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SOCIOLOGIA ORGANIZACIONAL AULA 06

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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
1 
 
 
 
 
Sociologia Organizacional 
 
 
 
 
 
Aula 6 
 
 
 
 
Prof. Luciano Stodulny 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
2 
Conversa Inicial 
Nesta aula, iremos estudar algumas características relacionadas à 
mudança social. Você já pensou como a sociedade muda de forma dinâmica que 
muitas vezes não percebemos isso? Novos conflitos e estruturas surgem em um 
jogo de interesses. 
Contextualizando 
A dinâmica da sociedade reorganiza os vários atores em torno de 
processos para repensá-la, a fim de torná-la melhor, distribuindo de forma 
igualitária seus recursos e envolvendo os excluídos para promover uma 
sociedade inclusiva. 
Vamos entender mais como a sociedade funciona? 
Tema 1: A Contemporaneidade 
 A revolução social no mundo contemporâneo promovida pela internet 
passa a ser tema da sociologia organizacional, pois redefine nossa sociedade a 
partir de um novo modelo de organização. 
 A revolução tecnológica afeta radicalmente o compartilhamento de 
informações e o conhecimento entre os indivíduos, porém há dúvidas sobre 
como essas novas tecnologias contribuem para melhorar a sociedade. 
 Nada nos últimos tempos tem se mostrado tão inovador quanto as novas 
possibilidades de relações sociais conectadas pela internet. A sociologia ainda 
busca explicações significativas para tal fenômeno. Estudiosos de diferentes 
áreas do conhecimento desenvolvem pesquisas sobre os efeitos positivos e 
negativos das novas tecnologias no nosso dia a dia, em especial na organização 
da sociedade e no processo de formação dos indivíduos. 
 
https://www.youtube.co
m/watch?v=sqoxRynXxyg 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
3 
 
Quando observamos essa revolução social na comunicação será que 
podemos realmente falar em vitimização? Homens e mulheres, velhos e crianças 
diminuíram a comunicação pessoal por causa do uso da internet. Ou o que 
ocorre é o contrário disso? 
Para respondermos essas perguntas, vamos estudar a contribuição da 
sociologia para compreender melhor o impacto das novas tecnologias sobre a 
nossa vida social. 
 Podemos assim dizer que seguramente o impacto da revolução 
cibernética dos últimos tempos nas relações sociais também produz uma nova 
cultura, a chamada cultura digital. Um dos seus aspectos mais marcantes é a 
relação do homem com os vários ambientes virtuais que o cercam. Esses 
ambientes também são conhecidos como interfaces, pois se colocam entre os 
indivíduos e o que eles desejam obter. Elas têm o poder de prender a atenção, 
por exemplo, a TV se popularizou nos Estados Unidos (EUA) a partir dos anos 
60 e no Brasil dos 70, porém nada se compara à popularização dos PCs 
(computadores pessoais) na década de 80 nos EUA e no Brasil no fim dos anos 
90. 
Na Era digital tudo é interativo, prático e rápido e é esse processo que nos 
fascina, a possibilidade de realizarmos inúmeras tarefas de forma simultânea e 
História da internet 
A rede mundial de computadores, ou internet, surgiu em plena Guerra Fria. Criada com 
objetivos militares, seria uma das formas das forças armadas norte-americanas de manter as 
comunicações em caso de ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de 
telecomunicações. Nas décadas de 1970 e 1980, além de ser utilizada para fins militares, a 
internet também foi um importante meio de comunicação acadêmico. Estudantes e 
professores universitários, principalmente dos EUA, trocavam ideias, mensagens e 
descobertas pelas linhas da rede mundial. 
HISTÓRIA da internet. Sua Pesquisa.com. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/internet>. Acesso em: 5 
ago. 2016. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
4 
global, com uma comunicação antes inimaginável, superando distâncias e 
levando cada vez mais crianças, jovens e adultos a trocarem a comunicação face 
a face pelos espaços virtuais. 
Anteriormente, com a TV e o telefone, não era cogitada a substituição da 
comunicação pessoal de forma física pelas virtuais, nem imaginado que uma 
parcela significativa da sociedade fosse usar seu tempo para ficar por horas na 
frente de um aparelho a fim de conhecer, comunicar e trocar informações com 
os outros indivíduos. 
Hoje, porém, essa realidade se torna verdade, as pessoas são 
hipnotizadas pelo mundo virtual que se descortina pela internet. Muitas delas 
consideram as relações estabelecidas com outros grupos pela internet mais 
relevantes que as do mundo real. É cada vez maior o número de indivíduos que 
se dedica a explorar os espaços virtuais, substituindo as relações reais ou 
mesmo o incômodo das relações face a face. 
Com certeza, não é a internet o veículo de comunicação a inaugurar essa 
nova Era de interatividade eletrônica entre os indivíduos. A TV já utilizava o 
mesmo mecanismo de interação em tempo real, como ainda acontece nos dias 
de hoje, por meio dos programas de auditório ou dos promocionais. 
 Os meios de comunicação também exercem importante papel na 
sociedade, pois sua programação se estende a diversos pontos do país e mescla 
classes sociais em torno dos mesmos produtos, dessa forma é comum vermos 
no dia a dia os elementos característicos dos programas de TV, dos sites e de 
relacionamentos inseridos no nosso dia a dia, como roupa e uma expressão de 
uma novela ou mesmo de um vídeo da internet. 
Por meio das inovações tecnológicas, abriu-se um canal de interação com 
a audiência, por votação, opinião e perguntas, que recentemente pela internet 
surgem de forma mais expressiva com as comunidades virtuais. Essa interação 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
5 
não se traduz em números, pois uma pessoa pode participar de maneira própria, 
assistindo, acompanhando, perguntando ou opinando; mesmo não interagindo 
ela se sente participante da comunidade. 
Com a internet, as comunicações foram potencializadas de forma 
significativa, podendo até ser afirmado que o mundo se encontra a um clique. O 
mundo da internet com certeza tem as informações variadas. Temos acesso 
tanto a notícias jornalísticas quanto de utilidade pública e conteúdo de 
relacionamento, o que expõe a vida privada a um nível muito preocupante, pois 
envolve o direito da dignidade e da moral de todo cidadão. A chance de uma 
utilização errada do meio hoje tem se demonstrado mais preocupante que uma 
nova dinâmica de comunicação. 
Contudo, independente dos efeitos causados pela expansão da internet, 
uma questão está em consenso, a ética deve permear as relações humanas, 
afinal a internet não pode ser pensada nem utilizada dentro de uma concepção 
de mundo sem limites. 
Tema 2: Globalização 
A globalização tornou-se um tema muito difundido na atualidade, porém 
pouco se fala sobre a sua origem e o seu efeito sem precedente na história da 
humanidade, sendo tratada apenas como modismo da economia. Ela representa 
um processo de expansão do capitalismo em escala mundial. Caracteriza-se 
pelo caractere volátil do capital internacional, pela industrialização dos grandes 
centros urbanos, pelo grande número de desempregados, pela indústria cultural, 
pelas sociedades ricas e pela hegemonia do capitalismo internacional. 
O primeiro momento da globalização está relacionado à crise referente ao 
aumento de produção econômica no século XV, pois a fabricação agrícola e a 
artesanal não davam mais conta dos imperativos dos centros urbanos. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
6 
Outro fator que contribui para esse processo foi a aliança entre as 
burguesias e as monarquias, pois um empreendimento como as grandes 
navegações só seria possível com um Estado centralizado e aliado ao capital da 
burguesia. 
O avanço da ciência e o da técnica foram oterceiro fator que possibilitou 
as condições tecnológicas para as navegações, já que Portugal fez uso da 
escola de Sagres como um centro científico para organizar e discutir os rumos 
da ciência náutica. 
O quarto fator está relacionado à mentalidade. A cultura do renascimento 
e a das grandes navegações fizeram parte de um contexto de aventura e 
superação humana na descoberta do novo mundo. 
Expansão ultramarina portuguesa 
 
Portugal foi o primeiro país europeu a se aventurar pelos mares e vários foram os fatores que 
contribuíram para esse fato: 
 insuficiência portuguesa em metais preciosos para a cunhagem da moeda; 
 falta de produtos agrícolas e de mão de obra; 
 desejo de expandir a fé cristã; 
 necessidade de novos mercados. 
GOMES, C. Grandes navegações. Infoescola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/grandes-
navegacoes/>. Acesso em: 5 ago. 2016. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
7 
Quando pensamos nos efeitos da globalização na nossa sociedade, 
podemos analisar a importância dada à língua inglesa nas últimas décadas. Ela 
foi adotada como segundo idioma em diferentes partes do mundo e até mesmo 
como língua oficial, consolidando os Estados Unidos como potência dominante. 
A presença dos EUA em grandes partes do planeta foi um dos fatores que 
contribuíram para o crescimento do idioma inglês, somada ao poder bélico e 
econômico, assim a dominação cultural e política dos EUA fez com que se 
tornassem um grande líder mundial. 
Nos dias de hoje, porém, a hegemonia dos EUA está ameaçada no 
cenário mundial por blocos econômicos, como o Japão, o G-3, o G-7 e o G-22, 
constituídos pela globalização e que eliminam barreiras entre países, pela 
economia, cultura e política. 
Os índices da bolsa de valores determinam a situação, funcionando como 
um termômetro. A globalização ajuda a repercutir esses dados no mercado de 
ações estrangeiras e brasileiras, permitindo que americanos invistam na china, 
bem como empresários japoneses invistam no Brasil. 
Esse novo cenário econômico pode ser altamente rentável, porém, 
quando um mercado se desvaloriza, pode quebrar a economia de um país, 
afetando outras economias pela retirada de investimentos estrangeiros de 
países economicamente instáveis. Esse é um grande risco da globalização, pois 
a quebra de um país causa danos a todos os países desestruturados, seja 
economicamente, seja politicamente. 
O progresso dos meios de comunicação e a liberdade de fluxos de 
capitais conectaram os mercados de modo que, atualmente, muitas instituições 
financeiras operam 24 horas por dia. Houve uma elevação do mercado de títulos 
lançados por instituições financeiras e empresas, assim como títulos comprados 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
8 
por variados investidores ao redor do mundo, principalmente por meio de pensão 
e fundos de investimento que se desenvolvem rapidamente. 
A globalização das finanças impõe um dinamismo na economia com 
consequências positivas e negativas, caso uma inconsistência macroeconômica 
surja nesse processo; mesmo que se arraste por vários anos, a desvalorização 
da economia se daria em poucas semanas. Sempre há o risco da globalização 
da crise financeira e de acabar a reprodução do volume de papéis financeiros 
relativos à produção. 
O Estado pode mostrar-se fragilizado diante do sistema financeiro 
globalizado, pois este adquiriu maior destaque em uma época confusa do ponto 
de vista ideológico, ou seja, a crença em um sistema único e infalível e que após 
a queda do Muro de Berlim acarretou a instabilidade dos Estados emergentes. 
O sistema liberal impõe algumas regras, e se alguns países não as 
seguirem podem ter sua moeda supervalorizada, déficits em suas balanças e 
despesas públicas superiores as suas receitas. O interesse provocado pela 
oscilação das bolsas não é orientado pelo desenvolvimento social das 
comunidades locais, mas sim pela educação individual ou de grupos minoritários 
da sociedade. 
Tema 3: Exclusão Social 
 Somos todos seres humanos, e como tais vivemos a experiência de 
sermos diferentes uns dos outros. Em outras palavras, vivemos o tempo todo as 
contradições sociais e culturais. Ser diferente é uma marca característica da 
condição humana, mas isso está sujeito à injustiça, como a discriminação, a 
negação das diferenças e a classificação depreciativa do outro a partir da 
desigualdade. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
9 
 A condição humana pode ser definida pelas lutas sociais com o objetivo 
de produzir seu mundo social, o de produção de riqueza permanente e o de 
combate às desigualdades sociais em busca da liberdade e paradoxalmente da 
igualdade. Esse é um processo social e histórico, porque a cada período da 
história o homem reinventa a si mesmo e as formas da sua existência social. 
 As sociedades humanas podem ser comparadas a uma comunidade de 
astronautas num foguete, em ambas ocorre uma divisão de funções, em que 
combinação, dinamismo e ordem são necessários à segurança da viagem. 
Embora desiguais, os cidadãos têm como tarefa comum a segurança da 
comunidade. O problema é quando essas desigualdades começam a 
comprometer o bom funcionamento dessa formula cultural inventada pelo 
homem e chamada de convívio social. 
É POSSÍVEL acabar com o preconceito? Além do Roteiro. Disponível em: 
<https://alemdoroteiro.com/2015/08/11/preconceito/>. Acesso em: 5 ago. 2016. 
 Nós iremos tratar sobre os prejuízos sociais das diferentes formas de 
desigualdade presentes nas sociedades humanas, o quanto somos inaptos para 
lidar com o desigual e a banalização dos mecanismos de exclusão social. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
10 
A partir dos anos 50, tivemos uma emergência de novas questões sociais, 
como a reorganização das classes trabalhadoras e a mobilização social em torno 
de grupos lutando pela ampliação dos seus direitos, como os negros, as 
mulheres e os homossexuais, indicando mudança em vários âmbitos da 
sociedade e que ela signifique uma nova etapa da humanidade, com 
características que não condizem com as leis e as normas vigentes nela. 
 Outro indicador é o fato que as sociedades estão abastadas pelo 
capitalismo e pela sua competência de produzir bens e serviços em grande 
diversidade e escala. Nesse cenário, um impressionante e eficiente ciclo 
tecnológico diminui o tempo e as distâncias. A população mundial é cada vez 
maior e o espaço físico, limitado e mal distribuído. Grande parte da população 
vive de forma aglomerada e quase sem espaço próprio para as individualidades. 
Será que essa é a justificativa para as desigualdades? Podemos afirmar que hoje 
vivemos melhor do que as gerações anteriores se pensarmos em alguns 
indicadores quantitativos, como o acesso aos bens materiais. No entanto, as 
desigualdades sociais se acentuaram no século XXI, causando incômodo 
mesmo nos países ricos. 
Preconceito velado 
 
"Não tenho nada contra gays, até tenho amigos que são." 
 
"Jamais tive preconceito com negros, mas prefiro que minha filha case com um branco. Sabe 
como é, não quero escurecer a família." 
 
"Acho que as mulheres são tão importantes como os homens, afinal elas que alimentam o 
mundo, que cuidam de nossos filhos. Esse é o papel delas." 
 
"Sou totalmente contra a violência, mas se um gay me cantar está sendo desrespeitoso 
comigo. Aí eu posso acabar agredindo ele." 
 
"Ele é escuro sim, tremendo de um negão, mas não lhe falta educação e respeito." (Trecho 
de uma música da Kelly Key). 
 
"Meu filho não será gay. Ele terá uma boa educação." 
 
"Ela é negra, mas é muito bonita." 
VIEIRA, D. Preconceito velado. Pluralidade & Diversidade. Disponível em: 
<http://pluralidadeediversidade.blogspot.com.br/2012/04/preconceito-velado.html>.Acesso em: 5 ago. 2016. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
11 
 Percebemos que o poder capitalista está relacionado à vulgarização e 
naturalização das formas de exclusão social, verificadas nos dias de hoje 
principalmente no que trata das classes e categorias excluídas da sociedade. 
 Temos que abordar as desigualdades sociais não apenas como 
consequência da natureza do sistema capitalista, ou seja, um modo de produção 
pautado pela distribuição desigual dos resultados da produção econômica, mas 
sim sobre o modo como as pessoas se relacionam com o sistema ao qual 
pertencem. 
 Vários fatores concorrem para que ocorra a diferença social com graus 
distintos de acesso ao sistema educacional, à saúde, às redes sociais e ao 
mercado de trabalho. Isso sem contar as discriminações sociais sofridas pelas 
chamadas minorias sociais, as categorias classificadas como diferentes e 
desiguais em razão de seus atributos, como gênero, idade, etnia ou religião. 
 Sociologicamente, podemos definir que o preconceito é uma postura de 
hostilidade desferida contra um indivíduo pelo simples fato de ele ser diferente 
dos demais participantes do grupo, sendo pouco ou nada valorizado na 
sociedade. Nas sociedades humanas, temos diversas categorias sociais 
depreciadas, em especial porque o grupo se encontra em situação de 
desvantagem na estrutura do poder. 
 Podemos elencar diversos casos de preconceito, como: contra a mulher 
(sexismo), os homossexuais (homofobia), os velhos, os obesos, os deficientes 
físicos ou mentais e a origem social (imigrantes). 
 A exclusão consiste num procedimento de hierarquização e discriminação 
contra os indivíduos ou categorias sociais, tendo como base alguma diferença 
real ou mesmo imaginária. Essas diferenças são transportadas para o plano da 
cultura como forma de classificação e caracterização de padrões de 
comportamento. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
12 
Tema 4: Movimentos Sociais 
O movimento social é um esforço coletivo contínuo e organizado que pode 
se concentrar basicamente em dois aspectos: na mudança social e na 
manutenção de alguma instituição social. Com relação à cobrança dos 
movimentos sociais, eles podem ter diferentes orientações, como reformas que 
tentam melhorar as condições de um sistema social, mas sem mudar seu 
caractere fundamental. 
O movimento de reforma contrasta radicalmente com os movimentos 
revolucionários, cuja regra é alterar as características estruturais básicas de um 
sistema. Já os movimentos que visam a manutenção das estruturas sociais 
podem ser chamados de movimentos de resistência, pois são organizados não 
para promover a mudança social, mas sim para combatê-la. Nos EUA, por 
exemplo, surgiu um movimento de resistência para impedir as mudanças na lei 
do aborto. 
 Os movimentos sociais sempre despertam interesse sociológico porque 
constituem grande fonte de mudança e conflito na sociedade uma vez que eles 
não são um consenso, mas um ponto de vista de um grupo específico. 
 De modo geral, podemos analisar os movimentos sociais a partir de três 
modelos: 
 a teoria clássica, cujas expressões são as teorias da frustração-agressão, 
da sociedade de massa e da tensão estrutural; 
 a teoria da mobilização de recurso; 
 a teoria do processo político. 
A teoria clássica argumenta que os movimentos surgem como uma 
maneira coletiva dos indivíduos darem vazão a várias formas de tensão e 
sofrimento emocional. Embora seja sociológica, ela se baseia nos mecanismos 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
13 
psicológicos. Seu argumento ocorre quando a frustração leva a um 
comportamento coletivo frequentemente agressivo. De acordo com a teoria e as 
suas variáveis, a frustração tem uma grande variedade de origens, por exemplo, 
as más condições econômicas e a pressão social. 
A privação pode por sua vez assumir duas formas, ser absoluta, quando 
as pessoas não têm o suficiente para sobreviver; ou relativa, quando elas têm o 
suficiente, mas vivem fazendo comparações. 
É provável que a frustração ocorra quando as condições são más ou 
quando estão melhorando e em seguida se agravam muito. Os estudiosos 
acreditam que quando as expectativas de vida estão em alta é que os homens 
mais tendem ao comportamento social agressivo, caso elas sejam frustradas. 
Recentemente, o enfoque clássico tem sido amplamente questionado e 
perdeu muito da sua influência na sociologia contemporânea, embora variações 
dele ainda sejam comuns no tratamento dado pela mídia a movimentos sociais 
e a comportamentos coletivos. 
A teoria da mobilização de recursos argumenta que o sucesso desse 
movimento depende de recursos, tempo, dinheiro, perícia organizacional e 
capacidade de usá-los. Ao ser divulgada, ela constitui uma grande inovação na 
sociologia dos movimentos sociais, uma vez que localiza variáveis que são mais 
sociológicas que psicológicas. 
Essa teoria tem sido criticada pela ênfase excessiva que dá à importância 
dos recursos externos. Ela parece ser mais eficaz para o que acontece com os 
movimentos que têm recursos substanciais, como as relações envolvendo 
questões ambientais e antinucleares, do que para explicar movimentos entre 
minorias desprivilegiadas. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
14 
 A teoria do processo político é um conceito baseado no argumento de que 
o sucesso desse movimento depende não só dos recursos de que dispõe, mas 
também dos grandes sistemas sociais. Dessa perspectiva, é importante 
compreender a interação complexa entre o movimento e o ambiente social mais 
amplo. A revolução política, por exemplo, terá maior probabilidade de sucesso 
se o Estado for vulnerável, instável ou carecer de legitimidade social; se o 
movimento revolucionário for mais bem organizado que o Estado; e se novas 
maneiras de pensar derrubarem a legitimidade do Estado e promoverem a 
crença de que a mudança é possível. 
 A teoria do processo político é uma perspectiva relativamente nova no 
estudo sociológico do movimento social e constitui, em parte, uma reação à 
teoria da mobilização de recursos. 
 O processo no qual os indivíduos deixam de aceitar uma determinada 
realidade social para assumirem uma postura de ação reivindicatória envolve 
múltiplos estágios que nem sempre resultam em um movimento social. Dessa 
forma, é importante considerar, de um lado, as condições que caracterizam uma 
situação de disponibilidade de ação, definida como mobilização, para em 
seguida abordar, de outro lado, as características organizacionais desse 
processo. 
Tema 5: A Sociedade Civil 
 Você já deve ter ouvido falar em sociedade civil diversas vezes ou usa o 
termo para se referir à organização de uma sociedade ou à mobilização de 
grupos sociais. O que talvez você não saiba é que esse termo é um conceito 
sociológico que reflete a organização da sociedade. 
 A sociedade civil de um modo geral diz respeito às organizações e 
instituições civis cujas ações assumem diferentes conteúdos e formas sociais, 
culturais e políticas. Essas organizações podem ser espontâneas ou deliberadas, 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
15 
mas o importante é saber que elas constituem a base de uma sociedade em 
funcionamento e, muitas vezes, atuam em oposição às estruturas estatais, 
independente do sistema político formal ou de maneira complementar a ele. 
 Recentemente, assim como outros conceitos, o termo sociologia civil 
desenvolveu um amplo leque de definições. Todavia, a mais aceita atualmente 
entre os estudiosos do tema é a de que a sociedade civil corresponde ao âmbito 
das ações coletivas voluntárias, ou mesmo involuntárias, com vista nas 
realizações de interesses ou de defesa de valores.A sociedade civil adquire formatos institucionais diferentes daqueles 
encontrados no Estado, no mercado, na família e em outras instituições sociais 
legítimas. As formas e o conteúdo das ações perpetradas pelas organizações e 
movimentos que compreendem o universo da sociedade civil são múltiplos e 
variados. 
 A maior característica dessa organização consiste na autonomia em 
relação aos poderes institucionalmente constituídos, bem como na dinâmica com 
que estes respondem aos anseios sociais, políticos, econômicos e culturais das 
camadas e categorias sociais. 
 No debate contemporâneo, o termo sociedade civil é frequentemente 
utilizado em nome da definição de domínios sociais que devem ser protegidos 
contra a globalização. Isso ocorre porque ela opera também na interferência a 
valores e interesses locais. Enquanto a sociedade civil puder abranger os 
negócios e as instituições que não necessariamente se subordinam à 
globalização, esse uso será contestado. 
 O mundo enfrentou transformações no século XX muito mais relevantes 
e acentuadas das que ocorreram nos tempos anteriores, tanto qualitativas 
quanto quantitativas. Um dos marcos para a transformação do mundo 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
16 
contemporâneo foi a Queda do Muro de Berlim (1989), representando o fim da 
Guerra Fria. 
 Durante a existência da Guerra Fria e dos regimes ditatoriais na América 
Latina, principalmente no Brasil (1964-1984), as Organizações da Sociedade 
Civil (OSC) tinham uma posição diferente da de hoje. Na época, elas eram 
disfarces para os dissidentes políticos que tentavam, de alguma forma, contestar 
o regime militar. Portanto, a conotação era ideológica-política e a atuação estava 
condicionada aos subsídios dos organismos internacionais e do Estado 
centralizado. 
 Com a modificação de perspectivas e a origem do pensamento único, a 
sociedade se transformou e com ela as OSC. Já não existia mais a crença nas 
reformas sociais e nas soluções coletivas. A militância política tornou-se passado 
ainda com os valores familiares. 
MARCO Regulatório das Organizações da Sociedade Civil: Saiba mais…! Blog do JCR. 
Disponível em: <https://jcrnoticiasonline.wordpress.com/2014/07/31/marco-regulatorio-das-
organizacoes-da-sociedade-civil-saiba-mais/>. Acesso em: 5 ago. 2016. 
São vários os campos de atuação política e cultural da sociedade civil na 
contemporaneidade. Podemos mencionar como esfera de ação o universo das 
organizações, dos movimentos sociais, das associações civis, dos fóruns de 
 
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17 
discussão e da deliberação democrática, enfim, todas as ações coletivas que 
concorrem para a produção e mobilização social que extrapolam o campo da 
política institucional, tradicionalmente ocupada pela política e pelos partidos 
políticos. 
As Organizações Não Governamentais (ONGs) são formadas pela 
sociedade civil, sem fins lucrativos e que têm como missão a resolução de algum 
problema da sociedade, podendo ser ele econômico, racial, ambiental ou ainda 
a reivindicação de direitos, melhorias e fiscalização do poder público. 
 As OSC são uma forma de suprimir as falhas do governo com relação à 
assistência e resolução dos problemas sociais, ambientais e até mesmo 
econômicos, podendo também o auxiliar na resolução desses problemas, 
embora isso seja uma característica negativa, pois expressa o distanciamento 
do governo com relação as suas responsabilidades para com a sociedade. 
As ONGs são definidas como organizações do terceiro setor e têm, ainda, 
a capacidade de despertar o civismo e a cooperação social nos seus 
participantes. Constituindo uma forte ferramenta de mobilização social, as OSC 
contribuem para a manutenção da democracia, uma vez que possibilitam a 
manifestação dos interesses das minorias. 
 Essas organizações podem atuar em complementariedade com o 
trabalho do Estado ao realizar ações que não são sua atribuição, além de poder 
receber financiamento e doações públicas e privadas. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
18 
Referências 
CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e 
a sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 
2003. 
COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3ª ed. ampliada e 
revista. São Paulo: Moderna, 2005. 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Sociologia geral. São Paulo: Atlas, 1999.

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