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CÉLULAS TRONCO 
Glossário 
• Células-tronco (CT) – Células com a capacidade para dividir por período indefinido em cultura 
e dar origem a células especializadas. 
• Célula-tronco embrionária (Pluripotente) – Células primitivas (indiferenciadas) de embrião 
que têm potencial para se tornarem um variedade de tipos celulares especializados. 
• Células-tronco adulta (Multipotente) – Célula indiferenciada encontrada em um tecido 
diferenciado que pode renovar-se e (com certa limitação) diferenciar-se para produzir o tipo de 
célula especializada do tecido do qual se origina. 
• Célula-tronco hematopoiética – Célula-tronco da qual se originam todas as células 
vermelhas (eritrócitos) e brancas (leucócitos) do sangue. 
• Plasticidade/Transdiferenciação – A capacidade da célula-tronco de um tecido adulto gerar 
tipos celulares diferenciados de outros tecidos. 
• Diferenciação – O processo por meio do qual uma célula embrionária não-especializada 
adquire características de célula especializada, tais como as do coração, fígado e músculo. 
• Sinais – Fatores internos e externos que controlam modificações na estrutura e função da 
célula. 
• In vitro – Literalmente, “em vidro”, em uma placa de laboratório ou tubo de ensaio, em 
ambiente artificial. 
 Introdução 
 
Células tronco humanas diferenciadas. 
Núcleos celulares (azul); células da glia (verde); neurônios (vermelho) 
Células do Corpo Humano 
• O corpo humano é formado por 
diferentes tipos de células 
– Por exemplo, células musculares, células 
da pele, células do fígado, células 
nervosas, etc. 
– Algumas não são substituídas ao longo 
da vida. 
 
• Nem todas têm o mesmo potencial 
– Algumas permanecem indiferenciadas - 
stem cells ou células-tronco 
– Algumas se diferenciam e se tranformam 
em diferentes tipos celulares. 
coração cérebro estômago 
Diferentes Tipos de Células e 
Diferentes Tipos de Órgãos 
“CÉLULA-TRONCO” - Termo não existente na língua portuguesa 
Uso popular – tradução literal de “Stem-Cell”. 
Línguas latinas descrevem melhor sua função 
primordial: “Célula-Mãe” 
Definição de Célula-Tronco (CT) 
Características das Células-Tronco 
• São células não especializadas, que se renovam por meio de divisão 
celular. 
• São células não-diferenciadas e, portanto não especializadas. 
• Podem ser induzidas a tornarem-se células com funções 
especiais, tais como células contráteis de músculo cardíaco, sob 
certas condições experimentais. 
 
Cultura de 
células-
tronco 
embrionárias 
Diferentes “meios 
de cultura” 
Células hepáticas 
Neurônios 
Células musculares cardíacas 
Diferentes tipos de células 
diferenciadas 
Células-Tronco 
Sabe-se atualmente que numeroso tecidos humanos (talvez todos), têm 
células tronco de reserva da qual o organismo lança mão para repor células 
maduras desgastadas ou quando ocorre lesão ou remodelação de tecidos. 
Células-Tronco 
São bem conhecidas CT de: 
 - Pele 
 - Mucosa intestinal 
 - Epitélio olfatório 
 - Cérebro 
 - Fígado 
 - Gordura 
 - Córnea 
 - Retina 
 - Polpa dentária 
 - Pulmões 
 - Músculo esquelético 
 - Músculo cardíaco 
Células-Tronco 
Classificação das Células-Tronco 
• Células Totipotentes - consideradas as células mestres do corpo, pois 
contém a informação genética para criar todas as células do corpo 
mais a placenta que nutre o embrião. 
• O próximo estágio de divisão celular resulta em células Pluripotentes - 
altamente versáteis e que podem dar origem a qualquer tipo de células, 
exceto a placenta. 
• As células, no estágio seguinte, transformam-se em Multipotentes, ou 
seja, podem dar origem a vários tipos celulares, mas em número 
limitado. Um exemplo são as células hematopoiéticas, que podem se 
desenvolver em vários tipos de células sangüíneas, mas não em 
cerebrais. 
Classificação das Células-Tronco 
Totipotente 
Pluripotente 
Outras Células-Tronco 
Músculo Nervo Osso Outros Tecidos 
Leucócitos Hemácias 
Células-Tronco Sangüíneas 
Multipotente 
Multipotente 
Obtenção de Células-Tronco 
 Podem ser obtidas: 
 
• Por Clonagem Terapêutica é a técnica de manipulação genética que fabrica 
embriões a partir da transferência do núcleo da célula já diferenciada, de um 
adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. A partir da fusão inicia-se 
o processo de divisão celular, na primeira fase 16-32 são consideradas células 
totipotentes. Na segunda fase 32-64 serão células pluripotentes. Do blastocisto 
são retiradas as células-tronco para diferenciação, in vitro, dos tecidos que se 
pretende produzir. 
• Do Corpo Humano as células-tronco adultas são fabricadas em alguns tecidos 
do corpo, como a medula óssea, sistema nervoso e epitélio, mas possuem 
limitação quanto a diferenciação em tecidos do corpo humano. 
• De Embriões Descartados (inviáveis para implantação) e Congelados nas 
clínicas de reprodução assistida. 
Células Tronco Embrionárias 
Células Tronco Adultas 
Células-Tronco Embrionárias (Pluripotentes) 
• As embrionárias, como o próprio nome sugere, 
são derivadas de embriões. Especificamente, 
células-tronco embrionárias são derivadas de 
embriões que se desenvolvem de óvulos 
fertilizados in vitro e doados para própositos de 
pesquisa com o consentimento dos doadores. 
• Elas não são derivadas de óvulos fertilizados 
no corpo da mulher. Esses embriões tem 
tipicamente 4 ou 5 dias de idade e são, no 
microscópio, uma bola oca de células chamada 
blastocisto. 
Células-Tronco Embrionárias (Pluripotentes) 
• Constitui um mistério para os cientistas a ordem 
ou comando que determina no embrião humano 
que uma célula-tronco pluripotente se diferencie 
em determinado tecido específico, como fígado, 
osso, sangue etc. 
• Porém em laboratório, existem substâncias ou 
fatores de diferenciação que quando são 
colocadas em culturas de células-tronco in vitro, 
determinam que elas se diferenciem no tecido 
esperado. 
Células-Tronco Embrionárias 
(Pluripotentes) 
• Células capazes de dar 
origem aos mais de 
250 tipos diferentes de 
tecidos do adulto. 
• São obtidas a partir do 
embrião em sua fase 
precoce de 
desenvolvimento e 
cultivadas in vitro, ou 
por transferência de 
núcleo somático 
(“clonagem”). 
 
Desenvolvimento Embrionário 
 
Ovócito 
Espermatozóide 
Totipotente 
Mórula 
Pluripotente 
Embrioblasto 
Blastocisto 
Feto humano 
Exemplos: 
Unipotente 
Sistema cardiovascular 
Sistema nervoso 
Sistema imunitário 
Ovócito Espermatozóide 
Desenvolvimento Embrionário – 
O Começo de Tudo… 
Estágios da Embriogênese 
1º Dia 
Zigoto 
2º Dia 
2 Blastômeros 3º - 4º Dia 
Mórula 
5º - 6º Dia 
Blastocisto 11º - 14º Dia 
Diferenciação dos Tecidos 
Estágios da Embriogênese 
E então… 
Uso das Linhagens das Células-Tronco 
Embrionárias 
Massa celular interna isolada 
(destrói o embrião) 
Músculo cardíaco Rim 
Fígado 
Células em 
“meio nutritivo” 
 
5º-6º dia 
Blastocisto 
 Massa celular interna 
 (forma o embrião) 
Trofoblasto 
(forma a placenta) 
Coração 
reparado 
Cultura 
de células 
Fertilização in vitro – método comum para 
a obtenção de células tronco embrionárias 
• Ovócito é fecundado por um espermatozóide capacitado in vitro. 
• Zigoto transforma-se em blastocisto. 
• Células-tronco embrionárias são retiradas do blastocisto. 
• Células-tronco são colocadas em uma placa de petri contendo 
fatores de crescimento e se multiplicam. 
Fertilização in vitro 
O que é Blastocisto?É dividido em: 
 
• Trofoblasto – é semelhante a uma 
esfera de células que se desenvolvem 
em membranas extra-embrionárias, tais 
como a placenta, cordão umbilical e 
âmnio. 
 
• Massa celular interna ou 
embrioblasto – células embrionárias 
pluripotentes. 
Endométrio 
Massa celular interna 
ou embrioblasto 
Trofoblasto 
Cavidade blastocística 
ou blastocele 
Um Marco na História da Manipulação Celular 
• Julho de 1978 – nasce na Inglaterra Louise Brown – 
o primeiro Bebê de Proveta pelo Dr. Patrick Steptoe e o 
fisiologista Robert Edwards. 
 
Louise Brown ao nascer, em 1978 (à esquerda) e nos dias de hoje (à direita). 
 
História da Pesquisa com Células Embrionárias 
Humanas 
• 1954 – John Enders ganhou o prêmio Nobel em Medicina 
pelo crescimento do vírus da poliomelite em células renais 
embrionárias humanas. 
• Em 1998, James Thomson (Universidade de Wisconsin-
Madison) isolou a massa celular interna de embrião em 
estágio inicial, e desenvolveu a primeira linhagem de 
células-tronco embrionárias. 
História da Pesquisa com Células-Tronco 
Embrionárias Humanas 
• Em 1998, John Gearhart (Universidade 
de Johns Hopkins) produziu tecido 
gonadal de feto (células germinativas 
primordiais) a partir de células 
germinativas embrionárias humanas. 
• Linhagens de células-tronco 
pluripotentes foram produzidas em 
ambas as pesquisas. 
Células-Tronco Adultas (Multipotentes) 
• As adultas são indiferenciadas encontradas 
entre células diferenciadas dentro de um tecido 
ou órgão, podem se renovar e podem se 
diferenciar para produzir tipos especializados. 
O papel primário das células-tronco adultas em 
um organismo vivo é manter e reparar o tecido 
no qual elas são encontradas. 
• Diferentemente das embrionárias, que são 
definidas pela sua origem (a camada de células 
interna do blastocisto), a origem das células-
tronco adultas em tecidos maduros é 
desconhecida. 
 cartilagem 
 osso 
 adiposas 
 muscular 
 hematopoiéticas 
 astrócitos 
células tronco 
mesenquimais 
(medula óssea) 
Células-Tronco Adultas 
Vantagens do Uso das Células Pluripotentes 
Embrionárias versus Células Multipotentes Adultas 
• Obtenção de um número maior de tipos celulares do que no uso da 
célula-tronco adulta; 
• Maior facilidade no controle do crescimento e da diferenciação em 
comparação com a célula-tronco adulta; 
• Abundância muito maior do que as células-tronco adultas e, portanto, 
mais facilidade de isolar; 
• Os cientistas podem utilizar os conhecimentos obtidos nos 
experimentos com células pluripotentes embrionárias de animais; 
• As pesquisas com células pluripotentes embrionárias podem acelerar o 
desenvolvimento das técnicas com as células-tronco adultas. 
Clonagem Terapêutica 
Clonagem Reprodutiva 
 
Objetivos: 
 Clonagem terapêutica: 
 Investigação, prevenção, diagnóstico e tratamento de 
doenças 
 Clonagem reprodutiva: 
 Produção de um indivíduo sem concepção 
Clonagem terapêutica e 
Clonagem reprodutiva 
Clonagem Terapêutica 
• É a produção de um embrião através de uma célula cujo núcleo foi 
transferido para um óvulo sem núcleo, visando a produção de tecidos 
diferenciados. Diferentemente da clonagem reprodutiva (através da qual 
foi obtida a ovelha Dolly e tantos outros clones animais), a clonagem 
terapêutica forma as células embrionárias em laboratório e o trabalho se 
encerra aí, sem colocar este embrião para se desenvolver em um útero. 
• Embora chame-se de embrião, esta produção em laboratório nada mais 
é que um óvulo que começa a divisão celular. Não sendo colocado em 
um útero, não dará origem a um bebê, por exemplo, no caso de 
humanos. 
Clonagem Reprodutiva 
• É a técnica pela qual se forma uma cópia de um indivíduo. O 
procedimento basea-se na transferência do núcleo de uma célula 
diferenciada, adulta ou embrionária, para um óvulo sem núcleo com a 
implantação do embrião no útero humano. Gêmeos univitelinos são 
clones naturais. 
Clonagem Terapêutica e Clonagem Reprodutiva 
Remoção 
do núcleo 
de um 
óvulo de 
uma 
ovelha 
doadora 
Núcleo 
do 
óvulo 
Núcleo do 
óvulo é 
introduzido em 
uma célula 
somática adulta 
(ex: célula 
mamária) 
Núcleo do 
óvulo 
 
Multiplicação das 
células produz 
um embrião inicial 
Clonagem Reprodutiva 
“Mãe de aluguel” Clone da 
ovelha 
doadora 
Clonagem terapêutica 
Remoção das 
células-tronco 
do embrião e 
crescimento em 
cultura 
As células-tronco 
embrionárias são 
induzidas a se 
transformarem em 
células especializadas 
para a clonagem 
terapêutica 
Clonagem Reprodutiva – Como Dolly foi 
clonada? 
Principal diferença das técnicas de 
Clonagem Terapêutica e Reprodutiva 
• Nas duas situações há transferência de um núcleo de uma célula 
diferenciada para um óvulo sem núcleo. 
• Mas na técnica de clonagem para fins terapêuticos as células são 
multiplicadas em laboratório para formar tecidos específicos e nunca 
são implantados em um útero. 
 
Tecidos/Células para Terapia 
Medula Óssea Neurônios Células do 
Músculo Cardíaco 
Células do 
Pâncreas 
Células-Tronco 
O Potencial da Clonagem Terapêutica 
• 1952 – Briggs & King clonaram girinos. 
• 1996 – O primeiro mamífero clonado de 
células adultas foi Dolly, uma ovelha. 
• 1998 – Clonagem de camundongo. 
• 1998 – Clonagem de vacas. 
• 2000 – Clonagem de porcos. 
História da Transferência Nuclear em 
Célula Somática (Clonagem) 
História da Clonagem 
• 2001 – Clonagem de gatos 
• 2002 – Clonagem de coelhos 
• 2003 – Clonagem de mulas 
• 2004 – Clonagem de búfalos 
• 2005 – Clonagem de cães 
“CC” Carbon Copy 
Terapia Celular 
Terapia Celular 
 Substituição de células ou 
tecidos lesados por células 
novas e saudáveis, para 
restaurar sua função 
(substitui transplantes). 
 
Forma mais antiga de Terapia Celular 
Transfusão de componentes sangüíneos 
O transplante de células-tronco hematopoiéticas ou 
transplante de medula óssea é a única forma de tratamento com 
células-tronco que já faz parte do arsenal médico do mundo todo. 
Terapia Celular 
As pesquisas com células-tronco indicam novos 
caminhos para o tratamento de muitas doenças 
Pele 
Queimaduras 
Olhos 
Doenças na córnea e no 
cristalino 
Coração 
Enfarte 
Ossos 
Osteoporose e artrite 
Pâncreas 
Diabetes 
Fígado 
Hepatite e cirrose 
 
Cérebro 
Mal de Alzheimer, Parkinson, 
esclerose múltipla 
Rins 
Câncer 
Sangue 
Hemorragias, imunodeficiência 
Medula óssea 
Câncer 
Pulmão 
Câncer 
 
Terapia Celular - Perspectivas 
Terapia com Células-Tronco 
Embrionárias 
Diferenciação 
(+ fatores de crescimento) 
tempo 
Oligodendrócitos 
Tratamentos clínicos da medula espinhal 
utilizando células-tronco embrionárias 
começam a ser feitos em humanos 
(após modelo experimental em ratos). 
Medula espinhal lesionada Medula espinhal reparada 
Mórula 
Blastocisto 
Embrioblasto 
CT 
Cultura de células 
Zigoto 
O transplante de medula óssea é 
empregado para tratamento de doenças 
hematológicas neoplásicas (leucemias, 
linfomas) ou não-neoplásicas (anemia 
aplástica, talassemia, anemia falciforme). 
Inúmeras células jovens – 
Leucemia Linfóide Aguda 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Doenças Hematológicas 
• Em 1968, foi feito o primeiro transplante de medula 
óssea vermelha. 
• Desde a década de 1960, os transplantes de medula 
óssea vermelha têm sido usados para o tratamento 
de imunodeficências e leucemias.Terapia com Células-Tronco Adultas 
Doenças Hematológicas 
Células-Tronco da Medula Óssea Vermelha 
Leucemia e Outros Tipos de Câncer do Sistema Sangüíneo 
 
Tratamento: São retiradas células-tronco do paciente durante 
tratamento de quimioterapia, para que sejam preservadas da 
radiação. Depois elas são reinjetadas. 
Resultado: Como as células são do próprio paciente, não há 
risco de rejeição. 
Andamento: Pesquisadores (norte-americanos e europeus) 
avaliaram pacientes que receberam células-tronco de cordão 
umbilical. A técnica é menos agressiva que a tradicional. 
 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
 Doenças Hematológicas 
Médicos do hospital da Universidade Heinrich Heine, 
em Dusseldorf (Alemanha), conseguiram recuperar o 
músculo cardíaco de um homem de 46 anos que havia 
tido um infarto. 
O miocárdio foi tratado com células-tronco retiradas da 
medula do próprio paciente. 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Doenças Cardíacas 
Doenças Cardiovasculares (enfarte no miocárdio) 
 
Tratamento: Células-tronco retiradas da medula óssea do paciente são 
implantadas no músculo cardíaco. 
Resultado: Há uma regeneração do músculo e criação de novos vasos 
sangüíneos, aumentando a irrigação. 
Andamento: O Brasil é um dos países mais avançados no mundo na 
área. 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Doenças Cardíacas 
Doença de Chagas 
 
Tratamento: São retiradas células-tronco da medula do 
paciente e injetadas em sua circulação sangüínea ou nas 
artérias coronárias. 
Resultado: Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (BA) mostra 
que o tratamento regenera tecidos lesados do coração e 
elimina as células que causam sua inflamação. 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Doenças Cardíacas 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Doenças Cardíacas 
 Doença de Chagas 
 
• Realizado em mais de 200 camundongos, o 
estudo, coordenado pelo imunologista 
Ricardo Ribeiro dos Santos, do Centro de 
Pesquisas Gonçalo Muniz, unidade da 
Fiocruz em Salvador, utiliza células-tronco no 
combate à enfermidade. 
• Os resultados demonstram que, nas cobaias, 
as células-tronco são capazes de reduzir em 
até 90% as lesões (como a fibrose e a 
inflamação no músculo cardíaco) causadas 
pelo Trypanosoma cruzi. 
 
 
Vários T. cruzi no momento em 
se aderem a uma fibra muscular 
cardíaca 
Lesões da Medula Espinhal 
 
Tratamento: Implante de células-tronco da medula óssea na medula 
espinhal. 
Resultado: Melhora a passagem de impulso elétrico, sensibilidade e 
atividade motora. 
Andamento: De 30 pacientes tratados no Hospital das Clínicas (USP), 
três voltaram a andar. 
 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Sistema Nervoso 
Esclerose 
 
Tratamento: Transplante de células-tronco do próprio paciente. 
Resultado: Há uma diminuição dos sintomas da doença. 
Andamento: Paciente com esclerose lateral amiotrófica tratado na 
USP de Ribeirão Preto melhorou sua coordenação motora. 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Sistema Nervoso 
Parkinson 
 
Tratamento: São implantadas células-tronco em áreas específicas 
do encéfalo, buscando a produção de dopamina. 
Resultado: Melhora do déficit motor e cognitivo com a reposição 
dos neurônios lesados e destruídos. 
Andamento: Um time internacional de cientistas inseriu nos 
cérebros de macacos genes para induzir a produção da proteína 
GDNF, que protege as células nervosas contra os efeitos 
degenerativos da doença. 
 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Sistema Nervoso 
Diabetes 
 
Tratamento: Há uma diferenciação de células-tronco da 
medula óssea, in vitro, em ilhotas pancreáticas (órgãos que 
produzem a insulina). 
Resultado: Diminuição da necessidade de injeções de 
insulina. 
Andamento: O Instituto de Química da USP conduz 
pesquisas com camundongos para entender o papel dos 
genes na transformação das células-tronco em células beta 
(produtoras de insulina). 
 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Doença Auto-Imune 
Degenerações oculares 
 
Tratamento: Células são retiradas da medula óssea e injetadas na 
região da retina com lesões. 
Resultado: A região deteriorada é recuperada com a formação de 
novos vasos sangüíneos. 
Andamento: Pesquisadores da Unifesp inauguraram em 2004 um 
laboratório para estudar a aplicação de células-tronco no tratamento 
de doenças e lesões nos olhos. 
 
 
 
Terapia com Células-Tronco Adultas 
Retina 
O Futuro da Terapia com as Células-Tronco 
• Compreensão dos mecanismos de diferenciação e desenvolvimento; 
• Identificação, isolamento e purificação dos diferentes tipos de células-
tronco adultas; 
• Controle da diferenciação de células-tronco para tipos celulares 
necessários para o tratamento de doenças; 
• Conhecimento para desenvolver transplantes de células-tronco 
compatíveis; 
• Nos transplantes de células-tronco: demonstração do controle 
apropriado do crescimento, bem como a obtenção do desenvolvimento 
e da função de célula normal; 
• Confirmação dos resultados bem-sucedidos dos animais em seres 
humanos. 
Perguntas e Respostas – 
 Células-Tronco 
Que avanços as pesquisas científicas com células-
tronco podem trazer para a medicina? 
 
• As células-tronco podem ser utilizadas para substituir 
células que o organismo deixa de produzir por alguma 
deficiência, ou em tecidos lesionados ou doentes. As 
pesquisas com células-tronco sustentam a esperança 
humana de encontrar tratamento, e talvez até mesmo cura, 
para doenças que até pouco tempo eram consideradas 
incontornáveis, como diabetes, esclerose, infarto, distrofia 
muscular, Alzheimer e Parkinson. 
• O princípio é o mesmo, por exemplo, do transplante de 
medula óssea em pacientes com leucemia, método 
comprovadamente eficiente. As células-tronco da medula 
óssea do doador dão origem a novas células sangüíneas 
sadias. 
Por que permitir a pesquisa com embriões, se as 
células-tronco são também encontradas em tecidos 
adultos? 
• Porque as células embrionárias seriam as únicas que 
têm a capacidade de se diferenciar em nos mais de 
200 tecidos que constituem o corpo humano. 
• As células retiradas de tecidos adultos têm 
capacidade de dar origem a um número restrito de 
tecidos. 
O que a Lei da Biossegurança permite? 
• Ela autoriza as pesquisas científicas com células-tronco 
embrionárias, mas impõe uma barreira. Poderão ser 
pesquisados apenas os embriões estocados em clínicas de 
fertilização considerados excedentes, por não serem 
colocados em útero, ou inviáveis, por não apresentarem 
condições de desenvolver um feto. 
• O comércio, produção e manipulação de embriões, assim 
como a clonagem de embriões, seja para fins terapêuticos 
ou reprodutivos, continuam vetados. 
• Obervação: A pesquisa com células-tronco (art. 5º da Lei 
de Biossegurança) no Brasil foi aprovada em 29/05/2008 
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) . 
Qual o motivo da polêmica em torno da Lei de 
Biossegurança? 
• Para explorar as células-tronco usando as técnicas 
conhecidas hoje, é necessário retirar o chamado 
"botão embrionário“, ou melhor o embrioblasto, 
provocando a destruição do embrião. 
• Esse processo é condenado por algumas religiões – 
como a católica - que consideram que a vida tem 
início a partir do momento da concepção. Há 
perspectivas de que no futuro se encontrem 
técnicas capazes de preservar o embrião, o que 
eliminaria as resistências religiosas. 
Pesquisas com Células-Tronco Embrionárias e 
Adultas no Brasil 
• Desde 2005, quando a lei foi aprovada, poucos gruposse arriscaram a 
trabalhar com células embrionárias, importadas de outros países. Com 
a indefinição sobre a legalidade das pesquisas, os cientistas sentiam-se 
temerosos de ser obrigados a interromper as investigações caso a 
decisão do STF fosse contrária. O resultado é que nesses três anos 
apenas seis projetos com as embrionárias tomaram curso no País. 
• Em compensação, estão sendo realizados 49 protocolos com células-
tronco adultas. Essas estruturas são extraídas basicamente da medula 
óssea e do cordão umbilical. São fontes mais acessíveis, obviamente, 
mas o problema é que as células adultas apresentam menor potencial 
de transformação. 
Como é a legislação sobre 
células-tronco em outros países? 
 
Os cientistas podem adquirir os embriões diretamente 
nas clínicas de fertilização assistida? 
• Sim. O cientista precisa da autorização do conselho 
de ética do instituto onde trabalha, como em 
qualquer projeto que envolva a manipulação de 
material humano. 
• Uma vez autorizado, o pesquisador poderá adquirir 
os embriões diretamente nas clínicas. Eles deverão 
estar estocados há mais de três anos e só poderão 
ser utilizados com o consentimento dos pais, 
mediante doação. Atualmente, estima-se que o país 
tenha 30.000 embriões congelados. 
É possível desenvolver uma técnica para obter células-
tronco sem precisar dos embriões? 
• Sim. No início de 2007, cientistas americanos 
anunciaram a descoberta de uma nova fonte de 
células "coringa", extraídas do líquido amniótico, 
que preenche o útero durante a gravidez. Extraídas 
e cultivadas em laboratório, as células deram 
origem a vários tipos de células diferentes - ou seja, 
funcionam como células-tronco. 
• Conforme os cientistas, as células-tronco extraídas 
do líquido amniótico não são idênticas às células-
tronco embrionárias. Em alguns casos, porém, elas 
funcionam até melhor, dizem eles. Mas a gama de 
aplicações para esse novo tipo de célula-tronco 
pode ser menor do que no caso das embrionárias. 
Qual é o tamanho do embrião quando as células são 
extraídas para pesquisas? 
• Até o momento, os cientistas conseguiram obter 
células-tronco de blastocistos, um estágio inicial do 
embrião com apenas 100 células. Um grupo de 
pesquisadores americanos conseguiu extrair 
células-tronco de mórulas, que têm entre 12 e 17 
células. 
• Em qualquer caso o embrião é microscópico. As 
células retiradas são cultivadas em laboratório, e 
podem render material para diversos anos de 
trabalho. 
Em que estágio se encontram as pesquisas de 
tratamentos com células-tronco? 
• Na Bahia, pesquisadores da Fundação Oswaldo 
Cruz estão tratando com sucesso cardiopatias 
causadas pela doença de Chagas. No Hospital Pró-
Cardíaco do Rio de Janeiro e no Instituto do 
Coração de São Paulo, células-tronco são usadas 
em pacientes que sofreram infarto. Também há 
estudos em vítimas de lesões medulares, diabetes 
do tipo 1, esclerose múltipla e artrite.

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