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Resumo Unidade 5

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Resumo Unidade 5 - http://www.youtube.com/watch?v=-R8CMyunAYI&feature=youtu.be 
A formação do povo brasileiro 
O objetivo da unidade 5 é discutir a formação do povo brasileiro, a partir de importantes intérpretes da realidade histórica, social e cultural do Brasil: os estudiosos Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior e Darcy Ribeiro. Nessa perspectiva, é abordada a noção de cordialidade na identidade brasileira, de acordo com a acepção do historiador Buarque de Holanda.  Já a visão do sentido da colonização na formação da sociedade brasileira é o enfoque analítico do historiador Prado Júnior. É destacada, também, a questão da miscigenação e hibridismo do povo brasileiro, elaborada pelo antropólogo Ribeiro.
O “homem cordial” a marca da cultura brasileira
O historiador Sergio Buarque de Holanda identifica no livro “ raízes do Brasil” que a grande característica da identidade brasileira é a cordialidade,ou seja,o termo cordialidade é fundamentado na noção de que o brasileiro é marcado por uma essência do homem cordial que age a partir de sentimentos e afetividade,ou seja,é um homem que não é regido pela racionalidade,o que segundo ele acarreta problemas no processo de modernização do Brasil. Trazendo consigo a noção de que a racionalidade não é o filtro do realismo da sociedade,ou seja,o sentimento é o filtro da vivência humana. 
Ele acredita que o grande dilema da modernidade brasileira é o legado da metrópole portuguesa no Brasil colonial que faz com que permaneça em nós de maneira impregnada a noção de cordialidade, que não é sinônimo de gentileza, é derivado do coração, quer dizer que o homem cordial ele quer ter relações pessoais de proximidade, ele não consegue ter relações impessoais que segundo o historiador são importantíssimas para o desenvolvimento de um Estado democrático ( uma sociedade que não é baseada em vínculos amorosos,mas com relações que preparem o homem para lidar com conflitos e embates ). 
Segundo ele, na análise que faz nos anos 30, percebe que o funcionamento da cultura brasileira não propicia que esse homem consiga perceber-se e identificar-se no espaço público, já que ele traz experiências do mundo privado para pensar e lidar com o mundo público. 
Os cientistas entendem que apesar desse conceito ter sido analisado na década de 30, ainda pode ser pensado na atualidade para demarcar a essência do homem brasileiro, que age efetivamente através de sentimento e afetividades, que não é regido pela racionalidade. 
Isso traz uma reflexão importante sobre os novos dilemas da modernidade: quando iremos nos desatrelar desse processo cordial que foi fundado na nossa sociedade de Brasil colonial? Ou seja, trazemos a noção em nossa mentalidade de um processo colonizador, onde a família é a instancia do privado que passa a ser o destaque no modo como será analisada a sociedade. Então,segundo Sérgio Buarque,o grande problema do brasileiro é estabelecer as diferenciações entre Estado e família. As relações pessoais são relações públicas e que necessitam que o homem seja impessoal, equilibrado e racional, diferentemente das relações amorosas que são definidas nos espaços dos círculos afetivos. Segundo ele nossos diminutivos denominam e determinam nosso modo de viver (“por favorzinho, um minutinho”) como sendo acolhedor, porém não preparados para lidar com as relações de conflito e ambiguidade.
O sentido da colonização na formação da sociedade brasileira
O historiador Caio Prado Júnior compreende que o Brasil vive uma sociedade cuja especificidade é a continuidade do processo de colonização que ele chama de sentido de colonização que determina o nosso modo de pensar, interpretar e agir no mundo. Segundo ele, essa forma de viver a realidade brasileira é demarcada por vários fatores: dentre eles a questão de que nós vivemos um processo de escravidão longo, que os povos que aqui se constituíram no transito entre negros, indígenas e brancos, edificaram uma sociedade que sofre intensas e extensas explorações de seus recursos naturais e que acabaram gerando formas de subserviência ao outro, o que faz com que tenhamos um espírito colonizador no nosso cotidiano. A interpretação do Brasil por Caio Prado Junior percorre a história em três grandes momentos: Colônia, Império e República. E é fundamentada em três grandes vertentes: 
1) O sentido da colonização: o sentido da colonização é quando ele entende que a colonização não é um processo homogêneo nas sociedades que sofreram processos colonizadores, modificam-se de sociedade para sociedade. No caso do Brasil ele acredita que ainda vivemos uma sociedade que se formou estruturada em interesses econômicos de mercados estrangeiros e que faz com que o brasileiro tenha uma subserviência e vivencie um sentido de colonização no cotidiano de sua vida, ou seja,a era do Brasil colônia está impregnada em nossos hábitos e comportamentos como características que fazem com que não estabeleçamos uma diferenciação de colônia e nação. Nós não conseguimos nos situar enquanto uma nação, totalmente diferenciada de um processo de escravismo e exploração. Ele acredita que isso ocorre devido ao fato de termos tido uma colonização de exploração (apenas um lugar trabalhado para atender o mercado externo) e não uma colonização de povoamento.
Nesse contexto o sentido da colonização, que é uma característica da formação brasileira, é apenas recrutar os habitantes como mão de obra necessária aos interesses europeus.
2) as relações de trabalho com base no escravismo: para o historiador,o segundo pilar da formação da sociedade brasileira é a escravização, que dá esse sentido de colonização. O nosso capitalismo é apenas o suporte de atendimento de necessidades econômicas de outros grupos sociais, de outras sociedades. Vivemos uma sociedade marcada por três séculos de escravidão que determinam as características do nosso plano político, cultural, econômico e na constituição das nossas classes sociais e no pensamento de que o trabalho é o local do escravocrata.
3) a especificidade do que ele determina ser o capitalismo brasileiro: segundo ele o capitalismo apresenta uma contradição por possuir um viés contemporâneo e escravista, as nossas relações são contemporâneas mas tem as marcas da cultura e da política da sociedade colonial que estão demarcando todo o nosso modo de viver.
O povo brasileiro: miscigenação, mestiçagem e hibridismo 
O antropólogo Darcy Ribeiro foi um grande analista da sociedade Xingu, pensador das questões indígenas. Desenvolve a noção de que nossa grande originalidade enquanto povo é a miscigenação. A partir da nossa interação interética constituiu-se um povo novo que não é índio, negro ou branco europeu. Configurou-se um povo diferenciado, ocorreu a desindianização do índio, desafricanização do africano e a deseuropeização do português, na medida em que ocorre no Brasil a confluência entre esses povos que determina a construção de outro povo que não irá abrigar nacionalidades multietnicas, mas irá abrigar uma nação, a formação de um povo que teve um processo de formação violento, que teve na sua fusão mestiça das suas raízes, a construção de uma nova unidade original e nunca homogênea. É importante destacar que esse processo originou-se por meio da escravidão, portanto, essa desindianização do índio e desafricanização do negro é o que resulta na originalidade desse povo brasileiro que é caracterizado por ser novo, por ter uma miscigenação que aqui construiu uma cultura sincrética, singular e um novo gênero humano. Um povo que apesar de muito sacrificado apresenta uma vontade constante de felicidade, de querer abrir-se ao novo, somos abertos constantemente a novos participantes.
Darcy Ribeiro entende que o processo migratório também fez historicamente com que os povos europeus e outros, encontrassem no Brasil um povo já formado, mas que soube e foi capaz de absorvê-los, e dando a eles uma nova identidade, o que acontece até hoje, o Brasil incorpora novos elementos em sua cultura nunca mudando-se ou alterando-se, mas conseguindo mantera sua identidade brasileira.

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