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TEORIAS DO JORNALISMO Profª Drª Gabriella Zauith Como circula a notícia, como é consumida e quais os seus efeitos? Responder a cada uma destas grandes interrogações permite delimitar duas grandes áreas centrais da teoria do jornalismo: Produção da notícia; Circulação e consumo da notícia, ou seja, dos efeitos da notícia. Por que as notícias são como são? ● Qual é o papel dos jornalistas na produção de notícias? ● Qual é a função do jornalismo na sociedade? ● É um campo aberto em que os agentes sociais podem se mobilizar? ● Ou é um campo fechado a serviço do status quo? Por que as notícias são como são? Jornalismo como objeto de estudo; Campo científico; Mestrado e doutorado desde 1930 (EUA); Teorias não se excluem, não são puras, nem são independentes umas das outras. Por que as notícias são como são? Teoria do Espelho Teoria do Espelho Teoria mais antiga; As notícias são como são porque a realidade assim determina; Padrão dominante no campo jornalístico ocidental; Ideologia profissional dos Jornalistas: é um mediador desinteressado, cuja missão é observar a realidade, e emitir um relato equilibrado e honesto sobre suas obervações, com o cuidado de não emitir opiniões pessoais. A partir de quando o jornalismo se baseia premissa da objetividade? • Jornalismo como informação, separação entre fatos e opiniões; • Agências de notícias: 1856 – Associated Press (EUA)/Reuters (Inglaterra)/Havas (França)/ Wolf (Alemanha); • O meu trabalho é comunicar fatos: as minhas instruções não permitem qualquer tipo de comentários sobre os fatos, sejam quais eles forem; • Positivismo reinante (proximidade com a ciência/método científico). Ambicionava imitar o novo invento, a máquina fotográficamáquina fotográfica, como um espelho capaz de reproduzir o mundo. Jornalismo no Séc XIX Jornalismo no Séc XIX Com a explosão das tiragens, transformou-se o jornal num produto popular, um negócio altamente lucrativo, sem se importar com seu comprometimento como um serviço público; Nos primórdios do jornalismo, o jornalista fazia as notícias como se fosse onisciente. Como se tudo soubesse, como se não tivesse falado com fontes de informação e como se tudo tivesse presenciado. Não citava fontes. Sensacionalismo: diretriz norteadora, com a fidedignidade dos fatos deixadas de lado. Fatos forjados como mentiras, calúnia e ofensas. Dignidade ao jornalismo: ● A doutrina da objetividade chega como um movimento de preservação dos valores inerentes à prática jornalística; Elaboração de códigos de ética, como um padrão de atuação profissional; Formação: expansão de escolas de jornalismo; Atividade comprometida com a verdade em oposição a mentira do sensacionalismo; Objetividade como referencial a apuração correta dos fatos. Movimento de restauração • Desenvolvimento de um governo democrático; • Ao ser considerada uma atividade livre, regular e contínua; • Depurar as ideologias (neutralidade) e distorções (tendências). Movimento de restauração Jornalistas, necessitando de transformar rapidamente acontecimentos em notícias, foram gradualmente adaptando procedimentos destinados a defendê-los de críticas e processos: • citação de fontes credíveis • descrição factual de ocorrências verificáveis • contrastação de fontes • verificação dos fatos que lhes eram narrados Mito da objetividade Mito da objetividade “O método deve ser objetivo, não o jornalista” É uma necessidade da organização, um método eficiente e econômico; É um meio prático de lidar com as necessidades dos jornalistas,como a exigência à rapidez por ser um método de fácil aplicação, para vencer as horas de fechamento. Contraditório O leitor pode acusar a empresa jornalística de parcial, caso não apresente uma opinião contrária. Provas auxiliares Há ocasiões em que os jornalistas conseguem obter provas que corroboram uma afirmação. A apresentação de provas auxiliares consiste na localização e citação de fatos geralmente aceitos como verdadeiros. Mito da objetividade Uso de aspas Citação de opinião de outras pessoas como prova suplementar. Ao inserir a opinião de alguém, os jornalistas acham que deixam de participar de da notícia e deixam os fatos “falar”. O uso de citações podem fazer desaparecer a presença do repórter. Mito da objetividade • Um jornalista carrega consigo uma formação cultural, opiniões diante do que está testemunhando; • Isso vai delinear o ângulo da observação do repórter; • Cada jornalista vai observar um fato de maneira diferente. Entre o fato e a versão... Notícia Toda notícia é um fato, mas nem todo fato é uma notícia Tarefa sustentada por 3 valores da mediação jornalística: • Veracidade (factual, comprovável); • Clareza (identificar elementos que permitam a reconstituição do objeto narrado); • Credibilidade (apresentação de indícios e evidências suficientes para suscitar a confiança coletiva). Noticiar objetivamente Teoria Superada ● A Teoria de Espelho, intimamente ligada à legitimidade do Jornalista, é uma explicação pobre e insuficiente, colocada em prova inúmeras vezes em estudos de Jornalismo; ● Teoria foi substituída por paradigmas como a construção social da realidade. Gatekeeper Gatekeeper Teoria da ação pessoal ou do gatekeeper • Esta explicação nasce da metáfora aplicada à produção de informação jornalística. • As notícias resultam da seleção de acontecimentos, com base nas opções particulares de cada jornalista seletor. •O papel do gatekeeper é o de selecionador. É quem permite ou impede que determinados conteúdos sigam seu caminho, exercendo a função de ‘filtro das notícias’; •Tais caminhos, ou portões, são opções do jornalista (gatekeeper) que decide se a notícia passa ou pára naquele instante; •Na passagem das notícias pelos “canais de comunicação” os gates funcionam com regras imparciais ou dependem de indivíduos ou grupos com o poder de decisão. Gatekeeper Em 1950, David White decidiu aplicar a pesquisa de Lewin (relacionada a psicologia) aos estudos do fluxo de informação para compreender as barreiras que permitem ou bloqueiam a sequência da informação. • Verificar a subjetividade no processo seletivo do jornalista enquanto gatekeeper; • O profissional do Jornalismo faz escolhas e interfere diretamente no seguimento de determinada notícia- informação. Gatekeeper: pesquisa • Esse jornalista tinha então a seu cargo selecionar, a partir da grande quantidade de notícias nacionais e internacionais de agências que chegavam das agências, as que apareceriam no limitado espaço da primeira página e como seriam desenvolvidas nas páginas interiores. • Durante uma semana, após realizado o seu trabalho, o editor anotou o motivo da sua rejeição em cada um dos despachos não utilizados: 1. pouca importância 2. já haver selecionado dentre outros relatos do mesmo acontecimento, incluindo o problema da falta de espaço. Gatekeeper: pesquisa Gatekeeper: categorias (423) Julgamentos profissionais: (104) “sem interesse”; (117) falta de atualidade, ineditismo ou relevância do assunto; (80) avaliações sobre estilo da matéria Critérios subjetivos e preconceitos: (122) questionavam a validade do conteúdo das matérias ou de suas fontes, incluindo rejeições devido a discordâncias da política econômica do presidente, anti-catolicismo e anti-comunismo. • O que é notícia ou relevante é relativo aos diversos interesses que envolvem o fato a ser publicado. • A visão de realidade é uma questão subjetiva, ainda que com todaa objetividade desejada pelo Jornalismo. • Apesar dos critérios utilizados pelo meio jornalístico, não há uma ordem estabelecida sobre qual critério é mais importante em relação a outro. Gatekeeper: superada Teoria superada • As decisões do gatekeeper estavam mais influenciadas por critérios profissionais ligados às rotinas de produção da notícia e à eficiência e velocidade do que uma avaliação individual de noticiabilidade; • A cobertura jornalística é o resultado de relações que envolvem interações pessoais, processos organizacionais e padrões e condições estruturais. • • • A visão profissional do jornalista neutro e desinteressado que substituiu o jornalista político de épocas passadas tem sido crescentemente criticada; • Adeptos de outros modelos de jornalismo defendem o jornalismo público; • Maior engajamento e comprometimento do jornalista com suas comunidades. Teoria superada: neutralidade? Referências Meditsch, Eduardo. O jornalismo é uma forma de conhecimento? http://www.bocc.ubi.pt/pag/meditsch-eduardo-jornalismo-conhecimento.pdf Aula inaugural Eduardo Meditsch (Ver crise do jornalismo 51:41) https://www.youtube.com/watch?v=0LMKyLrzOH0 Souza, Jorge Pedro. Construindo uma teoria da notícia. http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-construindo-teoria-da-noticia.html Taquina, Nelson. Teorias do Jornalismo, vol 1 Pena, Felipe. Teoria do Jornalismo. Melo, Marques de. Teoria do Jornalismo: identidades brasileiras. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29
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