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Centro universitário Christus
Psicologia e comportamento organizacional
Curso de Administração
Paula Frota Melo
Gabriela Farias da Rocha
 Transtorno de personalidade
Fortaleza
Psicopatologia é uma área do conhecimento que objetiva estudar os estados psíquicos relacionados ao sofrimento mental. É a área de estudos que está na base da psiquiatria, cujo enfoque é clínico. É um campo do saber, um conjunto de discursos com variados objetos, métodos, questões: por um lado, encontram-se em suas bases as disciplinas biológicas e as neurociências, e por outro se constitui com inúmeros saberes oriundos da psicanálise, psicologia, antropologia, sociologia,filosofia,linguística e história.(Dalgalarrondo, 2000)
Personalidade é a relação entre temperamento e caráter, envolve as características emocionais e de comportamentos de um indivíduo, além dos aspectos orgânicos.
Personalidade é um dos conceitos mais complexos em Psiquiatria (WANG E COL., 1995). Constitui a essência do indivíduo, determinada multifatorialmente e percebida pelo meio (ALPORT, 1966; WANG E COL., 1995). É composta pelo caráter - seus aspectos cognitivos - e pelo temperamento - seus aspectos afetivo-conativos (PETERS, 1984).
 Quando as características de personalidade causam problemas de adaptação, acarretando sofrimento ao paciente e/ou às pessoas de sua convivência, pode-se pensar em Transtorno de Personalidade (Abuchaim e Abuchaim, 2001; American Psychiatric Association, 2002; Abuchaim e Abuchaim, 2001; Atkinson, Atkinson, Smith e Bem, 1995).
Indivíduos com transtornos de personalidade geralmente apresentam esquemas não-adaptativos e inflexíveis, uma vez que são mantidos cognitivamente por meio dos processos descritos por Beck (1993), tais como distorções cognitivas. Além disso,apresentam uma incapacidade de discriminar suas próprias percepções das percepções dos outros (APA, 2002; Ventura, 1998). Entretanto, aqueles com algum transtorno de personalidade, como o Evitativo, Dependente ou Obsessivo-Compulsivo, geralmente têm consciência das suas dificuldades, são ansiosos e estão constantemente preocupados com a aceitação por parte do terapeuta (Ventura, 1998), o que pode facilitar o processo de tratamento.
De acordo com a APA (2002), os transtornos de personalidade estão classificados no Eixo II e compreendem os Transtornos de Personalidade Paranóide, Esquizóide, Esquizotípica, Anti-Social, Borderline, Histriônica, Narcisista, Evitativo, Dependente, Obsessivo-Compulsiva. 
Dentre estes, o Transtorno de Personalidade Dependente (TPD), é definido “como um padrão de comportamento submisso e aderente, relacionado a uma necessidade excessiva de proteção e cuidados” (p.593). Está entre os mais comuns na prática clínica, diagnosticado mais freqüentemente em mulheres. Entretanto, alguns estudos usando avaliações estruturadas relatam taxas similares de prevalência entre homens e mulheres (Abuchaim e Abuchaim, 2001; APA, 2002; Ventura, 1998). Este transtorno tem início precoce, um curso crônico e está presente em uma variedade de contextos (APA, 2002).
Especificamente, os indivíduos com TPD têm como característica essencial uma necessidade global e excessiva de ser cuidado, desencadeando um comportamento submisso e aderente e ao medo da separação. Segundo Beck e Freeman (1993), comportamentos dependentes e submissos visam a obter atenção e cuidados e surgem de uma percepção de si como incapaz de funcionar adequadamente sem o auxílio de outras pessoas.
Indivíduos com TPD têm grandes dificuldades em tomar decisões corriqueiras sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento da parte dos outros; tendem a ser passivos e a permitir que outras pessoas tomem iniciativas e assumam a responsabilidade pela maioria das áreas importantes de suas vidas. Esta necessidade de que os outros assumam a responsabilidade extrapola os pedidos de auxílio adequados à idade e à situação (p. ex.: as necessidades específicas de crianças, pessoas idosas e pessoas deficientes). Além disso, temem perder apoio ou aprovação, e por este motivo, apresentam dificuldades em expressar discordância de outras pessoas, especialmente àquelas das quais dependem (Abuchaim e Abuchaim, 2001; APA, 2002; Beck e Freeman, 1993; Bornstein, 1998).
Assim, as cognições mais marcantes nos indivíduos com Transtorno de Personalidade Dependente são referentes à baixa auto-estima, abandono e medo de errar; geralmente, referem-se a si mesmos como sendo incapazes de fazer qualquer coisa sozinhos. Do ponto de vista comportamental, a falta de iniciativa é marcante e não percebem os prejuízos que este comportamento pode acarretar na vida (Safran e MacMain, 1992; Ventura, 1998).
Assim, o objetivo básico do tratamento do paciente é proporcionar maior autonomia (Ventura, 1998); especialistas da área confirmam esses dados mostrando que a abordagem de tratamento deve basicamente estar voltada ao desenvolvimento da autonomia, que “tem sido descrita como a capacidade de agir independentemente dos outros, sendo ao mesmo tempo capaz de desenvolver relacionamentos próximos e íntimos” (Britchnell, 1984, p. 225).
A partir do momento que a questão da dependência for estabelecida, o terapeuta deve utilizar o questionamento socrático para estimulá-lo a discutir de forma participativa suas dificuldades. O paciente deve ainda ser estimulado a apresentar temas a serem discutidos na sessão, sendo o aspecto fundamental da terapia – a autonomia – abordada, construindo-se uma hierarquia de decisões a serem tomadas independentemente, praticando-as durante as sessões para o desenvolvimento de sentimentos de autoconfiança e para a identificação de pensamentos automáticos (Ventura, 1998).
O Transtorno de Personalidade Paranóide pode ser definido como entidade patológica distinta, que independe da cultura e do grupo em que o indivíduo está inserido, envolvendo um estilo global de pensar, sentir ou relacionar-se com os outros de forma rígida e invariável (GABBARD, 1992). Constitui maneira de ser do indivíduo, ego-sintônica, caracterizada por desconfiança e suspeita persistentes em relação a outrem, interpretando motivações e ações de outros indivíduos como malevolentes (GABBARD, 1992; GUNDERSON & PHILLIPS, 1995).
Kurt Schneider, em sua classificação assistemática das Personalidades Psicopáticas, descreveu um tipo de psicopata, o fanático, caracterizado pela supervalorização de certos complexos, ou seja, idéias ou motivações que em virtude de sua exagerada acentuação afetiva adquiriam posição dominante, uma preponderância tirânica sobre o psiquismo (BIRNBAUM, 1909; SCHNEIDER, 1948; KAUFMAN, 1980). Haveria fanáticos ativos, lutadores, e fanáticos silenciosos, dissimulados (SCHNEIDER, 1948).
O Transtorno de Personalidade Paranóide ocorre em 0,5 - 2,5% da população geral, sendo mais comum em indivíduos do sexo masculino (GUNDERSON & PHILLIPS, 1995). Estudos em famílias revelaram estreita relação com Esquizofrenia e Transtornos Delirantes (GUNDERSON & PHILLIPS, 1995).
Os critérios diagnósticos do DSM - IV (APA, 1994) para o Transtorno de Personalidade Paranóide são: suspeita, sem base suficiente, de que os outros o(a) estão explorando, agredindo ou enganando; preocupação ou dúvidas injustificadas sobre a lealdade ou confiabilidade de amigos ou sócios; relutância em fazer confidências, por temer que as informações sejam usadas contra si; interpretação de significados ocultos em comentários amistosos; dificuldade em perdoar insultos; hipervigilância a ataques à própria pessoa ou reputação, podendo reagir de forma rápida e agressiva; suspeita, sem base justificada, em relação à fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual. 
Devem estar preenchidos quatro ou mais critérios e estão excluídos Esquizofrenia, Transtornos do Humor com sintomas psicóticos, outros Transtornos Psicóticos e condições médicas gerais.
Os pacientes com Transtorno de Personalidade Paranóide são em geral reservados, silenciosos e têm uma percepçãonotavelmente acurada do ambiente (GABBARD, 1992). São dotados de arguta sensibilidade em questões de hierarquia e poder, apresentando dificuldade em se relacionar com autoridades, talvez por medo de serem dominados ou de mostrar sua vulnerabilidade (GABBARD, 1992; GUNDERSON & PHILLIPS, 1995). 
Esses pacientes têm necessidade constante de controlar os outros, são também patologicamente ciumentos, o que reflete sua terrível baixa auto-estima (MEISSNER, 1986; O’BRIEN E COL., 1992). Interpretam os sentimentos alheios não como criações pessoais, mas como coisas em si mesmas (GABBARD, 1992). Vivem na posição esquizoparanóide, dissociando e afastando de si toda a "maldade" e projetando-a em figuras externas (GABBARD, 1992).
O Transtorno pode estar associado à Depressão, Agorafobia, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, tentativas de suicídio e outros Transtornos de Personalidade, primariamente Esquizotípico, Narcisista, "Borderline" e Evitativo (GUNDERSON & PHILLIPS, 1995).
Transtorno de Personalidade Paranóide é de tratamento bastante difícil (GABBARD, 1992). Os pacientes por vezes se recusam a aderir a psicoterapia pela desconfiança, relutância em informar sobre sua intimidade e porque não admitem sua doença, tanto que normalmente são trazidos por familiares (GABBARD, 1992; GUNDERSON & PHILLIPS, 1995). Entretanto, a psicoterapia dirigida, baseada em relação de confiança, é a base do tratamento, e a franqueza é de longe a melhor política frente a esses pacientes (GABBARD, 1992; GUNDERSON & PHILLIPS, 1995).
Os pacientes podem beneficiar-se com medicação antipsicótica em baixas doses (GUNDERSON & PHILLIPS, 1995). Essas drogas estão indicadas nas descompensações psicóticas que podem ocorrer no curso do Transtorno (GUNDERSON & PHILLIPS, 1995)
O transtorno de personalidade anti-social (TPAS) é um diagnóstico operacional proposto pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-IV, APA, 1994), com a finalidade de melhorar sua confiabilidade diagnóstica por meio da definição de comportamentos observáveis e da personalidade subjacente inferida.
O desenvolvimento do Psychopathy Check List Revised (PCL-R; Hare, 1991) foi um passo importante para a identificação de características-chave do TPAS. A análise fatorial dos itens do PCL-R sugere a ocorrência de dois grupos principais de sintomas. Os itens agrupados no fator I refletem as anormalidades de relacionamentos interpessoais, incluindo falta de empatia e de sentimentos de culpa e outros comportamentos relacionados, como mentir, trapacear e manipular. Os itens componentes do fator II referem-se à dificuldade em adaptar-se às normas sociais e à impulsividade.
Uma característica essencial do TPAS é a impulsividade, que poderia ser definida como uma tendência para escolhas de comportamentos que são arriscados, mal adaptados, pobremente planejados e prematuramente executados (Evenden, 1999).
Com relação ao comportamento agressivo freqüentemente observado em pacientes com TPAS, tem sido proposta uma distinção em duas categorias, baseadas na sua forma de apresentação. A agressividade poderia ser classificada como afetiva versus predatória (Raine et al., 1998) ou reativa versus operativa (Blair et al., 2001). 
A agressividade afetiva ou reativa se manifestaria em resposta a eventos ou situações que provocassem sentimentos de frustração, raiva ou medo no indivíduo. Já a agressividade operativa ou predatória seria planejada e executada de maneira calculada para se atingir um objetivo claramente específico. A justificativa para a diferenciação do comportamento agressivo em duas categorias é a hipótese de que essas manifestações comportamentais seriam processadas por substratos neurais distintos (Raine et al., 1998; Blair et al., 2001).
Os estudos epidemiológicos mostram que o TPAS é comum, com 2% a 3% de risco durante a vida, causando sofrimento social significativo, como desagregação familiar, criminalidade e violência (Robins et al., 1991). Como seria de se esperar, a prevalência é significativamente maior em instituições destinadas a infratores que em estudos à comunidade. Cerca de metade dos prisioneiros nos EUA preenche os critérios do DSM-IV para TPAS (Singleton et al., 1998), e a prevalência entre pacientes de hospital psiquiátrico de segurança máxima ficaria em torno de 40% (Coid e Cordess, 1992).
Estudos experimentais indicam que o processamento de estímulos de recompensa e punição, bem como a escolha entre as opções de comportamento possíveis frente às características do reforço apresentado (magnitude, probabilidade de ocorrência, tempo de latência), são essencialmente mediados por circuitaria neural que inclui as estruturas anatômicas supostamente implicadas na patogenia do TPAS, como o COF e a amígdala (Rolls 1999; Tremblay e Schultz 1999; Schoenbaum et al., 1998). 
Os obstáculos para o tratamento do TPAS se dão, primeiramente, pelas próprias características do transtorno, que interferem direta e negativamente no tratamento (tais como desconfiança, fuga de intimidade, limitação na capacidade de formar aliança terapêutica de natureza colaborativa, desonestidade, dificuldade de trabalhar com metas a longo prazo e de pensar nas conseqüências de suas ações antes de agir) (Bieling, Mccbe, & Antony, 2008). Além do mais, há poucos estudos sistematizados sobre o tratamento de pacientes com TPAS que possam orientar a elaboração de programas mais efetivos.
Assanangkornchai e Srisurapanont (2007), a partir de revisão da literatura, confirmam que houve progressos nas intervenções farmacológicas e psicossociais para indivíduos dependentes de álcool. No entanto, apontam para a necessidade de mais pesquisas no campo das intervenções em populações dependentes de álcool com comorbidades psiquiátricas, no intuito de melhorar as estratégias de envolvimento desses pacientes em seus tratamentos.
Fonte dos dados
http://www.polbr.med.br/ano99/para1099.php
http://www.ibh.com.br/simposio-tp/palestras/transtorno-de-personalidade-paranoide_jefferson-cabral-azevedo_IBH-Julho-2014.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452004000100009

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