Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
01/06/16 1 β-Lactâmicos • Grupo de antimicrobianos que possuem o anel ß-lactâmico, que confere atividade bactericida. Pertencem a este grupo: 1ª Geração: • Penicilina G (cristalina, procaína, benzatina) • Penicilina V • Oxacilina 2ª Geração: • Ampicilina • Amoxicilina 3ª Geração: • Ticarcilina + Clavulanato 4ª Geração: • Piperacilina + Tazobactam β-Lactâmicos β-Lactâmicos Mecanismo de ação: Impedem a formação da parede celular por inibição da enzima transpeptidase que é responsável pelas ligações entre as moléculas de peptideoglicano. β-Lactâmicos Penicilinas • Penicilina cristalina ou aquosa: restrita ao uso EV. Meia-vida curta (30 a 40 minutos). Distribuição ampla pelo organismo, em praticamente todos os tecidos. Única que ultrapassa a barreira hemato-encefálica, e mesmo assim, somente quando há inflamação. • Penicilina G procaína: apenas para uso IM. A associação com procaína retarda o pico máximo e aumenta os níveis séricos e teciduais por um período de 12 horas. • Penicilina G benzatina: penicilina de depósito; uso exclusivamente IM. Níveis séricos permanecem por 15 a 30 dias, dependente da dose utilizada. • Penicilina V: apenas para uso oral. Níveis séricos atingidos 2 a 5 vezes maiores do que os obtidos com as penicilinas G administradas por via IM. β-Lactâmicos Amoxicilina - Ácido Clavulânico (penicilinas obtidas por associação com inibidores de ß-lactamase) • A produção das ß-lactamases continua sendo o meio mais eficiente e comum das bactérias se tornarem resistentes aos antimicrobianos ß–lactâmicos. • Os inibidores de ß–lactamases, quando em associação com antimicrobianos ß-lactâmicos, ligam-se às ß-lactamases. Dessa forma, evitam a hidrólise do anel ß–lactâmico e potencializam sua atividade. β-Lactâmicos Indicação clínica das penicilinas • Oxacilina- infecções estafilocócicas (ação bactericida rápida). • Penicilina G cristalina- endocardite, leptospirose, neurossífilis, tétano. • Penicilina G benzatina- faringites, febre reumática, sífilis. • Penicilina G procaína e Penicilina V- infecções de média gravidade. • Ampicilina [PO, IM, IV (ideal)]- endocardite, erisipela por Streptococcus spp., LCR, ossos, próstata, enterococos. • Amoxicilina (PO)- faringites por estrepto, pneumonias, profilaxia endocardite bacteriana. OBS.: tratamento H. pylori: amoxicilina + claritromicina + omeprazol β-Lactâmicos Penicilinas- efeitos colaterais • Reações de hipersensibilidade • Manifestações cutâneas • Toxicidade renal • Neurotoxicidade (em altas doses) β-Lactâmicos 01/06/16 2 Cefalosporinas Gerações: Referem-se à atividade antimicrobiana e características farmacológicas e não necessariamente à cronologia de comercialização. β-Lactâmicos Cefalosporinas • Primeira geração [cefalotina e cefazolina (IV); cefalexina e cefadroxila (PO)] Atuam melhor em G+. Infecções por Staphylococcus aureus e estreptococos. Infecções de pele e trato urinário. Não atravessam a BHC. Podem ser usadas em gestantes. β-Lactâmicos Cefalosporinas • Segunda geração [cefoxitina (Zinnat®); cefuroxima, cefaclor) Enterobactérias*. Atuam melhor em G-. β-Lactâmicos Cefalosporinas • Terceira geração (IV) (cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima) Enterobactérias** Infecções por Bacillus G- Ação contra Pseudomonas aeruginosa (ceftazidima). Pneumonias, infecções complicadas de trato urinário. Endocardites (ceftriaxona). Concentração terapêutica SNC: meningoencefalites (ceftriaxona). β-Lactâmicos Cefalosporinas • Quarta geração (IV) (cefepima) Enterobactérias**. Estafilococos. Pseudomonas spp. Atravessam as meninges quando inflamadas. Concentração terapêutica SNC. β-Lactâmicos Cefalosporinas- efeitos colaterais • Em geral são bem toleradas. • Hipersensibilidade. • Vômito (cães). β-Lactâmicos 01/06/16 3 Quinolonas Mecanismo de ação: Inibição: DNA girase & Topoisomerase IV (E. coli, S. pneumoniae, S. aureus) Alteração DNA bacteriano São necessárias modificações em ambos os sítios de ação para que ocorra resistência. Quinolonas Quinolonas Gerações: 1aG- Ácido Nalidíxico (PO) 2aG- Norfloxacino (PO) Ofloxacino (PO) Ciprofloxacino (PO e IV) 3aG- Levofloxacino (PO e IV) Moxifloxacino (PO e IV) Gemifloxacino (são as fluoroquinolonas) (PO) Quinolonas Espectro de Ação • Todos agem em G-. • Quase todos agem em G+. • Apenas os de 3ªG agem em anaeróbios. • Nenhuma quinolona atuam bem contra enterococos. OBS: Ciprofloxacina Ø Não deve ser usado para estreptococos. Ø Melhor ação anti-Pseudomonas (Levofloxacina é o 2º melhor depois do Cipro). Quinolonas Indicações clínicas das quinolonas • Trato genito-urinário • Trato gastrintestinal • Trato respiratório • Osteomielites • Partes moles • Ação contra micobactérias • Boa concentração no líquor: Cipro, Levo e Moxi. • Boa concentração na urina: Ác. Nalidíxico, Nor, Cipro, Levo. • Moxi e Gemi não atingem concentrações terapêuticas na urina. • Gemi não atinge concentrações terapêuticas no líquor. Quinolonas Quinolonas- efeitos colaterais • São relativamente seguras. • Anorexia, náuseas, vômito, desconforto abdominal. • Cefaléia, tontura, insônia. • Alergias e reações cutâneas. • Febre. • Urticária • Artropatias e erosões de cartilagem. Quinolonas Glicopeptídeos Representantes: Vancomicina e Teicoplanina. Mecanismo ação: • Inibição competitiva da transglicosilase (enzima fundamental na formação da parede celular)= efeito bactericida! • Atuam em G+ (estafilo*, estrepto, enterococos, listeria, clostridium). • Não atuam em G-. Vias administração: • PO (não penetram em mucosas; ação local; ex.: colite pseudomembranosa) • IV, Intraperitoneal, intratecal, intraventricular, intraocular. Indicações: • Principal uso: tto de infecções estafilocócicas graves resistentes à oxacilina; ou pacientes alérgicos às pencilinas. • Osteomielites, infecções de pele, pneumonias, meningoencefalites, sepse, colite pseudomembranosa. * Já estão começando a surgir cepas de S. aureus R à vancomicina. Glicopeptídeos 01/06/16 4 Aminoglicosídeos Mecanismo de ação: Ligam-se à fração 30 S dos ribossomos, inibindo a síntese proteica ou produzindo proteínas defeituosas. Pertencem a esse grupo: • Estreptomicina • Gentamicina • Neomicina • Trobamicina • Amicacina Aminoglicosídeos Aminoglicosídeos São bactericidas. Atuam em aeróbios G- (enterobactérias, Pseudomonas). Podem ser associados aos β-lactâmicos/ infecções graves (sinergismo). Não atuam em meio anaeróbico (abscessos) pois dependem de bomba ATPase para serem levados para o interior das bactérias. Baixa disponibilidade PO. Concentrações séricas próximas às tóxicas. Baixa penetração líquor. Aminoglicosídeos Indicações clínicas dos aminoglicosídeos: • Septicemias • Infecções do trato urinário • Endocardites • Infecções respiratórias • Meningites em RN • Osteomielites Aminoglicosídeos Aminoglicosídeos- efeitos colaterais • Nefrotoxicidade • Ototoxicidade • Paralisia neuromuscular Aminoglicosídeos Macrolídeos Representantes: (antimicrobianos semi-sintéticos derivados da eritromicina) • Eritromicina (única natural) • Espiramicina • Azitromicina • Claritromicina • Roxitromicina Mecanismo de ação: •Bacteriostáticos: inibição da síntese proteica através da ligação ao RNA-ribossômico (ligação reversível). Macrolídeos Macrolídeos • 80% metabolização hepática. • Alta concentração biliar. • Baixa concentração no líquor. • Boa concentração nas secreções brônquicas. Penetram no interior de macrófagos e neutrófilos ê Tratamento de organismos intracelulares ê Micoplasma, Clamídia, Legionela, Babesia Macrolídeos 01/06/16 5 Macrolídeos Espiramicina PO ê Ação contra Toxaplasma gondii (toxoplasmose aguda durante a gestação/ toxoplasmose congênita*) ê Concentrações terapêuticas em quase todos os tecidos e líquidos orgânicos (exceto SNC) ê Concentrações placentárias até 5X maiores que a sérica na mãe (porém não atravessa barreira placentária, sendo ineficiente para o tto do feto**) ê Prevenção da transmissão vertical da toxoplasmose (humanos: 1g 8/8h até o final gestação) * Hidrocefalia, calcificação cerebral, retardo mental, miocardite aguda, pneumonite, hepatite, coriorretinite, microftalmia. ** Ocorrendo infecção fetal: sulfadizina, pirimetamina e ácido folínico. Macrolídeos Macrolídeos Azitromicina PO SID ê Meia-vida 68 horas!!! ê Acentuada penetração tecidual (Concentrações elevadas em órgãos e tecidos por vários dias após suspensão do tratamento.) (Altas concentrações nos macrófagos alveolares até 4 dias após a última dose administrada!) ê Uso clínico: • Infecções respiratórias, otites, sinusites • Infecções pele e partes moles • Erradicação Helicobacter pylori • Mycoplasma spp. • Babesia spp. Macrolídeos Metronidazol Entra no organismo por difusão passiva ê É uma PRÓ-DROGA ativada pelo próprio organismo susceptível (ANAERÓBICOS) ê Piruvato-Ferredoxina-Oxirredutase (PFOR)*è formação compostos ativos que lesam DNA e inibem a replicação bacteriana ê EFEITO BACTERICIDA *Aeróbios não possuem complexo enzimático PFOR; logo, aeróbios são naturalmente resistentes ao Metronidazol! **Em ambientes ricos em O2, oxigênio é reduzido no lugar do Metronidazolè Metronidazol é inativado em meios ricos em O2 Metronidazol Metronidazol Espectro de ação: • Bacteróides sp. • Clostridium sp. • Helicobacter sp. • Campilobacter sp. • Entamoeba hystolitica* • Giardia lamblia* • Trichomonas vaginalis* *Protozoários anaeróbios. Metronidazol Metronidazol Farmacocinética: • PO, IV, intravaginal, tópica. • Meia vida ≅ 8 horas. • Menos de 20% fármaco é transportado ligado a proteínas plasmáticas. • Penetra bem em todos os tecidos e fluidos corporais: LCR, secreções vaginais, líquido seminal, saliva e leite materno (exceção: placenta). • Metabolismo hepático em metabólitos que mantêm atividade anaerobicida. • Eliminação renal ou biliar na forma de metabólitos. • Não necessita de ajuste de dose em nefropatas, apenas em hepatopatas. Uso clínico • Tricomoníase. • Amebíase e Giardíase. • Peritonites causadas por perfuração intestinal, aborto séptico. • Abscessos abdominais, hepáticos e cerebrais. Metronidazol Metronidazol Atenção: Metronidazol potencializa o efeito anticoagulante da Warfarina. Perigo em associação com álcool! ê Efeito dissulfiram-like (metronidazol inibe a enzima aldeído desidrogenase é acetaldeído) ê Rubor, cefaléia, náuseas, vomitos, dor abdominal, hipotensão, confusão mental Efeitos colaterais: • Gosto metálico na boca. • Cefaléia, náuseas, boca seca. • Urina com cor vermelha escura (metabólitos). • Intolerância TGI (vomito, diarréia, desconforto). • Neuropatia periférica (dormência ou parestesia)*. *reversível com a retirada da droga. Metronidazol 01/06/16 6 Sulfonamidas Agentes antimicrobianos que interferem com a síntese ou com a ação do folato. Têm ação bacteriostática, por inibição do crescimento bacteriano. Pertencem a este grupo: • Sulfadiazina • Sulfadimidina (curta duração) • Sulfametoxazol* (agente intermediário) • Sulfametopirazina (longa duração) • Sulfassalazina (pobremente absorvida no TGI) • Trimetoprima * Sulfonamidas Sulfonamidas Mecanismo de ação: • A sulfanilamida é um análogo estrutural do ácido p-aminobenzóico (PABA), precursor essencial na síntese de ácido fólico nas bactérias. • O folato é necessário para a síntese dos precursores do DNA e do RNA tanto nas bactérias quanto nos mamíferos, porém, enquanto as bactérias precisam sintetizar o ácido fólico, os mamíferos podem obtê-lo de fontes dietéticas. • Sulfonamidas competem com o PABA pela enzima diidropteroato sintetase. • Alguns anestésicos locais (por ex.: procaína), que são ésteres do PABA, podem antagonizar o efeito antibacteriano desses agentes. Sulfonamidas Sulfonamidas- aspectos farmacocinéticos • Prontamente absorvidas no TGI. • Alcançam concentrações máximas no plasma em 4-6 horas. • Não são usadas topicamente devido ao risco de reações alérgicas. • Atravessam exsudatos inflamatórios. • Atravessam a barreira placentária. • Atravessam a barreira hematoencefálica. • Metabolização hepática. Sulfonamidas Sulfonamidas- efeitos adversos Efeitos discretos a moderados: • Náuseas e vômitos • Cefaléia • Depressão metal • Cianose (metemoglobinemia)Náuseas e vômitos • Cefaléia • Depressão metal • Cianose (metemoglobinemia) Efeitos graves: • Hepatite • Reações de hipersensibilidade • Depressão medula óssea • Cristalúria Sulfonamidas Trimetoprima Mecanismos de ação: • Antagonismo do folato. • Ativa contra a maioria dos patógenos bacterianos comuns. • Bacteriostática. • Sulfonamidas potencializam seu efeito. Aspectos farmacocinéticos: • Absorção gastrintestinal. • Ampla distribuição pelos tecidos e líquidos corporais. • Altas concentrações nos pulmões e rins. • Concentrações consideráveis no LCR. Efeitos adversos: • Náuseas e vômitos • Distúrbios sanguíneos • Rashes cutâneos Sulfonamidas PABA FOLATO TETRAIDROFOLATO SÍNTESE DE TIMIDILATO DNA Diidropteroato sintetase Diidrofolato redutase SULFONAMIDAS TRIMETOPRIMA - - Sulfonamidas 01/06/16 7 Uso clínico das sulfonamidas • Toxoplasmose • Doença inflamatória intestinal • Queimaduras infectadas • Infecções do trato urinário Sulfonamidas Tetraciclinas Antimicrobianos bacteriostáticos de amplo espectro, incluindo riquétsias, micoplasma, clamídias e alguns protozoários. Pertencem a esse grupo: • Tetraciclina • Doxiciclina Tetraciclinas Tetraciclinas- mecanismo de ação Entram na célula por difusão e ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossomo, bloqueando a ligação do RNA transportador, impedindo a síntese protéica. Tetraciclinas Tetraciclinas- propriedades farmacológicas Absorção oral é prejudicada pela ingesta concomitante de alimentos, antiácidos, leite e ferro. Encontrada em pequena quantidade nos pulmões, fígado, rins, cérebro, LCR, líquido sinovial, mucosa dos seios nasais e líquido biliar. Atravessa a barreira transplacentária e é excretada no leite materno. Todas as tetraciclinas são eliminadas pela urina e fezes, sendo a via renal a mais importante. Tetraciclinas Tetraciclinas- indicações clínicas • Clamídias • Riquétsias • Brucelose • Actinomicose Tetraciclinas Tetraciclinas- efeitos colaterais • Reações de hipersensibilidade (urticária, reações anafiláticas) • Alteração na cor dos dentes em filhotes, hipoplasia de esmalte dentárioe crescimento ósseo anormal, principalmente se utilizados durante a gestação • Náuseas, vômito e diarréia • Cefaléia • Hipertensão intracraniana Tetraciclinas 01/06/16 8 Tetraciclinas- mecanismos de resistência O principal mecanismo de resistência microbiana é por diminuição da acumulação da droga no interior da célula. A resistência pode ser cromossômica ou, mais frequentemente, mediada por plasmídeos ou transposons. Tetraciclinas Veja só! A utilização veterinária destes compostos pode ser a principal responsável pela disseminação de resistência. Fonte: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/ rm_controle/opas_web/modulo1/tetraciclinas3.htm Obrigado!
Compartilhar