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Texto endócrino (texto_dirigido_fisiologia_endocrina_1_.pdf)

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Primeira Parte 
 
 
Sistema endócrino, hormônios e conceito de célula-alvo 
 
 
O sistema endócrino tem a função de garantir o fluxo de informações entre diferentes células, 
permitindo a integração funcional do organismo. As várias funções do sistema endócrino 
compreendem: 
1 – Manter a homeostasia do meio interno 
2 – Promover crescimento e desenvolvimento 
3 – Garantir a reprodução 
 
Assim, de uma maneira geral, a endocrinologia estuda as glândulas endócrinas e seus 
hormônios. Os hormônios desempenham papel crucial na atividade de todos os principais sistemas 
fisiológicos do corpo. São de importância particular na regulação do crescimento, do desenvolvimento, 
do metabolismo e da manutenção de ambiente interno estável, bem como nos processos reprodutivos. 
 
Em princípio, os hormônios foram considerados sinais químicos, secretados por uma glândula 
endócrina específica e liberados na corrente sangüínea para serem transportados até as células-alvo. 
Embora muitos hormônios e glândulas se enquadrem nesta definição clássica, não há dúvida, hoje em 
dia, de que esta descrição precisa ser ampliada para incluir vários tecidos que embora desempenhem 
outras funções essenciais no organismo, também sintetizam e secretam substâncias que exercem 
efeitos sobre as outras células. Podemos citar o fígado, que secreta vários fatores de crescimento, o 
coração que secreta o peptídeo natriurético atrial (ANP) e o cérebro que secreta hormônios específicos 
pelo hipotálamo. Recentemente, foi constatado que o tecido adiposo secreta um hormônio (leptina) que 
é transportado até o cérebro, onde atua na regulação da ingestão de alimentos. Sabe-se também que 
várias células tumorais podem secretar hormônios polipeptídicos, podendo resultar em processos 
mórbidos. 
 
O fluxo de informações intercelular ocorre a partir dos efeitos biológicos determinados por estas 
moléculas que são chamadas de hormônios. Desta ação endócrina participam a célula secretora e a 
célula alvo: 
 Célula secretora é a responsável pela síntese e secreção do hormônio 
 Célula-alvo é aquela que vai reconhecer o hormônio e modificar alguma função celular como 
resposta à ação deste hormônio 
 
A célula-alvo para um hormônio expressa um receptor específico que reconhece tal hormônio e, 
desta forma, a célula pode ter suas funções reguladas. 
 
Relação funcional dos sistemas nervoso e endócrino 
 
Organismos multicelulares complexos necessitam de sistemas de coordenação capazes de 
regular e integrar as funções dos diferentes tipos de células. Os dois sistemas de coordenação 
desenvolvidos para essa finalidade são o sistema nervoso e o sistema endócrino. O sistema nervoso 
utiliza sinais elétricos para transmitir, com extrema velocidade, a informação para células-alvo 
distintas, enquanto o sistema endócrino emprega sinais químicos para regular a atividade de 
determinadas populações celulares. Os agentes químicos, os hormônios, são produzidos por um tipo 
particular de célula e são transportados pela corrente sangüínea até outras células, sobre as quais 
exercem o efeito regulador. 
 
Apesar de diferentes em vários aspectos, o sistema nervoso e o sistema endócrino estão 
estreitamente ligados. Muitos neurônios são capazes de secretar hormônios (neurossecreção), como 
ocorre no hipotálamo. Foi constatado que certos agentes que, em princípio, eram considerados só 
atuantes como hormônios transportados pelo sangue, também atuam como neurotransmissores no 
sistema nervoso central, destacando-se a gastrina e a colecistocinina. 
 
Classificação dos hormônios 
 
Os hormônios podem ser divididos em dois grupos de acordo com suas solubilidades: 
1. Os hormônios lipossolúveis (hormônios tireoidianos e esteróides), que atravessam a membrana 
plasmática de suas células-alvo e interagem com receptores intracelulares específicos, que por 
sua vez vão se ligar a seqüências específicas no DNA (denominadas elementos responsivos 
aos hormônios – HREs), para exercerem sua função fisiológica através da regulação da 
expressão gênica. 
2. O outro grupo é formado pelos hormônios hidrossolúveis (peptídeos/protéicos e catecolaminas 
– ACTH, TSH e epinefrina, por exemplo) que não são capazes de atravessar a membrana 
plasmática, tendo que interagir com receptores específicos localizados na membrana das 
células-alvo. Nesse caso, a combinação destes hormônios com seus receptores desencadeia 
uma série de alterações membranares e citoplasmáticas, gerando mensagens amplificadoras do 
sinal hormonal, através de mensageiros secundários. Essa transdução do sinal hormonal 
permite o efeito biológico final, próprio de cada hormônio (regulação de uma função 
fisiológica). 
Quanto à natureza química, os hormônios são divididos em: 
1. Peptídeos e derivados, incluindo polipeptídeos complexos (como gonadotrofinas e hormônio 
do crescimento), peptídeos de tamanho intermediário (por exemplo, a insulina e o glucagon), 
pequenos peptídeos (os hormônios hipotalâmicos – GnRH e TRH) e derivados de aminoácidos 
(como catecolaminas, serotonina, histamina). 
2. Esteróides, hormônios que são sintetizados a partir do colesterol (testosterona, estradiol, 
progesterona, aldosterona). 
 
 
Mecanismo de ação 
 
Os receptores da membrana plasmática 
 
Os receptores de membrana são proteínas integrais da membrana cujo domínio extracelular 
contém o sítio de ligação ao hormônio. Como a membrana plasmática é uma bicamada lipídica, estes 
receptores apresentam um ou mais domínios hidrofóbicos, na forma de -hélice, que atravessam a 
membrana plasmática. Aqui estão relacionados alguns dos mecanismos de ação celular dos hormônios 
hidrossolúveis: receptores que interagem com proteínas G; receptores com atividade própria de 
tirosina-quinase; receptores que formam canais iônicos. 
Um dos mecanismos de ação mais comuns que utilizam a via da proteína G é o Sistema 
Adenilato-ciclase/AMP cíclico. Esse mecanismo é usado por muitos hormônios, como o ACTH e o 
FSH. O primeiro mensageiro, que é o hormônio em questão, interage na membrana celular da célula-
alvo com um receptor específico para este hormônio. Este receptor se encontra acoplado à proteína G 
que é ativada quando da ligação do hormônio ao receptor. A proteína G possui 3 subunidades 
chamadas de , β e γ. A subunidade  pode ligar a guanosina-difosfato (GDP), configurando a 
proteína G inativa, ou pode ligar a guanosina-trifosfato (GTP), que caracteriza a proteína G ativa. 
Além disso, a proteína G pode ser estimuladora (Gs) ou inibidora (Gi). Assim, quando ocorre ativação 
da proteína Gs, esta irá ativar a adenilato-ciclase. Por sua vez, a adenilato-ciclase ativada catalisa a 
transformação de ATP em AMPc (AMPcíclico, o segundo mensageiro) que irá ativar a proteína 
quinase A, levando a uma cascata de fosforilações que, finalmente, ativa ou inativa as enzimas-alvo, 
responsáveis por vias metabólicas que estão sob controle do hormônio em questão. 
Contudo, alguns hormônios causam diminuição do AMPc por se ligarem à proteína G inibitória 
(Gi). Assim, a adenilato-ciclase será inibida, reduzindo a formação de AMPc e a fosforilação de 
enzimas-alvo. É o que acontece com a PGE1 (prostaglandina) em suas células-alvo ou com as 
catecolaminas nos receptores 2. As ações do AMPc são terminadas por sua hidrólise que é catalisada 
pela fosfodiesterase. A desfosforilação das enzimas-alvo é catalisada por fosfatases. 
 
 
 
Os receptores intracelulares 
 
Os hormônios lipossolúveis, como os esteróides (glicocorticóides, corticóides, 
mineralocorticóides, estrógenos, progesterona e andrógenos) e os hormônios tireoidianos, atravessam a 
membrana celular, dirigindo-se ao seu local de ação intracelular. Estes hormônios, de uma maneira 
geral, são transportadostanto no plasma sangüíneo como no citosol por ligação a moléculas protéicas 
ou lipoprotéicas, formando um complexo hidrossolúvel. No plasma, a fração ligada é considerada um 
reservatório hormonal extracelular e a fração livre é a responsável direta pelo aporte de moléculas 
hormonais para os tecidos-alvo. Através deste mecanismo, o hormônio, encontrando a sua respectiva 
célula-alvo, penetra em seu interior e, então, liga-se a um receptor específico. Ligado ao receptor, o 
hormônio atinge o núcleo da célula, onde genes específicos serão ativados. Com a ativação de 
determinados genes, moléculas de RNA mensageiro se deslocam para o citoplasma da célula e 
determinam a síntese de certas proteínas. Estas proteínas, então, regulam atividades específicas da 
célula. 
 
 
 
Regulação da secreção hormonal 
 
A regulação da secreção hormonal é realizada por sinais neurais, alterações químicas no sangue 
(cálcio, potássio) e por ação de outros hormônios. Os ajustes de secreção podem ser executados por 
mecanismos neurais (estímulos externos ou internos) e por feedback (retroalimentação). 
Quando as glândulas endócrinas funcionam mal, as concentrações séricas dos hormônios 
podem tornar-se anormalmente altas ou baixas, alterando as funções orgânicas. Para controlar as 
funções endócrinas, a secreção de cada hormônio deve ser regulada dentro de limites precisos. O 
organismo precisa detectar a cada momento a necessidade de uma maior ou menor quantidade de um 
determinado hormônio. Exemplo: o hipotálamo e a hipófise secretam seus hormônios quando detectam 
que a concentração sérica de um outro hormônio por eles controlado encontra-se muito alta ou muito 
baixa. Os hormônios hipofisários, então, circulam na corrente sangüínea para estimular a atividade de 
suas glândulas-alvo. Quando a concentração sérica do hormônio-alvo é a adequada, o hipotálamo e a 
hipófise deixam de produzir hormônios, uma vez que eles detectam que, no momento, não há mais 
necessidade de estimulação. Assim, este sistema de retroalimentação (feedback) regula a secreção 
hormonal. 
 
Segunda Parte 
 
Introdução 
O sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas (e células específicas) que 
apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios. 
Freqüentemente, o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos 
reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações 
sobre o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta 
informação. Desta forma, o sistema endócrino e o sistema nervoso atuam na coordenação e regulação 
das funções corporais. 
 
Glândulas endócrinas e os hormônios secretados 
 Hipotálamo produz os seguintes hormônios ou fatores: 
o Hormônio liberador de tireotrofina (TRH) 
o Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) 
o Hormônio liberador de hormônio do crescimento (GHRH) 
o Hormônio liberador de corticotrofina (CRH) 
o Somatostatina 
o Dopamina (DA) 
o Ocitocina 
o Hormônio antidiurético (ADH) 
 Glândula pineal produz: 
o Melatonina 
 Glândula pituitária (hipófise) produz: 
o Pituitária anterior (adeno-hipófise): 
 Hormônio do crescimento (GH) 
 Prolactina (PRL) 
 Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH, corticotrofina) 
 Hormônio estimulante da tireóide (TSH, tirotrofina) 
 Hormônio folículo-estimulante (FSH, uma gonadotrofina) 
 Hormônio luteinizante (LH, uma gonadotrofina) 
o Pituitária posterior (neuro-hipófise) armazena e libera os seguintes hormônios 
produzidos no hipotálamo: 
 Ocitocina 
 Hormônio antidiurético (ADH) 
 Glândula tireóide produz: 
o Triiodotironina (T3), uma forma potente de hormônio da tireóide 
o Tiroxina (T4), uma forma menos ativa de hormônio da tireóide 
o Calcitonina 
 Glândula paratireóide produz: 
o Hormônio da paratireóide (PTH) 
 Átrio produz: 
o Peptídeo natriurético atrial (ANP) 
 Estômago e intestinos produzem: 
o Colecistocinina (CCK) 
o Gastrina 
o Secretina 
o Somatostatina 
 Fígado produz: 
o Fator de crescimento semelhante à insulina (IGF) 
 Ilhotas de Langerhans no pâncreas produzem: 
o Insulina 
o Glucagon 
o Somatostatina 
 Glândulas adrenais produzem: 
o Córtex adrenal 
 Glicocorticóides (principalmente cortisol) 
 Mineralocorticóides (principalmente aldosterona) 
 Andrógenos (incluindo DHEA e testosterona) 
o Medula adrenal 
 Adrenalina (epinefrina) 
 Noradrenalina (norepinefrina) 
 Rim produz: 
o Renina 
o Eritropoietina (EPO) 
o 1,25-diidroxicolecalciferol, a forma mais ativa da vitamina D 
 Pele produz: 
o Vitamina D 
 Tecido adiposo produz: 
o Leptina 
 Testículos produzem: 
o Andrógenos (principalmente testosterona) 
 Folículo ovariano produz: 
o Estrógenos (principalmente estradiol) 
 Corpo lúteo produz: 
o Progesterona 
o Estrógenos (principalmente estradiol) 
 Placenta (quando grávida) produz: 
o Progesterona 
o Estrógenos (principalmente estriol) 
o Gonadotrofina coriônica humana (HCG) 
o Lactogênio placentário humano (HPL) 
Fisiologia do Sistema hipotalâmico-hipofisário 
 
Introdução 
 
O hipotálamo e a hipófise funcionam de maneira coordenada, comandando a maioria dos 
sistemas endócrinos. Suas relações internas, anatômicas e funcionais são elaboradas e sutis. A unidade 
hipotálamo-hipófise regula a função da tireóide, da adrenal, das glândulas reprodutoras, além de 
controlar o crescimento somático, a lactação, a secreção do leite e a osmolaridade. 
 Dois hormônios, o hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina, e a ocitocina são 
sintetizados pelos neurônios do hipotálamo, mas são armazenados e secretados pela glândula hipófise 
posterior ou neuro-hipófise. O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio tireóide-estimulante 
(TSH), hormônio luteinizante (LH), hormônio folículo-estimulante (FSH), hormônio do crescimento 
(GH) e a prolactina são sintetizados, armazenados e secretados pelas células endócrinas da glândula 
hipófise anterior ou adeno-hipófise. 
Hipotálamo 
O hipotálamo produz diversas substâncias denominadas fatores ou hormônios de liberação ou de 
inibição hipotalâmicos. Estas substâncias, atingindo as células da adeno-hipófise, aumentam ou 
diminuem a secreção de determinados hormônios. Estes fatores hipotalâmicos, uma vez secretados, 
atingem rapidamente as células da adeno-hipófise através de um sistema de vasos denominado sistema 
porta hipotálamo-hipofisário. 
• GHRF – Fator de Liberação do Hormônio do Crescimento – Estimula a secreção do Hormônio 
do Crescimento (GH). 
• GHRIF – Fator Inibidor da Liberação do Hormônio do Crescimento (ou Somatostatina) – Inibe 
a síntese e liberação do GH e do TSH. 
• TRF – Fator de Liberação da Tireotrofina – Estimula a secreção do Hormônio Estimulante da 
Tireóide (TSH). 
• CRF – Fator de Liberação da Corticotrofina – Estimula a secreção do Hormônio 
Adrenocorticotrófico (ACTH). 
• LRF - Fator de Liberação das Gonadotrofinas – Estimula a secreção das gonadotrofinas (FSH 
e LH). 
• PRF – Fator de Liberação da Prolactina – Estimula a síntese e liberação da Prolactina. 
• PIF – Fator de Inibição da Prolactina (ou dopamina) – Inibe a secreção da Prolactina. 
 
Hipófise anterior ou adenohipófise 
• GH (somatotrofina) – Hormônio do Crescimento – promove um crescimento na maioria dos 
tecidos do nosso corpo. 
• TSH (tireotrofina) – Hormônio Estimulante da Tireóide – estimula as células foliculares 
tireoidianas a aumentarem a síntese e liberação dos hormônios tireoidianos. 
• ACTH (corticotrofina) – Hormônio Adrenocorticotrófico – estimula ocórtex da glândula 
supra-renal a aumentar a síntese e liberação de seus hormônios. 
• FSH (gonadotrofina) – Hormônio Folículo-Estimulante – estimula o crescimento e 
desenvolvimento dos folículos ovarianos (na mulher) e, no homem, a proliferação do epitélio 
germinativo e espermatogênese (nas células de Sertoli). 
• LH (gonadotrofina) – Hormônio Luteinizante – um dos grandes responsáveis pela ovulação, 
estimula a síntese de estrogênio e progesterona, mantém o corpo lúteo em atividade (na 
mulher) e estimula a produção de testosterona pelas células de Leydig (no homem). 
• PROLACTINA – estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias. 
 
Hipófise posterior ou neuro-hipófise 
Armazena e libera hormônios produzidos pelo hipotálamo. 
• ADH – Hormônio Antidiurético – produzido pelos núcleos supra-ópticos do hipotálamo, age 
no túbulo contornado distal e no ducto coletor do néfron, aumentando a permeabilidade à água 
nestes segmentos. 
 
• OCITOCINA – produzido pelos núcleos paraventriculares do hipotálamo, promove contração 
da musculatura lisa uterina (muito importante durante o trabalho de parto) e contração das 
células mioepiteliais, nas mamas, contribuindo para a ejeção do leite (durante a fase de 
amamentação). 
 
Pineal 
Um dos principais papéis da glândula pineal, pela produção de melatonina, é sinalizar para o 
organismo se é dia ou noite e o sentido de mudança das estações do ano. Contudo, muitos outros 
processos biológicos no organismo são influenciados por este hormônio. Aqui estão listados alguns 
efeitos fisiológicos da melatonina: 
 Regulação dos ritmos circadianos e sazonais 
 Regulação do ciclo vigília-sono 
 Regulação do sistema imunológico 
 Regulação do sistema cardiovascular 
 Ação antitumoral 
 Regulação de processos antienvelhecimento 
 
Tireóide 
Hormônios tireoidianos T3 e T4 
Sob estímulo destes hormônios, as células aumentam seu trabalho, sintetizam mais proteínas, 
consomem mais nutrientes e oxigênio e produzem mais gás carbônico. 
 
 
Hormônio tireoidiano Calcitonina 
 
Quando o nível plasmático de cálcio se torna acima do normal, as células parafoliculares da 
tireóide aumentam a secreção de calcitonina. Esta faz com que a calcemia (concentração de cálcio no 
sangue) se reduza, retornando ao normal. 
 
 
Paratireóides 
 
Paratormônio 
 
Quando o nível plasmático de cálcio se torna abaixo do normal, as paratireóides aumentam a 
secreção de paratormônio. Este faz com que a calcemia aumente, retornando ao normal. 
 
 
Supra-renal 
 
Hormônios do córtex da supra-renal 
 
• Mineralocorticóides: atuam no metabolismo de minerais, principalmente no controle dos íons 
sódio e potássio. O principal mineralocorticóide, responsável por pelo mentos 95% da função 
mineralocorticóide da supra-renal, é o hormônio aldosterona. Este hormônio exerce um papel 
crucial na regulação da pressão arterial e na homeostase eletrolítica, estimulando a reabsorção 
renal de sódio. 
 
• Glicocorticóides: atuam no metabolismo dos carboidratos (aumentam a glicemia), proteínas 
(proteólise) e gorduras (adipogênese). O principal hormônio deste grupo é o cortisol. 
 
• Androgênios: produzem efeitos masculinizantes, semelhantes àqueles produzidos pela 
testosterona, secretada em grande quantidade pelas gônadas masculinas. 
 
Hormônios da medula da supra-renal 
 
As catecolaminas (adrenalina ou epinefrina, e noradrenalina ou norepinefrina) promovem 
taquicardia (batimento cardíaco acelerado), aumento da pressão arterial e da freqüência respiratória, 
aumento da secreção do suor, da glicose sangüínea, da atividade mental e constrição dos vasos 
sangüíneos da pele. 
 
 
Pâncreas endócrino 
 
A secreção endócrina do pâncreas é feita através de milhares de grupamentos celulares 
denominados Ilhotas de Langerhans, distribuídas por todo o tecido pancreático. Cada Ilhota de 
Langerhans é constituída por diversos tipos de células. Destacam-se as células alfa, que produzem o 
hormônio glucagon; as células beta, produtoras de insulina; e as células delta, que secretam a 
somatostatina. 
 
 
Insulina 
• Aumenta a captação de glicose pelas células 
• Aumenta a formação de glicogênio 
• Aumenta a síntese de proteínas 
• Diminui a glicogenólise 
• Diminui a gliconeogênese 
• Diminui a lipólise 
 
Glucagon 
• Aumenta a glicogenólise 
• Aumenta a gliconeogênese 
• Aumenta a lipólise 
 
Somatostatina 
• Inibe a secreção do hormônio do crescimento 
• Forte ação inibidora da secreção de insulina e glucagon (importante ação parácrina reguladora 
do metabolismo dos carboidratos) 
• Também inibe a secreção de gastrina, secretina e do peptídeo inibidor gástrico (GIP) 
• Inibe diversas atividades do trato gastrointestinal (diminui motilidade, reduz secreções 
gastrointestinais como ácido clorídrico, bicarbonato, enzimas) 
 
 
Fígado 
 
O fígado produz fatores de crescimento (como o fator de crescimento semelhante à insulina), 
interleucinas e o angiotensinogênio. 
 
 
Estômago 
 
A gastrina é um hormônio produzido pelas células G das glândulas gástricas. Este hormônio 
estimula a produção de HCl pelas células parietais. A somatostatina é um hormônio produzido pelas 
células D (na base das glândulas gástricas) que inibe a produção de HCl. 
 
 
Intestinos 
 
A colecistocinina (CCK) é produzida pelas células I do duodeno e jejuno. Seus principais 
efeitos são: 
 
 Aumento da secreção pancreática e biliar 
 Contração da vesícula biliar 
 Saciedade 
 Diminui o esvaziamento gástrico 
 
A secretina é produzida pelas células S do duodeno e realiza as seguintes ações: 
 
 Aumento da secreção pancreática e biliar 
 Diminui a secreção gástrica de H+ 
 
 
Coração 
 
O peptídeo natriurético atrial (ANP) apresenta as seguintes características: 
• É secretado pelos átrios (estímulos para sua liberação – aumento da pressão arterial e 
aumento do volume do LEC, líquido extracelular) 
• Causa vasodilatação (diminuição da RVP, resistência vascular periférica) 
• Estimula excreção de Na+ e água (rim) 
 
Rim 
O rim atua na produção da eritropoetina (produzida por células renais peritubulares), hormônio 
que age diretamente nos precursores dos glóbulos vermelhos da medula óssea, estimulando a 
proliferação de tais células. Além disso, uma importante função do rim é o metabolismo da vitamina 
D, pois converte a 25-hidroxicolecalciferol circulante em 1,25-diidroxicolecalciferol, a forma mais 
ativa da vitamina D. Outro hormônio é a renina, produzida pelas células justaglomerulares da arteríola 
aferente renal. A renina liberada na circulação age sobre o angiotensinogênio, clivando-o e formando a 
angiotensina I, parte integrante do sistema renina-angiotensina-aldosterona. 
 
Pele 
 Na síntese epidérmica da vitamina D3 (colecalciferol), a irradiação ultravioleta penetra na pele 
e atua sobre o precursor (pré-vitamina D3), transformando-o em sua forma ativa. A vitamina D é 
fundamental para o crescimento e a mineralização óssea. 
 
Tecido adiposo 
 A leptina é secretada pelas células do tecido adiposo (adipócitos) na corrente sangüínea. Este 
hormônio participa da regulação do apetite e do gasto energético, além de estar envolvido na regulação 
direta do metabolismo do tecido adiposo. 
 
 
Testículos 
 
Testosterona e Diidrotestosterona (DHT) 
 
 Diferenciação sexual durante a vida intra-uterina 
 Desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas na puberdade 
 Crescimento testicular e do pênis 
 Crescimento linear 
 Massa muscular aumentada 
 Engrossamento da voz 
 Desenvolvimento das glândulas sebáceas Padrão de pêlo masculino (pubiano, axila, barba, tronco) 
 Espermatogênese 
 Libido 
 Efeitos no metabolismo lipídico (aumento do LDL) 
 Estimulação da hematopoese 
 Estimulação do comportamento agressivo 
 
 
Ovários 
 
Estrógeno 
 
 Maturação e manutenção do útero, das trompas, da cérvice uterina e da vagina 
 Desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas na puberdade 
 Crescimento dos ductos mamários e desenvolvimento das mamas 
 Responsável pela proliferação e pelo desenvolvimento das células granulosas nos ovários 
 Sensibilização dos receptores de estrógeno, progesterona e LH nos tecidos-alvo 
 Importante na implantação do ovo 
 Diminui o limiar uterino para o estímulo contrátil 
 Diminui os níveis de colesterol plasmático 
 Ativa a deposição de cálcio nos ossos 
 Fechamento das epífises e distribuição da gordura subcutânea 
 
 
Ovários e placenta 
 
Progesterona 
 
 Desenvolvimento lóbulo-alveolar dos ductos mamários (causando edema e dor) 
 Bastante secretada durante a fase lútea (última fase do ciclo menstrual – do 15º ao 28º dia) 
 Manutenção da gravidez 
 Feedback negativo sobre a secreção de FSH e LH 
 Aumento do limiar uterino ao estímulo contrátil durante a gravidez

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