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09.DIREITO PORTUGUÊS

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DIREITO PORTUGUÊS
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Os primeiros habitantes e a romanização - Habitação da península ibérica por celtas, iberos,tartéssios, cartagineses, fenícios, gregos, celtiberos, lusitanos(norte e centro de Portugal). Séc. II a.C.
 Romanização: tomada da península por Roma não alterou os traços da cultura dos lusitanos, que formaram as bases para a elaboração social da sociedade portuguesa.
 Lusitanos: formação de pequenos estados aristocráticos,em cidades; um único chefe exercendo poder político, religioso e judicial sobre os habitantes.
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Século II d.C. – absorção da cultura romana pelos lusitanos.
 Constituição Antoniana (212 d. C.) concedeu cidadania romana a todos os habitantes do império, ampliando o acesso a direitos e deveres contemplados pelas leis romanas.
Início do século V d.C. – germânicos e visigóticos começam a penetrar na península ibérica.
 Direito visigótico passa a dominar a região.
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Os muçulmanos na península
 711 d. C.: muçulmanos conquistaram a península, mas foram derrotados em sua expansão em direção ao território dos francos, estabelecendo-se nos territórios conquistados;
Mouros permaneceram até o século XV na região, influenciando a cultura de onde fica hoje Portugal e Espanha;
 Influência não tão grande pela manutenção dos locais conquistados, com o respeito às instituições existentes, inclusive o direito
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O nascimento de Portugal
 IX e X: formação dos reinos cristãos de Castela, Aragão, Navarra e Leão e inicio da luta pela expulsão dos muçulmanos.
 Cruzada pela expulsão dos infiéis;
 Condado Portucalense (feudo ganho em recompensa pelo rei da França, pela ajuda na Guerra da Reconquista): 1139, formação de um reino, com dinastia própria (Borgonha) e com o reconhecimento da Igreja.
Guerras da Reconquista marcaram toda a
organização do Estado Português, pela exigência constante de mobilização militar, com o reforço da figura do chefe do exército e a centralização em torno do rei.
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Estado português nascia naturalmente, a partir da centralização de poder nas mãos de um rei;
 Necessidade de cobrança de impostos, como forma de manter o exército, gerou uma burocracia organizada.
Portugal: primeiro Estado no sentido moderno (Weber)
 Dom Diniz (1279-1325) – unificação da língua em todo o território – português como língua oficial.
 Lei das Sete Partidas – exposição jurídica de caráter enciclopédico, inspirado no direito romano e canônico, a fim de suplantar os costumes e o “direito velho” (brutalidade dos preceitos jurídicos, utilização da justiça privada e da vingança, arrasamento de aldeias como punição para crimes).
- Vindicta privada como influencia do direito muçulmano, que retardou a inserção da idéia de direito público no direito português.
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Nos primeiros tempos da história do direito luso coexistiu uma justiça pública, aplicada por concelhos, senhores, juizes e rei; e a justiça privada, exercida pelos parentes ou grupo da vítima.
Início da historia codificada do direito português é o inicio da luta contra o direito privado que existia em detrimento do direito publico.
- Renascimento do direito romano (propiciado pelo nascimento das universidades), utilização do direito canônico como subsidiário e fonte de aprendizado do modo de feitura de códigos e leis.
- Reestruturação do serviço judiciário - criação do cargo de juiz.
- Procurador do Concelho: cuidar dos interesses públicos (rudimento do Ministério Público).
- Diminuição do poder dos senhores de terra no tocante à aplicação do direito, com a eliminação da possibilidade de julgamento de recursos ou apelações das sentenças dos territórios onde não era exercida a jurisdição senhorial.
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A ERA DAS ORDENAÇÕES
Ordenações Afonsinas
primeira compilação com características eminentemente portuguesas (objetivo: diferenciação da legislação espanhola);
 troca de dinastia no poder – Avis;
 ascensão ao poder do grupo mercantil urbano, cujos interesses tornaram-se nacionais.
- 1446 – término da compilação
- defesa da independência portuguesa, com o fortalecimento do poder real; apoio do Estado na promoção do comércio e da navegação; diminuição ou término da legislação dispersa;
- Estrutura: cinco livros – regimento dos cargos públicos (governo, justiça, fazenda, exercito); direito eclesiástico, donatários, nobreza, judeus e mouros; processo civil; direito civil; direito penal e processual penal.
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Compilação de fontes: leis gerais, resoluções régias, petições,duvidas apresentadas em Corte, bulas,...
 Estrutura Judiciária: Magistrados singulares, Tribunais Colegiados
de segundo e terceiro grau + magistrados com funções específicas;
Rei com o mais alto cargo de justiça.
influência do direito canônico – utilização de “pecado” como sinônimo de “crime”;
não há proporcionalidade entre crime e pena;
 lei servindo para incutir o medo;
vários delitos, de mesma espécie, passíveis de punição idêntica: a pena de morte
 diferenciação das penas quanto a posição social das pessoas: fidalgos e pessoas comuns.
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As Ordenações Manuelinas
- Necessidade de legislação que desse conta do novo período vivido por Portugal – a expansão ultramarina;
 Problema do desuso das normas, haja vista a evolução social; mudança de mentalidade, avanços tecnológicos e filosóficos;
 Legislação podendo auxiliar na centralização do poder, tendo em vista a invenção da prensa, que facilitaria o acesso e a divulgação das leis.
Ordenação Manuelina (1521): revisão da Ordenação Afonsina, feita em decretos, parecendo uma nova legislação.
Característica: ambas as legislações estabeleciam o direito romano como subsidiário, em caso de lacuna.
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Divisão em cinco livros;
- Tratamento específico de questões de direito marítimo, contratos,...
Matéria penal: poucas modificações – continuava a diferença de penalidade;
 Adultério feminino era tão odioso que tornava lícito o homicídio.
 Não diferenciação entre crime e pecado;
 Descendência penalizada por crime.
 Exigência de formação jurídica para aqueles que trabalhavam com a Justiça;
 Nova dispersão acarretando a necessidade
de outra legislação.
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As Ordenações Filipinas
 Unificação península ibérica – Filipe II – rei da Espanha
 Imposição de condições pelos portugueses no sentido de salvaguardar seus interesses, o que impediu uma união completa dos dois países
 Ordenações Filipinas (1603): mais duradouro documento jurídico da história de Portugal e do Brasil (durou até cerca de 1777);
Motivos para a legislação: desejo de centralização do poder real, desejo dos juristas de impor o direito romano e a tendência de repelir a influência canônica que havia sido admitidas pelas leis de D. Sebastião (1569);
 Caráter português da legislação mantido, revisão/reforma das legislações anteriores.
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Primeiro, segundo e terceiro graus de jurisdição: juízes singulares, Tribunais Colegiados de segundo e terceiro grau.
 Crimes: pena de morte e degredo para o Brasil como as penas mais utilizadas;
 Morte natural: executada mediante degola ou enforcamento, só sendo utilizada para pessoas de baixa camada social.
 Morte civil: indivíduo vivo não tem direito algum, vive como se não mais vivesse.
Descendência: indivíduo punido com morte natural e filhos com morte civil.
Manutenção da diferenciação de penas;
Proteção dos menores.
Nível superior
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Período Pombalino
 Iluminismo servindo para reforçar o absolutismo
 Marques de Pombal – reforma do Estado português, dando mais estabilidade e modernizandoo;
Objetivos: fortalecimento do Estado, visando a reforçar o absolutismo, mesmo em detrimento da burguesia, de uma parte da nobreza e do clero.
Centralização administrativa levada a extremos, como meio de restaurar a economia portuguesa, que apresentada problemas pela dependência com a Inglaterra.
 Caráter publicista da legislação, mesmo que visasse a fortalecer o poder real.
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Criação de documentos legais para fortalecer a justiça criminal – Alvará de 28/07/1751
 Modernização
da ordem jurídica portuguesa,a partir da Lei da Boa Razão (1769), que reformulava a estrutura jurídica do direito subsidiário (direito romano só aplicado se correspondesse aos princípios do direito natural ou do direito das gentes).
Reforma dos Estatutos das Universidades – inclusão de cadeiras de Direito Natural, História do Direito Romano e do Direito Pátrio, Direito Público Universal e Direito das Gentes.
Estudo do Direito Pátrio como uma foram de ensino da interpretação e execução das leis, considerado um marco para a época.
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AS CONSTITUIÇOES PORTUGUESAS
Aprovação do projeto de Bases da Constituição Portuguesa (1821) como uma forma de apresentar os princípios que norteariam a substituição da antiga legislação pelos ideais iluministas da RF, instaurando um novo “pacto social”.
 Divisão: declaração de direitos (EUA e França) + estabelecimento das bases políticas do novo Estado português.
Constituição de 1822: embasada na C. Espanhola de 1812, na Francesa de 1791 e 1795 – princípios: soberania, separação de poderes, liberdade política;
Apesar de bem elaborada, avanços políticos não foram capazes de faze-la entrar em prática.
Restauração da Monarquia Absolutista (1822) por Dom Miguel (irmão de D. Pedro I);
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Constituição de 1826 – cópia da realizada por Dom Pedro no Brasil em 1824, prevendo também o Poder Moderador.
 1828: anulação, instauração de guerra civil, volta de D. Pedro a Portugal, paz em 1834, com a volta da Constituição.
 Constituição de 1838: tripartição de poderes, bicameralismo, veto absoluto do rei, descentralização administrativa.
 1842: Golpe de Estado restaurou a Constituição de 1826, que permaneceu até a Proclamação de Republica, em 1910.
 Constituição de 1911: baseada nas Constituições brasileiras de 1891 e 1822.
 1926: revolta militar instaurando a ditadura; democratização (1976), com a promulgação da última Constituição.

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