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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 3 – Noções de direito administrativo Prof. Luciana Sampaio 1 Conceito de Direito Administrativo Direito Administrativo é um ramo do Direito Público. É o conjunto de princípios jurídicos que regem a atividade administrativa, as entidades, os órgãos e os agentes públicos, objetivando o perfeito atendimento das necessidades da coletividade e dos fins desejados pelo Estado. Conjunto de regras e princípios que regem a Administração Pública. 2 Conceito de Administração Pública Administração Pública, é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes que desempenham continuamente os serviços do Estado, buscando o interesse da sociedade. Função de administração pública, que significa “ato de administrar”; é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo. Função administrativa - é toda a atividade desenvolvida pelo Poder Público que tem por objetivo representar os interesses da coletividade. 3 Administração Pública Tem-se a Administração Pública Direta e a Indireta. Administração Pública Direta corresponde à atuação direta pelo próprio Estado por suas entidades estatais: União, Estados-Membros, Municípios e Distrito Federal. Administração Pública Indireta é integrada por pessoas jurídicas de direito público ou privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 4 Definições “AUTARQUIAS – possuem natureza administrativa e personalidade jurídica de direito público; executam atividades que antes eram desenvolvidas pela entidade estatal que as criou. É criada por lei. Ex: INSS, Banco Central do Brasil; FUNDAÇÕES – são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito público ou privado (de acordo com a lei que a instituir), sem fins lucrativos, criadas por lei e organizadas por decreto. São criadas para um fim específico de interesse público, como educação, cultura e pesquisa. Ex: Biblioteca Nacional, IBGE. 5 Definições “Empresas Públicas – são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por lei para a prestação de serviços públicos ou para a exploração da atividades econômicas, constituídas por um capital exclusivamente público e sob qualquer modalidade empresarial. Ex: Caixa Econômica Federal, BNDES; Sociedades de Economia Mista – são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por lei para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades econômicas, contando com um capital misto e constituídas somente sob a forma de sociedade anônima. Ex: Banco do Brasil, Petrobrás. 6 Regime Jurídico Administrativo A atividade administrativa é regulada por um conjunto específico de regras em vista dos interesses por ela representados nos momentos em que atua. Esse conjunto de regras - que inclui as prerrogativas e restrições (sujeições) as quais a Administração Pública se submete e que não se encontram nas relações entre particulares - constitui o regime jurídico administrativo. 7 Princípios constitucionais da administração pública Para a compreensão do regime jurídico administrativo é necessário analisar os princípios que regem a atividade administrativa. Art. 37, caput, CF – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, e eficiência. Outros princípios: Supremacia do interesse público Motivação; 8 Princípio da supremacia do interesse público Trata-se de pressuposto lógico para o convívio social e traduz a superioridade, o privilégio e a prerrogativa do interesse público sobre o interesse particular. Na disputa entre o interesse particular e o interesse público, este deve prevalecer. 9 Princípio da Legalidade Assim como os particulares, a Administração Pública também deve obedecer à lei. Entretanto, por força dos interesses representados, o princípio da legalidade sob a ótica da Administração apresenta-se com um perfil diferenciado. 10 Princípio da Legalidade Aos particulares, na defesa de seus interesses, é permitido fazer tudo o que a lei não proíbe (autonomia da vontade). Já a Administração, na defesa dos interesses da coletividade, só pode fazer aquilo que for expressamente autorizado pela lei. No campo do Direito Privado a atividade realizada pelos particulares deve pautar-se por uma relação de não-contradição com a lei, enquanto para a Administração Pública trata-se de uma relação de subordinação para com ela. 11 Princípio da Impessoalidade Estabelece a obrigação imposta ao Poder Público de manter uma posição neutra em relação aos administrados , só produzindo discriminações que sejam justificáveis em vista do interesse público. contratações por meio de concurso público; contratação de serviços por meio de licitação; pagamento por meio de precatório. 12 Princípio da Moralidade Traz dentro de si duas noções: lealdade e boa-fé. Segundo a lealdade e a boa-fé, a Administração Pública deve proceder em relação aos administrados com sinceridade e franqueza, sendo-lhe vedado qualquer comportamento astucioso, eivado de malícia, produzido de maneira a confundir, dificultar ou minimizar o exercício de direitos por parte dos cidadãos. 13 Princípio da Publicidade Permite a transparência na atuação do Estado e o controle da administração pelos administrados. Impõe à Administração Pública o dever de divulgar os atos que pratica, ressalvadas as situações de sigilo previstas em lei. A publicidade possibilita, ainda, a obtenção de informações, certidões, atestados da Administração, por qualquer interessado, desde que observada a forma legal. 14 Princípio da Eficiência Traduz-se na obrigação imposta ao Poder Público de aperfeiçoar a prestação de seus serviços, como forma de preservar os interesses que representa 15 Princípio da Motivação Atribui ao Poder Público a obrigação de motivar todos os atos que edita, surgindo inclusive como requisito de validade. Não basta apontar o dispositivo legal que fundamenta o ato, é necessário também apontar os elementos que concretamente auxiliaram na formação da convicção do administrador. 16 LEI DE LICITAÇÃO Conceito e finalidade da licitação – Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. 17 LEI DE LICITAÇÃO Art. 3o - Lei 8666/ A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 18 MODALIDADES DE LICITAÇÃO Art. 22 da Lei 8666 – São modalidades de licitação I - concorrência – § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. II - tomada de preços § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. 19 MODALIDADES DE LICITAÇÃO III - convite § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas IV - concurso § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 20 MODALIDADES DE LICITAÇÃO V - leilão § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. PREGÃO ELETRÔNICO. Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida pela Lei nº10.520/2002. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. 21 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO O Estatuto de Licitações permite como ressalva à obrigação de licitar, a contratação direta através de processos de dispensa e inexigibilidade de licitação, desde que preenchidos os requisitos previstos na lei. DISPENSA Dispensa de licitação é a possibilidade de celebração direta de contrato entre a Administração e o particular, nos casos estabelecidos no art. 24, da Lei 8.666/93 . A inexigibilidade de licitação ocorre quando há inviabilidade de competição, melhor dizendo, é impossível promover-se a competição, tendo em vista que um dos contendores reúne qualidades tais que o tornam único, exclusivo, sui generis, inibindo os demais pretensos participantes. 22 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO DISTINÇÃO Nos casos de dispensa, previstos em lei, o administrador tem a faculdade de licitar ou não, enquanto que na inexigibilidade, há impossibilidade de ser realizado o procedimento de competitividade para aquisição da proposta mais vantajosa para a Administração. 23 BIBLIOGRAFIA Bibliografia FERRAZ JUNIOR, Tércio S. Introdução ao estudo do direito. 4ed. São Paulo: Atlas, 2003; MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29. Ed. São Paulo: Malheiros, 2008; MELLO, Celso Antonio B. Curso de Direito Administrativo. 20ed. São Paulo: Malheiros, 2006. Bibliografia Complementar: BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de Direito Público e de Direito Privado. 12ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 24
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