocorrência desses sintomas, para que possam ser relatados com precisão. O agricultor intoxicado pode apresentar as seguintes alterações:
 irritação ou nervosismo;
 ansiedade e angústia;
 fala com frases desconexas;
 tremores no corpo;
 indisposição, fraqueza e mal estar, dor de cabeça, tonturas, vertigem, alterações visuais;
 salivação e sudorese aumentadas;
 náuseas, vômitos, cólicas abdominais;
 respiração difícil, com dores no peito e falta de ar;
 queimaduras e alterações da pele;
 dores pelo corpo inteiro, em especial nos braços, nas pernas, no peito;
 irritação de nariz, garganta e olhos, provocando tosse e lágrimas;
 urina alterada, seja na quantidade ou cor;
 convulsões ou ataques: a pessoa cai no chão, soltando saliva em grande quantidade, com movimentos desencadeados de braços e pernas, sem entender o que está acontecendo;
 desmaios, perda de consciência até o coma.

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