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Artigo de TCC ANHAGUERA

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Polo de Apoio Presencial de Catalão
Curso de Serviço Social
Trabalho de Conclusão de Curso II
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E LEI MARIA DA PENHA
CLAUDIA REGINA DOS SANTOS – RA: 9904010686
ORIENTADORA: ISABEL CRISTINA PUCHALSKI AMADOR
CATALÃO – GO
NOVEMBRO DE 2017
DEDICATÓRIA
Em memória dos meus pais, Antônio José dos Santos e Elizabeth de Jesus dos Santos, que foram grandes incentivadores desse meu sonho.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades, e perseverança para não desistir diante dos obstáculos.
A minha família, meu filho e meu esposo pelo amor, incentivo e apoio incondicional e especialmente ao meu pai que apesar de todas as dificuldades me fortaleceu e foi muito importante para minha formação.
A esta Universidade, corpo docente, direção e administração, especialmente minha orientadora, tutora presencial Isabel Cristina Puchalski Amador, que esteve conosco nessa caminhada com dedicação, paciência e companheirismo.
 Aos amigos e a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, muito obrigado!
. 
“...Nunca deixe que te digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem...”
(Renato Russo)
	
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E LEI MARIA DA PENHA[1: Artigo apresentado à Faculdade Anhanguera – UNIDERP, como requisito parcial para a integralização do curso de graduação em Serviço Social, sob orientação do tutor presencial Isabel Cristina Puchalski Amador. ]
Claudia Regina Dos Santos[2: Graduanda do curso de Serviço Social da Universidade Anhanguera – UNIDERP ]
RESUMO
A violência contra as mulheres é um dos fenômenos sociais mais denunciados e que mais ganharam visibilidade nas ultimas décadas em todo o mundo. Este artigo objetiva estudar a violência contra a mulher embasada na Lei 11.340/2006, que foi promulgada em 07 de agosto de 2006. A aprovação da Lei sobre violência contra a mulher gerou novos mecanismos, com respostas positivas e efetivas das esferas governamentais, o que propicia encorajar um maior número de mulheres a formalizar denúncias. O artigo discute a atuação do assistente social nas questões de violência contra a mulher visto que a mesma atua, orienta, discute estratégias e encaminha as mulheres para onde possam receber atendimento e ter seus direitos garantidos. Visto que é um profissional capacitado para atuar, orientar, discutir estratégias para o enfretamento, além de encaminhar as mulheres para onde possam receber atendimento e ter seus direitos garantidos. O método utilizado vincula-se à pesquisa bibliográfica, cujos principais autores referenciados foram IAMAMOTO (2012); NEGRÃO (2002); PAVEZ (2002); SAFFIOTI (1995) dentre outros. A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas e na maioria das vezes de forma silenciosa e dissimulada. Por intermédio desta pesquisa, foi possível perceber que com o advento da Lei 11.340/06 houve um aumento considerável das denuncias.
Palavras-chave: Serviço Social; Violência; Mulher; Política Pública.
Introdução
Nas últimas décadas vem aumentando o número de casos de violência contra a mulher, muitos destes casos são repetitivos, pois em sua maioria as mulheres continuam a manter um vínculo com os seus agressores, seja no intuito de dar continuidade ao relacionamento afetivo, pela inconformidade de uma das partes envolvidas com o fim do relacionamento, seja por questões financeiras. A fim de prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, em 2006, foi promulgado a Lei Nº 11.340, também conhecida como Lei Maria da Penha.
Resguardadas pela Lei Maria da Penha, as mulheres vítimas de violência podem buscar, além de proteção, a efetivação de seus direitos junto às Delegacias de Atendimento à Mulher, onde geralmente é realizado o registro das ocorrências, investigação das mesmas e, quando necessário, solicitado a aplicação das Medidas Protetivas. Quanto ao agressor, são tomadas medidas paliativas, dentre elas a persecução penal, podendo ser de ordem privada ou pública, desprovendo-o de um suporte social mediado por ações interdisciplinares.
O Assistente Social insere-se neste contexto, desempenhando sua função junto aos conflitos acerca da violência contra a mulher, levando em consideração, sua capacidade instrumental e metodológica em lidar com questões interpessoais. Tal profissional é visto como “utilizador das técnicas de base científica, nos problemas do ajustamento do homem à coletividade e de integração do mesmo em si próprio” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2012).
Segundo Saffioti (1995) a violência de gênero é estrutural, mulheres são vitimizadas pela violência masculina, e as regras sociais imputadas nas sociedades colaboram com esse fenômeno.
Saffioti afirma que:
Com efeito, o domicílio constitui um lugar extremamente violento para mulheres e crianças de ambos os sexos, especialmente as meninas. Desta sorte, as quatro paredes de uma casa guardam os segredos de sevícias, humilhações e atos libidinosos/estupros, graças à posição subalterna da mulher, da criança face ao homem e de ampla legitimação social da supremacia masculina (SAFFIOTI, 1995, p.33).
Este artigo tem como foco o estudo sobre a violência contra a mulher, sob a perspectiva do Serviço Social, considerando-o como espaço de atuação do Assistente Social diante da multiplicidade de situações de violência em que os usuários das Delegacias de Atendimento às Mulheres apresentam e, principalmente da necessidade de intervenção a fim de que a convivência familiar possa ser mantida.
Lei Maria Da Penha – Nº 11.340/2006
Em Agosto de 2006 o Presidente da República sancionou a Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha que foi um marco histórico de avanço para as mulheres brasileiras. A Lei Maria da Penha tem como intuito assegurar direitos essenciais a todas as mulheres, com o objetivo de erradicar todas as formas de violência contra a mulher, com punições aos agressores e dando proteção e assistência as mulheres em situação de violência doméstica. 
A referida Lei é considerada uma vitória para as mulheres na contemporaneidade, pois depois de sofrerem ameaças, discriminações e violências em toda sua trajetória, a mulher conquistando seus direitos e se consolidando na sociedade, como um ser presente e atuante em busca de uma vida mais digna a ser vivida. 
A Lei nº 11.340 leva o nome da farmacêutica cearense Maria da Penha, atualmente uma das principais ativistas na luta pelo fim da violência doméstica. Ela foi vítima do próprio marido e ficou paraplégica após as agressões. Para a advogada Isadora Vier, especializada na área de gênero dentro do direito penal, a lei trouxe avanços importantes.
Conforme a Lei Maria da Penha art. 2º:
Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. (Artigo 2º, Lei Maria da Penhanº 11.340/2006) (Brasil, 2006).
Tal Lei surge a partir da necessidade de reafirmação dos direitos das mulheres, uma vez que desde, a Constituição Federal de 1988 já estavam determinados os direitos primordiais a todas as pessoas, sem discernimento de raça, sexo, religião, cultura entre outros. 
A Lei Maria da Penha vem para somar as conquistas alcançadas pelas mulheres e fez com que esse grupo despertasse para lutar por políticas que venham ao encontro de suas necessidades básicas, sendo estimuladas a participarem de movimentos que visem ao fim da violência e a conquista dos seus direitos. A Lei Maria da Penha determina uma integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação, visando uma articulação em rede, com a finalidade de oferecer um atendimento integral e humanizado às mulheres em situação de violência (BRASIL 2011)
Deste modo se observa que: 
Com a evidente discriminação e violência contra as mulheres o Estado interveio através da Lei 11.340/06 – Lei “Maria da Penha” para coibir os diversos tipos de violência, fazendo então, com que as mulheres se sentissem mais seguras, resgatando a cidadania e a dignidade dessas cidadãs que, na maioria das vezes, sofrem caladas. (PAULA, 2012, p. 37)
Importa destacar neste momento, os estudos de Venosa (2004) e Negrão (2000) que apontam as formas mais comuns de violência contra a mulher: Violência Física – uso da força física que pode causar lesões externas ou internas. Violência Psicológica – agressão emocional por atitudes ou palavras que causem a diminuição da mulher, perante as demais pessoas da família, amigos e outros. Sua estrutura é atacada diretamente o que lhe ocasiona sentimento de inferioridade. No âmbito familiar manifesta-se através de ciúmes, e injurias. O objetivo da agressão psicológica é diminuir socialmente a mulher. Violência Sexual – todo ato no qual uma pessoa por meio de poder ou força física, coerção intimidação psicológica obriga uma outra a manter relação sexual contra a sua vontade. Ocorrem outras situações como estupro, sexo forçado no casamento, abuso sexual. Violência patrimonial - qualquer ação que possa causar dano aos bens da mulher como documentos pessoais e instrumentos de trabalho. Violência moral – conduta por parte do agressor que possa caluniar ou difamar a mulher.
A lei está criada e promulgada, mas o grande desafio para os assistentes sociais e os profissionais que atuam no combate à violência doméstica contra a mulher, é a efetivação de uma rede de serviços interdisciplinar e que agregue todos os programas e projetos das diversas áreas que compõem a política pública de atendimento e combate à violência.
A Profissão Do Serviço Social
O Serviço Social é uma profissão que tem seu princípio intimamente associado às relações sociais construídas com o surgimento do sistema capitalista, tais relações sociais desde a industrialização - marco do sistema capitalista - se constituem de forma antagônica e contraditória. 
Segundo Iamamoto: 
A profissão não se caracteriza apenas como nova forma de exercer a caridade, mas como forma de intervenção ideológica na vida da classe trabalhadora, com base na atividade assistencial; seus efeitos são essencialmente políticos: o enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mútua colaboração entre capital e trabalho (IAMAMOTO, 2007, p. 20).
Assistente social é o profissional que lida com a questão social. As áreas profissionais do assistente social localizam-se nos espaços das políticas sociais, públicas e privadas, isto é, o profissional do Serviço Social é pleiteado para o planejamento, a gestão e a execução de políticas, programas, projetos de intervenção e serviços sociais. Este é um profissional empenhado com a ampliação dos direitos sociais universais, e contra as desigualdades; inclusive para cobrar a postura estabelecida em seu atual Código de Ética Profissional (CREES, 2005).
Conforme IAMAMOTO e CARVALHO (1996) o Serviço Social é uma profissão "inscrita na divisão social do trabalho, situa-se no processo de reprodução das relações sociais" A emergência dessa profissão no Brasil data da década de 1930 e atualmente estão vinculadas ao campo das ciências sociais aplicadas cujo objeto de intervenção são as expressões multifacetadas da questão social e/ou do problema social. 
O Serviço Social enquanto profissão regulamentada pela Lei 8.662 de 1993 torna os profissionais desta área aptos para atuar em diversas instituições com a finalidade de mediar as problemáticas existentes e amenizar as expressões da questão social encontradas no ambiente profissional. Ambiente este que vem sendo denominado de espaço sócio ocupacional do Serviço Social, pois é uma atuação 6 requerida pela sociedade a partir do surgimento de novas expressões da questão social, novos conflitos e problemas que são vistos como demandas para o Assistente Social. 
A intervenção profissional do assistente social é regida pelos princípios e direitos firmados na Constituição de 1988 e pelas legislações complementar no que diz respeito às políticas sociais e aos direitos da população. O capítulo I da Constituição Federal de 1988 dispõe sobre o profissional do Serviço Social: 
Art. 1º - A assistência social direito do cidadão e dever do Estado, é Política de seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento das necessidades básicas. 
E no que diz respeito aos objetivos da Política da Assistência: 
Art. 2º A Assistência Social tem por objetivos: 
I – A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e a velhice; 
II – O amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III – A promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV – A habilidade e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
 V – A garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê- la provida por sua família. 
No contexto ao qual se refere o tema do presente trabalho a atribuição do Assistente Social no que diz respeito especificamente ao trabalho com o portador de necessidades especiais, o objetivo da intervenção do assistente social é proporcionar o protagonismo das famílias frente aos problemas apresentados e a nova realidade vivenciada pelos mesmos, oportunizando recursos, trabalhando o fortalecimento da autoestima, instigando a criatividade, assimilando novas tecnologias mediante o uso da sensibilização, promovendo mudanças, auxiliando na tomada de decisões, essas e outras atitudes são tomadas para que o portador de necessidades especiais se reestruture tanto no ambiente familiar como na sociedade em que vive.
Portanto nesse contexto, o assistente social é um profissional capaz de realizar leitura crítica acerca da realidade social a partir de uma conversação que estabelece entre o que é entendido na relação com o usuário e a organização e o modo como as relações sociais são construídas. Deste modo permite ao Assistente Social construir estratégias e respostas profissionais mais consistentes e coerentes com a problemática a ser resolvida.
A Atuação Do Assistente Social junto às vítimas da violência
Desde a origem da profissão do Serviço social pode-se observar que tanto o profissional quanto as conquistas dos movimentos feministas caminham juntos em busca de melhorias para as condições de vidas das mulheres levando sempre em consideração seu valor na sociedade, onde aos poucos foram conquistando seu espaço. 
É neste contexto que o assistente social precisa criar estratégias capazes de superar os obstáculos encontrados no cotidiano profissional. Os assistentes sociais no seu campo de trabalho contêm inúmeras informações e conhecimentossobre os usuários os quais ele atende. Através da pesquisa é possível conhecer e explorar os dados sobre a realidade cotidiana das mulheres que sofrem violência, utilizando-se dessas informações é possível desenvolver um trabalho eficaz em defesa da mulher.
As mulheres que estão em situação de violência devem ter prioridades nos critérios de seleção para ela e seus filhos, devido à situação de vulnerabilidade social. Salientando que as melhorias na qualidade dos serviços oferecidos as mulheres em situação de violência bem como mudanças na legislação, a criação de novas leis que atendam a essa dificuldade, as campanhas, eventos, seminários e passeatas destinadas à defesa da mulher, tudo isso fez com que sensibilizasse a sociedade nesta luta pelos direitos das mulheres, contribuindo muito para as vitórias já alcançadas.
Segundo Sarmento:
[..] o assistente social entra em contato com um cliente ele estabelece uma dada relação, a qual é sempre consequência das relações sociais de produção. O relacionamento é esta ação profissional intencional na relação, isto é, processo de mediação de relações sociais [...] (1994:264).
Os maiores obstáculos a serem superados pelo profissional referido são de auxiliar a vítima de violência no que se refere a abrigá-la em local seguro no primeiro momento da violência ocorrida, em seguida garantir que fazendo a denúncia na delegacia da mulher ela não mais sofrerá agressões. Outro desafio é a independência emocional e financeira que a vítima tem com o agressor, fazendo com que a mesma fique ligada sendo posta em condições de constantes humilhações. 
O assistente Social utiliza de seus instrumentos e técnicas para minimizar os impactos sofridos pela vítima e consequentemente que não seja repassada aos filhos fazendo com que essa vitima seja orientada e respaldada de seus direitos para que consiga assim desaprisionar-se da atual situação vivida.
De acordo com Pavez e Oliveira (2002): 
“Trabalhar com vítimas de violência está se constituindo uma nova demanda ou, pelo menos, uma nova forma de olhar, ler e intervir nestas situações, a partir da própria violência, por dentro dela mesma, procurando entender tanto o impacto das determinações sociais, como o sofrimento moral e psíquico que os familiares das vítimas apresentam e desenvolvem, contornados por essa complexidade.” (Pavez e Oliveira, 2002, p. 88) 
A busca das mediações que deverão ser utilizadas no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, talvez seja o principal desafio para o/a Assistente Social. O comprometimento profissional não é apenas ético e político, mas exige competência técnico-política para intervenção na realidade, um questionamento inquieto da realidade social.
Considerações finais
Este trabalho apresenta o caminho percorrido no estudo que teve como objetivo analisar o enfrentamento à violência contra mulher, a aplicabilidade da lei Maria da Penha nº 11.340/06 e sua contribuição para o atendimento às vítimas de violência doméstica.
A Lei 11.340/06 trouxe como grande inovação a criação de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, além de proibir penas pecuniárias e entrega de cestas básicas. A punição pode variar de três meses a três anos de prisão, e se o juiz julgar necessário o comparecimento do agressor em programa de recuperação e reeducação, a medida é tomada de forma impositiva.
Pode-se concluir que apesar de haver uma legislação que hoje ampare a mulher, ainda existe uma grande ausência de políticas públicas que beneficiem essas mulheres com programas e casas de apoio, onde elas possam ter mais defesa e proteção. Ao se fazer uma análise geral de todo o contexto de violência contra a mulher é fundamental observar que muitas mulheres não levam em frente suas denúncias, ainda por medo de represálias e em alguns casos por dependerem financeiramente do agressor.
É necessário ao profissional assistente social, que atua no combate à violência contra a mulher, descobrir alternativas e possibilidades para uma atuação que enfrente todos os desafios postos a essa área, decifrando as situações apresentadas, capacitando-se para o trabalho com as mulheres, trabalhado para a transformação no modo das condições de vida, na cultura de subalternidade imposta às mulheres, participando das discussões sobre a questão da violência contra a mulher, organizando eventos na área, militando nos conselhos objetivando que o governo priorize as políticas públicas de combate à violência em sua agenda. Sem, contudo esquecer a trajetória histórica que atribui a identidade profissional conquistada pela categoria, e que se encontra explicitada nos onze princípios fundamentais do Código de Ética profissional do Serviço Social.
Referências
BRASIL. Lei Maria da Penha: Lei N.°11.340, de 7 de Agosto de 2006. Brasília, 2012.
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (BR). Secretaria Nacional de Assistência Social. Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social- Brasília, 2011 (BRASIL, 2011. a)
IAMAMOTO, Marilda. Carvalho. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social: ensaios críticos. 8º ed. São Paulo: Cortez, 2007.
CRESS, (Conselho Regional de Serviço Social 6ª Região) Código de ética Profissional dos Assistentes Sociais. In: Coletânea de Leis- Belo Horizonte: CRESS, 2005.
IAMAMOTO, Marilda; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 36 ed. São Paulo: Cortez, 2012.
IAMAMOTO e CARVALHO, Marilda Villela e Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 11ª ed. São Paulo: Cortez, 1996. p. p. 94
NEGRAO, Télia. A rede de defesa dos direitos humanos das mulheres. Porto Alegre/Assembléia Legislativa, 2002.
PAVEZ, G. A; OLIVEIRA, I. I. M. C. Vidas nuas, mortes banais: nova pauta de trabalho para os assistentes sociais. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, ano XXIII, nº 70, p.80-91. 2002;
SAFFIOTI, Heleieth I. B.; ALMEIDA, Suely Souza. Violência de gênero: poder e impotência. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter, 1995.
SARMENTO, Helder Bosca. Instrumentos e Técnicas do Serviço Social. São Paulo: PUC, 1994. Dissertação de Mestrado.
SILVA, Lidia M. M. R. Serviço Social e Família: a legitimação de uma ideologia. São Paulo: Cortez, 1992.
VENOZA, Silvio de Salvo. Direito de família. São Paulo: Atlas, 2004

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