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Direito Penal Parte Geral

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Direito Penal – Parte Geral
6INTRODUÇÃO À LEI PENAL	�
6Direito Penal	�
7Escolas penais	�
8FONTE DO DIREITO PENAL	�
9LEI PENAL	�
9Característica da lei penal	�
9Classificação da lei penal	�
9NORMA PENAL EM BRANCO:	�
10Interpretação da lei penal	�
11Vigência e revogação da lei penal	�
11PRINCÍPIOS DA LEI PENAL	�
11OUTROS PRINCÍPIOS DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL:	�
12LEI PENAL NO TEMPO	�
13Conflito de leis penais	�
13Solução legal das hipóteses de conflito de leis penais no tempo	�
14TEMPO DE CRIME	�
14Teorias sobre ao tempo do crime	�
16LEI PENAL NO ESPAÇO - PRINCÍPIOS DE APLICAÇÃO	�
16Princípios da aplicação da lei penal no espaço	�
20LUGAR DO CRIME	�
20PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO E EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA	�
Erro! Indicador não definido.Eficácia de sentença estrangeira	�
16LEI PENAL EM RELAÇÃO A PESSOAS QUE EXERCEM DETERMINADAS FUNÇÕES PÚBLICAS	�
21CONTAGEM DE PRAZO CONFORME O CÓDIGO PENAL	�
21Hipótese de o código penal e o código de processo penal tratarem do mesmo prazo	�
21DO CRIME	�
21Crime - conceito material	�
22Crime - conceito formal	�
22Caracteres do crime sob o aspecto formal	�
22Fato típico, a antijuridicidade e a culpabilidade	�
22Requisitos, elementares e circunstâncias do crime:	�
23DOS SUJEITOS DO CRIME, CAPACIDADE PENAL E OBJETO DO CRIME	�
23TÍTULO DO DELITO, CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS	�
24Classificação das infrações penais	�
24Qualificação legal e doutrinária dos crimes	�
24Qualificação doutrinária	�
29DO FATO TÍPICO: CONDUTA, RESULTADO E DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE	�
29Fato típico	�
29Elementos do fato típico	�
29Conduta - 1° elemento do fato típico	�
30Características - elementos	�
30Coação irresistível	�
29Teorias da conduta	�
30Formas de conduta	�
31Resultado - 2° elemento do fato típico	�
31Teoria sobre o resultado	�
31Relação de causalidade - 3° elemento do fato típico	�
33Teoria do tipo	�
34Formas de adequação típica	�
34Elementos do tipo podem ser	�
34TEORIA DO CRIME DOLOSO E CULPOSO	�
34Crime doloso	�
34Teoria do dolo	�
35Espécies de dolo	�
35Crime culposo	�
36Critério de aferição da previsibilidade	�
36Culpabilidade no delito culposo	�
36Elemento do fato típico culposo	�
37Espécies de culpa	�
38CRIME PRETERDOLOSO	�
38ERRO DE TIPO	�
38Delito putativo por erro de tipo	�
39Formas do erro de tipo	�
40ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO	�
40ERRO ACIDENTAL	�
40Casos	�
42CRIME CONSUMADO	�
42Iter criminis	�
42TENTATIVA	�
42Formas de tentativa	�
43Elementos da Tentativa	�
43DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ	�
44ARREPENDIMENTO POSTERIOR	�
44Requisitos para redução da pena	�
44CRIME IMPOSSÍVEL	�
45DA ANTIJURIDICIDADE, DO ESTADO DE NECESSIDADE, LEGÍTIMA DEFESA E DO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL	�
45Da antijuridicidade	�
45Causas de exclusão de antijuridicidade	�
46Estado de necessidade	�
48Legítima defesa	�
50Estrito cumprimento do dever legal - exercício regular do direito	�
51Exercício regular do direito	�
51Excesso nas excludentes da ilicitude	�
52CONCURSO DE AGENTES	�
52Teorias	�
53Causalidade física e psíquica	�
53Autoria	�
54Co-autoria	�
54Participação	�
54Autoria mediata	�
55Concurso de pessoas e crimes por omissão	�
55Co-autoria de crime culposo	�
55Cooperação dolosamente distinta	�
55Punibilidade no concurso de agentes	�
56Qualificadoras e agravantes	�
56Concurso e circunstâncias do crime	�
56Concurso e execução do crime	�
56Autoria incerta	�
57Multidão delinqüente	�
57DA CULPABILIDADE COMO PRESSUPOSTO DA PENA	�
57Introdução	�
57Conceito de culpabilidade	�
57Teorias da culpabilidade	�
58Característica do Finalismo	�
58IMPUTABILIDADE	�
58Introdução	�
58Imputabilidade e responsabilidade	�
58Fundamento da imputabilidade	�
59Causas de exclusão da imputabilidade	�
59Inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado	�
60Actio libera in causa	�
61Exigibilidade de conduta diversa	�
61CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE	�
61Quadro sinóptico	�
62INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA COMO CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE	�
62ERRO DE PROIBIÇÃO	�
62Introdução	�
62Conceito de erro de proibição	�
62Formas	�
63Erro de proibição e erro de tipo	�
63Casos de erro de proibição	�
63Erro e ignorância de direito	�
64Descriminantes putativas	�
64Suposição errônea da existência de causa de exclusão da ilicitude não reconhecida juridicamente.	�
64COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL	�
64Conceito	�
64Espécies de coação	�
64Espécies de coação prevista no artigo 22, 1ª parte, do C. P.	�
64Coação moral irresistível como causa de exclusão da culpabilidade - responsabilidade do autor	�
65DA OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA	�
65Conceito e espécies de ordem superior hierárquico	�
65Obediência hierárquica como causa de exclusão da culpabilidade	�
65Requisitos, responsabilidade do superior hierárquico:	�
66DA INIMPUTABILIDADE POR DOENÇA MENTAL OU DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO.	�
66Introdução	�
66Critério de aferição da inimputabilidade	�
67Requisitos normativos da imputabilidade	�
67Menoridade penal	�
68DA INIMPUTABILIDADE POR EMBRIAGUEZ COMPLETA PROVENIENTE DE CASO FORTUITO OU DE FORÇA MAIOR.	�
68Introdução	�
68Sistema da embriaguez na legislação brasileira	�
69Embriaguez voluntária ou culposa - actio libera in causa	�
69Embriaguez acidental: casos de exclusão da imputabilidade e de diminuição da pena (§ 1º)	�
69Requisitos da inimputabilidade na embriaguez acidental	�
69Redução da pena	�
69Requisito da redução facultativa da pena na embriaguez acidental	�
70DA SANÇÃO PENAL - DAS PENAS	�
70Caracteres da pena	�
70Classificação doutrinária da pena	�
70Classificação da pena segundo a constituição federal	�
70Classificação da pena segundo o código penal	�
71DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE	�
71Regimes penitenciários, reclusão e detenção	�
72Regras do regime fechado	�
72Regras do regime semi-aberto	�
72DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS	�
72Espécies e regras	�
73Condições do sistema vicariante	�
73Conversão	�
73Prestação de serviço a comunidade	�
73Interdição temporária de direitos	�
74Fim de semana	�
74DAS PENAS DE MULTA	�
74Critérios de cominação	�
74FIXAÇÃO DA MULTA	�
75Pagamento da multa	�
75Solvência e insolvência do condenado, conversão da multa em detenção	�
75Conversão da multa	�
75Deve ser suspensa a execução se sobrevêm ao condenado doença mental	�
76DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA	�
76Introdução	�
76Conceito de periculosidade	�
76Fatores e indícios de periculosidade	�
76Pressupostos de aplicação	�
76Periculosidade real e presumida	�
77Espécies de medida de segurança	�
77Imposição de medida de segurança ao inimputável	�
77A internação é obrigatória	�
77Sistema vicariante	�
78Extinção da punibilidade	�
78A PENA E AS CIRCUNSTÂNCIAS	�
78Circunstâncias e elementares do crime	�
78Posição das circunstâncias na teoria do crime e da sanção penal	�
78Classificação	�
79Circunstâncias judiciais	�
80Circunstâncias agravantes	�
80Comentários sobre as agravantes: artigo 61, II	�
82Agravantes no caso de concurso de pessoas – art. 62	�
83Reincidência	�
84Efeitos da reincidência	�
84Eficácia temporal da condenação	�
84Circunstâncias atenuantes	�
85DA COMINAÇÃO E APLICAÇÃO DA PENA	�
85Cominação das penas	�
86Juízo de culpabilidade como fundamento de imposição da pena	�
86Fixação da pena	�
86Fases da fixação da pena privativa de liberdade	�
87Causas de aumento e de diminuição da pena	�
87Fases da fixação da pena privativa de liberdade ("caput")	�
88Regras da imposição das penas	�
88Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes	�
88Concurso de causas de aumento e de diminuição. concurso de qualificadores	�
88Fixação da pena de multa	�
89Multa vicariante (§ 2º)	�
89CONCURSO DE CRIMES	�
89Introdução	�
89Sistemas	�
90Espécies de concurso	�
90Concurso material	�
90Concurso formal	�
91Crime continuado	�
92Aplicação da multa	�
92Limite das penas	�
93Unificação das penas em trinta anos (§ 1º): efeitos	�
93Concurso de crime e contravenção�
93DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA - SURSIS	�
93Conceito	�
93Sistemas	�
93Formas	�
93Requisitos	�
94Extinção de punibilidade em relação ao crime anterior:	�
94Período de prova e condições	�
95Causas de revogação do sursis	�
95Prorrogação	�
96Extinção da pena	�
96DO LIVRAMENTO CONDICIONAL	�
96Explicações preliminares	�
96Sursis x livramento condicional	�
96Requisitos	�
97Concessão do livramento condicional e período de prova	�
97Revogação	�
98Causas de revogação obrigatória do livramento condicional	�
98Causas de revogação facultativa do livramento	�
98Efeitos da revogação do livramento condicional	�
99Extinção da pena	�
99Prorrogação do período de prova	�
99DOS EFEITOS CIVIS DA SENTENÇA PENAL	�
99Noções preliminares	�
100Entre os efeitos secundários extrapenais da condenação, incluem-se os de natureza civil e administrativa	�
100Condenação penal e reparação civil	�
100Actio civilis ex delicto	�
101Absolvição penal e reparação civil	�
102Confisco	�
102Efeitos específicos	�
102perda de cargo, função pública crimes comuns e funcionais (I)	�
103Perda de mandato eletivo (iI)	�
103Incapacidade para exercer o pátrio poder, tutela ou curatela	�
103Inabilitação para dirigir veículos	�
103DA REABILITAÇÃO	�
104DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE	�
104Conceito de punibilidade	�
104Condições objetivas de punibilidade	�
104Causas extintivas da punibilidade - CP. art. 107	�
105Escusas absolutórias	�
106Efeitos da extinção da punibilidade	�
106Concurso de agentes	�
107Imunidade parlamentar material ou penal	�
107Perdão judicial	�
107Conceito e elenco	�
107Natureza jurídica	�
107Distinções	�
107Extensão	�
107Natureza jurídica da sentença concessiva	�
108Morte do agente	�
108Introdução	�
108Prova	�
108Da anistia, graça e indulto	�
108Introdução	�
108Anistia	�
108Concessão da anistia	�
109Efeitos da anistia	�
109Diferença entre anistia – graça – indulto	�
109Graça e indulto	�
109Efeitos da graça e do indulto	�
110Renúncia e perdão	�
110Conceito	�
110Oportunidade da renúncia	�
110Formas de renúncia	�
111Conceito de perdão	�
111Oportunidade do perdão	�
111Formas perdão	�
111Titularidade da concessão do perdão	�
111Aceitação do perdão	�
112Decadência e perempção	�
112Decadência	�
112Titularidade do direito de queixa ou representação – e decadência	�
112Perempção da ação penal	�
112Retratação do agente	�
113Conceito	�
113Casos	�
113Casamento subseqüente	�
113Casamento do agente com a vítima	�
114Casamento da vítima com terceiros	�
114Prescrição	�
115Introdução	�
115Pretensão punitiva e executória	�
115Prescrição da pretensão punitiva e executória	�
116Prescrição da pretensão punitiva	�
116PRAZO PRESCRICIONAL	�
116Efeitos práticos da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva	�
116Crimes de pretensão punitiva imprescritível	�
117Prescrição executória	�
117Prescrição superveniente à sentença condenatória (prescrição intercorrente) (cp. art. 109 §1º)	�
118Contagem de prazo	�
119Prazo prescricional retroativo (§§ 1º e 2º)	�
119Diferença entre a prescrição superveniente (§ 1º) e a retroativa (§ 2º)	�
119Princípios da prescrição retroativa	�
119Espécies de penas e prescrições	�
120Termos iniciais da prescrição da pretensão punitiva	�
120Termos iniciais da pretensão executória	�
121Prescrição no caso de evasão do condenado ou revogação do livramento condicional	�
121Multa	�
121Redução dos prazos em face da idade do sujeito	�
122Causas suspensivas da prescrição	�
122Término do prazo de suspensão da prescrição	�
122Causas interruptivas da prescrição	�
123Recomeço do curso prescricional (§ 2º)	�
124Crimes falimentares	�
124Crimes de imprensa	�
124Crimes contra a segurança nacional e crimes militares	�
�
INTRODUÇÃO 
Direito Penal
ordenamento: complexo de normas jurídicas que regulam o poder preventivo e repressivo exercitáveis sobre aqueles que praticam as infrações penais - Codificado. Infrações - são gêneros - onde os Crimes ou Delitos e as Contravenções Penais - são espécies.
ciência : ramo da ciência jurídica que tem por objeto exegese a dogmática e a crítica das normas penais.
Exegese: hermenêutica - interpretação das normas;
Dogmática penal: criação de institutos jurídicos e será coordenação visando um sistema.
Escolas penais
Tempos Primitivos: Não se pode falar em um sistema orgânico de princípios penais nos tempos primitivos. A pena, em sua origem remota, nada mais significa senão vingança., revide à agressão sofrida, desproporcionada com à ofensa e aplicada sem preocupação de justiça.
Várias foram as fases der evolução da vingança penal. Para facilitar a exposição, seguimos a divisão estabelecida por Magalhães Noronha, que distingue as fases da vingança privada, vingança divina e vingança pública. 
Fases da vingança penal: 
Vingança Privada: cometido um crime ocorria a reação da vítima ou de seus parentes, ou, ainda, do grupo social- que agiam sem proporção à ofensa atingindo não só o ofensor , como até todo o seu grupo, adotado no Código de Hamurabi, Êxodo e Lei das XII Tábuas. Posteriormente surge a composição, o ofensor se livrava do castigo com a compra de sua liberdade. Adotado no Código de Hamurabi, Pentateuco e Código de Manu.
Vingança Divina: influência decisiva da religião na vida dos povos antigos. Reprimir o crime com satisfação aos Deuses pela prática de ofensa contra o grupo social. Adotado no Código de Manu.
Vingança Pública: com maior organização, com o fim de dar maior estabilidade ao Estado, visou-se a segurança do soberano, aplicado na Lei das XII Tábuas.
Direito Penal dos Hebreus: com o talmud, substitui-se a pena de talião pela de multa, prisão e outros gravames físicos, os crimes podiam ser classificados em crimes contra a divindade e contra o semelhante.
Direito Penal Romano: evoluindo-se das fases da vingança , através do talião e da composição, bem como da vingança divina na época da realeza, direito e religião se separam. Dividem-se os delitos em crimina pública, crimes majestais e delicta privada, posteriormente são criados os crimina extraordinária. Decisivo o direito romano para o direito penal, com os princípios: sobre o erro, culpa, dolo, imputabilidade, coação irresistível, agravantes e atenuantes.
Direito Germânico: primitivo, não era composto de leis escritas , mas constituída pelos costumes. Tinha fortes características de vingança privada, só muito mais tarde foi aplicado o talião, por influência do Direito Romano e do cristianismo..
Direito Canônico: marca a influência da religião no direito penal, assimilando o Direito Romano.
Período Humanitário: no decorrer do Iluminismo, inicia-se o denominado Período Humanitário. Surge César Bonesana, Marquês de Beccaria – publica seu livro “Dos delitos e das penas” (Del Delliti e Delle Pene ), que demonstra a necessidade de reforma das leis penais , pregando os seguintes princípios básicos: 
Só as leis podem fixar a pena, o juiz não pode interpretar ou aplicar sanções arbitrariamente;
As leis devem ser conhecidas pelo povo, e redigidas com clareza;
Prisão preventiva somente se justifica diante de provas de existência de crime e sua autoria;
Não se deve permitir testemunho secreto, ou sob tortura;
Não se justificam o confisco de bens de herdeiros dos condenados, o penas infamantes à sua família;
Escola Clássica: as idéias fundamentais do Iluminismo, são reunidas, juntamente com a obra de Beccaria sob a denominação de Escola Clássica. Seu maior expoente foi Francisco Carrara , para ele delito: “é um ente jurídico impelido por duas forças: a física, que é o movimento corpóreo e o dano de crime e a moral constituída da vontade livre e consciente do criminoso”. Para a Escola Clássica: o método que deve ser utilizado no Direito Penal é o dedutivo ou lógico-abstrato – já que se trata de uma ciência jurídica – e não experimental próprio das ciências naturais.
Escola Positiva ePeríodo Criminológico: o movimento naturalístico do século XVIII, pregava a supremacia da investigação experimental em oposição à indagação puramente racional , influenciou o Direito Penal. O movimento Criminológico do Direito Penal iniciou-se com os estudos do médico italiano César Lombroso, pioneiro da Escola Positiva e criador da Antropologia Criminal. Considerava, ele, o crime como manifestação da personalidade humana e produto de várias causas , Lombroso estuda o delinqüente do ponto de vista biológico. Tem a Escola Positiva o seu maior expoente em Henrique Ferri, criador da Sociologia Criminal. Ele afirmava ser o homem responsável por viver em sociedade. Rafael Garófalo inicia a chamada fase jurídica do positivismo italiano, sustentava que no homem existem dois sentimentos básicos, a piedade e a probidade, e que o direito é sempre uma lesão desses sentimentos. Princípios Básicos da Escola Positiva:
O crime é fenômeno natural e social, sujeito a influências do meio e de múltiplos fatores , exigindo o estudo pelos métodos experimentais;
A responsabilidade penal é responsabilidade social, por viver o criminoso em sociedade, e tem por base a sua periculosidade;
A pena é medida da defesa social, visando à recuperação do criminoso ou à sua neutralização;
O criminoso é sempre, psicologicamente, um anormal , de forma temporária ou permanente.
Escolas mistas e tendência contemporânea: Conciliando os princípios da Escola Clássica e o tecnicismo jurídico com a Escola Positiva, surgiram as escolas ecléticas, mistas, com a Terceira Escola e a Escola Moderna Alemã. Aproveitando as idéias de clássicos e positivistas, separava-se o Direito Penal das demais ciências penais, contribuindo de certa forma para evolução dos dois estudos.
Hoje, em reação ao positivismo jurídico, em que se pregava a redução do direito ao estudo da lei vigente, os penalistas passaram a preocupar-se com a pessoa do condenado em uma perspectiva humanista , instituindo-se a doutrina da Nova Defesa Social.
Direito Penal no Brasil tivemos: 
as ordenações Afonsinas, 
as ordenações Manuelinas, 
as ordenações Filipinas, 
o Código Criminal do Império; 
Código Penal de 1890, 
o atual de 1942.
 
FONTE DO DIREITO PENAL
FONTES: origem, princípio causa Origem do Direito Penal
MATERIAIS ou SUBSTANCIAIS: - fontes de produção. Compete privativamente à União legislar sobre Direito Penal (CF. art. 22,I). Observe-se que o parágrafo único do referido artigo permite que lei complementar federal autorize os Estados-Membros a legislar em matéria penal em questões específicas (matérias locais).
FORMAIS, de COGNIÇÃO ou de CONHECIMENTO: refere-se ao modo pelo qual exterioriza-se o Direito Penal:
IMEDIATA OU DIRETA:
Lei: única fonte direta de Direito Penal, diante do princípio da reserva legal. Trataremos de seu conteúdo mais abaixo. 
INDIRETA:
Costumes: fonte indireta ou subsidiária, é uma regra de conduta praticada de modo geral pela coletividade, constante e uniforme, entretanto não cria delitos nem comina penas (princípio da reserva legal).
Elementos: 
Elemento subjetivo: convicção da obrigatoriedade jurídica;
Elemento Objetivo: constância e uniformidade dos atos.
Espécies de costume:
Contra legem : inaplicabilidade da norma jurídica em face do desuso, da inobservância constante e uniforme da lei, sem entretanto revogá-la;
Secundum legem: traça regras sobre a aplicação da lei penal;
Praeter legem: preenche as lacunas e especifica o conteúdo da norma.
Princípios Gerais de Direito: premissas éticas extraídas da legislação.
Equidade: premissa ética correspondência jurídica e ética perfeita da norma, às circunstâncias do caso concreto a que é aplicada. (segundo Magalhães Noronha, não é fonte de Direito Penal, mas forma de interpretação). 
LEI PENAL
LEI: única fonte formal do Direito Penal - Deve ser precisa e clara.
COMPÕE-SE DE DUAS PARTES A NORMA PENAL:
Comando Principal ou Preceito Primário (descrição da conduta);
Sanção ou Preceito Secundário (sanção).
Característica da lei penal
Descritiva: não proibitiva, descritiva – descreve a conduta e comina a pena;
Classificação da lei penal
Gerais ou Comuns: vigem em todo o território Nacional
Especiais: vigem em apenas determinados segmentos do território Nacional. 
Ordinária: vigem em qualquer circunstância;
Excepcionais: são destinadas a vigir em situações de calamidade pública, estado de sítio, guerra, ou seja situações emergenciais.
Incriminadoras (lei penal em sentido estrito): é o que define os tipos penais e comina as respectivas sanções;
Não incriminadoras (lei penal em sentido amplo):
Explicativas (ou complementares): esclarecem o conteúdo de outras ou fornecem princípios gerais para aplicação da pena 
 Permissivas: são as que não consideram como ilícitos ou isentam de pena o autor do fato. 
Classificação da norma penal
Imperativa: a violação de preceito primário, acarreta a pena;
Geral: destinada à todos;
Impessoal: não se refere a determinada pessoa;
Exclusiva: só ela define crimes e aplica pena;
Fatos Futuros: não alcança os pretéritos, a não ser se beneficia o agente criminoso.
NORMA PENAL EM BRANCO (cegas ou abertas):
São as que a descrição da conduta se encontra incompleta, vaga, exigindo complementação por outra norma jurídica para que possam ser aplicadas ao caso concreto. 
Norma Penal em Branco pode ser:
Sentido Estrito ou heterogêneas : cujo complemento está contido em outra regra jurídica procedente de uma instância legislativa diversa (fonte formal), seja de categoria superior ou inferior – nível diverso.
Sentido Amplo (ou incompleta ou fragmento de norma): tem seu complemento na própria lei ou outras leis (fonte formal) – nível idêntico.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Interpretação: O processo lógico que procura estabelecer a vontade contida na norma jurídica. A ciência que ou método que se preocupa com a interpretação da lei, denomina-se hermenêutica. Trata-se da extração do real significado da lei.
ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
Quanto ao sujeito que a faz:
Legislativa ou autêntica: feita pelo próprio legislador, procede da mesma origem que a lei, é obrigatória pode ser contextual ou lei posterior (lei interpretativa). Tem efeito ex tunc.
Doutrinária ou científica: Entendimento dado pelos escritores ou comentadores do direito. 
Judicial (jurisprudencial): São as orientações que os juízes e tribunais vêm dando as normas, sem força obrigatória.
Quanto ao meio empregado:
Literal, gramatical ou sintática: Fixa-se no sentido das palavras ou das expressões
Lógica ou Teleológica: tem por fim a lógica, indaga-se sobre a finalidade da lei, ou do dispositivo
Histórica: para alcançar a mensagem do autor da lei, deve voltar a época da lei, observando os fatos que então ocorriam.
Quanto ao resultado:
Declarativa: encontra o significado oculto do termo ou expressão que pela lei foi usado. Quando o texto da lei é claro - não cabe especificação.
Restritiva: reduz-se ao alcance da lei para que se possa encontrar sua vontdade exata.
“Plux dixit quam voluit” - o legislador disse mais o que devia, o intérprete deve restringir.
Extensiva: amplia-se o sentido da norma, ou mesmo, até o seu alcance.
“Minus dixit quan voluit” deve estender o pensamento do legislador, já que este o restringiu..
Progressiva: se abarcam no processo novas concepções ditadas pela transformação social, científica ou jurídica, ou até mesmo as morais que devem permear a lei penal estabelecida..
Analógica: quando formas características inscritas em um dispositivo penal são seguidas de espécies genérica aberta. Ex.: no artigo 121 do Código Penal em sua forma qualificada temos, assim “Matar alguém..... à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recuso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido......” A próprialei obriga a se buscar o entendimento e semelhança do que seja outro recurso. Não se confunde analogia e interpretação analógica, esta é a busca da vontade da norma através da semelhança com fórmulas usadas pelo legislador, já, aquela, é forma de auto integração da lei com a aplicação de um fato não regulado por esta de uma norma que disciplina a ocorrência semelhante não previstas em lei e VEDADA em DIREITO PENAL.
Analogia
Consiste em aplicar –se uma hipótese não regulada em lei disposição relativa a um caso semelhante. Na analogia , o fato não é regido por qualquer norma e, por essa razão, aplica-se uma de caso análogo. (exemplo: aplicação do artigo 128 II aos casos de aborto em gravidez ocorrida por atentado violento ao pudor). È uma forma de auto-integração da lei, não sendo, portanto, fonte mediata do direito.
Podemos distinguir a analogia da interpretação extensiva e interpretação analógica.. Na interpretação extensiva existe uma norma regulando a hipótese de modo que não se aplica a norma do caso análogo. Já na interpretação analógica após uma seqüência casuística , segue-se uma formulação genérica que deve ser interpretada de acordo com os casos anteriormente elencados. Na interpretação analógica existe uma norma regulando a hipótese (diferentemente da analogia) expressamente (diferente da interpretação extensiva), mas de forma genérica , o que torna necessário o recurso à via interpretativa.
Espécies de analogia: 
Legal ou legis: o caso é regido por norma reguladora de hipótese semelhante.
Jurídica ou juris: a hipótese é regulada por princípios extraídos do ordenamento jurídico em seu conjunto;
In bonan partem: a analogia é empregada em benefício do agente;
In malan partem:a analogia é empregada em prejuízo do agente.
Analogia de norma penal incriminadora: fere o princípio da reserva legal, destacando um fato não definido como crime como tal.
 
Vigência e revogação da lei 
Em regra, a lei é feita para vigir por tempo indeterminado.
Vacatio legis: período decorrente entre a publicação e a data em que começa a sua vigência:
45 dias - quando a própria lei não diz diferente;
03 meses - aplicação nos Estados estrangeiros, quando esta é admitida.
Revogação, encerra a vigência da lei:
Parcial: derrogação;
Total: ab-rogação;
Expressa: quando declarada na lei revogadora;
Tácita: a lei posterior regulamenta a matéria disciplinada pela antiga.
Auto-revogação: 
cessa a situação de emergência na lei excepcional;
se esgota o prazo na lei temporária.
PRINCÍPIOS DA LEI PENAL
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: (contendo reserva legal e anterioridade) – artigo 1º. do CP. Não há crime sem lei anterior que o defina - Não há pena sem prévia cominação legal. (“Nullum crimem, nulla poena sinepraevia lege” - Feüerbach). (Constituição Federal artigo 5º. XXXIX)
Trata-se de garantia constitucional fundamental , garantidora da liberdade.
Assim só é possível a existência de crime quando existir uma perfeita correspondência entre o ato praticado e a previsão legal, e que esta seja anterior aquela.
Inclui-se nesse princípio: 
o princípio da RESERVA DA LEI: só a lei pode definir crimes e cominar penalidades, nenhuma outra fonte inferior a lei pode gerar uma norma penal. Medidas provisórias (CF, art. 62): Não pode definir crimes e impor penas.
o princípio da anterioridade da lei penal, relativo ao crime e à pena. Somente se aplicará pena que esteja prevista anteriormente na lei como aplicável ao autor do crime. 
O princípio da TAXATIVIDADE: O conjunto de normas incriminadoras é taxativo. O fato é típico ou atípico. O elenco não admite ampliações. Assim fica impossibilitado o emprego da analogia. Para tanto a lei deve especificar ao máximo o fato típico, evitando generalizações.
O princípio da IRRETROATIVIDADE DAS NORMAS INCRIMINADORAS: Decorre do princípio da anterioridade. A lei incriminadora não pode retroagir para alcançar um fato cometido antes de sua vigência.
MEDIDAS DE SEGURANÇA E PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: O princípio da legalidade também vige em relação às medidas de segurança. O magistrado não as pode aplicar sem que se encontrem determinadas pelas leis.
OUTROS PRINCÍPIOS DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL:
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE (PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA): É conseqüência dos princípios da reserva legal e da intervenção necessária (mínima). O direito penal não protege todos os bens jurídicos de violações: só os mais importantes. 
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE (LESIVIDADE): O direito penal só deve ser aplicado quando a conduta lesiona um bem jurídico, não sendo suficiente que seja imoral ou pecaminosa. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA; Ligado aos chamados "crimes de bagatela" ou “delitos de lesão mínima", recomenda que o direito penal, pela adequação típica, somente intervenha nos casos de lesão jurídica de certa gravidade. Tória da ação socialmente adequada, onde deve se considerar que as ações humanas que não produzem dano socialmente relevante e mostrem-se adequadas a vida social em um determinado tempo, não podem ser consideradas crime
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE: Nullum crimen sine culpa. A pena só pode ser imposta a quem, agindo com dolo ou culpa, e merecendo juízo de reprovação, cometeu um fato típico e antijurídico. 
PRINCÍPIO DE HUMANIDADE: O réu deve ser tratado como pessoa humana. 
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE DA PENA: Chamado também princípio da proibição de excesso, determina que a pena não pode ser superior ao grau de responsabilidade pela prática do fato..
PRINCÍPIO DO ESTADO DE INOCÊNCIA: Geralmente denominado "princípio da presunção de inocência", está previsto em nossa CF: "Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".
PRINCÍPIO DE IGUALDADE: Todos são iguais perante a lei penal (CF, art. 1º, caput), não podendo o delinqüente ser discriminado em razão de cor, sexo, religião, raça, procedência, etnia etc.
PRINCÍPIO DO "NE BIS IN IDEM": Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. Possui duplo significado: 
penal material: ninguém pode sofrer duas penas em face do mesmo crime; 
processual: ninguém pode ser processado e julgado duas vezes pelo mesmo fato.
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal - cabe ao judiciário impor a pena - “nulla poena sine juditio”. 
A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito.
em processo judicial ou administrativo, são assegurados o contraditórios e a ampla defesa, com os meios e os recursos a ela inerente.
ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente., salvo nos casos de transgressão militar, ou crimes próprios militares.
a lei só poderá ser aplicada pelo juiz com jurisdição - “nemo judex sine lege”. 
não haverá juízo ou tribunal de exceção - juiz natural -.
LEI PENAL NO TEMPO
“Tempus regit actum” - a lei rege em geral, os fatos praticados durante a sua vigência.
Há uma regra que domina o conflito de leis penais no tempo, é a da irretroatividade da lei penal, sem a qual não haveria nem segurança nem liberdade na sociedade, uma vez que se poderiam punir fatos lícitos após sua realização, com a abolição do postulado consagrado no art. 2º do Código Penal. 
O princípio da irretroatividade vige, entretanto, somente em relação à lei mais severa. Admite-se, no direito transitório, a aplicação retroativa da lei mais benigna (lex mitior). Constituição Federal artigo 5° XL.
Temos, assim, dois princípios que regem os conflitos de direito intertemporal: 
 regra: a irretroatividade da lei; 
exceção : retroatividade da lei mais benigna. 
Esses dois princípios podem reduzir-se a um: o da retroatividade da lei mais benigna. Por expressa disposição legal, é possível: 
Retroatividade: aplicação da norma a fatos ocorridos anteriormente à sua vigência.
Ultratividade:: É a possibilidade deaplicação de uma lei não obstante cessada a sua vigência, desde que mais benéfica em face de outra, posterior.
CONCEITO DE LEI POSTERIOR: Subentende-se a que foi promulgada em último lugar. Determina-se a anterioridade e a posterioridade pela data da publicação e não pela da entrada em vigor.
A lei processual penal, entretanto, não se submete a esse critério, conforme o artigo 2° do CPP.
Conflito de leis penais
Quando surgem novos preceitos, após a prática de fato delituoso. 
Solução legal das hipóteses de conflito de leis penais no tempo
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA: Torna típico fato anteriormente não incriminado. Essa lei penal é irretroativa. Sujeito que realiza o fato durante a "vacatio legis": Não pratica crime, uma vez que a lei penal adquire obrigatoriedade quando entra em vigor.
ABOLITIO CRIMINIS: Pode ocorrer que uma lei posterior deixe de considerar como infração um fato que era anteriormente punido. Estamos em face de exceção ao princípio tempus regit actum: a lei nova retroage; a antiga não possui ultra-atividade. Retroatividade da lei mais benigna , alcança fatos definitivamente julgados, ou seja a execução da sentença condenatória e todos os efeitos penais dessa decisão.Permanece os reflexos civis , indenizar o dano, o fato já não é mais crime, mas um ilícito civil que obriga a reparação do dano - tem efeitos civis e processuais civis. A obrigação civil de reparação do dano causado pelo delito constitui efeito secundário da condenação (CP, art. 91, I). A lei nova descriminante não exclui essa obrigação. Diz o art. 2º que em virtude dela cessam "os efeitos penais da sentença condenatória", perdurando os de natureza civil.
IMPORTÂNCIA PRÁTICA: 
a persecutio criminis ainda não foi movimentada: o inquérito policial ou o processo não pode ser iniciado; 
o processo está em andamento: deve ser "trancado" mediante decretação da extinção da punibilidade; 
já existe sentença condenatória com trânsito em julgado: a pretensão executória não pode ser efetivada (a pena não pode ser executada); 
o condenado está cumprindo a pena: decretada a extinção da punibilidade, deve ser solto. 
Ocorrendo a abolitio criminis, a condenação é declarada inexistente e o nome do condenado é riscado do rol dos culpados: o comportamento, como conduta punível, deixa de figurar em sua vida pregressa. 
 
Novatio legis in pejus: É a lei mais severa que a anterior, vige nos caso o princípio da irretroatividade da lei penal. São leis que cominam pena mais grave em qualidade - reclusão em vez de detenção - em quantidade - de dois a oito em vez de um a quatro - acrescentem qualificadoras ou agravantes - eliminam atenuantes - causas de extinção da punibilidade - etc...
Novatio legis in melius: a nova lei é mais favorável que a anterior, aplicando-se a fatos anteriores (retroagirá) , ainda que decididos por sentença condenatória transitado em julgado. Pode acrescentar atenuantes, eliminar agravantes, novos casos de extinção de punibilidade, etc.. Se a lei nova, sem excluir a incriminação, é mais favorável ao sujeito, retroage. Aplica-se o princípio da retroatividade da lei mais benigna. 
Competente para aplicá-la é se estiver em primeira instância o juiz de primeiro grau, se em segunda instância o Tribunal incumbido do recurso. Após sentença condenatória caberá ao juízo da execução Súmula 611 so STF.
LEI INTERMEDIÁRIA : Pode acontecer que o sujeito pratique o fato sob o império de uma lei, surgindo, depois, sucessivamente, duas outras, regulando o mesmo comportamento, sendo a intermediária a mais benigna. Analisando os efeitos das três leis, veremos que a primeira é ab-rogada pela intermédia e, sendo mais severa, não tem ultra-atividade; a intermediária, mais favorável que as outras duas, retroage em relação à primeira e possui ultra-atividade em face da terceira; esta, mais severa, não retroage.
LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS:
Leis Temporárias: vigência previamente fixada pelo legislador; em casos de calamidade pública, guerras, revoluções, cataclismos, epidemias etc.
Leis Excepcionais: as que vigem durante situações de emergência; São as que possuem vigência previamente fixada pelo legislador. Este determina que a lei terá vigência até certa data.
Essas espécies de lei, têm ultratividade, ou seja, aplicam-se a fatos cometidos no seu império, mesmo depois de revogadas, pelo decurso de tempo ou cessadas as causas emergenciais. A razão é evidente. Se o criminoso soubesse antecipadamente que estivessem destinadas a desaparecer após um determinado tempo, perdendo a sua eficácia, lançaria mão de todos os meios para iludir a sanção, principalmente quando iminente o término de sua vigência pelo decurso de seu período de duração ou de suas circunstâncias determinadoras. 
CONCLUINDO:
Lei penal - mais benigna - tem extratividade : é retroativa - é ultrativa.
Lei penal - mais grave - não tem extratividade : não é retroativa - não é ultrativa.
Havendo dúvida sobre qual a lei mais benéfica, considerar-se-á mais favorável aquela que restringe o jus puniendi, ampliando os direitos de liberdade .
Durante o vacatio legis a lex mitior não pode ser aplicada de imediato e nem retroativamente, devendo sê-la somente quando de sua entrada em vigor.
TEMPO DE CRIME
Conceito: Tempo do crime é o momento em que ele se considera cometido.
CP. Artigo 4°.
Teorias sobre ao tempo do crime
necessário saber-se o tempo de crime ou seja a ocasião em que foi praticado o delito - para a aplicação da lei penal o seu autor. Teorias: 
Teoria da Atividade: tempo do crime o momento da conduta - ação ou omissão - pouco importa a consumação.
Teoria do Resultado (ou efeito): tempo de crime é o momento da sua consumação, não levando em conta a ocasião em que o agente praticou a ação. 
Teoria Mista: considera o tempo de crime tanto o momento da conduta como o resultado.
Nosso legislador adotou a Teoria da Atividade, que evita a incongruência de o fato se considerado como crime em decorrência da lei vigente na época do resultado quando não o era no momento da ação ou omissão. Quanto ao termo inicial da prescrição - não se aplica a teoria da atividade mas sim do resultado.
Crime Permanente: Nele, em que o momento consumativo se alonga no tempo sob a dependência da vontade do sujeito ativo, se iniciado sob a eficácia de uma lei e prolongado sob outra, aplica-se esta, mesmo que mais severa. Crime habitual: Dá-se a mesma solução.
Crime continuado: Podem ocorrer três hipóteses: 
o agente praticou a série de crimes sob o império de duas leis, sendo mais grave a posterior: aplica-se a lei nova, tendo em vista que o delinqüente já estava advertido da maior gravidade da sanctio juris, caso "continuasse" a conduta delituosa; 
se cuida de novatio legis incriminadora, constituem indiferente penal os fatos praticados antes de sua entrada em vigor. O agente responde pelos fatos cometidos sob a sua vigência a título de crime continuado, se presentes os seus requisitos; 
se trata de novatio legis supressiva de incriminação, a lei nova retroage, alcançando os fatos ocorridos antes de sua vigência. Quanto aos fatores posteriores, de aplicar-se o princípio de reserva legal.
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
Ocorre quando duas ou mais normas aparentemente parecem aplicáveis ao mesmo fato.
Elementos configurativos do conflito:
Uma só infração penal – unidade de fatos;
Duas ou mais normas pretende regulá-lo – pluralidade de normas;
Aparente aplicação de todas as normas à espécie;
Efetiva aplicação de apenas uma delas.
A solução se dá pela aplicação de alguns princípios, que são:
Da especialidade – lex specialis derogat generalis : especial é a norma que possui todos os elementos gerais e mais alguns denominados de especializantes que trazem um minus ou um plus de severidade. A lei especial prevalece sobre a geral a qual deixa de incidir sobre aquela hipótese. Ex.: o art. 123 do CP,trata de infanticídio que prevalece sobre o artigo 121 homicídio , pois além de ter os elementos genéricos deste possui elementos especializantes (próprio filho, durante o parto ou logo após, etc..).
Da subsidiariedade – lex primaria derogat subsidiariae: subsidiária é aquela norma que descreve em grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos grave, o qual embora definido como delito autônomo, encontra-se também compreendido em outro tipo como fase normal de execução de crime mais grave. A norma primária prevalece sobre a subsidiária.Exemplo o agente efetua disparos com arma de fogo sem atingir a vítima , aparentemente três normas são aplicáveis o artigo 132 do CP, o artigo 10 § 1° , III da Lei 9437/97 e o art. 121 c/c o art 14, II do CP. O tipo definidor da tentativa de homicídio descreve um fato mais amplo e mais grave do qual cabemos dois primeiros.
Espécies: 
Expressa ou explícita: própria norma reconhece expressamente seu caráter subsidiário, admitindo incidir somente se não ficar caracterizado fato de maior gravidade. Exemplo artigo 132 do CP, “se o fato não constitui crime mais grave” 
Tácita ou implícita: norma nada diz , mas diante do caso concreto verifica-se sua subsidiariedade.
Da consunção – lex consumens derogat consumptae : ocorre quando um fato mais grave absorve outros fatos menos amplos e graves , que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento
Hipóteses em que se verifica a consunção:
Crime progressivo: ocorre quando o agente , objetivando produzir resultado mais grave pratica , por meio de atos sucessivos crescentes violações ao bem jurídico. Única conduta comandada por única vontade, através de diversos atos. O agente responde pelo ato mais grave, ficando absorvida as demais lesões anteriores ao bem jurídico.Tem quatro elementos caracterizadores: uma única vontade, um só crime, pluralidade de atos, progressividade da lesão.
Crime complexo: é o que resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos que passam a funcionar como elementos ou circunstância no tipo complexo. O fato complexo absorve os autônomos. Ex. latrocínio – fica o roubo e o homicídio absorvidos.
Progressão criminosa: pode ser de tre formas:
Progressão criminosa em sentido estrito: inicialmente o agente pretende produzir um resultado e após atingi-lo , decide prosseguir e reiniciar sua agressão produzindo uma lesão mais grave . O agente só responde pelo fato final, mais grave.
Fato anterior não punível: sempre que um fato anterior menos grave for praticado como meio necessário de outro mais grave, ficará por este absorvido.
Fato posterior não punível: após realizada a conduta o agente pratica novo ataque contra o mesmo bem jurídico, visando apenas tirar proveito da prática anterior.
Da alternatividade: quando uma norma descreve várias formas de realização da figura típica , em que a realização de uma ou de todas configura um único crime. Exemplo artigo 12 da Lei de Tóxicos. O que há aqui é um conflito interno da própria norma.
LEI PENAL NO ESPAÇO 
TERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA
CP. Art. 5°
Princípio da territorialidade: a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a editou, pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo.
Princípio da territorialidade absoluta: só a lei penal brasileira é aplicável aos crimes cometidos no território nacional.
Princípio da territorialidade temperada: a lei penal brasileira, aplica-se em regra ao crime cometido no território nacional. Excepcionalmente a lei estrangeira é aplicável a delitos cometidos total ou parcialmente em território nacional , quando assim determinarem tratados ou convenções internacionais.
Adotou-se o princípio da territorialidade temperada
TERRITÓRIO: Sob o prisma material, recebe o nome de natural ou geográfico, compreendendo o espaço delimitado por fronteiras. Território jurídico abrange todo o espaço em que o Estado exerce a sua soberania. 
Componentes do território:
Solo ocupado pela corporação política;
Rios, lagos, mares interiores, golfos, baías e portos; 
Mar Territorial: faixa de mar exterior ao longo da costa estende-se por 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro. Aqui o Brasil exerce sua soberania plena, excepcionada apenas pelo chamado “direito de passagem inocente” que sujeita aos navios mercantes e militares de qualquer Estado a passagem livre, embora sujeitos ao poder de polícia do estado costeiro; 
Zona contígua: faixa que se estende das 12 ás 14 milhas , na qual o Brasil poderá tomar medidas de fiscalização, a fim de reprimir infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros , fiscais de imigração ou sanitários no seu território ou mar territorial. Não se compreende no território nacional.
Zona econômica exclusiva: compreende uma faixa que se estende das 12 milhas às 200 milhas marítimas , contadas a partir da linha de base que servem para medir a largura do mar territorial , onde o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos etc.Para efeito de aplicação da lei penal brasileira, não é considerado território nacional para o fim de aplicação de nossa legislação
Espaço Aéreo: a camada atmosférica que cobre o território nacional e considerada parte deste;
Espaço cósmico: este pode ser explorado e utilizado livremente por todos os estados em condições de igualdade e sem discriminação, não sendo objeto de apropriação nacional por proclamação de soberania, por uso ou ocupação nem por qualquer outro meio.
Navios e aeronaves: 
Privados: Alto mar: lei da bandeira que ostentam; No mar territorial ou no porto: lei do local. 
Públicos: faz parte do território da nação da bandeira, ainda que em porto ou mar territorial estrangeiro.
LEI PENAL EM RELAÇÃO A PESSOAS QUE EXERCEM DETERMINADAS FUNÇÕES PÚBLICAS
 A Lei penal fixa o princípio da obrigatoriedade da lei penal a todos os cidadãos que se encontram em nosso território. Tal princípio não se aplica, porém, em determinados casos em face das funções públicas exercidas por certas pessoas. 
Esses privilégios não são concedidos em relação as pessoas, mas sim à função que elas exercem. Privilégios que subtraem à eficácia jurisdicional criminal do Estado, ou as que sujeitam a regras particulares nas ações penais. 
Não se trata de exceções ao princípio da igualdade, pois os privilégios não são pessoais, mas sim, funcionais. Não se tem em vista a pessoa, mas, sim, a função.
IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS : 
O diplomata é dotado de inviolabilidade pessoal, pois não pode ser preso nem submetido a qualquer procedimento ou processo sem autorização de seu país.
Embora as sedes diplomáticas não possam ser mais consideradas extensão do território do país em que se encontram, são dotadas de inviolabilidade como garantia dos representantes estrangeiros, não podendo ser objeto de buscas, requisições embargo ou medida de execução. Contudo, não haverá inviolabilidade se um crime for ali cometido por pessoa estranha à legação.
Assim , os representantes diplomáticos de governo estrangeiro gozam de imunidade penal, não sendo aplicável a eles a lei penal Brasileira em razão de infrações penais aqui cometidas.
São abrangidos pela imunidade diplomática:
Agentes diplomáticos (embaixador, secretário de embaixada, pessoal técnico e administrativo das representações);
Componentes da família do agente diplomático;
Funcionários das organizações internacionais, quando em serviço (ONU, OEA, etc..);
Chefe de Estado Estrangeiro que visita o país, inclusive os membros de sua comitiva.
Os empregados particulares dos agentes diplomáticos não gozam de imunidade, ainda que sejam da mesma nacionalidade deles.
IMUNIDADES PARLAMENTARES: Pode ser a imunidade parlamentar:
Material (absoluta) oupenal : deputados e senadores são invioláveis civil e penalmente em quaisquer de suas manifestações proferidas (escrita ou falada) no desempenho de suas funções dentro ou fora da Casa respectiva. Ampliada encontra-se tal imunidade para além de penal também civil, assim, o parlamentar não pode ser processado por perdas e danos materiais e morais , em virtude de suas opiniões palavras e votos no exercício das suas funções.
O suplente não goza destas prerrogativas.
A imunidade é irrenunciável, mas não alcança o parlamentar que se licencia para ocupar outro cargo na Administração Pública, embora lhe fique preservado o foro por prerrogativa de função, cancelada está, assim, a Súmula 4 do STF.
Formal (relativo) ou processual : anterior a EC n° 35/2001 a imunidade processual exigia prévia licença da casa para processar o parlamentar. Agora recebida denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação o STF dará ciência a casa respectiva, que por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá até a final decisão, sustar o andamento da ação. Desta forma o controle legislativo deixou de ser prévio, que só vigora para o Presidente da República e ao Governador. Quanto aos Prefeitos não há de se falar em imunidade processual ou penal, somente em foro por prerrogativa de função perante os TJs. 
Os crimes cometidos antes da diplomação , terá seu curso normal não podendo serem sustados.
A imunidade parlamente não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa. Súmula 245 do STF.
Imunidade prisional: Em crimes afiançáveis jamais os parlamentares poderão ser presos, já nos crimes inafiançáveis somente é admissível a prisão em flagrante. Nenhuma outra modalidade de prisão cautelar ou mesmo de prisão civil tem incidência.
Foro especial e prerrogativa de função: deputados e senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento no STF. Alcança inclusive os crimes anteriores e o do momento da diplomação.
Somente as causa penais gozam desta prerrogativa de função.
Não se estende aos crimes cometidos após a cessação definitiva do exercício funcional.
Imunidade para servir como testemunha: os deputados e senadores não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram ou deles receberam informações.
Quanto aos diplomatas só encontra-se obrigado a depor sobre fatos relacionados com o exercício de suas funções.
Imunidades parlamentares e estado de sítio: as imunidades de deputados e senadores subsistirão durante o estado de sítio , só podendo ser suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
IMUNIDADE JUDICIÁRIA: trata-se da imunidade do advogado nos atos do exercício de sua profissão.Não atinge a calúnia, somente a injúria e a difamação, quando irrogadas em juízo. Não abrange a ofensa dirigida ao juiz da causa, limita-se as partes litigantes 
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA
CP. Art 7°
O princípio da extraterritorialidade consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos fora do Brasil.
FORMAS DA EXTRATERRITORIALIDADE: 
incondicionada; É prevista nas hipóteses do inc. I do art. 7º, quais sejam, as de crimes cometidos no estrangeiro contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação estatuída pelo Poder Público; contra a Administração Pública, por quem está a seu serviço; e de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Diz-se incondicionada a extraterritorialidade excepcional da lei penal brasileira, nesses casos, porque a sua aplicação não se subordina a qualquer requisito. 
condicionada. Ocorre nos seguintes casos: 
crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (art. 7º, II, a).
crimes praticados por brasileiro no estrangeiro (al. b);.
delitos praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados .
crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, § 3º). Diz-se condicionada porque a aplicação da lei penal brasileira se subordina à ocorrência de certos requisitos (als. dos §§ 2º e 3º). 
Nos quatro casos, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
entrar o sujeito no território nacional. 
ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;.
não ter sido o sujeito absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
não ter sido o sujeito perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável (art. 7º, § 2º). 
No quarto caso (crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil), além desses requisitos, só se aplica a lei brasileira se: 
não foi pedida ou foi negada a extradição (§ 3º, a); 
houve requisição do Ministro da Justiça (al. b). 
PRINCÍPIOS PARA APLICAÇÃO DA EXTRATERRITORIALIDADE:
Da Nacionalidade: aplica-se a lei do país do agente, pouco importando o local onde o crime foi cometido. Embora praticado no exterior por Brasileiro, lei Brasileira. Pode subdividir-se em:
Nacionalidade ativa ou personalidade ativa : do autor do delito, sem cogitar-se a vítima. 
Nacionalidade passiva ou personalidade passiva, exige para sua aplicação que sejam nacionais o autor e o objeto ofendido.
Da Proteção, DA DEFESA ou real: aplica-se a lei do país do bem jurídico ofendido, sem contar-se com o local onde foi praticado o crime ou a nacionalidade do agente. Aplica-se a lei brasileira, em crime cometido no exterior, contra a vida e liberdade do Presidente da República e o patrimônio público Brasileiro. Genocídio praticado por brasileiro, ou pessoa aqui residente.
Da JUSTIÇA (Competência) Universal: o criminoso deve ser julgado e punido onde for detido e segundo as leis desse país, não se levando em conta o lugar do crime, do agente ou bem jurídico lesado. Crimes que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir. 
Da Representação: aplicação do país, quando por deficiência legislativa ou interesse de outro que deveria reprimir o crime ,não o faz. Praticada em aeronaves ou embarcações Brasileira (mercante ou privada) e no exterior não julgada.
Geralmente as nações adotam legislação baseadas e um dos princípios e depois complementam com os demais.
PRINCÍPIOS ADOTADOS PELO CÓDIGO PENAL: São eles: 
da territorialidade: art. 5º (regra); 
real ou de proteção: art. 7º, I e § 3º; 
da justiça universal: art. 7º, II, a; 
da nacionalidade ativa: art. 7º, II, b;
da representação: art. 7º, II, c (exceções).
EXTRADIÇÃO: é o instrumento jurídico pelo qual um país envia uma pessoa que se encontra em seu território a outro Estado soberano, a fim de que neste seja julgada ou receba imposição de pena já aplicada.
Princípio da não-extradição de nacionais: nenhum brasileiro será extraditado, salvo naturalizado, em caso de crime comum praticado antes da naturalização ou de comprovado tráfico ilícito de entorpecentes.
Princípio da exclusão de crimes não-comuns: estrangeiros não podem ser extraditados por crime político ou de opinião;
Princípio de prevalência dos tratados: na colisão entre a lei reguladora da extradição e o respectivo tratado, este prevalece.
Princípio da legalidade: somente cabe extradição nas expressas hipóteses elencadas no texto lega regulador do instituto e apenas em relação aos delitos especificamente apontados naquela lei.
Princípio da dupla tipicidade: devehaver semelhança ou simetria entre os tipos penais da legislação brasileira e do Estado solicitante.
Princípio da preferência da competência nacional: havendo conflito entre a justiça brasileira e a estrangeira, prevalecerá a competência nacional.
Princípio da limitação em razão da pena: não se concederá extradição para os países onde a pena de morte e a prisão perpétua são previstas a menos que sejam dadas garantias de que não serão aplicadas.
Princípio da detração: o tempo em que o extraditando permanece preso preventivamente no Brasil, a deve ser considerado na execução da pena no país requerente.
Jurisdição subsidiária: verifica-se a subsidiariedade da jurisdição nacional nas hipóteses do inciso II e do § 3° do artigo 7° do CP. Se condenado por crime no estrangeiro e sendo processado por esse juízo. Está sentença preponderará sobre a do juiz brasileiro. Caso o réu tenha sido considerado absolvido pelo juízo estrangeiro, aplicar-se-á a regra non bis in idem para impedir a persecutio criminis. Tendo sido condenado, e subtraiu-se a execução da pena , não lhe será possível invocar o non bis in idem, sendo julgado e se for o caso, condenado novamente pelos órgão nacionais – art 7° § 2°, “d” e “e”.
Jurisdição principal: hipóteses do artigo 5° e 7°, I do CP. Compete a jurisdição brasileira conhecer do crime cometido no território nacional ou por força dos princípios de competência real. Assim, a absolvição no estrangeiro não impedirá nova persecutio criminis, nem obstará o veredicto do juiz brasileiro. 
Atendendo a regra non bis in idem e non bis poena in idem, a pena cumprida no estrangeiro pelo mesmo crime, quando diversas atenua a pena imposta no Brasil, e quando idênticas é nela computada.
EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA
 
CP. Artigo 9°
Dada a característica de que o Direito penal e essencialmente territorial, a sentença emanada por um Estado estrangeiro não pode ter eficácia em outro Estado sem o consentimento deste, portanto, tal sentença necessita de homologação.
A competência para homologação de sentença estrangeira em nosso país é do STF.
A homologação não diz respeito ao conteúdo, mas somente a um exame formal e deliberatório da decisão, verifica-se apenas o preenchimento dos requisitos do artigo 788 do CPP.
Nem toda sentença estrangeira precisa ser homologada, somente aquelas que devam aqui serem executadas, não somente para execução da pena imposta, como também para obrigar a reparação do dano, a restituição e a outros efeitos civis decorrentes da condenação criminal.
Nestes últimos casos (efeitos civis) é necessário o pedido da parte interessada não podendo o STF atuar ex officio.
 
Os efeitos secundários da execução (reincidência, proibição de sursis e livramento condiciona), não necessitam de homologação para vigorarem, vigoram de plano, somente deve ser homologada para fins de execução da pena.
LUGAR DO CRIME
CP. Artigo 6°
Conceito de lugar do crime: A determinação do lugar em que o crime se considera praticado (locus commissi delicti) é decisiva no tocante à competência penal internacional. Surge o problema quando o iter se desenrola em lugares diferentes. 
TEORIAS: Para a solução do problema têm sido preconizadas três teorias principais: 
da atividade; ou da ação, é considerado lugar do crime aquele em que o agente desenvolveu a atividade criminosa, i. e., onde praticou os atos executórios.
do resultado; do efeito ou do evento, locus delicti é o lugar da produção do resultado
da ubiqüidade. Nos termos da teoria da ubiqüidade, mista ou da unidade, lugar do crime é aquele em que se realizou qualquer dos momentos do iter, seja da prática dos atos executórios, seja da consumação. O nosso Código adotou a teoria da ubiqüidade.
IMPORTÂNCIA PRÁTICA: Quando o crime tem início em território estrangeiro e se consuma no Brasil, é considerado praticado no Brasil. Nestes termos, aplica-se a lei penal brasileira ao fato de alguém,. Do mesmo modo, tem eficácia a lei penal nacional quando os atos executórios do crime são praticados em nosso território e o resultado se produz em país estrangeiro. 
Basta que uma porção da conduta criminosa tenha ocorrido em nosso território para ser aplicada nossa lei. TENTATIVA: O dispositivo disciplina, inclusive, a hipótese da tentativa. 
CRIMES A DISTÂNCIA: Os crimes podem ser de espaço mínimo ou de espaço máximo, segundo se realizem ou não, no mesmo lugar, os atos executórios e o resultado. Na hipótese negativa, fala-se em crimes a distância. Assim, por exemplo, um crime executado na Argentina e consumado no Brasil. Sendo o crime um todo indivisível, basta que uma de suas características se tenha realizado em território nacional para a solução do problema dos crimes a distância. 
CONTAGEM DE PRAZO CONFORME O CÓDIGO PENAL
CP artigo 10
O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo, não interessa o horário em que começou ser cumprida. Não importando, também, se o prazo começou em um sábado, domingo ou feriado.
 Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum, irrelevante meses de 30 ou 31 dias ou anos bissextos.
Termo: é o instante determinado do tempo: fixa o momento da prática de um ato, designando , também, a ocasião de início de prazo.
O prazo se desenvolve entre dois termos: 
Termo inicial – (termo a quo, dies a quo);
Termo final – ( termo ad quem, dies ad quem).
Hipótese de o código penal e o código de processo penal tratarem do mesmo prazo
Se o fundamento da diversidade reside no tratamento mais favorável aos réus, quando os dois estatutos cuidam da mesma matéria é de aplicar-se o artigo 10 do CPP. 
a decadência é de natureza processual, devendo-se aplicar à contagem do prazo o art. 798, § 1º, do Código de Processo Penal.
DO CRIME
Crime - conceito material
Relevância jurídica coloca em destaque o seu conteúdo teleológico - razão determinante de constituir uma conduta humana - infração penal e sujeita a uma sanção. “Delito é a ação ou a omissão imputável a uma pessoa, lesiva ou perigosa a interesses penalmente protegidos, constituída de determinados elementos e eventualmente integrada por certas condições ou acompanhadas de determinadas circunstâncias previstas em lei.” Manzini.
O Conceito do ponto de vista material - visa os bens protegidos pela lei penal - nada mais é que a violação de um bem penalmente protegido.
Crime – conceito formal
O conceito de crime resulta da mera subsunção da conduta ao tipo legal, assim considera-se infração tudo aquilo que o legislador escreveu como tal.
Crime - conceito analítico
Crime é um fato típico e antijurídico. A culpabilidade é pressuposto da pena.
Crime e Contravenção: Não há diferença ontológica, o mesmo fato pode ser considerado crime ou contravenção pelo legislador - conforme a necessidade da prevenção social.
Caracteres do crime sob o aspecto ANALÍTICO
Para que haja crime - em primeiro lugar - Conduta Humana:
Positiva - ação;
Negativa - omissão;
Nem todo o comportamento do homem constitui delito - em face do princípio da reserva legal - só os descritos na pela lei são delitos. O Fato Típico não basta para que exista o crime - deve ser contrário ao direito - Antijurídico. Antijuridicidade: segundo requisito do crime - excluída, esta não há crime.
Fato típico, a antijuridicidade e a culpabilidade
Fato Típico: comportamento humano, positivo ou negativo, que provoca resultado previsto na lei como infração penal.
Elementos do Fato Típico:
Conduta humana dolosa ou culposa;
resultado - salvo nos crimes de mera conduta;
nexo de causalidade entre a conduta e o resultado - salvo nos crimes de mera conduta e formais;
enquadramento do fato material - conduta, resultado e nexo - a uma norma penal incriminadora;
Antijuridicidade: relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico - a conduta descrita em norma penal incriminadora será ilícita ou antijurídica quando nãofor expressamente declarada lícita. é Antijurídico quando não declarado lícito por causas de Exclusão de Antijuridicidade.
Culpabilidade: reprovação da ordem jurídica - em face de estar ligado o homem a um Fato Típico e Antijurídico - não é requisito do crime, é condição de Imposição da Pena.
PUNIBILIDADE:
Doutrina prevalecente entende que a Punibilidade não é requisito do Crime, mas sua conseqüência jurídica.Punibilidade: aplicabilidade da sanção, possibilidade jurídica de ser imposta - efeito jurídico do comportamento Típico e Antijurídico, sendo culpado o sujeito.
Requisitos, elementares e circunstâncias do crime:
Circunstâncias: determinados dados, agregados à figura Típica fundamental, tendo a função de aumentar ou diminuir as suas conseqüências jurídicas - em regra a pena. Circunstância: agrava ou atenua a sua gravidade objetiva, aumentando ou atenuando a pena.
Elemento: serve para distinguir o crime de um comportamento lícito ou de outro direito
A ausência de um Elemento ou Elementar faz com que o fato não possa ser considerado como crime, a falta de uma Circunstância não influi sobre a sua existência.
A ausência de Elementar produz dois efeitos:
Atipicidade Absoluta: sujeito não responde por nenhuma infração;
Atipicidade Relativa: não subsiste o crime que se cuida, opera-se a desclassificação. 
Pressuposto do crime:
Pressupostos do Crime: Circunstâncias Jurídicas anteriores à execução do fato, positiva ou negativa, a cuja existência ou inexistência é condicionada a configuração do título delitivo de que se trata. Falta desses antecedentes opera a transladação do fato para outra figura delitiva. Ex.: a qualidade de funcionário público é pressuposto do crime de peculato e a ausência de tal elemento faz com que o fato seja compreendido sob o título da apropriação indébita. 
CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE : Pertence a punibilidade e não ao crime.
DOS SUJEITOS DO CRIME, CAPACIDADE PENAL E OBJETO DO CRIME
SUJEITO ATIVO DO CRIME: quem pratica o fato descrito na norma penal incriminadora – qualquer pessoa , inclusive a jurídica (crimes ambientais), nesse caso o dolo ou culpa é dos dirigentes – sanção: multa, restrição de direito, prestação de serviços.
CAPACIDADE PENAL: conjunto de condições exigidas para que um sujeito possa tornar-se titular de direito ou obrigações no campo do Direito Privado. Distingue-se:
Capacidade Penal: momento anterior ao crime.
Imputabilidade : momento contemporâneo ao delito.
CAPACIDADE PENAL DAS PESSOAS JURÍDICAS: há várias teorias que explicam a possibilidade ou não de ser a pessoa jurídica penalmente responsabilizada.pg 131
CAPACIDADE ESPECIAL DO SUJEITO ATIVO: Há crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa imputável. Outros recebem determinada posição jurídica ou de fato do agente para sua configuração, especial capacidade penal.
A par dos crimes próprios há os de mão própria ou de atuação pessoal. Somente pode ser praticados pelo autor em pessoa. Ex.: crime de falso testemunho, ninguém pode mandar outrem praticar falso testemunho em seu lugar. Nos crimes próprios, o sujeito ativo pode determinar a outrem sua execução (autor), embora possam ser cometidos apenas por um número limitados de pessoas - nos crimes de mão própria ninguém, os comete por intermédio de outrem.
SUJEITO PASSIVO DO CRIME: Titular do interesse cuja ofensa constitui a essência do crime - para que seja encontrado é preciso indagar qual o interesse tutelado pela lei penal incriminadora.
QUESTÃO DO INCAPAZ E DA PESSOA JURÍDICA: 
Todo homem - criatura viva - sujeito passivo material do crime. É indubitável que podem ser sujeitos passivos - incapaz e o recém nascido.
Quanto a pessoa jurídica pode ser sujeito passivo material do delito, desde que a descrição do tipo não pressuponha uma pessoa física - dissentem os autores quanto a possibilidade de ser sujeito passivo de crimes contra a honra. Crimes contra hora - dignidade própria - sentimento - pessoa jurídica - entidade abstrata.
Animais e coisas inanimadas - não são sujeitos passivos do delito - mas objeto material do delito - sujeitos passivos seus proprietários.
PESSOA PODE SER AO MESMO TEMPO SUJEITO ATIVO E PASSIVO: O homem não pode cometer crime contra si mesmo, portanto pode ser sujeito passivo e ao mesmo tempo sujeito ativo de algum crime, cometido por sua conduta.
OBJETO DO DELITO: É aquilo contra que se dirige a conduta humana que o constitui - para ser determinado é necessário que se verifique o que o comportamento humano visa.
TÍTULO DO DELITO, CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS
TÍTULO DO DELITO: É a denominação jurídica do crime - pressupõe todos os seus elementos - indicação marginal da figura típica fundamental. Ex.: Art 121 - “nomem juris” - homicídio simples.
Classificação das infrações penais
FRANCESA: tripartida: crime, delito e contravenções.
BRASIL: bipartida : crime e contravenção.
Crime descritos no Código penal e leis extravagantes; Contravenções: Leis das Contravenções Penais e Leis Especiais.
Qualificação legal e doutrinária dos crimes
Qualificação: nome dado ao fato ou infração pela doutrina ou lei. Há a qualificação legal e a qualificação doutrinária. A primeira refere-se ao fato ou a infração
Qualificação Legal: refere-se ao fato ou a infração é o nomem juris da infração. Ex.: lesão corporal, porte de arma.
Qualificação da infração é o nome que recebe a modalidade a que pertence o fato - crime ou contravenção.
Qualificação doutrinária
Crimes Comuns: Descritos no Direito Penal comum;
Crimes Especiais: Descritos no Direito Penal Especial.
Crimes Comuns: praticados por qualquer pessoa;
Crimes Próprios: só cometidos por uma categoria de pessoas, pressupõe no agente particular condição ou qualidade pessoal.
Crimes de Mão Própria ou de Atuação Pessoal: só podem ser cometidos pelo sujeito em pessoa. Os estranhos, podem intervir como partícipes mas não como autores.
Crimes de Dano: são os que se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico.
Crimes de Perigo: se consumam tão-só com a possibilidade de dano. Perigo pode ser:
Perigo Presumido: considerado pela lei em face de determinado comportamento, positivo ou negativo, lei presume juris et de jure não precisa ser provado, resulta da própria ação ou omissão.
Perigo Concreto: é o que precisa ser provado;
Perigo Individual: expõe o risco de dano ao interesse de uma só pessoa ou número limitado de pessoas.
Perigo Comum (coletivo): expõe ao risco de dano interesses jurídicos de um número indeterminado de pessoas.
Perigo Iminente: é o que está ocorrendo.
Perigo Futuro: embora não existindo no presente pode advir em ocasião posterior.
Crimes Formais, Materiais e de Mera Conduta:
Crime de Mera Conduta: sem resultado naturalístico- o legislador só descreve o comportamento do agente. Ex.: violação de domicílio.
Crimes Formais: de evento naturalístico cortado ou consumação antecipada - menciona o comportamento e o resultado, ma não exige sua produção para consumação. Ex.: Crimes contra honra 
Crimes Materiais: de resultado - o tipo menciona a conduta e o evento, exigindo a sua produção para consumação. Ex.: aborto.
Crime Comissivo e Omissivo: Baseia-se no comportamento do sujeito.
Comissivo: são os praticados mediante ação - sujeito faz algo.
propriamente ditos
por omissão
Omissivo: mediante inação - sujeito deixa de fazê-lo.
Próprios ou de pura omissão: perfazem com a simples abstenção da realização de um ato independentemente de um resultado posterior - resultado é imputado ao sujeito pela simples omissão normativa - Ex.: omissão de socorro.
Impróprios ou comissivos por omissão: sujeito mediante uma omissão permite as produção de um resultado posterior, que os condiciona. - simples omissão não constitui crime - Ex.: mãe que deixa de alimentar o filho causando-lhe a morte.
De conduta mista:omissivos próprios que possuem fase inicial positiva há uma ação inicial e uma omissão final. Ex.: apropriação indébita de coisa alheia.
Crime Instantâneo e Permanente
Crime Instantâneo: se completam em um só momento. Consumação se dá num determinado instante, sem continuidade temporal. Ex.: homicídio.
Crime Permanente: causam situação danosa ou perigosa que se prolonga no tempo. O momento consumativo se prolonga no tempo. Ex.: seqüestro, cárcere privado.
Caracteriza-se pela circunstância de a consumação pode cessar por vontade do agente - até quando este queira.
Crime permanente - duas fases - realização do fato descrito pela lei - comissivo - manutenção do estado danoso - omissivo.
Crime Permanente - bens jurídicos - materiais e imateriais.
Crime Necessariamente Permanente: a continuidade do estado danoso ou perigoso é essencial para a sua configuração - Ex.: seqüestro.
Crime Eventualmente Permanente: o crime tipicamente instantâneo prolonga a sua consumação - Ex.: abuso de profissão.
Crime Instantâneo de Efeitos Permanentes: permanência dos efeitos não depende do agente, Crime instantâneo que se caracteriza pela índole duradoura de suas conseqüências.
Crime Continuado: quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, condições de tempo, lugar maneira de execução e outras semelhantes devem os subseqüentes serem havidos como continuação do primeiro. Não se trata de um tipo de crime, mas uma forma de concurso de delitos.
Crime Principal: existe independentemente de outro.
Crime acessório: sua existência pressupõe outro crime. Ex. Receptação, pressupõe o furto, este principal, aquele acessório.
Crime condicionado: tem a punibilidade condicionada a um fato exterior e posterior a consumação.
Crime Simples: tipo penal único. Ex.: homicídio
Crime Complexo: é a fusão de dois ou mais tipos penais; pode apresentar-se sob duas formas:
Lato: um crime, em todas ou alguma das hipóteses contempladas na norma incriminadora contém em si outro delito menos grave . Legislador acrescenta fatos a definição de um crime, que por si mesmo não constitui delito - o delito de maior gravidade absorve o de menor intensidade.
Estrito: reunião de dois ou mais tipos de penais. Apresenta-se sob duas formas:
dois ou mais delitos constituem outro, funcionando como elementares - o legislador reúne dois ou mais crimes e os transforma em elementos de outro - Ex.: extorsão mediante seqüestro, de que fazem parte a extorsão e o seqüestro.
um delito integra outro com circunstâncias qualificadoras. Um delito deixa de ser autônomo para funcionar como qualificadora do outro. - Ex.: Latrocínio - onde o homicídio intervém como qualificadora do roubo. 
Crime Putativo: Ocorre o delito putativo (imaginário ou erroneamente suposto) quando o agente considera erroneamente que a conduta realizada por ele constitui crime, sendo na verdade um fato atípico. - Não há crime -. Espécies:
Por erro de proibição: o agente supõe violar uma norma penal que não existe. Falta tipicidade à sua conduta, pois o fato não é considerado crime;
Por erro de tipo: o erro não recai sobre a norma, mas sobre os elementos do tipo, a norma realmente existe mas na sua conduta falta elementos. Ex.: uma mulher supondo estar grávida ingere substância abortiva.
Por obra de agente provocador (flagrante provocado, crime de ensaio): ocorre quando alguém de forma insidiosa provoca o agente a prática de um crime, ao mesmo tempo que toma providências para que ele não se consume.
Crime Progressivo: sujeito para alcançar um resultado mais grave passa por outro menos grave.
Crime de Flagrante Esperado: indivíduo sabe que vai ser vítima de um delito, avisa a polícia, que espera e apanha o autor no momento da prática ilícita. Difere do putativo - já que não há provocação. Se crime formal ou de perigo: este se integra em todos os elementos de sua definição legal. Se crime material ou de dano: haver apenas tentativa, pois o dano não se verificará devido a prévia vigilância.
Crime Impossível (quase crime ou tentativa inidônea): por ineficácia absoluta do meio, ou impropriedade do objeto é impossível consumar o crime.
Crime Consumado (perfeito): nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.
Crime Tentado (imperfeito): iniciada a consumação, não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente
Crime Falho: nome que se dá a tentativa perfeita ou acabada em que o sujeito faz tudo para consumar o crime, mas o resultado não ocorre por circunstâncias alheias à sua vontade.
Crime de Dupla Subjetividade Passiva: em razão do tipo tem dois sujeitos passivos. Ex.: violação de correspondência - sujeito passivo - remetente e destinatário.
Crime Unissubsistente: se realiza em um só ato - Não admite tentativa. Ex.: injúria verbal
Crime Plurissubsistente: se perfaz em vários atos, admite tentativa
A distinção entre, unissubsistente e plurissubsistente, não se faz em vista do crime abstrato, mas sim em face do caso concreto.
Crime Exaurido: causou todas as conseqüências danosas visadas pelo agente, depois de consumado atinge suas últimas conseqüências. Ex.: na concussão funcionário solicita vantagem indevida - só a solicitação consuma o crime, se recebe a vantagem exaure o crime.
Crime de Concurso Necessário: são os que exigem mais de um sujeito:
Coletivos, de convergência ou plurissubjetivos: são os que tem como elemento o concurso de várias pessoas para um fim único. Ex.: formação de quadrilha ou bando.
Bilaterais ou de Encontro: são os que exigem o concurso de duas pessoas, mesmo que uma não seja culpável. Ex.: bigamia, adultério.
Crimes unilaterais ou unissubjetivos (ou monossubjetivos): podem ser cometidos por uma só pessoa;
Crimes eventualmente coletivos: os qualificados pelo concurso de pessoas.
Crimes simples: é o descrito em sua forma fundamental. É a figura típica simples que contém os elementos específicos do delito.
Crimes Privilegiados: após a definição do tipo básico, o legislador acrescenta circunstâncias de caráter subjetivo, com função específica de diminuir a pena.
Crime Qualificado: depois de descrever a figura típica fundamental o legislador agrega circunstâncias que aumentam a pena.
Crime Qualificado pelo resultado: após descrição típica simples, o legislador acrescenta um resultado que aumenta a sanção abstratamente imposta no preceito secundário. Resultado ocorre da força maior ou caso fortuito - não será imputável ao agente.
Crime Qualificado pelo resultado: são quase todos os preterintencionais ou preterdolosos o delito-base é punido a título de dolo e o resultado qualificador a título de culpa - Dolo no antecedente e culpa no conseqüente - se o delito base é culposo - não se pode falar em crime preterintencional - delito base e o resultado - são punidos à título de culpa , o mesmo se o resultado qualificador for punido a título de dolo.
Crime Qualificado diferente de Qualificado pelo Resultado: no primeiro o legislador insere no tipo determinadas circunstâncias,, que não obstante agravarem a sanção não constituem resultados, no segundo o legislador exige um resultado.
Crime Doloso: quando o sujeito quer ou assume o risco de produzir o resultado;
Crime Culposo: quando o sujeito dá causa ao resultado por imprudência , negligência ou imperícia.
Crime Preterdoloso (preterintencional): É aquele em que a ação causa um resultado mais grave que o pretendido pelo agente. O sujeito quer um minus e a sua conduta produz um majus de forma que se conjugam a ação - antecedente - e a culpa do resultado - conseqüente. 
Crime Subsidiário: uma norma penal incriminadora tenha natureza subsidiária em relação a outra. A norma principal exclui a aplicação da secundária.
Subsidiária Explícita: quando a lei após descrever um crime, diz que só tem aplicação se o fato não configura delito mais grave.

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