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ANAIS 1/16 ESTRATÉGIAS SOCIOAMBIENTAIS: FORMAS DE MONITORAMENTO E DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS RAQUEL DA SILVA PEREIRA ( raquelspereira@uol.com.br , raquelspereira@uscs.edu.br ) USCS - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL JOSÉ CARLOS BARBIERI ( jose.barbieri@fgv.br ) EAESP/FGV - FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS Resumo Dada a incorporação de práticas de responsabilidade socioambiental às estratégias organizacionais, este estudo objetivou analisar formas de gestão do desempenho dessas estratégias em empresas brasileiras por meio da análise de relatórios de sustentabilidade, divulgados aos stakeholders. Foram analisados os relatórios de quatro empresas vencedoras do Prêmio Nacional de Qualidade – PNQ, haja vista ser o quesito Responsabilidade Social uma das prerrogativas para a candidatura ao prêmio. Os resultados apontam para certa similaridade na forma de apresentação, mas também apontam para a falta de estabelecimento de metas quando observados os indicadores apresentados, sobretudo os ambientais. Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável. Responsabilidade Social das Empresas. Gestão de Estratégias. Relatórios de Sustentabilidade. Balanced Scorecard. 1 Introdução A preocupação com a sustentabilidade passou a fazer parte das estratégias empresariais contemporâneas por meio de ações concretas ao menos em três dimensões, a saber: econômica, social e ambiental. A Agenda 21 (CNUMAD, 1996), em seu oitavo capítulo, aponta a necessidade de integração da sustentabilidade às estratégias organizacionais, propondo o monitoramento das ações por meio de indicadores, para que se possa acompanhar avanços ou retrocessos, além de utilizar tais informações na retroalimentação dos processos, em busca da melhoria contínua. O conceito de sustentabilidade proposto por Elkington (1998) refere à prosperidade econômica, qualidade ambiental e justiça social como resultados líquidos da ação de uma empresa, daí a denominação triple bottom line ao seu modelo de gestão. O autor afirma que para a superação dos desafios organizacionais, os executivos devem mensurar o desempenho dos aspectos sociais e ambientais atrelados aos econômicos. A evolução do pensamento acerca da sustentabilidade identifica a necessidade de estabelecimento de metas e de monitoramento destas, utilizadas também para comunicação com o público em geral (TAIRA, 1998). Há a necessidade de se mensurar os avanços nessa área a partir dos objetivos traçados, passando pelas formas de acompanhamento, culminando na comunicação com os diferentes públicos envolvidos no processo, os stakeholders, tanto em nível nacional quanto internacional, denotando responsabilidade social empresarial (DIAS, 2002). Vem daí a importância crescente dos relatórios de sustentabilidade elaborados com base em consulta permanente com os stakeholders que evidenciam as evoluções ou involuções em relação aos objetivos e às metas traçadas, fornecendo fundamentação para a tomada de decisão. Um dos modelos de relatório de sustentabilidade amplamente utilizado na atualidade é o do GRI – Global Reporting Initiative, entre outras razões porque permite um agrupamento adequado de ANAIS 2/16 indicadores, possibilitando uma eficaz forma de comunicação da organização com os stakeholders sobre o desempenho social, econômico e ambiental. 2 Estratégias para a Sustentabilidade A incorporação da sustentabilidade socioambiental nas estratégias organizacionais tornou-se um fato amplamente comprovável por meio da observação de elevada quantidade de balanços sociais e relatórios de sustentabilidade divulgados. Essas formas de comunicação da organização para com os diversos públicos atestam a inserção das dimensões social e ambiental às estratégias anteriormente focadas apenas na dimensão econômica dos negócios. Para Porter e Kramer (2006), sustentabilidade socioambiental é trabalhada de forma estratégica na medida em que a organização investe em questões que a sociedade e o meio ambiente demandam. Algumas empresas de grande porte utilizam diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, tais como as definidas para a escolha de indicadores corporativos gerais apresentados por Warhurst (2002); Sikdar (2003); Krajnc e Glavic (2005); Labuschagne et al. (2005); Searcy et al. (2005); International Institute for Sustainable Development - IISD (2009); Global Reporting Initiative (GRI, 2010). Tradicionais indicadores financeiros estão sendo substituídos por avaliações de desempenho global. Gião et al. (2010) afirmam que o Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ e o Balanced Scorecard - BSC, são exemplos de sistemas utilizados pelas empresas. Faz parte das estratégias empresariais contemporâneas a adoção de uma política de sustentabilidade bem estruturada (CHAVES & MARTINS, 2005; MUKHOPADHYAY & SETAPUTRA, 2006). Simons (2000) identifica três elementos fundamentais para qualquer sistema de controle e avaliação: o estabelecimento dos padrões de desempenho; a mensuração do desempenho face aos padrões estabelecidos; e a tomada de ações corretivas, caso esses padrões não sejam alcançados. O autor destaca quatro aspectos fundamentais para a definição dos sistemas de mensuração de desempenho: o propósito dos sistemas é de transmitir informações, com o foco em dados, tanto financeiros como não-financeiros; os sistemas representam rotinas e procedimentos formais, baseados em sistemas computadorizados e padronizados; os sistemas são desenhados para utilização dos administradores, e não simplesmente representam dados pontuais e específicos, do dia-a-dia; e os sistemas devem manter ou alterar os padrões das atividades organizacionais, direcionando os padrões de eficiência, eficácia e melhorias de forma geral. Kennerley e Neely (2002), afirmam que os processos afetam a evolução dos métodos de avaliação de desempenho a partir da revisão, modificação e desdobramento desses. A disponibilidade de habilidades pessoais requeridas para planejamento, modificação e desdobramento de indicadores, a infraestrutura calcada em sistemas flexíveis e a cultura de mensuração na organização estão diretamente relacionados ao sucesso das estratégias organizacionais. Quintella e Lima (2004, p. 1175) afirmam que “a observância de um caminho a seguir na implantação de um sistema de indicadores de desempenho aumenta a probabilidade de sucesso nesse processo de se estabelecer as estratégias”. Isso vale para empresas de qualquer tamanho ou porte. Entretanto, para Frank e Grothe-Senf (2006), tradicionalmente as teorias da administração fornecem possibilidades de avaliação do desempenho econômico, mas não para a avaliação das outras duas dimensões da sustentabilidade, ou seja, a ambiental e a social. Os autores afirmam que o fato de a empresa se auto-avaliar em relação aos avanços socioambientais, aliado ao fato de poder usar qualquer forma que eleja adequada para comunicar seus resultados, não permite comparatibilidade, haja vista o desempenho ser medido em função dos próprios objetivos. O sentido estratégico do termo desempenho ambiental envolve a questão da capacidade de reação e adaptação inovadora da empresa em relação ao meio ambiente, representado por objetivos. ANAIS 3/16 A influência dos stakeholders (FREEMAN, 1984) é cada vez mais forte sobre as decisões estratégicas empresariais. A tendência mundial de os consumidores darem preferência às empresas socioambientalmente responsáveis, bem como a seus produtos e serviços é observada como uma tendência crescente, segundo Garcia et al 2008. Assim, a rigor, tais empresas teriam maior competitividade no mercado, assegurando certa sustentabilidade financeira. 3 Balanced Scorecard - BSC A denominação BSC (Sistema de Gestão Estratégica criado na década de 1990) reflete o equilíbrio entre objetivosde curto e longo prazos, entre medidas financeiras e não- financeiras de forma equilibrada, entre indicadores de tendências e ocorrências e entre as perspectivas interna e externa de desempenho, em que Kaplan e Norton (1999, p. 8) procuraram “reforçar a importância da vinculação das medidas do BSC à estratégia organizacional”. Embora aparentemente óbvio, a maioria das empresas não alinhava as medidas às suas estratégias. A maioria procurava melhorar o resultado dos processos existentes focando em redução de custos, melhoria na qualidade e tempos menores de resposta, mas não sabia identificar os processos realmente estratégicos: aqueles que devem apresentar um desempenho excepcional para que a estratégia da empresa seja bem-sucedida. A partir do entendimento de diversos autores e empresas sobre a gestão socioambiental ser uma atividade estratégica nas organizações, diversas multinacionais inseriram na gestão estratégica feita por meio do BSC, a mensuração do desempenho socioambiental (MONTEIRO, CASTRO & PROCHNIK, 2003; HERRERO FILHO, 2005; HORBACH, 2005; SARTORIUS, 2005; FRANK & GROTHE-SENF, 2006; VEIGA, 2010). O BSC facilita o estabelecimento de relações de causa e efeito entre os indicadores, possibilita a utilização de mapas estratégicos que reforçam a visão de longo prazo, permite selecionar um conjunto de indicadores relevantes e facilita a utilização do instrumento para uso da gestão socioambiental. Ele apresenta foco em quatro perspectivas: financeiro; cliente; processos internos; e evolução e crescimento. A sustentabilidade permeia todos eles, transversalmente. Para que a estratégia seja disseminada de forma adequada, cinco princípios foram estabelecidos: traduzir a estratégia em termos operacionais; alinhar a organização com a estratégia; transformar a estratégia em tarefa de todos; analisar os resultados em reuniões periódicas; e revisar e adaptar a estratégia. A visão organizacional alinhada às estratégias, atreladas a questionamentos que precisam ser pensados por todos na organização facilita o entendimento do todo e a compreensão de como e onde cada um pode/deve contribuir. Segundo Kaplan e Norton (2001), Rappaport (2005) e Gião et al. (2010), sistemas de avaliação de desempenho contemporâneos envolvem medidas de performance financeiras e não-financeiras para que se preservem os objetivos estratégicos. Westbrook et al. (2000) corroboram ao afirmar que os indicadores não-financeiros que influenciam os resultados financeiros merecem especial atenção. Para Kaplan e Norton (1999), o verdadeiro poder do BSC ocorre quando deixa de ser um sistema de medidas e se transforma em um sistema de gestão estratégica. Com a larga utilização do BSC, as empresas constatam ser possível utilizá- lo para esclarecer e obter consenso em relação à estratégia, comunicar a estratégia para toda a empresa, alinha-las às metas departamentais e pessoais, associar os objetivos estratégicos com metas de longo prazo e orçamentos anuais, identificar e alinhar as iniciativas estratégicas, realizar revisões periódicas e sistemáticas e obter feedback para aprofundar o conhecimento da estratégia e aperfeiçoá-la. O painel do BSC é uma ferramenta eficaz para disseminar de forma otimizada os objetivos estratégicos de cada dimensão e os indicadores traçados, possibilitando a definição ANAIS 4/16 dos projetos estratégicos a serem implantados. Gião et al. (2010), citam pesquisa realizada junto ao American Institute of Certified Accounts, com 1.900 indústrias de diversos segmentos. A pesquisa identificou indicadores financeiros relacionados a faturamento, lucratividade, utilização de ativos e liquidez e indicadores não-financeiros, que envolvem inovação, qualidade, satisfação de clientes, fornecedores e produtividade. No sentido de se buscar a melhor forma de mensuração do desempenho nas organizações, deve-se considerar o dinamismo com que as variáveis se movem, sendo difícil estabelecer fatores definitivos para a mensuração. Trata-se de um trabalho que está constantemente “em processo” (KENNERLEY & NEELY, 2002, p. 1243). Por outro lado, a pesquisa de Viana e Cardoso (2010) acompanhou o processo de implantação do BSC em uma operadora de plano de saúde, concluindo que esse processo facilitou o controle e acompanhamento de metas e ações estabelecidas, permitindo melhor medição do desempenho da empresa, inclusive com prospecção de novas atividades. Para Viana e Cardoso (2010), os executivos utilizam o BSC não só como medida de desempenho, mas também como sistema de acompanhamento das estratégias, como forma de comunicar a estratégia e, sobretudo, para gerenciá-la. Dutra, Oliveira, Bastos e Maia (2010) afirmam que a utilização do BSC na elaboração de um plano de gestão estratégica para uma empresa do segmento da construção civil em Brasília, permitiu afirmar trata-se de uma ferramenta de gestão estratégica que considera objetivos, indicadores, metas e iniciativas, de acordo com as necessidades de cada empresa. O BSC auxilia a traduzir a missão e a estratégia empresarial em medidas tangíveis, observado o equilíbrio necessário entre os indicadores externos e internos. Uma das formas é a atribuição de dois a três objetivos estratégicos para cada perspectiva, com metas e iniciativas estabelecidas. Assim, estabelece-se o que a empresa pretende fazer e também o que a empresa não quer fazer, delineando as estratégias de diferenciação da concorrência. O quadro de indicadores traduz a visão da empresa em objetivos estratégicos, medidas de desempenho e metas específicas, conforme explica a teoria do BSC. Objetivo Estratégico Indicador Metas Iniciativas Perspectiva Financeira Perspectiva do Cliente Perspectiva dos Processos Perspectiva de Aprendizado e Conhecimento Quadro 1 – Modelo de Mapa Estratégico Fonte: Herrera Filho (2005, p. 216). Para sanar desalinhamento entre estratégias, metas e ações cotidianas, o BSC apresenta os mapas estratégicos, uma forma visual que facilita a comunicação e o entendimento das estratégias, não raramente abstratas para a maioria dos colaboradores. A comunicação exerce papel fundamental para a disseminação das estratégias empresariais. As palavras necessitam adquirir significados para cada indivíduo do público interno da organização para que possam ser assimiladas. Ao visualizar mentalmente o que querem no futuro, as idéias das pessoas vão se cristalizando e se transformando mais facilmente em realidade. Segundo Arie de Geus apud Herrera Filho (2005, p. 201), “a memória do futuro proporciona um guia subconsciente para nos ajudar a determinar quais informações recebidas são relevantes”. Herrera Filho (2005) afirma que o valor da estratégia de uma empresa aumenta de acordo com o número de colaboradores alinhados a ela. Para a elaboração do mapa, a estratégia já necessita estar formulada e definida, somente será transformada em comunicação clara para todos. O Quadro 1 mostra o modelo de mapa estratégico sugerido pelo BSC. Para cada quadrante (linha x ANAIS 5/16 coluna) estabelece-se, de acordo com a estratégia de cada organização, alguns itens a serem perseguidos, geralmente entre 3 a 5 itens por quadrante. Quanto maior e mais complexa a organização, mais útil é a implantação de uma forma de gestão de estratégia como o BSC. Estando a sustentabilidade inserida nos indicadores, metas e iniciativas das quatro perspectivas, haverá o monitoramento das estratégias socioambientais de forma mais eficaz, o que remete ao termo “ecoeficácia”, criado por Stehlmann (1998) para evidenciar melhorias no sentido de minimização de impactos ambientais. 3.1 Sustainablility Balanced Scorecard - SBSC Segundo Frank e Grothe-senf (2006, p. 35), “Figge e outros acrescentam, então, ao BSC, aspectos ambientais e sociais, para chegar ao Sustainablility BalancedScorecard - SBSC”. O SBSC auxilia na gestão das estratégias de sustentabilidade, possibilitando melhor monitoramento das três dimensões: a econômica, a social e a ambiental. Aspectos sociais e ambientais devem ser verificados junto às quatro perspectivas do SBSC, analisando onde e em que medida participam de Finanças, Clientes, Processos Internos e Aprendizado e Desenvolvimento. Tais inserções devem se refletir em formulação de indicadores, sem que se ampliem em grandes quantidades, mantendo o foco estratégico em aproximadamente 25 indicadores, específicos para cada organização. Há que existir um alinhamento entre as três dimensões da sustentabilidade e as quatro perspectivas do BSC, devidamente vinculadas à missão e visão da empresa, que diretamente se relacionam com as estratégias e objetivos estabelecidos. Uma das discussões sobre a inserção da sustentabilidade em cada uma das perspectivas tradicionais do BSC contrapõe-se a dar destaque para novas perspectivas: ambiental e de responsabilidade social. Em geral, simpatizantes da sustentabilidade podem defender maior destaque ao tema, ao nível de uma nova e específica perspectiva no BSC. Entretanto, parece fazer maior sentido que a sustentabilidade esteja inserida em todas as quatro perspectivas (ou tantas quantas o BSC vier a criar), haja vista ser assunto de todas as áreas, a exemplo da qualidade. Zingales e Hockers (2003) pesquisaram exemplos de integração de sustentabilidade socioambiental com os indicadores do BSC e afirmam que outros quatro pesquisadores escreveram sobre a sustentabilidade no BSC, mas todos se referem apenas a essa integração de forma teórica: Johnson (1996); Radcliffe (1999); Epstein & Wisner (2001); e Nilsson (2001). Entretanto, ressaltam que Epstein e Wiser (2001) encontraram na Bristol Myers Squibb a utilização efetiva de indicadores de sustentabilidade integrados ao BSC, assim como afirmam que em 2001, Nilsson relatou o uso destes na empresa Telia. Figge et al (2002), Zignales, O’Rourke e Orssatto (2002) e Delgado (2007), afirmam que os princípios de Desenvolvimento Sustentável e de Responsabilidade Social foram mais facilmente inseridos nas estratégias empresariais com o auxílio do BSC. Frank e Grothe-Senf (2006, p. 36-38) analisaram diversos estudos sobre o tema como mostra o Quadro 2. A partir desses estudos, Frank e Grothe-Sent (2006, p. 38) definiram como desempenho ambiental “o cumprimento de objetivos globais, nacionais e específicos da empresa. O objetivo geral é o objetivo do desenvolvimento sustentável. Este deve orientar todos os outros objetivos secundários”. A forma proposta por esses autores para estabelecimento das áreas dos indicadores e dos objetivos abrangidos pelas empresas está representada no Quadro 3. O objetivo maior está sempre relacionado com o desenvolvimento sustentável, observando-se a visão de futuro. Os objetivos secundários estabelecidos por cada organização possibilitam o monitoramento do desempenho, via de regra mensurados pelo grau de alcance dos mesmos. ANAIS 6/16 Autores O que o autor entende por desempenho ambiental? Qual é o objetivo do estudo? 2000 Stahlmann, V. Clausen, J. “O desempenho ambiental de uma empresa abrange a minimização do impacto ambiental por ela gerado indiretamente e diretamente,” Stahlmann/Clausen, Umweltleistung von Unternehmen, Wiesbaden 2000, p.31 Avaliação do desempenho ambiental de empresas de porte médio, com base em critérios referentes a seus potenciais de gestão, bem como de sua ecoeficiência e ecoeficácia. Setores: construção civil e indústria de bebidas. 2001 Clausen, L. Konrad, W. Keil, M. Desempenho ambiental como resultado de atividade de proteção ambiental e iniciativas ecológicas. Stahlmann e Clausen (2000). Identificação de fatores que promovem ou impedem iniciativas ecológicas de pequenas e médias empresas. O objetivo é fornecer à política recomendações para o incentivo às iniciativas econômicas e ecológicas efetivas (técnicas e organizacionais). 1999 Ministério Federal do Meio Ambiente, Juventude e Família Sem definição ou descrição explicita. Apreciação e discussão dos métodos e dos objetivos estabelecidos, pelos quais são medidos os produtos, mas também os sistemas de fabricação, empresas e setores. 2001 Pick, E. Pape, J. Goebels, T. Entende-se por desempenho ambiental “os resultados mensuráveis do sistema de gestão ambiental de uma organização em relação ao domínio de seus aspectos ambientais, o qual está baseado na política ambiental e nos objetivos ambientais e outros”. Aspectos ambientais conduzem a impactos ambientais. As empresas sempre voltam a confrontar-se com a dificuldade de identificar aspectos ambientais e critérios relevantes para medir o desempenho ambiental. É objetivo do círculo hermenêutico de desempenho ambiental apresentar a maneira de identificar os aspectos ambientais relevantes e necessários para a avaliação ambiental. 2001 Rauberger, R No contexto de gestão ambiental, a avaliação do desempenho ambiental é definida como sendo “os resultados provenientes da gestão dos aspectos ambientais de uma organização”. (ISO14031) O objetivo principal é a análise da eficácia operacional e setorial da recomendação Öko-Audit (auditoria ecológica) do ponto de vista da política ambiental, no setor químico. 2000 Berkhout, Hertin, Olsthoorn, Tyteca, Wehermeyer, Wagner (University of Sussex, UK) Os autores se baseiam na definição dada pela ISO 14031. Objetivos principais: desenvolver indicadores quantitativos para o desempenho ambiental de firmas manufatureiras e aplicá-los de forma a aprofundar o entendimento das causas das mudanças no desempenho ambiental industrial. 2003 SPRU (University of Sussex) and CENTRIN (University of Brighton) Amplia a definição da ISO 14031 adotando o conceito de desempenho da sustentabilidade, Os indicadores de performance de sustentabilidade abrangem indicadores ambientais e sociais. O objetivo do projeto é benchmark e aprimorar o desempenho da sustentabilidade na indústria. ANAIS 7/16 2001 Campos, L. M. de S. Baseia-se na definição dada pela ISO 14031. Desenvolver um modelo de implementação de sistema de gestão ambiental que integre as estratégias ambientais ás estratégias da organização, fazendo com que os indicadores ambientais estejam alinhados ás necessidades e á visão da organização. O modelo foi aplicado em uma empresa do setor de entretenimento. 1997 Cavaliere, A. S. Ferramenta gerencial que mede, analisa, avalia, relata e comunica o desempenho ambiental da empresa. Ela fornece informações, para que a organização possa compreender o passado e o presente, em comparação com os critérios de desempenho pré-definidos. Construir uma proposta de tipologia de indicadores de desempenho ambiental visando a aumentar sua eficiência de comunicação. 2000 Xavier, L. H. da S. Processo contínuo de coleta e análise de informações que possibilitem a avaliação dos aspectos ambientais de uma organização ao longo de um determinado período de tempo. Avaliar o desempenho ambiental de indústrias metalúrgicas da cidade de Nova Friburgo - RJ 2002 Peixoto, R. Sem definição Verificar a importância que a avaliação de desempenho ambiental e a norma ISO 14031 têm para as empresas brasileiras. Quadro 2 - Estudos sobre o tema medida do desempenho ambiental Fonte: adaptado de Frank e Grothe-Senf (2006, p. 36-38). Áreas Objetivos Indicadores Material / Produto Minimização do consumo de matérias-primas Minimização da parcela de matérias-primas renováveis Minimização de embalagens Minimização do uso de substâncias perigosasResíduos / Reciclagem Minimização dos resíduos separados por classes Maximização da taxa de reutilização Energia Minimização do consumo de energia Parcela de energia de fonte renovável Água / água servida Minimização do consumo de água Minimização de águas servidas (esgotos) Minimização de substâncias perigosas nas águas servidas Emissões Proteção do clima Quadro 3 – Áreas dos indicadores e objetivos por elas abrangidos Fonte: Frank e Grothe-Senf (2006, p. 43). Delgado (2007) identificou em sua pesquisa 11 tipos de variantes propostas ao BSC, as quais são apresentadas no Quadro 4. Como se vê, os BSCs voltados para a sustentabilidade representam uma ampliação do BSC convencional, como por exemplo, inclusões de temas concernentes à sustentabilidade nas quatro perspectivas originais, principalmente a referente “cliente”. De um modo geral esses temas são tratados de modo transversal, o que está em sintonia com as recomendações da Agenda 21 no que se refere à participação das empresas na consecução dos objetivos do desenvolvimento sustentável. ANAIS 8/16 Autor Identificação Propostas HADCLIFFE (1999) Pioneiro Ampliar a perspectiva Clientes para Partes Interessadas. EPSTEIN e WISNER (2001) Ampla inserção social e ambiental Incluir os fatores de sucesso socioambientais nas quatro perspectivas; apenas na perspectiva Processos Internos; apenas na perspectiva Crescimento e Aprendizado; ou a criação de nova perspectiva. FIGGE et al. (2002a e 2002b) Sustainability Balanced Scorecard Integrar as dimensões social e ambiental nas quatro perspectivas. Incluir uma nova perspectiva "não-mercado". Criar um scorecard específico para as dimensões sociais e ambientais. ZIGNALES, O'ROURQUE, HOKERTS (2002) e-BSC e S- BSC Ampliar a perspectiva Clientes para Partes Interessadas. Criticaram a inclusão de nova perspectiva para a inclusão da dimensão ambiental, mas sugeriram a inclusão de uma perspectiva "não-mercado" para a dimensão social. ZIGNALES, O'ROURQUE, ORSSATO (2002) Sustainability Balanced Scorecard Basicamente as mesmas propostas de FIGGE et al. (2002a e 2002b) BIEKER (2002) e BIEKER E WAXENGER (2002) Integrity Scorecard Reforçar a natureza ética da responsabilidade social e ambiental. Incluir uma perspectiva Sociedade. Tornar o mapa estratégico cíclico. KPMG (2002) Reputação Ampliar a perspectiva Clientes para Partes Interessadas. Explicitar relação causa-efeitos bidirecionais. BIEKER et al. (2003) Estruturação das abordagens Optar entre cinco abordagens: "parcial", "transversal", "aditiva", "total" e "de apoio". THE SIGMA PROJECT (2003b) SIGMA Sustainability Scorecard Ampliar a perspectiva Financeira para Sustentabilidade. Ampliar a perspectiva Clientes para Partes Interessadas Externas. Explicitar a relação causa-efeito entre a perspectiva Aprendizado e Crescimento com a perspectiva de resultados Sustentabilidade. WOERD e BRINK (2003) Business Sustainability Scorecard Integrar as dimensões sociais e ambientais nas quatro perspectivas. Ampliar a perspectiva Financeira para Valor Agregado. KAPLAN e NORTAN (2004) Processos Regulatórios Reforçar a gestão dos processos regulatórios sociais e ambientais dentro da perspectiva Processos Internos. Considerar as dimensões ambientais e sociais nas demais perspectivas quando realmente criem valor Quadro 4 – Propostas Envolvendo Sustainability Balanced Scorecard Fonte: Delgado (2007, p. 63). 4 Procedimentos Metodológicos A pesquisa bibliográfica permitiu embasar a discussão sobre o entendimento acerca do conceito de estratégias de sustentabilidade, formas de gestão de tais estratégias e indicadores utilizados pelas empresas. A pesquisa documental foi realizada nos relatórios de sustentabilidade de quatro empresas vencedoras do Prêmio Nacional de Qualidade – PNQ, por meio da qual se procurou identificar e analisar indicadores utilizados, à luz da proposta de Frank e Grothe-Senf (2006), conforme apresentado no Quadro 4. As empresas que tiveram seus Relatórios de Sustentabilidade analisados foram AES Eletropaulo, CPFL Energia, Suzano Papel e Celulose e Petrobrás S.A.. Também se procedeu a uma análise sobre os ANAIS 9/16 principais aspectos observados nos referidos relatórios, sobretudo sobre formas de monitoramento das estratégias. 5 Análise de Dados Após análise dos Relatórios de Sustentabilidade das quatro empresas, pode-se afirmar que todas apresentam relatórios cuja principal referência para a elaboração é a metodologia da Global Reporting Initiative (GRI). As empresas CPFL, Petrobrás e Suzano inseriram em seus relatórios de sustentabilidade o balanço social no modelo do Instituto Brasileiro de Análise Social e Econômica (Ibase), o que não ocorre com a AES Eletropaulo. Em relação ao tamanho dos relatórios, a CPFL utilizou 173 páginas, a Suzano 136, a AES 119 e a Petrobrás 85. Assim, observa-se pequena variação entre os documentos analisados quanto ao número de páginas, ressaltando-se que as informações constantes no relatório da Petrobrás estão em fonte menor que os demais, aparentemente contendo semelhante quantidade de informações. O planejamento da CPFL trabalha a sustentabilidade em seis pontos alinhados aos temas monitorados pela gestão: consumo consciente (educação para o consumo consciente, definição de metas de redução de consumo de água e energia e destinação responsável de resíduos); balanço de carbono (realização de diagnósticos das emissões de gases do efeito estufa; projetos de neutralização das emissões e elaboração e implantação de projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo - MDL; cadeia reversa (programa 6 Sigma, que visa integrar esforços para a implementação de melhorias socioambientais na cadeia reversa e consumo consciente empresarial); biodiversidade (programa de Arborização urbana, visando à convivência adequada das redes de energia com a vegetação, melhoria da qualidade ambiental e formação de corredores ecológicos, uso de madeira proveniente de fontes certificadas e programas de conservação da fauna e flora); sustentabilidade envolvendo ações socioambientais desenvolvidas nos empreendimentos hidrelétricos, em fundos de desenvolvimento regional e no Projeto Energia Sustentável do Instituto Acende Brasil; e energia para o futuro (pesquisa e desenvolvimento com foco em geração de energia por fontes alternativas e apoio a projetos de eficiência energética). O relatório informa em valores investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a melhoria do meio ambiente, mas não especifica em que são utilizados. Não se observa o estabelecimento de metas. Informa “investimentos e gastos com outros projetos ambientais”, mas sem parâmetros para julgamento e avaliação em que e como são utilizados tais investimentos. Também inclui as informações de natureza social e ambiental conforme a Norma Brasileira de Contabilidade (NBCT 15), além de relatar a correlação dos 10 princípios do Pacto Global com as iniciativas do Grupo. A AES Eletropaulo, em seu relatório, informa utilizar como ferramentas que dão suporte à gestão o BSC, entendendo-o como uma metodologia que permite traduzir a estratégia em objetivos específicos, bem como permite acompanhar o desempenho organizacional. O Modelo de Excelência em Gestão, da Fundação Nacional da Qualidade - FNQ, um mecanismo sistêmico de diagnóstico da gestão que permite aferir o nível de maturidade da gestão e de excelência encontrados nos processos também é utilizado, bem como o modelo de benchmarking, uma sistemática de comparação com as melhores empresas do setor e de outros setores. A Excelência em Performance naAES - Apex, uma metodologia adotada pela AES Corp. baseada em um conjunto de ferramentas de qualidade consistentes, com o intuito de propiciar melhoria nos processos é também utilizada na AES. Essa empresa utiliza os indicadores Ethos para medir e acompanhar seu desempenho socioambiental, os quais são utilizados como critério do Prêmio de Responsabilidade Social da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). Por fim, implantou comitês ANAIS 10/16 internos com o objetivo de definir padrões de trabalho, identificando oportunidades de melhoria contínua e redução de custos, como forma de monitorar as estratégias de sustentabilidade. Observa-se evolução em muitos dos indicadores apresentados, entretanto, muitos deles não possuem metas estabelecidas. No relatório da Petrobrás, a ferramenta denominada Sistemática é apresentada como estando em consonância com o Plano Estratégico, o Plano de Negócios e a Disciplina de Capital da companhia, e busca a aplicação das melhores práticas para aprimoramento interno do processo de Gerenciamento de Projetos Sociais. Baseada nas metodologias de Gerenciamento de Projetos internacionalmente reconhecidas, como a do Project Management Institute (PMI), ela segue os mesmos princípios dos projetos de negócio, com as devidas adaptações. Assim, a Sistemática permite tratar os projetos sociais como investimentos e administrá-los de forma mais efetiva. O Relatório informa que para dar suporte à implantação da Sistemática de Investimentos Sociais, foi desenvolvido um sistema de informações baseado na internet, para acompanhamento físico, financeiro e avaliação integrada das ações sociais da companhia, conhecido como Sistema Mais – Monitoramento e Avaliação do Investimento Social. Ao consolidar os dados de toda a companhia, esse sistema amplia o controle e fornece insumos para o planejamento das ações da Petrobras junto às comunidades dentro de uma perspectiva territorial integrada, de forma a contribuir para tangibilizar resultados sociais alcançados e dar suporte a decisões futuras. Além dos relatórios de monitoramento preenchidos no Sistema Mais, são realizadas visitas técnicas presenciais, contatos telefônicos e o acompanhamento do Indicador de Resultados do Investimento Social (Iris), que consta no BSC da Petrobras. A Petrobrás informa três Autos de Infração Ambientais que totalizam em multas o valor de R$ 34,95 milhões e um Termo de Embargo, sem valor monetário. Por outro lado, afirma ter feito investimos da ordem de R$ 93,9 milhões em 95 projetos ambientais. A Suzano informou dois incidentes e multas ou sanções não monetárias resultantes da não-conformidade com os regulamentos ambientais aplicáveis. A AES, por sua vez, informou duas autuações e/ou multas por violação de normas ambientais. A CPFL informa ter investido, em 2009, R$ 159 milhões em ações e projetos de caráter ambiental, sendo destes, R$ 90 milhões em operações e o restante em projetos externos. Por sua vez, o Relatório de Sustentabilidade da Suzano, informa investimento de R$ 55 milhões em responsabilidade socioambiental interna e externa. O relatório da Suzano não faz nenhuma menção ao uso do BSC para monitoramento de estratégias de sustentabilidade, mas utiliza um Programa de Excelência Operacional, o Seis Sigma e o Programa de Gestão da Rotina, que envolvem metodologias específicas, como a desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG). O conhecimento técnico, por sua vez, foi fortalecido com o Programa Boinas Verdes. A estratégia de crescimento sustentável é revisitada e refinada anualmente, no ciclo de Planejamento Estratégico que contempla cinco etapas: orientações estratégicas; planejamento estratégico; plano plurianual; orçamento e desdobramentos de metas. O Modelo de Excelência de Gestão baseia-se nos oito critérios da FNQ: liderança; estratégias e planos; clientes; sociedade; informações e conhecimento; pessoas; processos; e resultados. A empresa afirma manter políticas de gestão de tecnologia, de gestão de ativos intangíveis, de gestão de riscos e de gestão de pessoas, entre outras, todas pautadas pelo conceito de sustentabilidade, entendido como a capacidade de repetir os ciclos de crescimento e sucesso, integrando as três dimensões do negócio: econômica, social e ambiental. Estabelece comparativo entre seus projetos socioambientais e as metas do milênio. O quadro 5 apresenta um resumo dos indicadores utilizados pelas empresas analisadas. ANAIS 11/16 Áreas Objetivos Indicadores AES CPFL Suzano Petrobrás Material / Produto Minimização do consumo de matérias- primas. Prática dos 3R's. Reciclagem de papel, plástico, vidro, metal e cartuchos de impressora. Recuperação de materiais retirados da rede de distribuição e/ou linhas de transmissão, reduzindo o custo e consumo de recursos naturais. Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. Indicador de consumo de Materiais usados por peso ou volume. Monitora o volume total de materiais usados e o percentual de insumos provenientes de reciclagem. Minimização da parcela de matérias- primas renováveis. Utilização de madeiras certificadas FSC. Em 2009 foram implantados dois reflorestamentos, nas PCHs São Joaquim e Dourados. Reciclagem de 1.458 toneladas de pneus impróprios para o uso, coprocessados com o xisto para a obtenção de gases, óleo combustível e enxofre, empregados na agricultura e em indústrias. Minimização de embalagens. Reutilização de cartuchos de impressão. Recuperação de 20% de embalagens de óleo e 11% de botijões de GLP. Minimização do uso de substâncias perigosas. A principal interferência das atividades da companhia no meio ambiente é provocada por vazamento de óleo. Destinou R$ 10,2 milhões ao Programa de Investigação de passivos potenciais e remediações ambientais. Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados considerados perigosos nos termos da Convenção da Basiléia. Vazamento de óleo na RLAM atingiu áreas de manguezal. O uso de barreiras de contenção de óleo permitiu que outras áreas de mangue não fossem atingidas, mas, para avaliar a extensão do impacto, o local será monitorado ao longo de um ano. Não foi possível resgatar 114 animais. Limpeza das praias. Compensações aos pescadores atingidos. Resíduos/ reciclagem Minimização dos resíduos separados por classes. Não define metas para a redução de resíduos. Há indicador de lâmpadas de iluminação pública, baterias, materiais impregnados com óleo, óleo isolante mineral e lubrificante. Indicadores de lâmpadas destinadas e descontaminadas. Indicador de resíduos. Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. Maximização da taxa de reutilização. Convênio com a Prefeitura de Campinas e a ANAIS 12/16 Cooperativa Dom Bosco. Energia Minimização do consumo de energia. Indicador de redução do uso de energia, em GWh. O uso de energia elétrica passou de 40 GWh em 2007 para 46 em 2008 e para 47 em 2009. Em 2009, redução do consumo de 0,13% em relação à 2008. Consumo de energia, discriminado por fonte de energia primária. Indicadores de consumo de energia por tipo de fonte: biocombustíveis; elétrica; eólica; termossolar; de ondas; hidrogênio. Parcela de energia de fonte renovável. Em 2009, o consumo total de combustível teve queda de 16% em relação á 2008. O aumento do consumo de combustíveis de fontes renováveiscorrespondeu a 42% do total consumido desse tipo de combustível. Em 2009, participou do 1º leilão de energia eólica do Brasil, adquirindo o direito de comercializar energia elétrica gerada por essa fonte. Serão implantadas quatro usinas de 26 MW de potência elétrica instalada cada, em parceria com empresas do mercado de energia. Painéis Termossolares numa área de 750 m2, aquecem 22 m3 de água por dia, substituindo 29,8 toneladas anuais de GLP, e evita a emissão de 97 toneladas de CO2/ano. Minimização do consumo de água. Indicador de redução de uso de água. Em 2009, o total de água consumida foi de 296 mil m3, sendo 132 mil originário da rede pública e 164 mil de poço, totalizando aumento de 71% em relação ao ano anterior. Descarte total de água, por qualidade e destinação. Indicador de consumo de água e de reuso de água. 17,3 milhões de m3 de água reciclada e reutilizada (9,86% da água doce captada no período). Redução de 9,7% do consumo de água. Água Minimização de águas servidas (esgotos) Descarte total de água, por qualidade e destinação. Minimização de substâncias perigosas nas águas servidas A principal interferência das atividades da companhia no meio ambiente é provocada por vazamento de óleo. ANAIS 13/16 Emissões Proteção do clima Uso de carros flex - redução de 36,3% em relação ao ano anterior. Participa do consórcio do Projeto do Ônibus a Célula de Combustível Hidrogênio Usa indicadores de redução de consumo de gasolina, álcool e gás natural. Não define metas para as emissões de GEE. Fez levantamento de emissões pelo Carbon Disclosure Project (CDP). Signatária da Carta Aberta ao Brasil sobre as Mudanças Climáticas. Em 2009, o consumo total de combustível caiu 16% em relação ao ano anterior. O aumento do consumo de combustíveis de fontes renováveis foi 42% do total consumido desse tipo de combustível. 16% de redução de uso de combustíveis na frota. Como consequência, em 2009,reduziu 2.467 tCO2 das emissões geradas pelo uso de combustíveis, em relação a 2008. Gestão de Emissões. Total de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa (GEE), por peso (em t de CO2) Outras emissões indiretas relevantes de gases de efeito estufa, por peso (em t de CO2). levantamento da pegada de carbono, . conforme diretrizes do programa GHG Protocol. Plano de Negócios 2009-2013 prevê evitar a emissão de 4,5 milhões de toneladas de CO2e. O Sistema Petrobras descartou, em 2009, 197,2 milhões de m3 de efluentes hídricos, incluindo o esgoto sanitário de suas unidades administrativas e a água produzida no processo de extração de petróleo. A carga de óleos e graxas nos efluentes foi de 1.634 toneladas, o volume de demanda química de oxigênio (DQO) lançado foi de 5.191 toneladas, e o de amônia, 960 toneladas. Quadro 5: Áreas dos indicadores e objetivos por elas abrangidos, conforme Frank e Grothe-Senf (2006, p. 43) Fonte: Relatórios de sustentabilidade das empresas citadas. Em relação às avaliações possíveis no modelo GRI, a Suzano entende se enquadrar no nível C+ de aplicação, enquanto a CPFL informa ter alcançado o nível A+ de aplicação das diretrizes GRI auto-declaradas. A Petrobrás divulga se enquadrar no nível de aplicação A+, adequado aos relatórios que apresentam informações sobre todos os indicadores essenciais das diretrizes e cujo conteúdo é submetido à verificação externa. O relatório de 2009 da AES Eletropaulo atendeu ao nível C de aplicação da GRI, autodeclarado, não havendo verificação externa dos dados referentes aos indicadores. O Bureau Veritas Certification Brasil foi quem conduziu a avaliação independente do Relatório Anual de Sustentabilidade da Suzano Papel e Celulose S.A., abrangendo avaliação de conteúdo, qualidade e limite do mesmo, referente ao ano de 2009. Os indicadores GRI econômico-financeiros, socioambientais e setoriais que compõem o relatório da CPFL foram verificados externamente pela KPMG Auditores Independentes, bem como os da Petrobrás. Os dados econômico-financeiros constantes do relatório da CPFL foram auditados pela Ernst & Young. 6 Considerações Finais A pesquisa confirmou que as organizações estão inserindo a sustentabilidade em suas estratégias e evidenciou que muitas das estratégias não se concretizam porque as pessoas que trabalham na organização sequer chegam a conhecê-las. Ou a informação não chega para todos, ou não chega de forma inteligível. Com a utilização de ferramentas mais adequadas, as estratégias partem de modelos mentais e são posteriormente transcritos em objetivos, acompanhados de indicadores que contemplam variáveis passíveis de serem observadas e mensuradas, as quais possibilitam o gerenciamento das estratégias desdobradas em ações táticas e operacionais. A definição de competências por áreas, equipes e até individuais e suas metas e formas de participação na sustentabilidade da empresa torna-se vital para o sucesso ANAIS 14/16 do negócio. Isso requer um estabelecimento de políticas específicas para a sustentabilidade, numa visão integral do negócio, que inclui o econômico, o social e o ambiental. Na atualidade, os stakeholders influenciam na definição das diretrizes estratégicas de sustentabilidade, enquanto as empresas trabalham no sentido de desenvolvimento de modelos de mensuração não só de valor, mas de performance. As causas socioambientais devem estar em sintonia com o modelo de negócio, com a marca e a comunicação da empresa, permitindo maximizar os projetos de sustentabilidade em diversos canais e tecnologias. O acompanhamento propiciado pelo uso do BSC permite o gerenciamento das estratégias estabelecidas no planejamento, possibilitando corrigir possíveis falhas, o que também ocorre com o SBSC. A análise feita nos Relatórios de Sustentabilidade vai ao encontro do referencial teórico, no sentido de verificação de diversas ferramentas utilizadas no gerenciamento de estratégias de sustentabilidade, dentre eles pode-se destacar o modelo GRI e o BSC. Referências AES ELETROPAULO. Relatório de Sustentabilidade 2009. Disponível em: < http://www.aeseletropaulo.com.br/responsabilidadesocioambiental/Paginas/RelatoriodeSusten tabilidade.aspx>. Acesso em: 20 fev. 2011. BARBIERI, J. C. Organizações Inovadoras Sustentáveis. In: BARBIERI, J. C.; SIMANTOB, M. A. 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