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* DIREITO PORTUGUÊS * Os primeiros habitantes e a romanização - Habitação da península ibérica por celtas, iberos,tartéssios, cartagineses, fenícios, gregos, celtiberos, lusitanos(norte e centro de Portugal). Séc. II a.C. Romanização: tomada da península por Roma não alterou os traços da cultura dos lusitanos, que formaram as bases para a elaboração social da sociedade portuguesa. Lusitanos: formação de pequenos estados aristocráticos,em cidades; um único chefe exercendo poder político, religioso e judicial sobre os habitantes. * Século II d.C. – absorção da cultura romana pelos lusitanos. Constituição Antoniana (212 d. C.) concedeu cidadania romana a todos os habitantes do império, ampliando o acesso a direitos e deveres contemplados pelas leis romanas. Início do século V d.C. – germânicos e visigóticos começam a penetrar na península ibérica. Direito visigótico passa a dominar a região. * Os muçulmanos na península 711 d. C.: muçulmanos conquistaram a península, mas foram derrotados em sua expansão em direção ao território dos francos, estabelecendo-se nos territórios conquistados; Mouros permaneceram até o século XV na região, influenciando a cultura de onde fica hoje Portugal e Espanha; Influência não tão grande pela manutenção dos locais conquistados, com o respeito às instituições existentes, inclusive o direito * O nascimento de Portugal IX e X: formação dos reinos cristãos de Castela, Aragão, Navarra e Leão e inicio da luta pela expulsão dos muçulmanos. Cruzada pela expulsão dos infiéis; Condado Portucalense (feudo ganho em recompensa pelo rei da França, pela ajuda na Guerra da Reconquista): 1139, formação de um reino, com dinastia própria (Borgonha) e com o reconhecimento da Igreja. Guerras da Reconquista marcaram toda a organização do Estado Português, pela exigência constante de mobilização militar, com o reforço da figura do chefe do exército e a centralização em torno do rei. * Estado português nascia naturalmente, a partir da centralização de poder nas mãos de um rei; Necessidade de cobrança de impostos, como forma de manter o exército, gerou uma burocracia organizada. Portugal: primeiro Estado no sentido moderno (Weber) Dom Diniz (1279-1325) – unificação da língua em todo o território – português como língua oficial. Lei das Sete Partidas – exposição jurídica de caráter enciclopédico, inspirado no direito romano e canônico, a fim de suplantar os costumes e o “direito velho” (brutalidade dos preceitos jurídicos, utilização da justiça privada e da vingança, arrasamento de aldeias como punição para crimes). - Vindicta privada como influencia do direito muçulmano, que retardou a inserção da idéia de direito público no direito português. * Nos primeiros tempos da história do direito luso coexistiu uma justiça pública, aplicada por concelhos, senhores, juizes e rei; e a justiça privada, exercida pelos parentes ou grupo da vítima. Início da historia codificada do direito português é o inicio da luta contra o direito privado que existia em detrimento do direito publico. - Renascimento do direito romano (propiciado pelo nascimento das universidades), utilização do direito canônico como subsidiário e fonte de aprendizado do modo de feitura de códigos e leis. - Reestruturação do serviço judiciário - criação do cargo de juiz. - Procurador do Concelho: cuidar dos interesses públicos (rudimento do Ministério Público). - Diminuição do poder dos senhores de terra no tocante à aplicação do direito, com a eliminação da possibilidade de julgamento de recursos ou apelações das sentenças dos territórios onde não era exercida a jurisdição senhorial. * A ERA DAS ORDENAÇÕES Ordenações Afonsinas primeira compilação com características eminentemente portuguesas (objetivo: diferenciação da legislação espanhola); troca de dinastia no poder – Avis; ascensão ao poder do grupo mercantil urbano, cujos interesses tornaram-se nacionais. - 1446 – término da compilação - defesa da independência portuguesa, com o fortalecimento do poder real; apoio do Estado na promoção do comércio e da navegação; diminuição ou término da legislação dispersa; - Estrutura: cinco livros – regimento dos cargos públicos (governo, justiça, fazenda, exercito); direito eclesiástico, donatários, nobreza, judeus e mouros; processo civil; direito civil; direito penal e processual penal. * Compilação de fontes: leis gerais, resoluções régias, petições,duvidas apresentadas em Corte, bulas,... Estrutura Judiciária: Magistrados singulares, Tribunais Colegiados de segundo e terceiro grau + magistrados com funções específicas; Rei com o mais alto cargo de justiça. influência do direito canônico – utilização de “pecado” como sinônimo de “crime”; não há proporcionalidade entre crime e pena; lei servindo para incutir o medo; vários delitos, de mesma espécie, passíveis de punição idêntica: a pena de morte diferenciação das penas quanto a posição social das pessoas: fidalgos e pessoas comuns. * As Ordenações Manuelinas - Necessidade de legislação que desse conta do novo período vivido por Portugal – a expansão ultramarina; Problema do desuso das normas, haja vista a evolução social; mudança de mentalidade, avanços tecnológicos e filosóficos; Legislação podendo auxiliar na centralização do poder, tendo em vista a invenção da prensa, que facilitaria o acesso e a divulgação das leis. Ordenação Manuelina (1521): revisão da Ordenação Afonsina, feita em decretos, parecendo uma nova legislação. Característica: ambas as legislações estabeleciam o direito romano como subsidiário, em caso de lacuna. * Divisão em cinco livros; - Tratamento específico de questões de direito marítimo, contratos,... Matéria penal: poucas modificações – continuava a diferença de penalidade; Adultério feminino era tão odioso que tornava lícito o homicídio. Não diferenciação entre crime e pecado; Descendência penalizada por crime. Exigência de formação jurídica para aqueles que trabalhavam com a Justiça; Nova dispersão acarretando a necessidade de outra legislação. * As Ordenações Filipinas Unificação península ibérica – Filipe II – rei da Espanha Imposição de condições pelos portugueses no sentido de salvaguardar seus interesses, o que impediu uma união completa dos dois países Ordenações Filipinas (1603): mais duradouro documento jurídico da história de Portugal e do Brasil (durou até cerca de 1777); Motivos para a legislação: desejo de centralização do poder real, desejo dos juristas de impor o direito romano e a tendência de repelir a influência canônica que havia sido admitidas pelas leis de D. Sebastião (1569); Caráter português da legislação mantido, revisão/reforma das legislações anteriores. * Primeiro, segundo e terceiro graus de jurisdição: juízes singulares, Tribunais Colegiados de segundo e terceiro grau. Crimes: pena de morte e degredo para o Brasil como as penas mais utilizadas; Morte natural: executada mediante degola ou enforcamento, só sendo utilizada para pessoas de baixa camada social. Morte civil: indivíduo vivo não tem direito algum, vive como se não mais vivesse. Descendência: indivíduo punido com morte natural e filhos com morte civil. Manutenção da diferenciação de penas; Proteção dos menores. Nível superior * Período Pombalino Iluminismo servindo para reforçar o absolutismo Marques de Pombal – reforma do Estado português, dando mais estabilidade e modernizandoo; Objetivos: fortalecimento do Estado, visando a reforçar o absolutismo, mesmo em detrimento da burguesia, de uma parte da nobreza e do clero. Centralização administrativa levada a extremos, como meio de restaurar a economia portuguesa, que apresentada problemas pela dependência com a Inglaterra. Caráter publicista da legislação, mesmo que visasse a fortalecer o poder real. * Criação de documentos legais para fortalecer a justiça criminal – Alvará de 28/07/1751 Modernização da ordem jurídica portuguesa,a partir da Lei da Boa Razão (1769), que reformulava a estrutura jurídica do direito subsidiário (direito romano só aplicado se correspondesse aos princípios do direito natural ou do direito das gentes). Reforma dos Estatutos das Universidades – inclusão de cadeiras de Direito Natural, História do Direito Romano e do Direito Pátrio, Direito Público Universal e Direito das Gentes. Estudo do Direito Pátrio como uma foram de ensino da interpretação e execução das leis, considerado um marco para a época. * AS CONSTITUIÇOES PORTUGUESAS Aprovação do projeto de Bases da Constituição Portuguesa (1821) como uma forma de apresentar os princípios que norteariam a substituição da antiga legislação pelos ideais iluministas da RF, instaurando um novo “pacto social”. Divisão: declaração de direitos (EUA e França) + estabelecimento das bases políticas do novo Estado português. Constituição de 1822: embasada na C. Espanhola de 1812, na Francesa de 1791 e 1795 – princípios: soberania, separação de poderes, liberdade política; Apesar de bem elaborada, avanços políticos não foram capazes de faze-la entrar em prática. Restauração da Monarquia Absolutista (1822) por Dom Miguel (irmão de D. Pedro I); * Constituição de 1826 – cópia da realizada por Dom Pedro no Brasil em 1824, prevendo também o Poder Moderador. 1828: anulação, instauração de guerra civil, volta de D. Pedro a Portugal, paz em 1834, com a volta da Constituição. Constituição de 1838: tripartição de poderes, bicameralismo, veto absoluto do rei, descentralização administrativa. 1842: Golpe de Estado restaurou a Constituição de 1826, que permaneceu até a Proclamação de Republica, em 1910. Constituição de 1911: baseada nas Constituições brasileiras de 1891 e 1822. 1926: revolta militar instaurando a ditadura; democratização (1976), com a promulgação da última Constituição.
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