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Questão - TG 1) Leiam o texto abaixo e discutam no grupo. 2) Estabeleçam relações entre o texto e as disciplinas cursadas neste bimestre. 3) Adotem como base a educação e o seu papel atual no desenvolvimento dos alunos e na postura do educador. 4) Escrevam um texto no qual incluam os resultados das leituras e discussões acima. O menino e a caixa In RAMAL, Andrea. Histórias de gente que ensina e aprende: contos para repensar a educação. São Paulo: Edições Loyola, 2003. Todos os dias ele sentava na mesma sala e, como de costume, abria sua caixa. Quando o entregador de objetos chegava, cumprimentava-o e começava a lançar-lhe coisas preparadas para aquele dia. À medida que eram lançadas, ele as guardava, indiscriminadamente, dentro da caixa. No início tentara dividir o espaço em compartimentos, e cada objeto ia para seu lugar, de acordo com seu gênero e sua função. Depois as coisas foram ficando confusas: havia objetos sem função aparente, e era difícil entendê-los ou catalogá-los. Havia também compartimentos totalmente cheios, enquanto outros permaneciam quase vazios, e como os objetos se acumulavam teve que começar a sobrepor os elementos. Assim, com uns sobre os outros, e sobre estes os novos que chegavam a cada dia, quase não sobrava espaço livre, e os objetos se amassavam e se achatavam no fundo e pelos lados da caixa, inutilizados e esquecidos, deformando-a toda. Não havia mais lugar, mas os objetos não paravam de ser jogados pelo entregador para dentro da caixa, que ficava aberta especialmente para esse fim. Alguns novos, outros muito parecidos com coisas que já havia dentro dela. Mesmo que fossem totalmente idênticos, ele os guardava. Quando o entregador de objetos terminava sua rotineira tarefa, ele então fechava mecanicamente sua caixa, amassava e espremia como podia os objetos sobrepostos, como numa mala em que não cabem as coisas na volta da viagem. Depois saía da sala, esquecendo-se deles até o dia seguinte. Mas houve um dia em que os lados da caixa começaram a ceder. O entregador de objetos ficou atento: pensou que de dentro dela, vazando pelos lados, talvez pudessem sair objetos novos, frutos de uma combinação criativa de tudo o que jogara durante todo aquele tempo. Mas não: eram apenas peças soltas, desconexas, pedaços das velhas coisas amassadas que haviam se quebrado, partidas dentro da caixa apertada. Os objetos vazavam e a caixa estremecia, como um vulcão que se preparava para entrar em erupção. E assim aconteceu o inevitável: depois de se sacudir em estranhos movimentos sem nenhum ritmo, a caixa simplesmente se rompeu numa explosão que lançou os objetos em múltiplas direções, fragmentos de mil cores, pela sala e pelo espaço. Foi quando ele, olhando com expectativa para a própria caixa esvaziada, viu de seu fundo nascendo, pequena, uma coisa nova, estranha e desengonçada, mas surpreendentemente linda. Era, tímida e despretensiosa, a sua primeira ideia.
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