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Fundamentos das ciências sociais

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Prof. Dr. Rogério Britto
Salário, Preço e Lucro
&
Mais-Valia
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	Precisamos pontuar que a teoria do valor de Marx não se constitui em aspecto de menor significação e que tenha sido apresentado somente no primeiro capítulo de O Capital. Ela encontra-se desenvolvida, em sua totalidade, no conjunto de toda a obra. Assim, os capítulos do seu livro III, pelos menos a grande maioria, são fundamentais para a teoria marxista do valor. Poderíamos ir mais longe e dizer que ela se confunde mesmo com a teoria econômica do capitalismo, exposta por Marx em O Capital, e que conceitos desenvolvidos em capítulos avançados dessa obra, inclusive os do livro III, são meros aspectos seus, tais como a mais-valia, o capital comercial, capital a juros, capital fictício, renda da terra, estão todos dentro da teoria marxista do valor.
Introdução
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	O conceito de valor é descoberto por Marx a partir de uma observação acerca do valor de troca. Trata-se, em um primeiro momento de uma propriedade, de uma característica intrínseca a cada mercadoria, propriedade essa que é social (não natural) e que consiste no “poder de compra”, no poder de atração que possui essa mercadoria sobre as demais e que permite que ela tenha aqueles valores de troca determinados e não outros menores ou maiores. Esse poder de compra está relacionado, numa primeira análise, à riqueza mercantil que a sociedade reconhece na sua existência (a quantidade de trabalho socialmente necessário). É aí que fica determinado que a magnitude do valor é a magnitude da riqueza mercantil que foi produzida pelo trabalho social, pelo esforço produtivo da sociedade desviado eventualmente de outros fins.
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“À primeira vista, a mercadoria parece uma coisa trivial, evidente. Analisando-a, vê-se que ela é uma coisa muito complicada, cheia de sutileza metafísica e manhas teológicas. Como valor de uso, não há nada misterioso nela, quer eu a observe sob o ponto de vista de que satisfaz necessidades humanas pelas suas propriedades, ou que ela somente recebe essas propriedades como produto do trabalho humano. É evidente que o homem por meio de sua atividade modifica as formas das matérias naturais de um modo que lhe é útil”. 
MARX, Karl. “O fetichismo da mercadoria”. In: O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2006
Mercadorias, valor de uso, valor de troca...
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	Os produtos de valores vêm ao mundo sob a forma de valor de uso ou de corpos de mercadorias, como ferro, linho, trigo, etc. No entanto, elas só se tornam mercadorias, a partir de sua duplicidade: objetos de uso e simultaneamente portadores de valor. Elas aparecem, por isso, como mercadoria ou possuem a forma de mercadoria apenas na medida em que possuem forma dupla, forma natural e forma de valor.”(p.53)
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Segundo Marx...
“Todo produto do trabalho humano possui um valor de uso”
O trabalho humano também pode assumir a forma de valor de troca
Para ser trocado ou vendido no mercado.
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Deve-se salientar que o valor de uso é uma propriedade da riqueza independente de sua forma histórica. Não importa qual seja o modo de produção; o homem produz riqueza com o objetivo de satisfazer suas necessidades, seja de forma direta (meio de subsistência) ou indireta (meio de produção). Isto permitiu a Marx afirmar que “os valores de uso constituem o conteúdo material da riqueza, qualquer que seja a forma social desta.”
Valor de uso
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	Para Marx o valor de troca de uma determinada mercadoria é a proporção de troca que ela realmente estabelece com outra mercadoria qualquer. Assim, ela não possui somente um valor de troca, mas tantos valores de troca quantas são as demais mercadorias existentes na sociedade. O preço é simplesmente o valor de troca da mercadoria quando a outra é a mercadoria dinheiro. Tornando-se uma “relação quantitativa entre valores de uso de espécies diferentes.”
	1kg de peixe 		= 5kg feijão
					= 0,5 kg de carne
					= 2kg de mandioca
						etc.
Valor de Troca
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Produtor de valor
Trabalho humano
Valor de uso
Valor de troca
Mercadoria
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VENDE
PRODUZ
MAIS - VALIA
Horas de trabalho excedente que são apropriadas pelo capitalista
8 horas de trabalho
6 horas de trabalho
2 horas de trabalho
Pagamento de salário
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Premissa de Weston: a um aumento da massa global de salários, aumentam necessariamente os preços das mercadorias
Segundo Marx, o preço de uma mercadoria constitui a expressão em dinheiro do valor dessa mercadoria, contudo a fixação de seu valor é complexa, porquanto sofre a influência das flutuações da oferta e da procura existentes no mercado. Diante disso, Marx procurou a rebater a ideia em voga de que “os preços das mercadorias são determinadas ou regulados pelos salários”.
O preço
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Premissa de Weston um aumento dos salários em geral não aumentaria a procura por mercadorias, pressionando os seus preços para cima?
Primeiro: A elevação geral dos salários faria subir imediatamente apenas os preços das mercadorias consumidas diretamente pelos trabalhadores.
Segundo: Essas mercadorias são, em geral, produtos de primeira necessidade (alimentos, roupas, moradia);
Terceiro: Um aumento geral dos salários não altera, no médio ou longo prazo, o preço das mercadorias; apenas mudar a forma e o volume da produção. 
Desta forma, o aumento nos preços das mercadorias consumidas pelos trabalhadores que tiveram seus salários alterados será apenas temporário, sendo adequada pelo mercado.
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“O que o operário vende não é diretamente o seu trabalho, mas a sua força de trabalho, cedendo ao capitalista temporariamente o direito de dispor dela. Tanto é assim que, não sei se as leis inglesas, mas, desde logo, algumas leis continentais fixam o máximo de tempo pelo qual uma pessoa pode vender a sua força de trabalho. Se lhe fosse permitido vendê-la sem limitação de tempo, teríamos imediatamente restabelecida a escravatura. Semelhante venda, se o operário se vendesse por toda a vida, por exemplo, convertê-lo-ia sem demora em escravo do patrão até o final de seus dias”.
  O que determina o preço da força de trabalho? “O preço será determinado pelos custos de produção, pelo tempo necessário para produzir a força de trabalho”; “custos de produção são os custos necessários para manter um operário como operário e fazer dele um operário”.
A força de trabalho
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Segundo a revista Exame na edição das 1000 maiores e melhores empresas de 2009, o trabalhador rendeu à GM R$ 1.114.987,53 naquele ano.
No entanto, ele custou aproximadamente R$ 87.843,14 em 2009. Isso significa que descontado o custo da mão-de-obra, cada trabalhador rendeu líquido para a GM mais de R$ 1 milhão de reais apenas em 2009.
Portanto, em 12 horas de jornada (1 dia e meio de trabalho), o trabalhador da GM paga seu salário mensal. Trabalha 21 dias de graça para a empresa.
A mais-valia da General Motors
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SEGUNDO MARX - acumulação de capital resulta do acumulo de mais-valia (parte que o trabalhador produz e que não lhe é paga)
Tipos de Mais-Valia
Absoluta – aumenta o lucro a partir do aumento das horas de trabalho do operário
Relativa – utilização da tecnologia para aumentar a produção e o lucro.
A mais-valia Absoluta e Relativa
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A mais-valia absoluta e relativa
Trabalho
necessário
Trabalho excedente
ou mais-valia
04 h
04 h
A
B
C
04 h
04 h
A
B
C
04 h
04 h
A
B
C
Mais-valia absoluta
Mais-valia relativa
C’
02 h
Mais-valia absoluta
Prolongamento da jornada de trabalho
Mais-valia relativa
Redução do valor da força de trabalho decorrente do aumento da força produtiva do trabalho.
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A mais-valia absoluta
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