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CRIMES CONTRA A VIDA

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Pena, reclusão de 2 a 6 anos (morte)
	 reclusão de 1 a 3 anos (lesão corporal de 	 natureza grave).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa determinada, com discernimento.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a vida.
TIPO OBJETIVO: induzir: dar idéia; instigar: estimular (participação moral); ou auxiliar: fornecer (participação material).
TIPO SUBJETIVO: dolo direto ou eventual 
CONSUMAÇÃO: com a morte ou lesão corporal de natureza grave.
TENTATIVA: não é cabível (Crime material)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada
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I – motivação egoística (vantagem pessoal);
II – vítima menor (entre 14 e 18 anos incompleto) ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.	
								(alteração nossa)
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Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 123. Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao suicídio:
Pena – prisão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma, e de um a quatro anos, se da tentativa resulta lesão corporal grave, em qualquer grau.
§ 1º Não se pune a tentativa sem que da ação resulte ao menos lesão corporal grave.
§ 2º Aplicam-se ao auxílio a suicídio o disposto nos §§1º e 2º do artigo anterior.
Aumento de pena
§ 3º A pena é aumentada de um terço até a metade se o crime é cometido por motivo egoístico.
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Pena, detenção de 2 a 6 anos.
Características:
 Mãe		filho nascente ou recém nascido;
 Influência do estado puerperal;
(puerpério = em regra: de 3 a 7 dias após o parto)
 durante o parto
 Logo após o parto
matar
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SUJEITO ATIVO: a mãe (próprio).
SUJEITO PASSIVO: filho nascente ou neonato (próprio).
OBJETO JURÍDICO: vida (quando o RN respira ou mostra qualquer outra evidência vital, tal como: batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos da musculatura voluntária.)
TIPO OBJETIVO: matar: por fim a vida. 
TIPO SUBJETIVO: dolo direto ou eventual. 
CONSUMAÇÃO: com a morte do nascente ou neonato – exame de corpo de delito-art. 158 do CPP
TENTATIVA: cabível (crime material).
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
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TJ-RS - Recurso em Sentido Estrito RSE 70060658184 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 30/09/2014
Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. CRIMES CONTRA A VIDA. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PROVA DA MATERIALIDADE E INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA. QUALIFICADORA DO RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA MANTIDA. QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE AFASTADA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA INFANTICÍDIO NEGADA. SENTENÇA MANTIDA. 1. A existência do fato restou demonstrada e há suficientes indícios de autoria. Nesta primeira fase processual, vige o in dubio pro societate, a sinalizar que a decisão de pronúncia não é juízo de mérito, mas de admissibilidade. 2. Quanto ao pedido de desclassificação para o delito de infanticídio, não deve ser acolhida tal pretensão, uma vez que não consta nos autos comprovação cabal de que a ré Priscila se encontrava sob influência do estado puerperal. 3. Com relação à qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima, não cabe o afastamento, pois o crime teria sido praticado contra o próprio filho, momentos após o nascimento, sem qualquer possibilidade de defesa da vítima. Portanto, existindo elementos que indicam que, em tese, a ré cometeu a infração mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, é plausível manter a qualificadora, que deverá ser analisada mais detalhadamente pelo Plenário do Júri. 4. No que tange à qualificadora do motivo torpe, não há elementos suficientes para sua manutenção uma vez que não restaram comprovados os reais motivos para a prática do crime pela ré Priscila. Portanto, considerando a falta de elementos concretos capazes de indicar a incidência da qualificadora, correto seu afastamento. 5. De outra parte, no que tange à pronúncia dos réus Liene e Flávio como incursos nas sanções do artigo 211 do Código Penal, em tese, há indícios de dolo dos réus. No contexto, improvável ignorar o peso da sacola ao pegá-la para descarte; Houve, ainda, o manuseio de uma mala para o descarte; tese defensiva não demonstrada à saciedade. Verificada, assim, a existência de lastro probatório mínimo e, tratando-se de crime conexo, não merece reforma a sentença a quo, devendo ser mantida a decisão de remessa do feito para julgamento pelo Tribunal do Júri. RECURSOS DESPROVIDOS. (Recurso em Sentido Estrito Nº 70060658184, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jayme Weingartner Neto, Julgado em 17/09/2014)...
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Infanticídio
Art. 124. Matar o próprio filho, durante ou logo após o parto, sob a influência perturbadora deste:
Pena – prisão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Quem, de qualquer modo, concorrer para o crime, responderá nas penas dos tipos de homicídio.
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Conceito:
Aborto consiste na interrupção da gravidez com a morte do feto. Pressupõe, portanto, a gravidez, isto é o estado de gestação, que, para efeitos legais, inicia-se com a implantação do ovo na cavidade uterina. Do ponto de vista médico, a gestação se inicia com a fecundação, ou seja, quando o ovo se forma na trompa, pela união dos gametas masculino e feminino. Inicia-se a marcha do óvulo fecundado para o útero, com a duração média de três e seis dias, dando-se a implantação no endométrio. Daí por diante é possível o aborto.
				 (Heleno Claudio Fragoso)
Espécies de aborto:
 Natural ou espontâneo
 Provocado (dolosamente/punível ou culposamente) 
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Espécies de aborto provocado:
1 – ovular (até 2º mês de gravidez);
2 – embrionário (3º ou 4º mês de gravidez);
3 – fetal (a partir do 5º mês de gravidez).
Requisitos para existência do crime de aborto:
Dolo
Gravidez
Manobras abortivas
Morte do feto, embrião ou óvulo fecundado.
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Art. 124 - auto-aborto ou aborto consentido;
Art. 125 – aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante;
Art. 126 – aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante;
Art. 127 – causas de aumento de pena ou majorantes para os tipos 125 e 126;
Art. 128 – aborto legal (excludentes de ilicitude)
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SUJEITO ATIVO: a gestante (mão-própria).
SUJEITO PASSIVO: feto (art. 2º do C. Civil).
OBJETO JURÍDICO: vida intra-uterina. 
(a partir da nidação = implantação do óvulo já fecundado no útero materno – 14 dias após a fecundação).
TIPO OBJETIVO: provocar: causar o aborto ou permitir 
TIPO SUBJETIVO: dolo direto ou eventual. 
CONSUMAÇÃO: com a morte do ovo, embrião ou feto (comprovada por perícia – exame de corpo de delito-art. 158 do CPP)
TENTATIVA: cabível (crime material).
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
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Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 125. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:
Pena – prisão, de seis meses a dois anos.
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SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, menos a gestante (comum).
SUJEITO PASSIVO: feto (art. 2º do C. Civil) e a gestante (dupla subjetividade passiva).
OBJETO JURÍDICO: vida intra-uterina/vida da gestante 
(a partir da nidação = implantação do óvulo já fecundado no útero materno – 14 dias após a fecundação).
TIPO OBJETIVO: provocar: causar. 
TIPO SUBJETIVO: dolo direto ou eventual. 
CONSUMAÇÃO: com a morte do ovo, embrião ou feto (comprovada por perícia – exame de corpo de delito-art. 158 do CPP)
TENTATIVA: cabível (crime material).
* Causa especial de aumento de pena - art. 127 do CPB (crime preterdoloso)
Um terço - resultar em lesão corporal de natureza grave
Duplicada – resulta morte na gestante 
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	HABEAS CORPUS Nº 75.190 - SP (2007/0012482-2) RELATORA : MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA IMPETRANTE : JOSÉ ORLANDO SOARES E OUTROS IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO PACIENTE : JEFREI NORONHA DE SOUZA 
	Cuida-se de habeas corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de JEFREI NORONHA DE SOUZA, apontando como autoridade coatora o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, que manteve a condenação do paciente pelas práticas de aborto não consentido e sequestro
qualificado, em concurso material, à pena total de cinco anos de reclusão. Aduz que a condenação se ressente de ilegalidade porquanto deixou de reconhecer a relação de consunção existente, in casu , entre os dois crimes. Como dos fatos defluiria que o sequestro teria sido o meio pelo qual se venceu a resistência da vítima, afigurar-se-ia como meio de execução para o aborto não consentido. Destaca que existiria violação do princípio do ne bis in idem porque o crime de aborto não consentido já implica, per si, grave sofrimento moral e físico, não se podendo invocar, então, a qualificadora do parágrafo segundo do art. 148 do Código Penal. Afirma que, a despeito de as penas dos dois crimes terem sido fixadas no mínimo legal, não haveria óbice legal para a atenuação da pena para aquém do mínimo legal, pois a dicção legal estatui que se trata de circunstância que sempre repercute sobre sanção criminal. 
	Requer a anulação da sentença.
	O Ministério Público Federal apresentou parecer, fls. 69-76, da lavra da Subprocuradora-Geral da República Lindôra M. Araujo, opinando pela denegação da ordem. Em consulta telefônica à Vara de origem, obteve-se a informação de que o paciente alcançou o regime aberto em 06/10/2009, no qual atualmente se encontra descontando a pena que lhe foi imposta. Ordem negada.
   
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Aborto provocado por terceiro
Art. 127. Provocar aborto sem o consentimento da gestante:
Pena – prisão, de quatro a dez anos.
§1º Aumenta-se a pena de um a dois terços se, em consequência do aborto ou da tentativa de aborto, resultar má formação do feto sobrevivente.
§2º A pena é aumentada na metade se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal grave; e até no dobro, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
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SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, menos a gestante (comum).
Obs.: quebra da teoria unitária do concurso de pessoas.
SUJEITO PASSIVO: feto (art. 2º do C. Civil).
OBJETO JURÍDICO: vida intra-uterina. 
(a partir da nidação = implantação do óvulo já fecundado no útero materno – 14 dias após a fecundação).
TIPO OBJETIVO: provocar: causar. 
TIPO SUBJETIVO: dolo direto ou eventual. 
CONSUMAÇÃO: com a morte do ovo, embrião ou feto (comprovada por perícia – exame de corpo de delito-art. 158 do CPP)
TENTATIVA: cabível (crime material).
* Causa especial de aumento de pena - art. 127do CPB (crime preterdoloso)
Um terço - resultar em lesão corporal de natureza grave
Duplicada – resulta morte na gestante 
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Processo: APR 35980180752 ES 35980180752 Relator(a): WELINGTON DA COSTA CITTY Relator(a): WELINGTON DA COSTA CITTY Julgamento: 07/11/2001 Órgão Julgador: SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL Publicação: 13/03/2002
APELAÇAO CRIMINAL - PRELIMINAR - PRESCRIÇAO DA PRETENSAO PUNITIVA - CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRIÇAO - ART. 117 2º DO CÓDIGO PENAL - PRELIMINAR REJEITADA.MÉRITO - TRIBUNAL DO JÚRI - ABORTO - ARTS. 126 C/C 127 (2ª FIGURA) AMBOS DO CÓDIGO PENAL - DECISAO CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS - ABSOLVIÇAO - APELANTE - ENFERMEIRA APOSENTADA - PROVA MATERIAL - VÍTIMA FALECEU ANTES DE SER ATENDIDA POR MÉDICO - INFECÇAO - MANTER DECISAO - RECURSO NEGADO PROVIMENTO.
A apelante praticou aborto na vítima, com seu consentimento. Realizada a conduta apresentou quadro de septicemia, pelviperitonite purulenta e endometrite pós-abortamento. Levada para atendimento médico não resistiu. Faleceu em conseqüências do aborto.
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Aborto consensual provocado por terceiro
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena – prisão, de seis meses a dois anos.
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I - Aborto necessário ou terapêutico:
(excludente de ilicitude)
II – Aborto humanitário ou ético ou sentimental.
(excludente de ilicitude)
*Aborto eugenésico ou eugênico
Sem previsão legal (carecendo de autorização judicial)
ADPF 54/DF ajuizada pela CNTS
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Exclusão do crime: Art. 128. Não há crime de aborto:
I – se houver risco à vida ou à saúde da gestante;
II – se a gravidez resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida;
III – se comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida extrauterina, em ambos os casos atestado por dois médicos; ou
IV – se por vontade da gestante, até a décima segunda semana da gestação, quando o médico ou psicólogo constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II e III e da segunda parte do inciso I deste artigo, o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou, quando menor,incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.

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