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BIOETICA E ETICA MEDICA I AULA DOCUMENTOS MEDICOS

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01/05/2016
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B I O É T I C A E É T I C A E M É D I C A I
C U R S O D E M E D I C I N A – M Ó D U L O V
U N I A R A
Documentos Médicos
Direito e Medicina
 Conselho Federal de Medicina: atribuição constitucional 
de normatização e fiscalização da prática médica:
 Leis 
 Resoluções 
 Pareceres
Órgãos fiscalizadores do exercício profissional da 
medicina:
 Conselhos Regionais de Medicina
 Código de Ética Médica
 Código de Processo Ético-Profissional
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Áreas médicas de Aplicação ao Direito 
Direito Constituído:
 Autoridade judiciária busca informações de natureza
médica;
 A norma jurídica já está estabelecida, mas sua
aplicação depende de exame médico específico;
Direito Constituendo:
 Há necessidade de conhecimentos de natureza
médica para elaboração de nova lei ou para reforma
da legislação vigente;
Medina Legal
É disciplina importante para operadores do Direito,
pois vários ramos deste utilizam a perícia:
 Direito Civil (investigação de paternidade,
capacidade civil, etc.)
 Direito Penal (lesões, identificação humana, crimes
sexuais, etc).
 Direito Trabalhista (doenças profissionais,
afastamentos, acidentes de trabalho, etc.)
 A prática da medicina legal se dá pela Perícia Médica
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Peritos e perícias
Documentos Periciais
PERITOS
Peritos são técnicos de nível superior, especialistas em
determinada matéria e que, por designação de
autoridade competente, prestam serviço à Justiça ou à
Polícia a respeito de:
 Fatos
 Pessoas ou
 Coisas
De acordo com a investidura, os peritos se classificam em:
 Oficiais
 Nomeados ou louvados
 Assistentes Técnicos
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Previsão legal dos peritos oficiais – área criminal
 CPP – art. 159. O exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito oficial, portador
de diploma de curso superior.
 § 1º Na falta de perito oficial, o exame será
realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras
de diploma de curso superior, preferencialmente
entre as que tiverem habilitação técnica
relacionada com a natureza do exame.
 § 2º Os peritos não oficiais (“Ad hoc”) prestarão o
compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo.
Previsão legal do peritos – Área Cível
 Art. 421. CPC: O juiz nomeará o perito, fixando de
imediato o prazo para a entrega do laudo.
 § 1º Incumbe às partes, em 5 (cinco) dias, contados
da intimação do despacho de nomeação do perito:
I - indicar o assistente técnico*;
II - apresentar quesitos.
*Assistente técnico também é nomeado e, portanto, é
“ad hoc” (“para aquela finalidade, naquele momento,
caráter temporário)
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PERÍCIA
 É toda a atuação de um técnico, consubstanciada em
um documento (laudo, na maioria dos casos), para
informar ou esclarecer a Justiça;
 A perícia é o meio probatório pelo qual se procura
obter para o processo uma opinião (informação),
fundamentada em conhecimentos técnico-científicos
sobre uma questão de fato que é útil no
descobrimento ou na valoração de um elemento de
prova.
Perícias 
 Todos os exames elaborados por médicos (exames
clínicos, laboratoriais ou necroscópicos) e que são
destinados ao uso judicial são denominados
PERÍCIAS MÉDICO-LEGAIS.
 Os exames elaborados por profissionais de outras
áreas, desde que destinados ao uso como meio de
prova em juízo, são denominados PERÍCIAS;
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Classificação das Perícias
Segundo a matéria:
 Médica:
Psiquiátrica
Necroscópica
Traumatológica, etc
 Não médica:
Contábil
De engenharia
Química
Balística etc.
Classificação das Perícias
Quanto ao ramo do direito:
 Cível
 Trabalhista
 Criminal
Quanto ao modo como se realiza o exame:
 Perícia direta: exame na própria vítima
 Perícia indireta: exame realizado por fichas 
hospitalares ou outros documentos
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Classificação das Perícias
Quanto aos fins:
 Perícia de retratação: consiste numa descrição
(narração minuciosa) do que foi observado pelo
perito = “visum et repertum” – ver e repetir
 Perícia Interpretativa: realizada por um processo
científico de interpretação dos fatos e das
circunstâncias, no qual chega a uma conclusão
técnica
 Perícia opinativa – é firmado um parecer do
especialista sobre determinado assunto
Classificação das Perícias
Quanto ao momento de realização:
 Retrospectivas: exames realizados no presente, mas
relacionados com fatos passados com o objetivo de
perpetuar os elementos de prova (maioria das perícias)
 Prospectivas: tratam de situações presentes cujos efeitos
deverão ocorrer no futuro.
Ex.: exame de cessação de periculosidade
 Art. 775 do Cód. Proc. Penal: A cessação ou não da
periculosidade se verificará ao fim do prazo mínimo de duração da
medida de segurança pelo exame das condições da pessoa a que tiver
sido imposta. Inc. II: necessário laudo pericial de dois médicos...
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Documentos periciais
Documentos Periciais
 Os documentos relativos às perícias médicas
realizadas por médicos são denominados
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS;
 Aqueles relativos ao trabalho pericial realizados por
peritos que não atuam na área médica são
usualmente denominados LAUDOS PERICIAIS
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DOCUMENTOS MÉDICOS-LEGAIS
 São todas as informações de conteúdo médico e que
tenham interesse judicial.
Características:
 Emitidos por médicos habilitados
 Decorrentes de exames médicos
 Apresentados, geralmente, por escrito
 Objetivam o esclarecimento de questão judicial
DOCUMENTOS MÉDICOS-LEGAIS
Classificação:
 Atestados
 Notificações compulsórias
 Relatórios médico-legais
 Pareceres
 Depoimentos orais
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Atestados
 Atestados clínicos: declarações simples para
certificar condições de sanidade ou enfermidade, por
ex., para justificar ausência do paciente ao trabalho.
 (é sempre fornecido a pedido do interessado)
 Atestados para fins previdenciários: para
comprovação de estado patológico (INSS)
Atestados 
 Atestados de óbito: em caso de morte:
natural, atribuição do próprio médico desde que
tenha assistido o paciente
natural, mas por doenças mal definidas: médicos
do Serviço de Verificação de Óbito.
Violenta (acidente, suicídio e crime) e suspeita
(inesperada, sem causa evidente): IML – Instituto
Médico Legal
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Atestados falsos
O atestado é chamado de
 Gracioso, de favor ou complacente:
 quando fornecido a alguém por amizade ou por
qualquer outro motivo
Não se efetiva o ato médico
Às vezes, é dado com fim de lucro.
Obs.: É improcedente a alegação de que a
finalidade do atestado é meramente protocolar,
sem importância.
Atestados falsos
 Além de problemas e questões ÉTICAS, um atestado
gracioso ou “lucrativo” poderá via a caracterizar um
“atestado falso”, punível pelo Código Penal e pelo
CRM (art. 80 e art. 81 do Cód. Ética Médica)
 Art. 302 do Código Penal – Dar o médico, no
exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim
de lucro, aplica-se também multa.
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Notificações Compulsórias
 São notificações obrigatórias às autoridades
competentes por razões sociais ou sanitárias.
Doenças de notificação obrigatória: (dengue,
hanseníase, AIDS, tuberculose, etc.)
Comunicação de acidente de trabalho – CAT :
inclui, também, doença profissional e do trabalho
Comunicação de ocorrência de crime de ação penal
pública incondicionada (desde que não exponha o
cliente a procedimento criminal)
Comunicação de ocorrência de morte encefálica:
para captação e distribuição de órgãos.
Ocorrência de violência contra a mulher: p. ex.,esterilizações cirúrgicas (Lei 10.778/2003)
(caráter sigiloso)
 Esta lei estabelece a notificação compulsória, no
território nacional, do caso de violência contra a
mulher que for atendida em serviços de saúde
públicos ou privados.
Notificações Compulsórias
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Pareceres
 São consultas feitas a renomados especialistas na
área médica para utilização em processo judicial
(criminal, cível ou trabalhista) ou administrativo.
 São documentos oficiosos ou particulares,
encomendados pelas partes para reforçar sua tese e,
por isto, devem ser analisados com cautela e
raramente se sobrepõem aos exames oficiais.
Depoimentos orais
 Dados pelo médico perante autoridade policial ou
judicial, objetivando o esclarecimento de questão
médica de interesse judicial.
Estes depoimentos são normalmente reduzidos a
termo.
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Relatórios médico-legais
São resultantes da atuação médico legal:
 Auto: relatório ditado ao escrivão ou ao escrevente na
presença do delegado ou juiz
 É normalmente elaborado por peritos “ad hoc”
 É assinado pelos peritos nomeados, pelo escrivão e
pelo delegado
 Laudo:
 Elaborado pelos próprios médicos (é o + comum dos
relatórios)
 Se for ditado após o exame: Auto
 Se for redigido posteriormente pelos peritos: Laudo
FALSA PERÍCIA
 Prevista no art. 342 do CP: Fazer afirmação falsa, ou
negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
 Alcança peritos oficiais e não oficiais
 Na falsa perícia o especialista PROPOSITADAMENTE:
 Faz afirmação falsa ou
 Nega a verdade ou
 Silencia sobre fato relevante
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Suspeição, impedimentos 
e incompatibilidade dos peritos
 Suspeição: vínculo do perito com as partes
 Impedimento: relação de interesse com o objeto do
processo
 Incompatibilidade: outras razões de conveniência
previstas nas leis de organização judiciária: ex.
envolvimento com parentes, se o médico já tenha
assistido a uma das partes, etc.
CAPÍTULO X DO CEM - 2008
DOCUMENTOS MÉDICOS
Arts. 80 a 91
Código de Ética Médica e os Documentos 
médicos
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É vedado ao médico:
 Art. 80. Expedir documento médico sem ter
praticado ato profissional que o justifique, que seja
tendencioso ou que não corresponda à verdade.
 Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens.
 Art. 82. Usar formulários de instituições públicas
para prescrever ou atestar fatos verificados na clínica
privada.
É vedado ao médico:
 Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado
pessoalmente, ou quando não tenha prestado
assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o
fizer como plantonista, médico substituto ou em caso
de necropsia e verificação médico-legal.
 Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual
vinha prestando assistência, exceto quando houver
indícios de morte violenta.
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 Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos
prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo
profissional quando sob sua responsabilidade.
 Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente
ou a seu representante legal quando aquele for
encaminhado ou transferido para continuação do
tratamento ou em caso de solicitação de alta.
É vedado ao médico:
É vedado ao médico:
 Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para
cada paciente.
 § 1º O prontuário deve conter os dados clínicos
necessários para a boa condução do caso, sendo
preenchido, em cada avaliação, em ordem
cronológica com data, hora, assinatura e número
de registro do médico no Conselho Regional de
Medicina.
 § 2º O prontuário estará sob a guarda do médico
ou da instituição que assiste o paciente.
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É vedado ao médico:
 Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu
prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando
solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações
necessárias à sua compreensão, salvo quando
ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a
terceiros.
 Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua
guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo
paciente, para atender ordem judicial ou para a sua
própria defesa.
§ 1º Quando requisitado judicialmente o
prontuário será disponibilizado ao perito médico
nomeado pelo juiz.
§ 2º Quando o prontuário for apresentado em
sua própria defesa, o médico deverá solicitar que
seja observado o sigilo profissional.
É vedado ao médico:
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É vedado ao médico:
 Art. 90. Deixar de fornecer cópia do prontuário
médico de seu paciente quando de sua requisição
pelos Conselhos Regionais de Medicina.
 Art. 91. Deixar de atestar atos executados no
exercício profissional, quando solicitado pelo
paciente ou por seu representante legal.
Tempo de guarda do prontuário
Regulado pela Resolução CFM nº. 1.331/89
 Art. 1º. - O prontuário médico é documento de 
manutenção permanente pelos estabelecimentos 
de saúde.
 Art. 2º. - Após decorrido prazo não inferior a 10
(dez) anos, a fluir da data do último registro de
atendimento do paciente, o prontuário pode ser
substituído por métodos de registro capazes de
assegurar a restauração plena das
informações nele contidas.
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Tempo de guarda do prontuário
 O prontuário pode ser, posteriormente, utilizado
pelos interessados como meio de prova até que
transcorra o prazo prescricional de 20 (vinte) anos
para efeitos de ações que possam ser impetradas na
Justiça.
Tempo de guarda do prontuário
 Prontuário Eletrônico:
 O art. 57 da Lei nº 8.934/94, prevê preservação da
imagem de documentos por meios tecnológicos "mais
avançados".
 Os arts. 41 e 46, prevêem armazenamento de
documentos em sistemas de computação "e discos
óticos".
 Em síntese, não constitui ilícito ético a cópia da
documentação de pacientes sob guarda da instituição
pelos meios acima, preservado o sigilo por parte dos
operadores dos sistemas e o amplo direito do paciente à
sua documentação em toda e qualquer hipótese.
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LAUDO PERICIAL
E
PARECER
Informações adicionais:
LAUDOS PERICIAIS
Não existe forma legal de apresentação desses Laudos:
O laudo apresenta, no mínimo:
 Preâmbulo: dados gerais como autoridade
requisitante, objeto do exame, data da ocorrência.
 Quesitos: na área criminal, os quesitos são oficiais e
padronizados para as principais perícias – são
perguntas relevantes para o Direito
 Histórico: é resumidamente os fatos geradores da
perícia
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LAUDOS PERICIAIS
 Descrição: pormenores e etapas dos exames realizados
com a apresentação dos elementos colhidos no decorrer
do exame – (visum e repertum)
 É a parte mais importante do relatório
 Discussão: interpretação dos fatos, diagnósticos,
prognósticos – os peritos comentam os dados obtidos,
discutem varias hipóteses e exteriorizam suas impressões
 Conclusões: deduções e ponderações decorrentes do
exame feito – É A SÍNTESE DO LAUDO
 Respostas aos quesitos oficiais e aos formulados – devem
ser simples, breves, diretos e com o mínimo possível de
palavras.
 Fecho ou encerramento.
PARECER MÉDICO-LEGAL
Compõe-se de 04 partes (não possui descrição)
 Preâmbulo: qualificação do médico consultado
 Exposição: transcrição dos quesitos e do objeto da
consulta.
 Discussão: parte + importante do parecer, onde os
fatos apresentados serão analisados em minúcias.
 Conclusões: modo de ver do parecerista, dando
resposta aos quesitos formulados.
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Prazo para realização da perícia
Código de Processo Penal (CPP)
 REGRA: o mais rápido possível
Exceções:
 Exame necroscópico – mínimo de 6 horas
 Exame complementar de lesão corporal – mínimo de
30 diasCódigo de Processo Civil
 Logo após a nomeação pelo juiz
Prazos para entrega do laudo
 Regra: 10 dias
Exceções: 
 Cessação de periculosidade (1 mês ou 15 dias)
 Incidente de insanidade ( até 45 dias)
 Dilação solicitada pelos peritos
 CPC
 Regra: prazo determinado pelo juiz
 10 dias a mais para os assistentes técnicos
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FIM

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