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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
 
 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – PROFESSORA AMANDA ALMOZARA 
1. Princípio da Autotutela: A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e 
eficiência dos seus próprios atos. É por isso que se reconhece à Administração o poder-
dever de anular seus próprios atos praticados com infração à lei (vício de legalidade) e 
a discricionariedade de revogar os atos quando inconvenientes e inoportunos 
(conveniência e oportunidade). Não se esqueça de ler a súmula 473 do STF. 
2. Não confunda os elementos/requisitos do ato administrativo com os 
atributos/características do ato administrativo. São elementos: a competência, a 
forma, a finalidade, o motivo e o objeto. Para memorizar lembre-se do método 
mnemônico - COFOFIMO. São atributos: a presunção de legitimidade, a 
autoexecutoriedade, a imperatividade e a tipicidade. Para memorizar guarde o método 
mnemônico – PATI. 
3. Os elementos do ato administrativo são a competência, a forma, a finalidade, o 
motivo e o objeto. Lembre-se que o objeto e o motivo podem ser vinculados ou 
discricionários (são o MÉRITO do ato administrativo), enquanto que os demais só 
podem ser vinculados. 
4. Não confunda motivo com motivação. O motivo é o pressuposto de fato e de direito 
que serve de fundamento ao ato administrativo. Já a motivação é a exposição dos 
motivos que determinaram a prática do ato administrativo. 
5. Os atos que decorrem do poder de polícia não podem ser delegados ao particular 
(alheio ao Aparelho Estatal), pois não pode exercer perante outro particular ato de 
autoridade. Todavia, pode receber delegação de atos materiais, como a instalação de 
um equipamento fotossensor (Radar Fotográfico). 
6. Descentralização é o processo de divisão ou distribuição da função administrativa 
estatal entre PESSOAS JURÍDICAS CRIADAS OU AUTORIZADAS PARA ESSE FIM. Da 
descentralização nascem as entidades da Administração Pública indireta: autarquias, 
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. As autarquias 
são CRIADAS por lei; as demais são AUTORIZADAS por lei. Leia o artigo 37, inciso XIX da 
CF. 
 
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7. Desconcentração gera a distribuição de atribuições dentro de uma ÚNICA PESSOA 
JURÍDICA, mantendo a vinculação hierárquica, ou seja, É REPARTIÇÃO INTERNA DE 
COMPETÊNCIA. A consequência da desconcentração é a criação de um órgão público 
que não tem personalidade jurídica própria (NÃO SÃO PESSOAS, MAS PARTES 
INTEGRANTES DA PESSOA ESTATAL). 
8. Licitação Inexigível (Artigo 25 da Lei 8666/93): Não há competição. Licitação 
Dispensada (Artigo 17, I e II da Lei 8666/93): Tem possibilidade de competição, mas a 
lei ordena não fazer. Ato Vinculado! Licitação Dispensável (Artigo 24 da Lei 8666/93): 
Tem possibilidade de competição, mas a lei concede a discricionariedade de fazer ou 
não, ficando a decisão a cargo do administrador. 
9. Licitação Fracassada: Aparecem licitantes mais todos são inabilitados ou 
desclassificados. Quando isso ocorre a Administração pode abrir prazo para que os 
licitantes regularizem suas situações. Licitação Deserta: Não há licitantes. Toda 
licitação deserta pode se tornar dispensada (Artigo 24 V da Lei 8666/93). 
10. A concessão se extingue pelo advento do termo contratual, pela encampação, pela 
caducidade, pela rescisão, pela anulação e pela falência ou extinção da empresa 
concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa 
individual. Não deixe de ler os artigos 36 a 39 da Lei 8987/95 (Lei de Concessões) 
11. Bem de uso comum (art. 99, I do CC): São aqueles bens públicos de uso coletivo, ou 
seja, todos podem utilizá-lo livremente. O artigo 103 do Código Civil prevê a 
possibilidade desse tipo de bem ser tarifado, atitude esta que não descaracteriza a 
natureza jurídica do bem. Nunca diga que a tarifação transforma o bem de uso comum 
do povo em bem de uso especial. 
12. Bens de uso especial (art. 99, II do CC): São aqueles bens públicos afetados a uma 
determinada função administrativa, como o prédio de uma repartição pública. Bens 
dominicais ou dominiais (art. 99, III do CC): São aqueles bens públicos não estão 
vinculados a nenhuma finalidade pública. São patrimônios disponíveis da 
Administração Pública. São bens desafetados, que podem ser alienados. Todavia, 
fiquem atentos, todos os bens públicos são impenhoráveis e imprescritíveis (não 
sujeitos a usucapião). 
 
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13. Cabe ao Chefe do Poder Executivo editar decretos para explicitar e promover a fiel 
execução das leis. Tal atribuição recebe o nome de Poder Regulamentar (artigo 84, 
inciso IV da CF). Mas lembre-se: caso o Chefe do Poder Executivo exorbite os limites do 
poder de regulamentar, o Congresso Nacional poderá SUSTAR tais atos (artigo 49, 
inciso V da CF). 
14. A requisição é o ato pelo qual o Estado determina a utilização de bens ou serviços 
particulares para atender necessidades públicas urgentes e transitórias, diante da 
hipótese de iminente perigo público. Já para a ocupação temporária basta o interesse 
público, ou seja, qualquer situação de necessidade vinculada a uma obra ou serviço 
público. 
15. A desapropriação é forma originária de aquisição da propriedade. Rompe as 
anteriores relações que atingisse o bem (ônus real que atingisse o bem), como por 
exemplo, se o bem estava hipotecado, a garantia desaparece e sub-roga-se no preço 
pago a título de indenização. Tem como objeto qualquer bem móvel ou imóvel dotado 
de valor patrimonial (artigo 2.º do dec.-lei n. 3.365/41). 
16. A desapropriação indireta é aquele em que o Estado pratica um esbulho 
possessório ilegítimo, invadindo uma área particular, sem qualquer procedimento 
válido. Seria uma forma de desapropriação de fato. É a desapropriação realizada sem o 
devido processo legal. Como o particular esbulhado não pode entrar com uma ação 
reivindicatória em face do Estado, só cabe ao ele o pedido de desapropriação indireta. 
17. As empresas públicas e as sociedades de economia mista são autorizadas por meio 
de lei para prestarem um serviço público ou explorarem uma atividade econômica. 
Ambas são pessoas jurídicas de direito privado. Não se esqueça das diferenças entre 
elas. As Empresas Públicas tem 100% de capital público, podem ser constituídas por 
qualquer forma societária e, quando federais, tem foro na justiça federal. Já as 
Sociedades de Economia Mista tem a maioria de capital público (restante é privado), 
só podem adotar a forma societária S/A e sempre tem foro na justiça estadual. 
18. O Servidor Público ocupa cargo efetivo, é estatutário, tem direito à estabilidade e 
trabalha na Administração direta e indireta (Autarquias e Fundações). Já o Empregado 
Público ocupa emprego público, é celetista, não tem direito à estabilidade e trabalha 
na Administração Indireta (Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista). 
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19. A responsabilidade civil do Estado é do tipo objetiva, na modalidade risco 
administrativo. Por ela, exige-se que a vítima comprove, tão somente, a conduta, o 
nexo e o resultado danoso. A culpa não precisa ser provada pela vítima. Todavia, o 
Estado pode se eximir da responsabilidade caso prove a culpa exclusiva da vítima, o 
caso fortuito ou a força maior. 
20. O STJ modificou sua posição com relação ao prazo prescricional a ser aplicado nas 
ações de reparação de dano em face do Estado. A posiçãoatual fixou o entendimento 
de que em qualquer caso de reparação em face do Estado, o prazo a ser aplicado será 
de 5 anos, conforme prescreve o art. 1º do Decreto nº 20.910/32, afastando a 
aplicação do prazo prescricional do Código Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL – PROFESSORA ROBERTA DENSA 
Classificação meio ambiente 
Meio ambiente natural – constituído pela atmosfera, biosfera, água, solo, subsolo, 
fauna e flora; 
Meio ambiente artificial – espaço urbano construído (cidade) (art. 225 e 182) 
(Estatuto da Cidade); 
Meio ambiente cultural – criado pelo homem e possui valor e sentido especial. Traduz 
a história de um povo (patrimônio artístico, histórico, arqueológico). Art. 216 da CF 
Meio ambiente do trabalho – local onde as pessoas desempenham suas atividades 
laborais (salubridade do meio). Art. 200, VIII e art. 7º, XXIII da CF. 
Princípios 
Princípio do desenvolvimento sustentável: a compatibilização do desenvolvimento 
econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente. Art. 225 e 170 
da CF. 
Princípio da prevenção e da precaução 
–prioridade a medidas que evitem danos ao meio ambiente; 
–Dificuldade de voltar ao “status quo ante”; 
–Deve-se prevenir danos mesmo diante da ausência de certeza científica; 
–Severa punição para evitar novos danos (sem inviabilizar a atividade econômica); 
–Administração: requerer licença, sanção administrativa; fiscalização. 
–Estudo técnico de impacto ambiental. 
Princípio do poluidor-pagador - caráter preventivo: busca evitar a ocorrência de danos 
ambientais e caráter repressivo: uma vez ocorrido o dano o poluidor deve indenizar. 
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Poluidor: pessoa física ou jurídica, que direta ou indiretamente, desenvolva atividade 
causadora de degradação ambiental (art. 3º da Lei 6.938/81). Poluição: degradação da 
qualidade ambiental. 
Impõe-se ao poluidor o dever de arcar com as despesas de prevenção aos danos que a 
sua atividade possa ocasionar (ex: veículo automotor). 
Responsabilidade civil por danos ambientais: 
–responsabilidade civil objetiva; 
–prioridade da reparação específica do dano ambiental; 
–solidariedade para suportar os danos causados ao meio ambiente. 
O “pagamento” não precisa ser em pecúnia. 
Princípio da participação 
–O Estado e a sociedade devem proteger e preservar o meio ambiente; 
–Informação e educação ambiental 
Art. 225, § 1º, VI; 
Obrigação das instituições de ensino, livros escolares e estação de rádio e televisão; 
Lei 9.795/99 (trata da educação ambiental) 
Competência legislativa em matéria de direito ambiental 
Regra: competência concorrente: possibilidade de a União, Estados e DF dispor sobre o 
assunto e suplementar dos municípios (art. 24 – Estados) (art. 30,II – Municípios). 
Licenciamento ambiental 
Haverá necessidade de licença ambiental toda vez que a atividade desenvolvida pelo 
particular ou pelo Estado demonstrar risco à qualidade de vida e ao meio ambiente 
(atividade potencialmente poluidora). 
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Está fundamenta no princípio da precaução/prevenção 
Licenciamento ambiental: complexo de etapas que compõem o procedimento 
administrativo o qual objetiva a concessão da licença ambiental. 
Licença ambiental: estabelece condições, restrições e medidas de controle ambiental 
(ato administrativo). 
–Licença prévia (prazo de 5 anos) 
–Licença de instalação (prazo 6 anos) 
–Licença de funcionamento. 
Natureza jurídica: instrumento de caráter preventivo. 
Ato discricionário: mesmo que o EIA/Rima seja desfavorável pode ser concedida a 
licença ambiental. 
Se o EIA/RIMA for favorável a licença ambiental deverá ser concedida (torna-se ato 
administrativo vinculado). 
O EIA/RIMA nem sempre é obrigatório. 
Estudo Prévio de Impacto Ambiental 
RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente) – Torna compreensível ao público o 
conteúdo do EIA elaborado segundo critérios técnicos. 
Proponente do projeto deve arcar com os custos; 
É elaborado por uma equipe técnica formada por profissionais de diversas áreas. 
Espaços Especialmente Protegidos 
Área de preservação permanente: beira de rio, lago, lagoa, topo de moro, pé-de-serra. 
Reserva Legal: percentual mínimo de vegetação que deve ser mantida em área rural. 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação: 
 
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Proteção Integral (art. 8) 
I - Estação Ecológica; 
II - Reserva Biológica; 
III - Parque Nacional; 
IV - Monumento Natural; 
V - Refúgio de Vida Silvestre. 
Uso Sustentável (art. 16) 
I - Área de Proteção Ambiental; 
II - Área de Relevante Interesse Ecológico; 
III - Floresta Nacional; 
IV - Reserva Extrativista; 
V - Reserva de Fauna; 
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e 
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO CIVIL - PROFESSOR CHRISTIANO CASSETTARI 
1) Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação 
voluntária. 
2) Domicílio não se confunde com residência, pois, no primeiro, a moradia deve 
ter ânimo definitivo. 
3) São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; 
III - as fundações; IV – as organizações religiosas; V – os partidos políticos; VI - as 
empresas individuais de responsabilidade limitada. 
4) São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre 
imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Não perdem o 
caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua 
unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados 
de um prédio param nele se reempregarem. 
5) Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta. 
6) O negócio jurídico invalido pode receber duas sanções: a nulidade ou a 
anulabilidade. A primeira não se convalida no tempo e a segunda se não arguida no 
prazo descrito na lei se convalida, e transforma-se num ato jurídico perfeito. 
7) Prescrição extingue pretensão, que é a possibilidade de exigir o 
cumprimento de uma obrigação de dar, fazer, ou não fazer. 
8) Não corre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade 
conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre 
tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela; IV - 
contra os incapazes de que trata o art. 3º; V - contra os ausentes do País em serviço 
público da União, dos Estados ou dos Municípios; VI - contra os que se acharem 
servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra; VII - pendendo condição 
suspensiva; VIII - não estando vencido o prazo; IX - pendendo ação de evicção. 
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9) Solidariedade não se presume, ela decorre da lei ou da vontade das partes 
10) São pressupostos da responsabilidade civil subjetiva: (i) a ação ou omissão 
do agente; (ii) o dolo ou a culpa; (iii) o dano; (iv) o nexo causal. A responsabilidadecivil 
objetiva, que independe de culpa, tem os mesmos pressupostos, exceto o (ii). 
11) A responsabilidade civil será objetiva quando a lei determinar ou quando a 
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano importar em risco aos 
direitos de outrem. 
12) Caso fortuito é o evento imprevisível e a força maior o evento previsível, 
mas inevitável. Ambos excluem o dever de indenizar. 
13) São excludentes de responsabilidade civil, a culpa exclusiva da vítima 
(atravessar a rua fora da faia de pedestre), a culpa de terceiro (engavetamento de 
veículos), o caso fortuito e a força maior. 
14) Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, 
posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e 
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, 
adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel 
urbano ou rural. 
15) É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a 
mulher e entre pessoas do mesmo sexo, configurada na convivência pública, contínua 
e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
16) Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às 
relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
17) Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o 
parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi 
cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, 
unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o 
adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente 
com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
18) Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I - nascidos 
cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; II - 
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nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por 
morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; III - havidos por 
fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; IV - havidos, a qualquer 
tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção 
artificial homóloga; V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha 
prévia autorização do marido. 
19) A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto 
aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições 
seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à 
que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da 
herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer 
com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo 
parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. 
20) A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em 
concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no 
regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.641 do 
CC); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado 
bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge 
sobrevivente; IV - aos colaterais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO DO CONSUMIDOR – PROFESSORA ROBERTA DENSA 
A Relação Jurídica de Consumo 
Consumidor: “toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final”. (art. 2º do CDC) 
Todo consumidor é VULNERÁVEL. A vulnerabilidade pode ser técnica, jurídica, 
econômica ou informacional. 
Consumidor por Equiparação: o art. 2º, parágrafo único, do CDC equipara a 
consumidor “a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja 
intervindo nas relações de consumo”. É a vítima de acidente de consumo (art. 17) ou 
as pessoas que estão expostas às práticas comerciais (art. 29). 
Fornecedor: é toda pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, de direito 
público ou privado, que atua na cadeira produtiva, exercendo atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição 
ou comercialização de produtos ou prestação de serviços (art. 3º). 
Produto: é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (art. 3º, § 1º 
do CDC). 
Serviço: é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista (§ 2º do art. 3º do CDC). 
 
Direitos básicos do consumidor 
São direitos básicos do consumidor: 
- proteção da vida, saúde e segurança; 
- educação; 
- direito à informação (inclusive quanto aos tributos); 
- proteção contra publicidade enganosa ou abusiva e práticas comerciais abusivas e as 
cláusulas comerciais abusivas; 
- direito à modificação as cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas; 
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- a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos; 
- o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, assegurada a proteção jurídica, 
administrativa e técnica aos necessitados; 
- facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a 
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência; 
- adequada e eficaz prestação de serviços públicos. 
 
 Responsabilidade Civil no CDC 
O Código de Defesa do Consumidor adota a regra da responsabilidade civil 
objetiva. 
A responsabilidade subjetiva é adotada pelo CDC na hipótese de responsabilidade 
civil do profissional liberal. 
DEFEITO ou VÍCIO? 
DEFEITO – problema apresentado pelo produto ou serviço que atinge a 
SEGURANÇA do consumidor (Ex: consumidor tenta acionar os freios do veículo, não 
consegue, e vem a colidir com outro veículo trazendo sérios danos físicos); 
VÍCIO – problema apresentado pelo produto ou serviço que atinge a sua QUALIDADE 
(Ex: consumidor compra um veículo com ar condicionado que não funciona 
adequadamente). 
Responsabilidade Civil pelo FATO do produto (DEFEITO do produto ou 
ACIDENTE DE CONSUMO) 
Responsáveis: o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e 
o importador; 
Danos decorrentes de: projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, 
manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por 
informações sobre a utilização e riscos; 
Produto defeituoso: não oferece a segurança que dele legitimamente se 
espera, levando-se em consideração as circunstância relevantes, entre as quais a sua 
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apresentação, o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; a época em que 
foi colocado em circulação; 
Excludentes de responsabilidade: deve o fornecedor provar: a) a culpa 
exclusiva do consumidor; ou b) que não colocou o produto no mercado; ou c) que, 
embora haja colocado o produto nomercado, o defeito inexiste; 
Comerciante: O comerciante pode ser responsabilizado pelo fato do produto, 
na forma do art. 13 do CDC, nas seguintes hipóteses: a) sempre que não puder ser 
identificado ou quando não houver identificação do fornecedor (fabricante, 
construtor, produtor ou importador); b) pela conservação inadequada do produto; c) 
Ou em razão da medição, da pesagem ou se a balança não estiver aferida oficialmente 
pelo órgão responsável. 
Responsabilidade Civil pelo FATO do serviço (DEFEITO do serviço ou ACIDENTE 
DE CONSUMO) 
Responsável: fornecedor de serviços; 
Danos decorrentes de: defeitos relativos à prestação de serviços, bem como 
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
Serviço defeituoso: não fornece a segurança que o consumidor dele pode 
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre às quais, o 
modo de seu fornecimento; o resultado e os riscos que razoavelmente dele se 
esperam; a época em que foi fornecido. 
Excludentes de responsabilidade: o fornecedor de serviços deverá provar: a) a 
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro; b) que, tendo prestado o serviço, o 
defeito inexiste; 
Atenção: A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante 
a verificação de culpa (médicos, engenheiros, dentistas). 
Prazo para ingressar com ação: 5 anos 
 
Responsabilidade civil por VÍCIO do produto 
Prazo para reclamar: O consumidor terá 30 dias (produtos não duráveis) ou 90 
dias (produtos duráveis) para reclamar dos vícios do produto, este prazo é contado a 
partir do momento que o consumidor faz a compra (vício aparente) ou do momento 
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do conhecimento do vício (vício oculto). Se houver garantia contratual as garantias são 
sempre somadas: GARANTIA CONTRATUAL + GARANTIA LEGAL. 
Responsável: todos os fornecedores, inclusive o comerciante e o distribuidor; 
Danos decorrentes de: qualidade; 
Solução: Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 dias, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: 
- a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de 
uso; 
- a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; 
- o abatimento proporcional do preço. 
O consumidor poderá exigir a troca imediata do produto sempre que, em razão 
da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a 
qualidade ou características do produto, diminuindo-lhe o valor ou se tratar de 
produto essencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL – PROFESSOR MARCELO GALANTE 
1 - Classificação das Constituições – A Constituição brasileira de 1988 é: 
Quanto à forma ► escrita; 
Quanto à elaboração ► dogmática e democrática; 
Quanto à estabilidade ►rígida; 
Quanto à função ► dirigente (sem deixar de ser garantia); 
Quanto à extensão ► analítica ou prolixa, pois é elaborada de forma extensa, 
minuciosa, detalhada. 
2 - Poder constituinte originário (PCO)- elaboração de uma nova Constituição em 
substituição à anterior. Características: – inicial, autônomo, incondicionado e ilimitado 
juridicamente. 
3 - Poder constituinte derivado (PCD)- previsto pelo PCO com o principal propósito de 
alterar a constituição quando necessário. Características: derivado, subordinado, 
condicionado e limitado pelo PCO. 
4 - Poder Constituinte Reformador – exercido através das emendas constitucionais, 
com limites estabelecidos pelo PCO no artigo 60 CF. 
5 - Normas constitucionais de eficácia limitada – São as normas que necessitam de 
complementação legislativa posterior para serem plenamente eficazes. Exemplo: 
artigo 7°, XI, CF, que requer lei regulamentadora do direito do trabalhador referente à 
participação nos lucros das empresas. 
6- A expressão “direitos e garantias fundamentais do homem” abrange diversos 
direitos, como os individuais (art. 5.º, CF), os relativos à nacionalidade (art. 12, CF), os 
políticos (arts. 14 a 17, CF), os sociais (arts. 6 e 193 e segs., CF), os coletivos (art. 5.º, 
CF) e os solidários (arts. 3.º e 225, CF). 
7- Tratado sobre Direito Humanos com votação igual de Emenda Constitucional – 
status do tratado de Emenda Constitucional – artigo 5§3°, CF 
Tratado que não versa sobre Direito Humanos – status de norma infraconstitucional. 
Tratado sobre Direitos Humanos com votação diferente de Emenda Constitucional – 
status de supralegalidade, ou seja, acima das leis mas abaixo da Constituição. 
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8 - Controle difuso, incidental ou por via de exceção: Por esse meio de controle de 
constitucionalidade, qualquer juiz ou tribunal pertencente ao Poder Judiciário pode, ao 
analisar um caso concreto, averiguar a compatibilidade da norma com a Constituição 
Federal. 
9 - Princípio da reserva de plenário – proibição aos órgãos fracionários dos tribunais 
de declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos do poder público está 
instituída pela Constituição, em seu artigo 97. 
10 - Efeitos da decisão – No controle de constitucionalidade difuso, por via de exceção, 
a decisão só afeta as pessoas que participam da relação processual, sendo o efeito, por 
conseguinte, inter partes e com efeito ex tunc, ou seja, a decisão retroage alcançando 
a inconstitucionalidade e todas as suas conseqüências desde sua origem ressalte-se – 
somente para as partes. A decisão proferida para as partes pode estender-se para 
todos (erga omnes), conforme prevê o artigo 52, X, da CF. 
11 - Controle de constitucionalidade principal, abstrato, por via de ação ou 
concentrado - São várias as formas existentes, contempladas pela Constituição, para o 
exercício dessa espécie de controle de constitucionalidade: ação direta de 
inconstitucionalidade (art. 102, I, “a”), ação direta de inconstitucionalidade 
interventiva (art. 36, III), ação direta de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, § 
2.º), ação declaratória de constitucionalidade (art. 102, I, “a”) e arguição de 
descumprimento de preceito fundamental (art. 102, § 1.º). 
12- Conforme artigo 102,I, “a”, CF, no STF cabe ADI de lei ou ato normativo federal ou 
estadual. Exclui-se ADI no STF de lei ou ato normativo municipal em face da 
Constituição Federal. Contudo, se a lei ou ato normativo municipal contrariar 
dispositivo da Constituição Estadual, poderá haver o controle da constitucionalidade 
desse ato municipal por meio de um controle de âmbito estadual, julgado pelo 
Tribunal de Justiça Estadual, pela Simetria Constitucional e paralelo de formas – 
artigo 125 §2 CF. 
13-Efeitos da decisão da ADI – Erga Omnes e ex tunc, Porém, a Lei 9.868/99, em seu 
artigo 27, prevê a possibilidade do efeito ex nunc, ou mesmo ex tunc, com 
determinada fixação da retroatividade, isto é, existe no ordenamento jurídico a 
19 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
possibilidade de modulação dos efeitos da ADI. Para tanto, é necessário que haja 
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse nacional, como também que 
tal decisão seja tomada por pelo menos dois terços dos ministros do STF. 
14 - Caráter de Subsidiariedade da ADPF – O artigo 4.º, § 1.º, da Lei 9.882/99 
disciplina que a ADPF só é admitida quando não houver outro meio eficaz de sanar a 
lesividade. Assim, em uma primeira análise, só seria cabível ADPF se outra ação não 
pudesse solucionar a questão. Exemplos: Violação direta de lei municipalem face 
exclusiva da CF e discussão de lei pré-constitucional que viola CF atual. 
15- Poder Legislativo - No âmbito federal é no formato bicameral, ou seja, composto 
por duas Casas Legislativas – a Câmara dos Deputados, representando o povo, e o 
Senado Federal, representando os Estados membros –, que juntas são denominadas 
Congresso Nacional. O Congresso Nacional reúne-se anualmente, na Capital Federal, 
de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro, este período é 
denominado sessão legislativa. 
16- Comissões Parlamentares de Inquérito – Parte da função fiscalizatória do Poder 
Legislativo, prevista no artigo 58 §3° CF, com poderes próprios das autoridades 
judiciais, são constituídas pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado, em conjunto ou 
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para 
apuração de fato determinado e prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, são 
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou 
criminal dos infratores . 
17- Imunidades parlamentares – verdadeiras prerrogativas inerentes ao cargo. 
Compreende a imunidade material, prevista no artigo 53, “caput”, da CF, e que 
determina a inviolabilidade dos parlamentares, civil e penalmente, por quaisquer de 
suas palavras opiniões e votos. E a imunidade formal, que garante ao parlamentar a 
impossibilidade de ser ou permanecer preso ou, ainda, a possibilidade de sustação do 
andamento da ação penal por crimes praticados após a diplomação, conforme os 
incisos do artigo 53, CF. 
18- Conselho Nacional de Justiça: criado pela EC 45/04, previsto no artigo 103-B, CF, é 
órgão pertencente ao Poder Judiciário, com sede na capital federal, que, porém, 
20 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
jamais exercerá funções jurisdicionais e somente controlará a atuação administrativa e 
financeira do Poder Judiciário e o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. È 
composto por quinze membros, nomeados pelo Presidente da República, após 
aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado federal. Os membros do CNJ 
tem mandato de dois anos, admitida uma recondução. 
19- Súmula vinculante – Prevista no artigo 103-A, CF, possibilita ao STF, de ofício ou 
por provocação, mediante decisão de dois terços de seus ministros, depois de 
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua 
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do 
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, como também proceder a sua revisão ou cancelamento, na 
forma da lei 11.417/06 
20- Competência do STF – A competência do STF é delineada pelos artigos 102 da CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
 ECA – PROFESSORA ROBERTA DENSA 
Princípios do ECA 
Princípio da proteção integral (art. 1º do ECA) 
- Também fundamentado no art. 227 da CF; 
- Melhor interesse da criança (desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e 
social); 
- Dever do estado em garantir as necessidades da pessoa em desenvolvimento 
(educação, alimentação, lazer, convivência); 
- Surgiu em contrapartida ao princípio do menor em situação irregular (antigo Código 
de Menores). 
Princípio condição peculiar da pessoa em desenvolvimento (art. 3º do ECA) 
- O menor é sujeito especial de direitos em razão de seu processo de formação e 
transformação física e psíquica. 
Princípio da brevidade (arts 112 a 128 do ECA e 227, § 3º, V da CF). 
- A medida socioeducativa deverá ser breve e com o objetivo de socialização do 
adolescente. 
Princípio da prevenção geral 
- É dever do Estado assegurar a educação (ensino fundamental) obrigatório e gratuito 
e outras necessidades básicas ao seu desenvolvimento (art. 53 e 54); 
- É dever de toda a sociedade prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos 
da criança e do adolescente (art. 70); 
Princípio da prevenção especial 
- É dever do Estado regular as diversões e espetáculos públicos e classificar, para 
efeitos indicativos, a faixa etária a que não se recomendem (art. 74) 
22 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Princípio da garantia prioritária 
- Prerrogativa do menor em receber, com prioridade, socorro e proteção em qualquer 
situação (art. 4º do ECA e art. 227 da CF). 
Princípio da sigilosidade 
- É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito 
à criança e ao adolescente a que se atribua autoria de ato infracional (art. 143). 
Destinatários (art. 2º do ECA) 
Criança – pessoa de até 12 anos incompletos; 
- criança infratora: medida protetiva (art. 101). 
Adolescente – pessoa entre 12 e 18 anos incompletos; 
- adolescente infrator: medida socioeducativa (art. 112). 
- poderá ser ouvido em processo de adoção. 
Exceção: jovem adulto – pessoa entre 18 e 21 anos de idade. 
Medidas de proteção 
Menor em situação de risco – art. 98 – sempre que os direitos garantidos pela lei 
estiverem ameaçados ou violados por ação ou omissão: 
Da sociedade e do Estado; 
Da família. 
Em razão de sua conduta. 
Toda vez que a criança e o adolescente estiverem em situação de risco, será possível a 
aplicação de uma medida de proteção; 
Podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente; 
23 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Podem ser substituídas a qualquer tempo; 
Devem levar em consideração o aspecto pedagógico e o fortalecimento dos vínculos 
familiares e comunitários. 
Medida Socioeducativa 
Ato infracional – crime ou contravenção penal 
Penalmente inimputáveis – menores de 18 anos (art. 104) considerada a idade do 
adolescente à data do fato. 
São medidas socioeducativas: 
•advertência; 
•obrigação de reparar o dano (hipóteses de dano material); 
•prestação de serviços à comunidade; 
•liberdade assistida (art. 118 e 119); 
•inserção em regime de semiliberdade (art. 120); 
•internação; 
•qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (medida protetiva). 
Advertência 
Admoestação verbal (reduzida a termo e assinada); 
Para ser aplicada, basta ter a prova da materialidade e indícios de autoria; 
Obrigação de Reparar o Dano 
Aplicável nas hipóteses de ato infracional com reflexos patrimoniais; 
Determina a restituição da coisa ou promove o ressarcimento do dano; 
 
24 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Prestação de serviços à comunidade 
Realização de tarefas gratuitas de interesse geral; 
Hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, programas comunitários e 
governamentais; 
Deverá ser analisada a aptidão do adolescente. 
Prazo máximo da medida: 6 meses; 
Jornada máxima de 8 horas semanais durante a semana ou final de semana (incluindo 
feriado); 
Não pode prejudicar a frequência à escola ou trabalho. 
Liberdade Assistida 
Finalidade de acompanhamento e orientação do adolescente; 
Prazo mínimo da medida: 6 meses; 
Orientador – pessoa capacitada que deve: 
a) Promover socialmente o adolescente; 
b) Supervisionar frequência e aproveitamento escolar; 
c) Orientar quanto a profissionalização; 
d) Apresentar relatório do caso. 
Semiliberdade 
Medida de parcial restrição de liberdade; 
Possibilita a realização de atividades externas independentemente de autorização 
judicial; 
É obrigatória a escolarização e profissionalização do adolescente; 
25Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Pode ser utilizada desde o início ou como forma de transição; 
Não há prazo determinado para a medida, podendo ser aplicadas as regras relativas a 
internação. 
Internação 
Medida mais severa, que constitui restrição de liberdade ao adolescente; 
Somente pode ser aplicada em casos excepcionais (art. 122) e deve obedecer ao 
princípio da brevidade e respeito a condição de pessoa em desenvolvimento. 
Internação 
Hipóteses de aplicação (art. 122): 
Pratica de ato infracional cometido mediante violência ou grave a ameaça contra a 
pessoa; 
Por reiteração no cometimento de outras infrações graves; 
Descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta (prazo 
máximo de 3 meses). 
Regras (art. 121): 
Será permitida a realização de atividades externas (mediante avaliação) se o juiz não 
proibir expressamente na sentença; 
A sentença não trará prazo definido para a internação; 
Prazo máximo da medida: 3 anos; 
Reavaliação a cada 6 meses (decisão fundamentada); 
Liberação compulsória aos 21 anos; 
Em qualquer hipótese, a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido 
o MP. 
26 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Conselho Tutelar 
Art. 131 “O conselho tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, 
encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direito da criança e 
adolescente, definidos nesta lei”. 
Cada município terá, no mínimo, um conselho tutelar; 
Deverá ter cinco membros (pessoa idônea, com mais de 21 anos e que resida no 
município); 
Tais membros deverão ser escolhidos pela comunidade local e deverão ter: 
–Reconhecida idoneidade moral; 
–Idade superior a 21 anos; 
–Residir no município. 
O mandato é de quatro anos (permitida uma recondução); 
Convivência Familiar 
Família substituta - é aquela formada por terceiros (qualquer pessoa que não seja o 
pai ou a mãe) mediante determinação judicial: 
Guarda: regulariza a posse; 
Tutela: rege a pessoa do incapaz e administra os bens; 
Adoção: cria vínculo de filiação. 
Família extensa (ou ampliada) – se estende para além da unidade pais e filhos é 
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e 
mantém vínculos de afinidade. (art. 25, § único). 
FAMÍLIA EXTENSA = PARENTE + CONVIVE + AFINIDADE 
27 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Ao colocar uma criança ou adolescente em família substituta, o juiz deve dar 
preferência à família extensa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PROFESSOR PAULO PEDRO 
1) Para o exercício da atividade empresarial será necessário que o empresário 
tenha capacidade civil e não esteja impedido por lei; 
2) O legalmente impedido de exercer atividade de empresário caso venha a 
exercê-la responderá pelas obrigações que contrair; 
3) O EIRELI possui personalidade jurídica, sua responsabilidade é limitada ao 
valor do seu capital que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário 
mínimo vigente no país e ao EIRELI no que couber aplicam-se as regras da sociedade 
limitada; 
4) Na sociedade em comum (“de fato”/”irregular”) os sócios possuem 
responsabilidade ilimitada e solidária, excluídos do benefício de ordem aqueles que 
contrataram pela sociedade (administradores); 
5) Na sociedade em conta de participação a atividade será exercida pelo sócio 
ostensivo em seu próprio nome e sob sua única responsabilidade, cabendo ao 
participante (oculto) direitos e obrigações nos termos de contrato existente entre as 
partes; 
6) Na sociedade limitada a responsabilidade dos sócios fica restrita ao valor de 
suas cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social; 
7) A sociedade limitada deverá realizar nos quatro meses posteriores ao final 
do exercício social assembleia de sócios, este conclave poderá ser substituído por uma 
reunião de sócios quando a sociedade tiver até 10 (dez) sócios e houver previsão de 
substituição no contrato social; 
8) A sociedade por ações de capital aberto poderá em virtude de autorização da 
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) negociar os seus títulos no Mercado de 
Capitais, este por sua vez estará dividido em Mercado de Balcão Organizado e Bolsa de 
Valores; 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
9) As ações de uma companhia estarão divididas quanto a sua espécie em 
ações ordinárias e preferenciais, as primeiras atribuem ao acionista direitos comuns 
como a participação nos resultados e o direito de voto, já as preferenciais poderão 
atribuir vantagens como o recebimento prioritário de lucros e restrições como o não 
direito a voto; 
10) Debêntures representam direito de crédito contra a companhia, já as partes 
beneficiárias representam direito de crédito eventual, enquanto o commercial paper 
(notas comerciais) atribuem ao portador direito de crédito com estrutura de nota 
promissória; 
11) O Conselho de Administração compreende órgão de existência facultativa, 
porém será obrigatório nas Companhias de Capital Aberto, de Economia Mista e de 
Capital Autorizado; 
12) O endosso compreende conduta onde endossante transfere ao 
endossatário titulo nominativo a ordem vinculando-se ao pagamento da obrigação na 
qualidade de coobrigado; 
13) No ato cambiário do aval, o avalista garante a obrigação assumida pelo 
avalizado; 
14) No ato cambiário do aceite (cabível em letra de câmbio e duplicata) o 
sacado lança no título a sua assinatura sob a expressão aceite, vinculando-se ao 
pagamento do título na qualidade de devedor principal; 
15) Na recuperação judicial o devedor terá 60 (sessenta) dias para apresentar o 
seu plano de recuperação judicial, contados a partir do deferimento da recuperação 
judicial; 
16) O fornecedor que após a sentença de quebra continuar a fornecer bens ao 
falido terá seu crédito considerado como extraconcursal; 
17) Contra a decisão que decretar a falência caberá o recurso de agravo, já 
contra a decisão de improcedência caberá o recurso de apelação; 
30 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
18) A ação revocatória, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por 
qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contados da 
decretação da falência. 
19) A carta patente de invenção terá vigência de 20 (vinte) anos contados a 
partir do depósito, não podendo o prazo ser inferior a 10 (dez) anos contados da 
concessão, já a carta patente de modelo de utilidade terá vigência de 15 (quinze) anos 
contados a partir do depósito, não podendo o prazo ser inferior a 7 (sete) anos 
contados da concessão; 
20) O certificado de registro de um desenho industrial terá vigência de 10 (dez) 
anos, podendo o prazo ser prorrogado por 3 (três) períodos iguais de 5 (cinco) anos, já 
o certificado de registro de marca terá duração de 10 (dez) anos prorrogáveis por 
períodos de 10 (dez) anos quantas vezes forem necessários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
ÉTICA – PROFESSOR ÁLVARO GONZAGA 
Dos 11 Capítulos da OAB selecionamos uma ou duas dicas de cada um para seus 
estudos. 
Capitulo I – Da advocacia 
1 - Atos não privativos de advogado. Dispensam advogado: 
a) impetração de habeas corpus 
b) a postulação ao Juizado Especial Cível, até20 salários 9.099/95) e no Juizado 
Especial Federal, até 60 salários 
c) a postulação à Justiça de Paz 
d) a postulação à Justiça do Trabalho 
e) a proposição de ações revisionais penais 
f) a defesa em processo administrativo disciplinar 
2 - Estagiário. É o aluno matriculado em um dos dois últimos anos do Curso de 
Ciências Jurídicas/Direito de instituição de ensino superior autorizada e credenciada, 
regularmente inscrito nos quadros da OAB como estagiário. 
 O estagiário pratica os atos profissionais sempre sob supervisão de um 
advogado orientador, que é responsável pelo estagiário, respondendo 
disciplinarmente pelos atos que este praticar. Além disso, o estagiário responde por 
infração disciplinar apenada sempre com censura. 
Capitulo II – Direitos do Advogado 
3 - Inviolabilidade do escritório (art. 7.º, II, do EOAB). O escritório de 
Advocacia só pode ser violado se houver: a) ordem judicial; b) expedida por juiz 
competente; c) objeto delimitado; d) decisão fundamentada e e) com a presença de 
um representante da OAB 
32 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
4 - Aguardar o juiz (art. 7.º, XX, do EOAB). O advogado pode retirar-se do 
recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do 
horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva 
presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo. 
Capitulo III – Inscrição na OAB 
5 – Requisitos para inscrição na OAB: 
a) Capacidade civil; 
b) diploma ou certidão de graduação em direito, ou ciências jurídicas e sociais, obtido 
em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; 
c) título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; 
d) aprovação em Exame de Ordem; 
e) não exercer atividade incompatível com a advocacia; 
f) idoneidade moral; 
g) prestar compromisso perante o Conselho. 
6 - Advogado público. Defensor público, procurador do Estado, procurador do 
município, procurador autárquico e procurador federal devem se inscrever na OAB, 
uma vez que exercem a advocacia. São elegíveis e podem integrar qualquer órgão da 
OAB. 
Capitulo IV – Sociedade de Advogados 
7 - Personalidade Jurídica (art. 15, § 1.º, do EOAB). O registro dos atos 
constitutivos da sociedade de advogados deve ser no Conselho Seccional da OAB onde 
será fixada a sociedade. Somente podem integrar a sociedade advogados 
regularmente inscritos nos quadros da OAB. 
33 
 
Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
8 - Denominação. O nome de pelo menos um dos sócios deve compor a 
denominação da sociedade seguido da expressão indicativa de sociedade de 
advogados (“advogados associados” ou “advocacia”). 
Não é permitido nome fantasia que leve à mercantilização da profissão (art. 16 do 
EOAB). Entretanto, o Provimento 112/2006 do Conselho Federal da OAB permite a 
utilização do símbolo “&” para nomenclatura de sociedade de advogados. 
Capitulo V –Advogado Empregado 
9 - Jornada de trabalho. A jornada de trabalho do advogado é especial, sendo 
de quatro horas diárias, o que significará vinte horas semanais. A expansão ou 
redução da jornada somente é possível por convenção coletiva ou em caso de 
dedicação exclusiva. 
Capitulo VI – Honorários Advocatícios 
10 - Espécies de honorários. Existem três tipos de honorários advocatícios. São 
eles: 
a) pactuados; 
b) arbitrados judicialmente; 
c) sucumbência. 
11. Contrato com cláusula quota litis. Consiste em um contrato de risco no 
qual o advogado admite receber os honorários caso obtenha êxito na demanda que 
patrocina. Os honorários recebidos pelo advogado são o convencionado e o de 
sucumbência. São requisitos para sua validade – ler art. 38 CED 
Capitulo VII – Incompatibilidade e impedimento 
12 - Incompatibilidade. É a proibição total para o exercício da advocacia, até 
mesmo em causa própria. Lembre-se quem tem o maior nome tem a maior restrição. 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
13 - Professores e administração acadêmica de cursos jurídicos (art. 28 e seu § 
2.º e art. 30, parágrafo único, do EOAB). Excepcionalmente, não são nem impedidos, 
nem incompatíveis, respectivamente, para o exercício da advocacia. Podem exercer a 
advocacia em qualquer esfera. 
Capitulo VIII – Ética do Advogado 
14 – Mala Direta: O advogado pode mandar mala direta (e-mail ou carta) 
apenas para seus clientes, ou para quem tenha solicitado o recebimento dessas 
comunicações. Desse modo, não pode o advogado enviar e-mails para não clientes. 
Capítulo IX – Infrações disciplinares 
15 - Tipos de pena (art. 35 do EOAB). Quatro penas podem ser aplicadas a 
quem pratica infração disciplinar: 
a) censura; (Ato) 
b) suspensão; ($ ou inépcia) 
c) exclusão; (crime) 
d) multa (pena acessória – 1 a 10 anuidades) 
16. Reabilitação. Após um ano do efetivo cumprimento da sanção imposta, 
pode o advogado requerer ao TED a reabilitação disciplinar. 
Quando a infração for resultante de infração penal, é indispensável que o pedido seja 
acompanhado da reabilitação criminal. 
Capitulo X – Organização da OAB 
17 - Órgãos da OAB (art. 45 do EOAB). 
a) Conselho Federal; Competência Geral 
b) Conselho Seccional; Competência especial 
c) Caixa de Assistência ao Advogado; + de 1500 advogados 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
d) Subseções - + de 15 advogados 
18. Eleições e mandatos (art. 63 do EOAB). Todos os mandatos são de 3 anos, 
iniciando-se em 1.º de janeiro do ano seguinte às eleições e em 1.º de fevereiro para o 
Conselho Federal. A eleição é realizada na segunda quinzena de novembro do ultimo 
ano de mandato. 
Capitulo XI – Processo Disciplinar administrativo 
19. Sigilo do processo. O processo disciplinar é absolutamente sigiloso, só 
tendo acesso aos autos as partes, os advogados constituídos, ou o defensor dativo 
nomeado e a autoridade judiciária. As sentenças condenatórias transitadas em 
julgado, que apliquem penas de suspensão ou de exclusão serão publicadas. 
20. Prazos. Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, 
estagiários e terceiros nos processos disciplinares da OAB são de 15 dias, exceto: 
a) a sustentação oral no TED, que será de quinze minutos; 
b) o prazo para juntada do original de recurso interposto via fax, que será de 10 dias; 
c) inserir o processo automaticamente na pauta da primeira sessão de julgamento, 
após o prazo de 20 (vinte) dias de seu recebimento pelo Tribunal, salvo se o relator 
determinar diligências. 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
FILOSOFIA DO DIREITO – PROFESSOR ÁLVARO GONZAGA 
10 Dicas de Filosofia do Direito: 
1 - O termo FILOSOFIA DO DIREITO surge com Hegel, em sua obra Princípios da 
Filosofia do Direito (1820). Aqui podemos dizer que há uma certa autonomia para 
investigação dos problemas de ordem exclusivamente jurídica, sem, no entanto, 
desvincular-se da FILOSOFIA. 
2 - O QUE É JUSTIÇA? (conceito de justiça) 
a) Justiça como retribuição. 
b) Justiça como igualdade. 
c) Justiça como liberdade. 
d) A regra de ouro: faça o com os outros o que gostaria que fizessem com você. 
3 – Definição de Direito Miguel Reale: 
Direito é a realização ordenada e garantida do bem comum, numa estrutura 
tridimensional bilateral atributiva e coercitiva 
4 – Equidade (Base em Aristóteles) – Igualdade Material – Tratar igualmente os 
iguais, desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades 
5 – Interpretação: fixar o sentido (finalidade) e alcance da norma jurídica 
1.ESPÉCIESINTERPRETAÇÃO
quanto à 
origem
• Judiciária - juiz
• legal – legislador (autêntica)
• Administrativa
• Doutrinária - estudiosos
quanto ao 
método
• Gramatical
• lógico-sistemática
• histórica
• sociológica
quanto aos 
resultdos
• Declarativa
• extensiva
• restritiva
 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
6 - Lógica do Razoável: Exemplo do cão guia e do Urso 
Relações de congruência: 
1. quais são os valores apropriados para determinada realidade? 
2. quais são os valores prestigiados? 
3. quais são os propósitos concretamente factíveis? 
4. quais são os meios convenientes, eticamente admissíveis e eficazes? 
 
7 – Fontes do Direito 
 
 
8 – Moral e Direito: 
Direito é Coercitivo (Obriga) bilateral (envolve mais de duas pessoas) atributivo 
(atribui-se valor a ele) e Heteronomo (depende de outro para produção de sua 
norma) 
Moral é não coercitiva, bilateral, não atributiva e autônoma (o individuo produz sua 
norma moral) 
9 – Ética e moral: 
Moral: Conjunto de valores de cada sujeito 
Ética: Conjunto de valores morais de determinado grupo social 
10 – Jusnaturalismo e Positivismo Jurídico 
Jusnaturalismo: 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
 Jusnaturalismo: estuda o direito natural, cuja disposição é inerente ao ser 
humano. 
 busca a aplicação da JUSTIÇA. 
 é anterior e superior ao direito positivo. 
 deve haver harmonia entre o direito natural e o direito positivo, mas se não 
houver o DIREITO NATURAL deve se sobrepor 
Positivismo Jurídico: 
 estuda o direito posto pelo Estado. 
 não importa a consideração sobre JUSTIÇA, pois esta é valor e não pode ser 
conhecida cientificamente. 
 o direito natural serve no máximo na orientação do legislador, mas não para o 
aplicador. 
 o direito é todo aquele que é positivado, sem possibilidade de aplicação de 
outra norma que não seja a jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
DIREITOS HUMANOS – PROFESSOR NAPOLEÃO CASADO 
Estudar as Dimensões dos Direitos Humanos 
Dignidade da Pessoa Humana como fundamento da República 
Ler o art. 5º inteiro para ficar afiado nos Direitos de 1ª. Dimensão 
Lembrar que Racismo e Formação de Grupo Armado contra o Estado Democrático de 
Direito são imprescritíveis; 
Ler os artigos 6 e 7º para ficar afiado com os direitos sociais e econômicos. 
Lembrar do Sistemas Internacionais de Direitos Humanos: Sistema Global, da ONU e 
Sistema Interamericano, da ONU; 
Lembrar que o STF entendeu que os tratados de Direitos Humanos são supralegais; 
Nossa Constituição só traz dois crimes imprescritíveis: Racismo e Formação de grupo 
armado contra o Estado Democrático. Contudo, os Direitos Humanos são 
imprescritíveis porque a possibilidade do indivíduo exigir seu cumprimento pelo Estado 
não prescreve. 
O Art. 109 da Constituição prevê a possibilidade de federalizar os crimes graves contra 
Direitos Humanos. Até agora, o STJ só deferiu uma vez tal deslocamento de 
competência, no Caso Manoel Matos (IDC 002/PB) 
Estudar a lei Maria da Penha e as mudanças nas penas e na Ação Penal em violência 
contra a mulher (lembrar que a jurisprudência atual vai no sentido de a Lei ser 
aplicável a qualquer violência doméstica, mesmo contra homens); 
Importante saber que a Plataforma Legal do Sistema Interamericano possui, além do 
Pacto de San José, a Declaração Interamericana de Direitos Humanos que, além de 
Direitos, estabelece Deveres Humanos; 
Lembrar que nenhum direito fundamental tem natureza absoluta. Até mesmo a vida 
conhece limitações e relativizações. 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Saber que os conflitos de Direitos Fundamentais se resolvem pela Técnica da 
Ponderação; 
Lembrar que os Direitos Humanos são aplicáveis a todos os indivíduos e exigíveis não 
apenas do Estados, mas dos cidadãos e empresas igualmente (Eficácia Horizontal dos 
Direitos Humanos; 
Com relação à Liberdade de Expressão, lembrar da jurisprudência do STF, no sentido 
de que não há um direito à incitação ao racismo, por exemplo (HC 82.424 - STF) 
Interrupção da gravidez em caso de anencefalia não é crime. (STF ADPF 54/DF) 
STF também decidiu que a pesquisa em células-tronco, sem ofensa ao direito à 
proteção da vida do nascituro (ADIN 3.510) 
Lembrar que o Tribunal Penal Internacional foi reconhecido pelo Brasil e tem 
competência para julgar Genocídio, Crimes de Guerra, Crimes de Agressão e Crimes 
contra a Humanidade; 
Dica atual: o TPI julgou em 2012 o seu primeiro caso: o Caso Lubanga. Condenou o 
chefe de uma milícia do Congo. 
Lembrar-se do, importante e recente, precedente do STF sobre a lei de quotas (ADPF 
186). Para o STF, a lei está de acordo com a Constituição e não afronta a isonomia. 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
DIREITO INTERNACIONAL – PROFESSOR ROBERTO CAPARROZ 
1. Soberania: No Direito Internacional, a regra mais importante é a soberania. Os 
países são soberanos, se encontram no mesmo nível hierárquico e só farão aquilo que 
concordarem (princípio do consentimento). 
2. Inexistência de poderes centrais: Não existe uma norma superior capaz de 
determinar condutas e nem um poder de polícia ou um Judiciário compulsório a todos 
os Estados. 
3. Princípio da força obrigatória: As obrigações no Direito Internacional são 
respeitadas e cumpridas com base no famoso princípio Pacta sunt servanda, que 
significa “O que foi combinado, deverá ser cumprido”. A ideia que está por trás deste 
princípio é a boa-fé que deve nortear as relações entre os Estados. 
4. Palavras mágicas do Direito Internacional, para não esquecer: boa-fé, 
reciprocidade, igualdade, soberania, Pacta sunt servanda, consentimento, 
coordenação. 
5. Fontes do Direito Internacional: convenções internacionais, costume internacional, 
princípios gerais do direito (primárias), doutrina internacional e jurisprudência 
internacional (secundárias ou interpretativas). 
6. Corte Internacional de Justiça: é o principal órgão judiciário da ONU e tem 
competência para julgar litígios entre Estados soberanos. Também pode emitir 
opiniões consultivas, que possuem caráter interpretativo. Não defende os interesses 
de um país. Está localizada na cidade de Haia, na Holanda, é composta de 15 juízes, 
eleitos para mandato de 9 anos, e não poderá ter mais de um juiz do mesmo país 
simultaneamente. 
7. Tribunal Penal Internacional: é também conhecido como Corte Penal Internacional. 
Foi criado a partir do Estatuto de Roma e é dotado de personalidade jurídica própria. 
Não pertence à ONU. Está localizado na cidade de Haia, na Holanda. Tem competência 
para julgar os crimes previstos no Estatuto de Roma, que são: Crimes de Guerra, 
Crimes de Genocídio, Crimes contra a Humanidade e Crimes de Agressão. O TPI possui 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
uma jurisdição complementar, mediante aceitação do país do indivíduo. O Brasil aceita 
(CF, art. 5o, § 4º). O TPI substitui os tribunais ad hoc, considerados de exceção e 
contrários à CF (art. 5o, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção). 
8. ONU: foi criada logo após o término da Segunda Guerra Mundial, a partir de uma 
conferência internacional realizada na cidade de São Francisco em 1945. Principais 
objetivos: manutenção da paz e segurança internacionais, por meio de relações 
amistosas e cooperação entre as nações, lastreadas nos princípios da justiça,igualdade 
e da autodeterminação dos povos. Possui seis órgãos principais: Assembleia Geral, 
Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Corte 
Internacional de Justiça e Secretariado. A adesão de novos membros exige aprovação 
da Assembleia Geral, após recomendação do Conselho de Segurança. 
9. Tratados Internacionais: são acordos internacionais escritos e concluídos, firmados 
por pessoas dotadas de personalidade jurídica internacional e compostos por um ou 
mais instrumentos. Deverão ter publicidade para produzir efeitos (depósito na ONU). 
Possuem três partes: Preâmbulo, Dispositivo e Anexos. A assinatura dos tratados 
decorre da competência constitucional e pode ser feita por plenipotenciários. 
10. Personalidade jurídica: somente Estados soberanos e organizações internacionais 
possuem competência para a celebração de tratados. Organizações não 
governamentais (ONGs), empresas e indivíduos não possuem, em regra, personalidade 
jurídica internacional (atualmente se discute a questão dos direitos humanos), e, por 
isso, não podem assinar tratados. Excepcionalmente, reconhece-se a possibilidade de a 
Santa Sé firmar concordatas com os demais sujeitos de direito internacional público. 
11. Ingresso dos tratados no Brasil: Presidente da República assina o tratado e 
encaminha o texto ao Congresso Nacional. O texto aprovado dá origem ao Decreto 
Legislativo, que deverá ser depositado na ONU. É neste momento que ocorre a 
ratificação, pois revela o comprometimento do Brasil no plano internacional, ou seja, a 
partir deste momento o Brasil responde perante os demais Estados. Após essa etapa, o 
Presidente da República promulga o tratado por meio do decreto executivo e, a partir 
de então, o tratado valerá no território brasileiro. 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
12. Tratados em matéria tributária: Para o STF, os tratados, em regra, possuem força 
de lei ordinária. Os tratados em matéria tributária prevalecem sobre as normas 
brasileiras (artigo 98 do CTN). Assim, na hipótese de conflito, a lei nacional estará 
prejudicada. 
13. Tratados sobre Direitos Humanos: tratados firmados pelo Brasil em matéria de 
direitos humanos, desde que aprovados mediante o rito de emendas constitucionais, 
isto é, votação em cada casa do Congresso, em dois turnos, por três quintos, terão 
status de emenda constitucional (Art. 5º § 3º, CF/88). Tratados sobre direitos humanos 
aprovados pelo rito de lei ordinária, maioria simples, são para o STF normas 
supralegais, abaixo da CF, mas acima das leis. 
14. Requisitos da soberania: território livre, comunidade humana neste território e 
governo independente não subordinado a terceiros. O território define a jurisdição e é 
composto da porção terrestre, mar territorial e espaço aéreo, nos quais o Estado 
exerce soberania. 
15. Zona Econômica Exclusiva e Pré-sal: a camada do pré-sal está localizada na zona 
econômica exclusiva, que se estende até 200 milhas, e pode ser explorado pelo Brasil, 
mediante concessão. 
16. Naturalização: decorre da conjugação de dois fatores: a manifestação da vontade 
do estrangeiro e o preenchimento de requisitos previstos em lei. Para pessoas 
originárias de países de língua portuguesa basta residência por 1 ano ininterrupto e 
idoneidade moral. A naturalização comum é possível em 4 anos e a extraordinária em 
15 anos de residência, ininterrupta e sem condenação penal. 
17. Perda da nacionalidade: ocorre de duas formas: a) pelo cancelamento da 
naturalização do estrangeiro, mediante sentença judicial; b) quando o indivíduo 
adquirir, de modo voluntário, outra nacionalidade, salvo nas hipóteses previstas no art. 
12, §4º, II, a e b, CF/88. 
18. Retirada compulsória do estrangeiro do território nacional: a) deportação: ato de 
retirada compulsória do estrangeiro do Brasil após ingresso irregular ou quando 
vencido o quadro de permanência previsto pela legislação; b) expulsão: forma de 
punição do estrangeiro que, no território nacional, atentar contra os interesses ou as 
instituições do Brasil; c) extradição: medida de retirada compulsória do estrangeiro a 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
partir da requisição do governo de outro país, fundamentada em tratado firmado com 
o Brasil ou no princípio da reciprocidade. 
19. Direito Internacional Privado: a principal missão do Direito Internacional Privado é 
identificar qual sistema jurídico é aplicável aos casos em que as partes possuem 
nacionalidades diferentes ou, ainda, quando os atos e negócios jurídicos ocorrem no 
exterior. Para definir qual direito será aplicável, é necessário identificar o elemento de 
conexão. Os principais elementos de conexão são: domicílio das partes, local do 
contrato, local da constituição da empresa e local da produção dos efeitos. 
20. Direito aplicável: a) à personalidade: regra geral é o local do domicílio do 
indivíduo; b) aos bens: regra geral é o local da sua situação; c) às obrigações: regra 
geral é o local da constituição das obrigações; d) à sucessão: será aplicada a lei do 
domicílio do falecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
DIREITO PENAL – PROFESSOR EDSON KNIPPEL 
1 - TEMPO E LUGAR DO CRIME 
Em relação ao TEMPO DO CRIME, o artigo 4º, CP adota a teoria da ATIVIDADE: 
considera-se praticado o crime no momento da realização da conduta (ação ou 
omissão). 
Já em relação ao LUGAR DO CRIME (artigo 6º, CP), é acolhida a teoria da 
UBIQUIDADE: considera-se praticado o crime tanto no lugar da realização da conduta 
criminosa, no todo ou em parte, como no lugar da produção do resultado (ou onde 
deveria ser produzido). 
Para lembrar-se desta DICA, memorize a palavra LUTA. Veja abaixo: 
Lugar 
Ubiquidade 
Tempo 
Atividade 
2 - EXTRATERRITORIALIDADE (Conceito e espécies) 
EXTRATERRITORIALIDADE é a aplicação EXCEPCIONAL da lei penal brasileira aos 
fatos praticados no estrangeiro. 
Pode ser INCONDICIONADA ou CONDICIONADA. 
Será INCONDICIONADA quando ocorrer uma das hipóteses previstas no artigo 
7º, I, CP, não se exigindo o preenchimento de qualquer outro requisito ou condição. 
Por outro lado, será CONDICIONADA quando ocorrer uma das hipóteses 
previstas no artigo 7º, II ou § 3º, CP. Porém, aqui, não é suficiente a ocorrência de uma 
das hipóteses. É imprescindível que todas as condições de perseguibilidade, previstas 
no artigo 7º, II, CP estejam devidamente preenchidas. 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
RESUMINDO 
INCONDICIONADA = ocorrência de uma das hipóteses do artigo 7º, I, CP; 
CONDICIONADA = ocorrência de uma das hipóteses do artigo 7º, II ou § 3º, CP + 
preenchimento de todas as condições de perseguibilidade previstas no artigo 7º, § 2º, 
CP. 
3 - CLASSIFICAÇÃO DE CRIME QUANTO AO SUJEITO ATIVO 
CRIME COMUM - pode ser praticado por QUALQUER PESSOA. A lei não exige 
nenhuma qualidade especial do agente. Exemplo: homicídio. 
CRIME PRÓPRIO - a lei EXIGE uma QUALIDADE especial do sujeito ativo. Não 
pode ser praticado por qualquer pessoa. Admite coautoria e participação. Exemplo: 
peculato. 
CRIME DE MÃO PRÓPRIA - a lei também EXIGE uma QUALIDADE especial do 
agente, razão pela qual não pode ser praticado por qualquer pessoa. Porém SOMENTE 
ADMITE PARTICIPAÇÃO. Não admite coautoria. Exemplo: falso testemunho. 
4 - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
É aplicado nas situações nas quais a lesão ao bem jurídico é ínfima, desprezível. 
Nestes casos, o ataque ao bem ou interesse protegido é irrelevante, de somenos 
importância,que revela a desnecessidade da coerção penal. 
Constituem requisitos: 
a) mínima ofensividade da conduta; 
b) nenhuma periculosidade social da conduta; 
c) reduzido grau de reprovabilidade; 
d) inexpressividade da lesão jurídica provocada 
(Vade Mecum Jurídico, Capítulo de Direito Penal, Affonso Celso Favoretto e Edson 
Knippel, RT, 2012). 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
A consequência é a atipicidade material da conduta. 
Pode ser aplicado, por exemplo, nos crimes de furto, lesão corporal, 
descaminho, porte de droga para consumo pessoal, dentre outros. 
5 - ERRO DE TIPO 
É a falsa percepção da realidade que recai sobre elementos constitutivos do 
tipo penal. Difere-se do ERRO DE PROIBIÇÃO. 
No ERRO DE TIPO, o agente sabe que a conduta é proibida, mas não sabe que a 
pratica. Já no ERRO DE PROIBIÇÃO, o agente sabe o que está fazendo, mas não sabe 
que é proibido. 
O ERRO DE TIPO pode ser ESSENCIAL ou ACIDENTAL. 
O ESSENCIAL recai sobre elementares ou circunstâncias previstas no tipo penal 
(qualificadoras, causas de aumento de pena, agravantes). EXEMPLO: pessoa que leva 
consigo livro alheio, imaginando que fosse seu. 
O ACIDENTAL, por sua vez, incide sobre circunstâncias secundárias do crime. 
EXEMPLO: matar uma pessoa, imaginando ser outra (erro sobre a pessoa). 
Se o erro ESSENCIAL for INVENCÍVEL (inevitável ou escusável), afasta o dolo e a 
culpa. Se for VENCÍVEL (evitável ou inescusável), exclui somente o dolo, permanecendo 
a culpa, desde que exista previsão expressa. 
O ERRO DE TIPO ACIDENTAL não afasta e nem diminui a responsabilidade penal 
do agente. E mais: responde como se tivesse efetivamente praticado o crime 
pretendido. São exemplos: erro de execução, erro sobre a pessoa e erro sobre a coisa. 
6 - PUNIÇÃO DA TENTATIVA 
Em regra, pune-se o crime tentado aplicando-se a mesma pena do crime consumado, 
diminuída de 1 a 2/3 (artigo 14, II e p. único CP), na 3a fase do cálculo dosimétrico. 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Exceção ocorre nos crimes de empreitada ou de empreendimento. Nestes casos, a 
pena do crime tentado é igual a do consumado (ex.: artigo 352, CP). 
Para realizar a diminuição, deve se levar em conta o que foi percorrido pelo 
agente no "iter criminis". Quanto mais próximo chegar da consumação, menor será a 
diminuição. Quanto mais distante ficar, maior será a diminuição. Exemplo: vítima 
sobrevive após ficar em coma por vários dias = diminui-se o mínimo, 1/3; vítima sofre 
tentativa branca de homicídio = diminui-se no máximo. 
7 - DIFERENÇAS ENTRE DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
(ARTIGO 15, CP) 
Na DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA o agente, VOLUNTARIAMENTE, desiste de 
prosseguir nos atos executórios. Aplica-se a fórmula POSSO PROSSEGUIR, MAS NÃO 
QUERO. A interrupção se dá durante a prática dos atos de execução. EXEMPLO: agente 
que dispara apenas uma vez contra a vítima, dispondo de outros projéteis, e decide 
parar, por sua própria vontade, a execução do crime. CONSEQUÊNCIA: só responde 
pelos atos já praticados. 
Já no ARREPENDIMENTO EFICAZ o agente, VOLUNTARIAMENTE, após ter 
praticado todos os atos executórios, decide evitar a produção do resultado. Para que 
faça seja caracterizado, é necessário que o resultado não venha a ocorrer (sua 
intervenção deve ser eficaz). EXEMPLO: agente que efetua disparos de arma de fogo, 
se valendo de todos os projéteis de que dispunha e resolve, por sua própria vontade, 
prestar socorro à vítima, que sobrevive. CONSEQUÊNCIA: só responde pelos atos já 
praticados. 
OBSERVAÇÃO: na TENTATIVA (artigo 14, II e p. único, CP), também ocorre a 
interrupção dos atos executórios ou uma intervenção para que o resultado não ocorra. 
Porém, isto não parte da voluntariedade do agente. O resultado não acontece por 
CIRCUNSTÂNCIAS ALHEIAS À VONTADE DO AGENTE. 
 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
8- INIMPUTABILIDADE E SEMI-IMPUTABILIDADE 
Na INIMPUTABILIDADE, exceto no caso do menor, o agente possui um DÉFICIT 
MENTAL (doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado) + 
ausência TOTAL de discernimento. É adotado o CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO. A 
CONSEQUÊNCIA é a imposição de MEDIDA DE SEGURANÇA. 
Já na SEMI-IMPUTABILIDADE há um DÉFICIT MENTAL menor (perturbação 
mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado) + ausência PARCIAL de 
discernimento. Também é adotado o CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO. A CONSEQUÊNCIA é 
a imposição de PENA, com redução de 1 a 2/3 OU de MEDIDA DE SEGURANÇA. 
9- DOMÍNIO DO FATO 
Para esta teoria, autor não é só aquele que realiza a conduta prevista no tipo 
penal. 
É também quem possui o "poder de decisão sobre a realização do fato" (Cezar 
Roberto Bittencourt). É quem decide "o se, o como e o quando da infração penal" 
(Rogério Greco e Nilo Batista). 
Tal situação é verificada, por exemplo, no caso de autoria mediata (erro 
determinado por terceiro, coação moral irresistível, obediência hierárquica e aquele 
que instiga ou determina a cometer o crime alguém não-punível em virtude de 
condição ou qualidade pessoal). 
10- PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (artigo 5º, XLVI, CF) - Momentos e 
aplicação prática 
"A individualização da pena acontece em três momentos diferentes: 
- 1.º momento: quando o legislador decide que a conduta será criminosa e escolhe o 
tipo e os limites de pena que serão aplicados; 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
- 2.º momento: no instante em que o juiz aplica a pena ao caso concreto, 
considerando, principalmente, o artigo 59, caput, do Código Penal, que contempla as 
circunstâncias judiciais; 
- 3.º momento: no decorrer da execução penal, no momento em que o magistrado 
analisa o tempo de cumprimento de pena e o comportamento do sentenciado, com a 
finalidade de conceder ou não um determinado direito público subjetivo previsto em 
lei, tal como se dá na progressão de regime". 
(Trecho extraído do VADE MECUM PRÁTICA OAB PENAL, Edson Knippel, RT, 2012) 
APLICAÇÃO PRÁTICA 
"O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o HC 97.256/SP, em 01/09/2010, 
considerou inconstitucional o artigo 44, da Lei 11.343/06, na parte em que veda a 
substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, por ofensa 
ao princípio da individualização da pena. Os ministros entenderam que o legislador 
não pode subtrair do magistrado a tarefa de analisar o cabimento da substituição, no 
caso concreto". (Trecho extraído do VADE MECUM PRÁTICA OAB PENAL, Edson 
Knippel, RT, 2012). 
11- SÚMULA 444, DO STJ 
"É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para 
agravar a pena-base". 
Em virtude do princípio da presunção do estado de inocência, previsto no artigo 
5º, LVII, CF, não poderá ser considerada como geradora de maus antecedentes 
qualquer situação que seja distinta da sentença condenatória transitada em julgado. 
Inquéritos policiais em curso, ações penais em andamento, ainda que exista 
sentença condenatória recorrível, não são suficientes para apontar maus 
antecedentes. 
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Curso Marcato|Praetorium – Contagem Regressiva X Exame de Ordem 
 
Também não geram maus antecedentes passagens registradas como atos 
infracionais, quando menor de 18 anos. 
12- PROGRESSÃO DE REGIME 
Para que tenha direito a progressão de regime, o condenado deve preencher os 
seguintes requisitos: 
a) objetivo: diz respeito ao tempo de cumprimento de pena (crime comum, mais de 
um sexto; crime hediondo ou equiparado, se primário, mais de dois quintos, e se 
reincidente, mais de três quintos);

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