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Sumário de urina.

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Lílian Andrade – Monitoria de Habilidades Práticas Laboratoriais I
Sumário de Urina
O sumário de urina é considerado o marco inicial da medicina laboratorial. Está dividido em partes física, química e microscópica, sendo esta última correspondente à análise do sedimento urinário.
O desenvolvimento de técnicas analíticas mais práticas e eficientes permitiu que o exame de urina de rotina se mantivesse como um dos testes mais frequentemente solicitados, seja para pacientes com diferentes queixas clínicas, seja para indivíduos saudáveis que se submetem a avaliação periódica, mesmo sem nenhuma sintomatologia. Por essa razão, o exame de urina de rotina deve ser entendido como um teste de triagem, capaz de fornecer informações úteis que possibilitam o diagnóstico de eventuais problemas nos rins e nas vias urinárias, como processos irritativos, inflamatórios ou infecciosos, além de alguns distúrbios metabólicos, como diabete melito e insípido, e distúrbios do equilíbrio acidobásico. Uma vez que diferentes substâncias são rotineiramente pesquisadas, é possível, também, a detecção de algumas condições mórbidas não diretamente relacionadas com os rins ou vias urinárias, como hemólise intravascular, algumas doenças hepáticas e de vias biliares, etc.
As razões para a realização do exame de urina identificadas pelo Clinical and laboratory standards institute (CLSI) incluem auxílio no diagnóstico da doença, triagem de populações assintomáticas para a detecção de doenças e acompanhamento da progressão da doença e da eficácia de tratamentos.
Parte física
Avalia:
- Coloração: varia da quase ausência de cor até tonalidades escuras. Estas variações podem ser decorrentes das funções metabólicas normais, atividade física, substâncias ingeridas ou patologias. A cor normal da urina varia do amarelo claro ao amarelo escuro. A coloração âmbar pode indicar pode indicar presença de bilirrubina; verde ou azul pode ser decorrente de medicamentos e, a avermelhada/ rosada pode indicar sangue.
- Aspecto da urina: O aspecto límpido é o esperado para a normalidade (nem todas as urinas límpidas são normais), mas pode variar, sendo desde ligeiramente turva a muito turva. A turvação pode ser decorrente da presença de cristais, células, leucócitos, bactérias, muco, cilindros, leveduras.
- Densidade urinária: reflete a capacidade de reabsorção renal e uma possível desidratação do paciente. Pode ser observada através do refratômetro ou nas fitas urinárias.
2. Parte Química
É realizada por meio de tiras ou fitas reagentes e avalia:
	Glicose
	PH
	Proteínas
	Corpos cetônicos
	Billirubinas
	Urobilinogênio
	Nitrito
	Densidade
	Leucócitos
	Hemoglobina
PH : Indica distúrbios resultantes da incapacidade renal de produzir ou reabsorver ácidos ou bases. O conhecimento do PH urinário é importante na identificação dos cristais urinários. Urinas com PH acima de 9 podem indicar má conservação da urina.
Proteínas: A presença de proteínas no exame de urina indica anormalidade, muitas vezes reflete doença renal e deve ser investigada. Quando existe algum comprometimento renal, geralmente vem acompanhada de cilindros no sedimento urinário.
Significado clínico da proteinúria:
Lesão de membrana glomerular ou reabsorção tubular;
Mieloma múltiplo
Nefropatia diabética;
Pré-eclâmpsia;
Proteinúria ortostática.
Obs.: A presença de proteína na urina deve ser confirmada com o exame de proteínuria de 24 horas
Glicosúria: A presença de glicose na urina é identificada quando a glicose sanguínea ultrapassa o limiar renal (160 a 180 mg/dl). 
Cetonas: Corpos cetônicos são substâncias produzidas pelo metabolismo dos ácidos graxos e carboidratos no fígado. Cetonúria em pacientes hígidos geralmente não tem significado clínico, já que uma série de condições não necessariamente patológicas como jejum prolongado, dieta hiperlipídica, gestação, lactação, uso de Ácido acetilsalicílico, Ácido Ascórbico ou Ácido Valpróico podem ser causa de seu aparecimento, entretanto, deve-se estar atento para a existência de Diabetes melitus como causador da cetonúria. 
Sangue: Hematúria (hemácias íntegras) ou Hemoglobinúria (hemácias destruídas).
Principais causas de hematúria: cálculos renais, traumatismos, doenças glomerulares, tumores, pielonefrites, exercício físico intenso.
Principais causas de hemoglobinúria: anemias hemolíticas, reações transfusionais, queimaduras graves, exercício físico intenso. 
Bilirrubinas : Pode indicar hepatopatias.
Urobilinogênio: Resultante da transformação sofrida pela BD, a partir da redução da bilirrubina pelas bactérias intestinais. Também é indicativo de patologias hepáticas.
Nitrito: Indica infecções do trato urinário por bactérias gram negativas. Geralmente é acompanhado por bacteriúria no sedimento urinário.
Sedimentoscopia
Corresponde à análise microscópica dos elementos encontrados na urina. Para que o resultado do exame seja liberado, durante esta fase deve ser observada a presença de algumas células epiteliais. Além delas, o sedimento normal contém alguns leucócitos (até 5 por campo). 
Obs. 1: A presença de um número elevado de leucócitos no sedimento, é indicativo de infecção urinária. 
Obs. 2: Se durante a avaliação química da urina for encontrada hematúria, esta deve ser confirmada através da presença de hemácias durante a sedimentoscopia. Portanto esta etapa tem função confirmatória tantos dos achados da análise física como da análise química da urina.
Possíveis achados:
Cilindros: São os únicos elementos exclusivamente renais encontrados no sedimento urinário e varia de acordo com o quadro clínico do paciente. IMPORTANTE: Os cilindros hialinos em pequenas quantidades são os únicos considerados fisiológicos.
Cilindro Hemático: Glomerulonefrite, exercício físico intenso
Cilindro Leucocitário: Pielonefrite.
Cilindros granulares: Glomerulonefrite ou Pielonefrite.
Cristais: São formados a partir da precipitação de sais de urina submetidos a alterações de PH, temperatura ou concentração. Existem os cristais normais em urinas ácidas e alcalinas e os cristais patológicos.
Cristais normais em urinas ácidas: Ácido úrico, oxalato de cálcio, uratos amorfos.
Urinas alcalinas: Fosfato triplo, fosfatos amorfos fosfato de cálcio.
Cristais anormais: Cistina, Leucina, Colesterol, Sulfonamidas Tirosina. 
Coleta
A primeira amostra da manhã é a amostra ideal para o exame de urina de rotina, por ser mais concentrada, garantindo, assim, a detecção de substâncias químicas e elementos formados que podem não ser observados em uma amostra aleatória mais diluída. Também é desejável que seja feita a assepsia da região urogenital. Além disso, deve ser coletado o jato médio, ou seja, a porção intermediária do fluxo urinário coletado espontaneamente após assepsia genital. Devem ser desprezados uns poucos mililitros iniciais de urina, uma vez que podem conter secreções eventualmente presentes no terço distal da uretra e no meato uretral. O paciente deve ser instruído a coletar a amostra imediatamente após se levantar e a entrega-la no laboratório no prazo máximo de duas horas após a coleta. Ao receber a amostra, o atendente deve se certificar de que o paciente seguiu todos os procedimentos de higienização e de coleta prescritos e de que o frasco está corretamente identificado e fechado. 
Sacos coletores são frequentemente empregados na obtenção de amostras de urina de pacientes pediátricos ou geriátricos, nos quais o controle esfincteriano pode estar comprometido. 
Como todos os demais exames de laboratório, a ocasião e as condições de coleta são de fundamental importância para que as informações obtidas sejam úteis e confiáveis. Dessa forma, as condições de armazenamento da amostra e o tempo decorrido entre a coleta do material e a realização do exame devem ser observados. Quando as análises não forem realizadas em um prazo máximo de duas horas após a coleta, a amostra deverá ser refrigerada e protegida da luz. Nessas condições, em geral, a amostra mantém-se adequada ao exame por um períodode até 12 horas. A amostra nunca deve ser congelada pois isso destrói os elementos figurados presentes, inviabilizando o exame microscópico e falseando os dados bioquímicos da amostra. 
Orientações necessárias
- Coletar, preferencialmente, a primeira urina da manhã. Se isto não for possível, o cliente deve ficar duas horas sem urinar antes de colher a amostra. Não há necessidade de ingerir líquidos previamente para induzir a diurese.
- O cliente não pode ter feito uso de contraste radiológico nas 48 horas que antecedem o exame.
- A coleta de urina não deve ser realizada imediatamente após a prática de exercício físico intenso, incluindo o teste ergométrico, pois essa situação pode produzir alterações no resultado da análise.
Fonte: Fleury
Referências:
- Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da amostra biológica. – Barueri, SP : Manole : Minha Editora, 2014.
- http://www.fleury.com.br/exames-e-servicos/medicina-diagnostica/exames-oferecidos/exames/Pages/default.aspx?ce=2282

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