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Desenvolvimento Humano e Social Psicologia - Aula 08

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Aula 1: Adm in istrando Conflitos: condições desfavoráveis 
para o bom entrosam ento in terpessoal no contexto 
pro fissional
Desenvolvimento Humano e Social
Psicologia
Profª. Denise M. F. Romero
Aula 2: Aspectos preventivos e qualidade 
de vida no trabalho
Universidade Anhembi Morumbi
Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o 
bom entrosamento interpessoal no contexto profissional�
Introdução
Aula 1: Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o bom 
entrosamento interpessoal no contexto profissional
No primeiro texto você vai ser capaz de: 
• Identificar algumas características presentes nos estados de sofrimento psicológico;
• Reconhecer a importância de se encaminhar as pessoas que apresentem alguns 
desses sintomas para uma assistência psicológica adequada;
• Buscar formas mais humanizadas para manter um convívio saudável com pessoas 
que possam estar vivendo alguma das condições descritas, procurando-se oferecer 
condições adequadas para que estas possam permanecer exercendo uma ativida-
de profissional.
Já, com o estudo do segundo texto, vai ser capaz de:
• Identificar quais são os aspectos implícitos em alguns transtornos psicóticos, desta-
cando-se o significado que este sofrimento impõe ao indivíduo e aos seus familiares;
• Reconhecer quais são os elementos envolvidos na dependência química e sensibili-
zar-se para a importância de uma ação preventiva concreta diante deste quadro.
Universidade Anhembi Morumbi
Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o 
bom entrosamento interpessoal no contexto profissional�
A psicopatologia nas relações de trabalho e os determinantes psicodinâmicos envolvidos
em sua ocorrência
Ao procurar conhecer melhor os determinantes do comportamento de uma pessoa, de-
vemos observar que existem algumas condições que favorecerão seu ajustamento psico-
lógico enquanto outras, afetarão seu bem estar.
Portanto, abordar as condições que prejudicam o equilíbrio mental de uma pessoa, 
poderá auxiliar não só na intervenção preventiva diante da patologia, como também 
poderão discutir-se formas mais adequadas para se lidar com a pessoa que vivencia 
momentos críticos, de modo a possibilitar a continuidade da sua vida da melhor forma 
possível.
No contexto profissional, especialmente, estas informações têm se mostrado úteis, espe-
cialmente para que desmistifiquemos algumas idéias distorcidas sobre a saúde mental e 
se promovam condições mais humanizadas para o diagnóstico e tratamento de pessoas 
que venham a apresentar algum tipo de distúrbio. Nosso principal objetivo é descrever 
algumas características dos estados de sofrimento mental, salientando a origem e for-
mas de manifestação dos sintomas e de que maneira estas condições comprometem o 
desempenho psicossocial do indivíduo. Analisemos de que modo se conceitua a evolu-
ção neurótica e a descrição de alguns tipos de neurose que podem ocorrer no desenvol-
vimento psicológico do indivíduo.
Universidade Anhembi Morumbi
Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o 
bom entrosamento interpessoal no contexto profissional�
As Síndromes Neuróticas: conceituação e formas de classificação
Antes de iniciarmos, é importante destacar que definir padrões de comportamento como 
“normais” ou “patológicos” requer dos profissionais envolvidos alguns cuidados. Embora 
seja útil identificar condições desfavoráveis para a saúde mental das pessoas e propor 
recursos que amenizem seu sofrimento, devemos sempre observar a influência do con-
texto em que a pessoa vive, as peculiaridades de sua personalidade e a trajetória de 
sua vida que certamente devem ter contribuído para que surgissem as dificuldades que 
comprometem sua qualidade de vida. 
Tal aspecto precisa ser abordado, pois, quando buscamos caracterizar os estados de so-
frimento mental, deparamo-nos com uma infinidade de características que não podem 
ser adotadas como o único referencial para a intervenção junto ao indivíduo. Sendo as-
sim, procuraremos salientar alguns aspectos teóricos e clínicos que vêm sendo identifica-
dos no manejo de queixas relacionadas às síndromes neuróticas, na esperança que tais 
informações se constituam num ponto de partida e não apenas, na rotulação de com-
portamentos, o que limitaria nossas chances de oferecer ajuda para seu enfrentamento.
A definição de “neurose” e as características das principais síndromes neuróticas
Ao caracterizar algumas condições presentes na neurose, é importante salientar que :
• a angústia é o eixo central do sofrimento psicológico do neurótico;
Universidade Anhembi Morumbi
Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o 
bom entrosamento interpessoal no contexto profissional�
• a pessoa neurótica poderá vivenciar conflitos e dificuldades comuns a diversas pes-
soas, porém irá manifestar um sofrimento mais intenso e recorrente;
• destaca-se uma maneira peculiar do indivíduo neurótico se relacionar com as 
outras pessoas, com os objetos e com o mundo de modo geral, prejudicando-se a 
possibilidade de a pessoa sentir prazer na vida em diferentes setores;
• de modo geral, o convívio com as outras pessoas revela-se mais doloroso do que 
prazeroso.
Descreveremos, a seguir, algumas peculiaridades das síndromes neuróticas.
1. Nas síndromes fóbicas manifestam-se medos intensos e irracionais, diante de situa-
ções, objetos, animais que objetivamente não oferecem um perigo real e proporcional 
à intensidade do medo que o indivíduo demonstra.Mencionaremos algumas formas de 
manifestações fóbicas:
• Agorafobia: neste quadro o individuo refere o medo de espaços amplos, com 
muitas pessoas, sem facilidade para escapar do local e sem a presença de pessoas 
conhecidas. Esta condição pode levar a pessoa a evitar sair de casa ou só freqüen-
tar ambientes familiares e seguros.
• Fobia simples ou específica: nesta condição a pessoa mostra-se intensamente 
angustiada diante de determinados objetos, animais e, embora a pessoa reconhe-
ça que o seu medo é irracional, não consegue controlar-se quando se depara com 
esta situação.
• Fobia social: esta manifestação caracteriza-se pelo medo intenso e persistente dian-
te de outras pessoas, especialmente quando o indivíduo estiver sendo avaliado. O 
medo é mais intenso se as pessoas forem desconhecidas e hierarquicamente supe-
riores. A pessoa poderá adotar comportamentos de esquiva diante destas pessoas.
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Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o 
bom entrosamento interpessoal no contexto profissional�
2. Nas síndromes obsessivo-compulsivas: o indivíduo refere que é assolado por idéias, 
pensamentos, fantasias e imagens persistentes, o que causa intensa angústia, como se 
esse conteúdo pudesse “invadir” sua consciência. Nas síndromes compulsivas propria-
mente ditas, predominam rituais e comportamentos repetitivos ou atos mentais (repetir 
palavras mentalmente, rezar, fazer contas) e tais condutas visam combater as idéias 
obsessivas. Algumas pessoas revelam manifestações de um “pensamento mágico”, 
acreditando que o ato compulsivo é a única forma de afastar um evento temível e inde-
sejado (como se alguém da família pudesse morrer ou pudesse ocorrer um desastre etc).
3. Nas síndromes histéricas: Esta condição afeta a pessoa física e mentalmente. No 
corpo, predominam as alterações nas funções sensoriais e motoras e no psiquismo alte-
ra-se a memória, a percepção e a consciência. Do ponto de vista psicodinâmico, obser-
vam-se as seguintes características: 
• a pessoa manifesta grande necessidade de contato afetivo, porém não consegue 
mantê-lo ou aprofundá-lo;
• suas relações afetivas são superficiais e parece ter a necessidade de estar sempre 
representando em suamaneira de interagir com os demais. Podemos identificar 
duas modalidades de comportamento histérico:
a) Histeria de conversão: nesta condição ocorrem paralisias, anestesias, 
analgesias, manifestações episódicas de cegueira, perturbações na capa-
cidade de andar ou ficar de pé; perda da fala. Neste caso as transforma-
ções corporais parecem graves, porém a pessoa não se mostra preocupa-
da com os sintomas, agindo de modo indiferente. 
b) Histeria dissociativa: neste quadro acontecem alterações na consciência, 
com pseudo-crises que se assemelham às crises epilépticas. Podem ocorrer 
também os quadros de amnésias histéricas, que acarretam o esquecimento 
de alguns eventos significativos.
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bom entrosamento interpessoal no contexto profissional�
4. Nas síndromes hipocondríacas e de somatização: observam-se temores e preocupa-
ções excessivas com a probabilidade de se estar doente. As queixas iniciam-se a partir 
de sensações corporais ou sintomas físicos insignificantes. Na somatização, o indiví-
duo irá utilizar-se dos sintomas físicos (de modo intencional ou não) para obter ganhos 
pessoais ou ser poupado de algumas responsabilidades. Esta condição pode ocorrer 
na presença de doença física real ou na ausência de qualquer manifestação clínica. É 
importante salientar também que a somatização pode ser o único meio de comunica-
ção que a pessoa sabe utilizar. Pode ser também o único recurso para manifestar seu 
sofrimento; estas condições podem acontecer episodicamente, em momentos críticos da 
vida ou se caracterizarem como um “estilo” de vida que a pessoa adota.
5. Nas síndromes neurastênicas: o termo está sendo substituído pela síndrome da fadiga 
crônica, na qual a pessoa apresenta fraqueza e exaustão corporal, irritabilidade, dificul-
dade para se concentrar, dores de cabeça e insegurança.
Podemos constatar, portanto, a diversidade de sintomas e de que maneira as síndromes 
neuróticas prejudicam a qualidade de vida e a produtividade profissional do individuo. 
Devemos salientar, porém, que nos últimos anos também se tem observado um au-
mento significativo das queixas referentes à depressão, destacando-se esta patologia 
no contexto da saúde mental do trabalhador, pois, assim como as condições descritas 
anteriormente, o sofrimento mental imposto por este quadro prejudica o bem estar do 
indivíduo. Vejamos algumas características que podem ser observadas em relação aos 
quadros de depressão.
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bom entrosamento interpessoal no contexto profissional�
Aspectos importantes em relação à depressão: os sintomas e as possibilidades de auxiliar os
indivíduos depressivos
Tem-se observado nos últimos anos um aumento significativo dos índices de depressão 
na população; talvez esta informação se deva a um critério diagnóstico melhor definido; 
porém, é importante salientar também que tem ocorrido uma certa banalização desta 
condição. Sendo assim, ao se descrever alguns dos sintomas depressivos, buscaremos 
aprimorar os recursos necessários para a identificação dos indivíduos depressivos, o que 
poderá auxiliar-nos a conduzir de modo mais adequado o atendimento destas pessoas, 
promovendo seu bem-estar e sensibilizando o próprio indivíduo, para a importância de 
envolver-se na assistência que lhe está sendo oferecida, possibilitando que ele obtenha 
efetivamente uma melhor qualidade de vida.
Diagnosticando a depressão
Inicia-se o diagnóstico da depressão por um exame clínico que contemple sintomas físi-
cos e emocionais; deve-se observar também a história familiar e pessoal do paciente e 
o relato dos informantes que o acompanham para a consulta. Mencionaremos a seguir, 
alguns dos sintomas mais importantes para o diagnóstico da depressão:
• Humor triste: o humor revela a nossa capacidade de vivenciar nossas emoções e 
auxilia-nos a modular nosso comportamento de acordo com essas experiências 
emocionais. O paciente deprimido mostra-se melancólico; manifesta uma per-
da do interesse e dificuldade para sentir prazer em quase tudo que faz. A pessoa 
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bom entrosamento interpessoal no contexto profissional�
revela-se sem esperança e qualquer atividade torna-se tediosa e difícil de realizar; 
o indivíduo parece não se sentir capaz de reagir ao ambiente. Há também uma di-
minuição da vontade de sentir-se próximo das pessoas; o convívio torna-se penoso, 
sendo difícil suportar, inclusive, a proximidade física com os demais.
• Perda da energia: a pessoa queixa-se de um cansaço persistente e (aparentemente) 
imotivado; o indivíduo demonstra dificuldades para se concentrar (o que compro-
mete a memória, o raciocínio e a capacidade de decidir), para reagir adequada-
mente aos estímulos ambientais, com lentificação dos movimentos.
• Alterações do apetite e do sono: pode ocorrer uma diminuição ou aumento signifi-
cativo do apetite, acarretando perda ou ganho excessivo de peso. É importante sa-
lientar também que alguns medicamentos antidepressivos podem acentuar o apeti-
te e contribuir para o aumento do peso do paciente. Em relação ao sono, a pessoa 
pode queixar-se de insônia persistente ou sono excessivo. Nos episódios de insônia, 
pode ocorrer a dificuldade para adormecer ou um sono interrompido. Há pessoas 
que adormecem, porém acordam no meio da noite e não conseguem dormir mais; 
alguns depressivos acordam antes do horário necessário e não conseguem dormir 
mais.As pessoas que conseguem adormecer podem apresentar sono agitado. É 
importante auxiliar a pessoa a identificar as melhores condições possíveis para que 
possa dormir (horário de deitar; evitar álcool, cafeína, nicotina; evitar o excesso de 
estimulação ambiental; adequar a refeição noturna, dentre outras medidas).
• Alterações físicas específicas: observam-se episódios de desconforto físico (má di-
gestão, dores); alterações nos movimentos, com agitação ou retardo psicomotor.
• Baixa auto-estima e sentimentos de culpa: os indivíduos depressivos mostram-se 
pessimistas em relação ao futuro e suas chances de melhora; sentem-se incapazes, 
fracassados e impotentes. Há uma tendência do sujeito reviver situações de fracas-
so, podendo até não se suportar mais; alguns acreditam que o sofrimento atual 
tem como finalidade puní-los pelos erros cometidos no passado.
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Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o 
bom entrosamento interpessoal no contexto profissional10
• Dificuldades sociais: o indivíduo depressivo mostra-se irritado, angustiado; mani-
festa a necessidade de isolamento, afastando-se dos amigos e familiares.
• Uso e abuso de drogas: o paciente pode buscar nas drogas um alívio para seu 
sofrimento; é difícil distinguir de modo claro, se a depressão induziu a utilização 
da droga ou se os efeitos produzidos pelas drogas desencadearam a depressão. 
Porém, esta condição ocorre com freqüência e deve ser avaliada cuidadosamente 
pela equipe de profissionais que assiste o indivíduo.
• Dificuldades no trabalho: o desinteresse e a apatia comprometem o desempenho 
profissional do indivíduo. As exigências ambientais persistem e esta condição agra-
va o sentimento de incapacidade e fraqueza; acentua-se a insegurança e o pessi-
mismo.
• Irritabilidade acentuada: podemos observar a ocorrência de um mau humor cons-
tante (distimia, disforia).
• Distorção da realidade: a percepção do indivíduo depressivo mostra-se alterada; 
há uma tendência de observar apenas os aspectos negativos de uma determinada 
situação; amplia-se a dimensão das dificuldades e problemasdo dia a dia; a pes-
soa pode revelar que perdeu o prazer de viver.
• Ideação suicida: projetar situações futuras pode desencadear a sensação de maior 
desamparo; as pessoas deprimidas revelam maior dificuldade para recordar situa-
ções favoráveis de suas vidas. Morrer pode ser a única saída para esta situação, o 
que se torna ainda mais grave quando a pessoa se sente um peso para a família 
e amigos. Abordar francamente o conteúdo destas idéias pode aliviar a pessoa e 
oferecer-lhe uma oportunidade de expor seus sentimentos.
• Diminuição da libido: o paciente pode apresentar uma diminuição ou abolição do 
desejo sexual. A utilização de alguns medicamentos antidepressivos pode agravar 
esta dificuldade.
Universidade Anhembi Morumbi
Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o 
bom entrosamento interpessoal no contexto profissional11
Portanto, podemos concluir que, diante de todos este sintomas, é importante avaliar os 
recursos necessários para que o indivíduo solicite ajuda e se envolva seriamente no tra-
tamento; tal condição mostra-se difícil quando os sintomas já atingiram uma intensidade 
maior. Sendo assim, cabe ao profissional que atende a uma pessoa com depressão, 
procurar informá-la sobre os sintomas que está apresentando, esclarecendo as dúvidas 
que possam surgir e ouvindo atentamente o relato de suas experiências dolorosas. 
Tem-se mostrado útil também identificar aspectos (reais) e positivos na vida da pessoa 
(como seus vínculos familiares, sua competência profissional, dentre outros) que possam 
incentivá-la a modificar alguns aspectos de sua percepção a respeito de si mesma e do 
ambiente em que vive. Agindo desse modo, poderemos estabelecer um vínculo de con-
fiança que será muito importante para a adesão ao tratamento. Caso a possibilidade 
de ter acesso a um diagnóstico e tratamento se inicie pela assistência à saúde oferecida 
pela empresa, esse processo pode ser agilizado, permitindo que a pessoa receba os 
devidos cuidados e possa retomar sua vida normal num curto espaço de tempo
Sendo assim, conhecer um pouco melhor sobre algumas condições que afetam o equi-
líbrio mental de uma pessoa, procurar mantê-la no emprego, desde que possua con-
dições mínimas para continuar exercendo sua profissão, serão medidas altamente pro-
dutivas para assegurar a continuidade do aprimoramento pessoal e profissional deste 
funcionário.
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho�
Introdução
Aula 2: Aspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho
No primeiro texto você vai ser capaz de: 
• Identificar algumas características presentes nos estados de sofrimento psicológico;
• Reconhecer a importância de se encaminhar as pessoas que apresentem alguns 
desses sintomas para uma assistência psicológica adequada;
• Buscar formas mais humanizadas para manter um convívio saudável com pessoas 
que possam estar vivendo alguma das condições descritas, procurando-se oferecer 
condições adequadas para que estas possam permanecer exercendo uma ativida-
de profissional.
Já, com o estudo do segundo texto, vai ser capaz de:
• Identificar quais são os aspectos implícitos em alguns transtornos psicóticos, desta-
cando-se o significado que este sofrimento impõe ao indivíduo e aos seus familiares;
• Reconhecer quais são os elementos envolvidos na dependência química e sensibili-
zar-se para a importância de uma ação preventiva concreta diante deste quadro.
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho�
Aspectos preventivos e Qualidade de Vida no Trabalho
A questão dos transtornos psicóticos: O diagnóstico e as possibilidades de re-inserção social desses 
indivíduos no contexto profissional
Como se pode assegurar que manteremos nossa sanidade mental inabalável por toda 
a nossa vida, garantindo nossa autonomia e a capacidade de gerenciar nosso destino? 
O que determina a ocorrência da doença mental e de que modo esta condição pode 
prejudicar a vida de uma pessoa? Estas questões não possuem uma única resposta, que 
possa ser aceita sem questionamentos. Certamente, ao longo da nossa vida, já passa-
mos por situações difíceis, chegando a suspeitar de nossa capacidade para superar os 
problemas e manter nossa saúde mental. Porém, superadas as dificuldades, retomamos 
nossa trajetória, talvez mais amadurecidos e experientes.
Contudo, para algumas pessoas esse processo não ocorre desta maneira; alguns in-
divíduos estão sujeitos a alterações significativas em seu funcionamento mental, o que 
acarretará uma mudança brusca em seu comportamento, dificultando, inclusive, sua 
convivência com as outras pessoas. 
Para que possamos analisar melhor os determinantes dessas dificuldades, procuraremos 
identificar alguns aspectos presentes nesses transtornos, especialmente aqueles associa-
dos às síndromes psicóticas e à dependência química, julgando que estas informações 
poderão auxiliar o leitor a compreender com maior profundidade os aspectos envolvidos 
nestas dificuldades. 
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho�
O Diagnóstico das Síndromes Psicóticas
Descrever alguns aspectos envolvidos nas síndromes psicóticas requer alguns cuidados 
para que a compreensão do comportamento do indivíduo não se torne esteriotipada: é 
importante que se saiba observar a estrutura da personalidade da pessoa, bem como 
sua trajetória de vida e suas possíveis dificuldades de adaptação, especialmente quando 
tiverem ocorrido experiências traumáticas que possam ter contribuído para o surgimento 
dos sintomas psicóticos. 
Iniciaremos uma breve descrição de alguns aspectos comuns à maioria dos quadros psi-
cóticos, na intenção de auxiliar os profissionais de saúde mental a identificarem e enca-
minharem essas pessoas para uma assistência adequada às suas necessidades.
O início do diagnóstico dos processos psicóticos
Ao se suspeitar do início de um processo psicótico, chama-nos a atenção à ocorrência 
de sintomas típicos, como as alucinações e os delírios, que se manifestam por um com-
portamento bizarro e desorganizado, prejudicando o convívio e a aceitação social do 
indivíduo.
Na literatura é freqüente mencionar-se que o indivíduo psicótico perde o contato com a 
realidade, julgando que a maneira como pensa e as impressões sensoriais produzidas 
pelo processo alucinatório ocorrem de fato. Uma importante forma de psicose é a esqui-
zofrenia, que pode ser identificada pelos seguintes sintomas: 
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho�
• Percepção delirante: a pessoa esquizofrênica distorce o significado dos estímulos 
captados pelos órgãos dos sentidos. Este processo difere daquele que ocorre no 
fenômeno da ilusão, pois o paciente acredita que suas sensações estão acontecen-
do realmente.
• Alucinações auditivas características: especialmente vozes que criticam , comandam 
o comportamento do doente.
• Eco do pensamento ou sonorização do pensamento: a pessoa ouve o que acabou 
de pensar; parece perder sua linguagem interiorizada.
• Difusão do pensamento: o paciente acredita que as outras pessoas podem acessar 
seus pensamentos. Pode acreditar também que algumas idéias são “colocadas ” ou 
“roubadas” de sua mente.
• Vivências de influência: a pessoa acredita que uma força atua sobre o seu corpo, 
produzindo desejos e necessidades que também são comandadas externamente.
Além desta descrição, mencionaremos também a caracterização dos sintomas negativos 
(presentes nas síndromes deficitárias) e dos sintomas positivos (identificáveis nas síndro-
mes produtivas).
Ao classificar os sintomas negativos, devemos observar que estes retratam aperda pro-
gressiva das funções psíquicas, especialmente a vontade, a linguagem e o pensamento e 
tal condição compromete a qualidade de vida da pessoa. São eles:
• Distanciamento afetivo: observa-se a dificuldade do esquizofrênico para interagir 
de modo afetuoso com as outras pessoas, sabendo modular a maneira de expres-
sar suas emoções. Há casos em que a pessoa se mostra totalmente indiferente, o 
que é classificado como embotamento afetivo.
• Retração social: a pessoa vai se isolando progressivamente do convívio com os 
demais. Demonstra sofrimento e reações de pânico com a aproximação física de 
outras pessoas.
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho�
• Empobrecimento da linguagem e do pensamento: torna-se difícil manter um diálo-
go coerente com a pessoa em crise. A linguagem perde o sentido da comunicação.
• Diminuição da fluência verbal: o comprometimento da estrutura do pensamento 
em função dos delírios impede a pessoa de manifestar o conteúdo de suas idéias 
de modo inteligível.
• Diminuição da vontade: este quadro tende a se acentuar, chegando a perder a ca-
pacidade de realizar atos simples e necessários à sobrevivência, o que caracteriza 
o apragmatismo. A pessoa parece não ter ânimo para se higienizar, alimentar-se, 
caminhar, dentre outros atos.
• Auto negligência: a pessoa não parece capaz de preocupar-se com sua aparência 
e bem estar, demonstrando descuido com a higiene, vestuário e alimentação.
• Lentificação psicomotora: qualquer ato motor torna-se difícil; a esfera gestual e 
motora mostra-se limitada, empobrecida.
Já nos sintomas positivos, apesar das dificuldades que os sintomas impõem ao convívio 
com o indivíduo esquizofrênico, ainda revelam a atuação dos processos cerebrais e a 
tentativa do indivíduo reagir às suas experiências subjetivas. São eles:
• Alucinações auditivas ou visuais: sem negar que estas experiências são aterrorizan-
tes para o paciente, ainda assim denotam a atividade cerebral preservada.
• Idéias delirantes: principalmente aquelas com conteúdo persecutório, de auto-refe-
rência ou de influência.
• Comportamento bizarro e impulsivo: este aspecto causa estranheza e o afastamen-
to das pessoas.
• Alterações na linguagem, especialmente neologismos e parafasias.
Constatamos, pela descrição de todos estes sintomas, que a experiência subjetiva do 
indivíduo esquizofrênico é muito dolorosa e, apesar dos avanços que a indústria farma-
cêutica nos tem oferecido possibilitando uma remissão rápida dos sintomas, não pode-
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho�
mos negar o sofrimento que esta condição causa para o paciente e para as pessoas que 
convivem com ele.
Contudo, os distúrbios psicóticos não se limitam à esquizofrenia.Além da descrição dos 
quadros esquizofrênicos, é importante destacarmos também uma outra forma de psicose 
bem específica : a paranóia. Nesta condição observa-se a estruturação de um delírio, 
bem sistematizado (de grandeza, de conteúdo místico), porém, o restante do psiquismo 
e da estrutura da personalidade parece preservado. Na literatura esta condição também 
vem sendo identificada como transtorno delirante. 
Já a parafrenia surge tardiamente, podendo ocorrer delírios e alucinações sem a dete-
rioração completa da personalidade. Alguns autores consideram esta categoria como 
uma forma tardia de esquizofrenia, pois costuma ocorrer após os 45 – 50 anos de idade.
Finalmente, na clínica psiquiátrica podem ocorrer quadros psicóticos com manifesta-
ção aguda e remissão rápida dos sintomas, após a ocorrência de traumas psíquicos de 
maior ou menor gravidade, o que revela que a pessoa possui uma estrutura mental 
frágil; porém, apesar disso, ainda com a possibilidade de manter uma vida relativamen-
te normal (bordeline).
De qualquer maneira, podemos constatar a gravidade dos sintomas envolvidos nas sín-
dromes psicóticas e a importância de oferecer recursos para o diagnóstico e tratamento 
imediato, o que diminuirá o sofrimento do indivíduo e possibilitará um retorno mais 
rápido para suas atividades.
Vejamos agora como a dependência química também pode prejudicar a saúde mental 
do indivíduo, comprometendo seu convívio social e sua atividade produtiva.
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho�
A questão da dependência química e os seus reflexos no processo adaptativo do indivíduo
Inicialmente, iremos descrever o que são as drogas psicoativas e como poderemos dife-
renciar o abuso da dependência das drogas. Define-se como droga psicoativa, toda a 
substância que altere as funções do sistema nervoso central, produzindo efeitos psicoló-
gicos e comportamentais. São consideradas drogas psicoativas : o álcool, a maconha, 
a cocaína, a heroína, dentre outras. Classifica-se como “abuso de drogas” quando o 
consumo da substância é excessivo e ocorre em desacordo com os padrões culturais em 
que o indivíduo está inserido. Já a “dependência de drogas” manifesta-se quando o uso 
da substância produz uma modificação importante no estado mental e no comporta-
mento do indivíduo, levando-o a uma compulsão para usar a droga e experimentar seus 
efeitos, evitando desse modo, o desconforto que a carência da substância produz em 
seu organismo.
Distinguem-se duas formas de dependência: a física e a psíquica. Na dependência físi-
ca, o organismo se acostuma à droga e quando o indivíduo interrompe o uso, manifes-
tam-se desconfortos pela carência da substância (síndrome de abstinência). Na depen-
dência psíquica observa-se a compulsão no uso da substância; pelos efeitos que a droga 
produz, o indivíduo busca o prazer ou a diminuição de seu desconforto. Nestes casos, 
observa-se também uma intensa ansiedade, raiva, insônia e mal estar físico, quando a 
droga não está disponível ou não é oferecida na quantidade de que a pessoa precisa.
O fenômeno da tolerância, por sua vez, revela que a pessoa necessitará ingerir uma 
quantidade da droga cada vez maior para sentir o mesmo efeito. É importante salientar 
também que as drogas que produzem maior tolerância tendem a produzir maior depen-
dência; porém há drogas que causam tolerância rapidamente, sem que produzam uma 
dependência física importante.
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho�
Já a síndrome de abstinência ocorre em função do grau de tolerância e da dependên-
cia física instalada e manifesta-se quando a ingestão da droga é interrompida. Cada 
tipo de droga pode induzir uma síndrome de abstinência específica; porém, os sintomas 
mais comuns são: ansiedade, inquietação, náuseas, sudorese, tremores, podendo, inclu-
sive, ocorrer convulsões e a morte.
Por esta breve descrição, constatamos o nível de perturbação orgânica, psicológica e 
social que o uso das drogas produz. Porém, quais seriam os elementos envolvidos, para 
que uma pessoa inicie a utilização dessas substâncias? Vejamos algumas considerações 
a esse respeito.
As razões para o indivíduo iniciar o consumo de drogas psicoativas
É muito difícil estabelecer um critério universal que explique as razões que levam uma 
pessoa a iniciar o consumo de qualquer tipo de droga. Quando esta condição ocorre na 
adolescência, podemos identificar os seguintes aspectos:
• curiosidade;
• excitação por fazer algo proibido;
• pressão dos amigos e a necessidade de ser aceito no grupo;
• expressão da hostilidade e prova de independência;
• redução de sentimentos desprazeirosos (como a ansiedade, o medo, a tristeza etc).
Diante destas condições inicia-se a preocupação quanto à maneira como a pessoa irá 
lidar com o consumo; os primeiros sinais de dependência (física e emocional) irãosur-
gir na medida em que a pessoa aumentar as doses e a freqüência com que utilizar a 
substância. Podem ocorrer períodos de aumento ou diminuição da ingestão, assim como 
crises de abstinência e recaídas. 
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho10
No caso das drogas ilegais, especialmente, além das condições acima descritas, obser-
varemos que a pessoa concentrará suas preocupações no que deverá fazer para conse-
guir a droga, sujeitando-se ao risco de ser flagrada e responder criminalmente por seus 
atos. 
Podemos observar também que, ao longo do tempo ocorrerá um progressivo desinteres-
se em relação a temas que não envolvam o uso da droga; sendo assim, a obsessão pela 
substância fará o indivíduo negligenciar a sua própria relação com a vida. O usuário 
poderá mostrar-se isolado em relação às demais pessoas e ocorrerá um precário envol-
vimento com o cotidiano. Diante deste quadro, podemos identificar ainda uma diminui-
ção importante da auto-estima, revelando-se um descuido em relação à aparência e à 
higiene. Perdem-se os vínculos afetivos e o convívio social torna-se escasso. 
É necessário destacar também que o dependente químico tende a demonstrar a perda 
do auto-respeito, manifestando sentimentos de solidão e depressão. Além dessas dificul-
dades, os relacionamentos sexuais podem se tornar promíscuos, inclusive ocorrendo a 
prática da prostituição para assegurar o consumo da droga.Tal aspecto, além do com-
prometimento do equilíbrio mental do indivíduo, pode expor a pessoa à contaminação 
de doenças sexualmente transmissíveis (inclusive a Aids e a sífilis).
Diante deste quadro, avaliando-se os riscos psicopatológicos do consumo das drogas, 
podemos identificar a ocorrência das psicoses tóxicas: nessas condições ocorrem qua-
dros de curta duração e os sintomas desaparecem na medida em que a droga desapa-
rece do sistema nervoso. Há um rebaixamento do nível de consciência, confusão mental 
e alucinações visuais; manifesta-se o medo e um estado de perplexidade. As drogas que 
induzem a este estado com maior intensidade são as drogas alucinógenas e as anfetami-
nas. A cocaína e a maconha em altas doses também podem desencadear estas reações.
Universidade Anhembi MorumbiAspectos preventivos e qualidade de vida no trabalho11
Apesar da importância de se reconhecerem os efeitos produzidos por todas essas dro-
gas, não podemos deixar de mencionar os efeitos da ingestão do álcool, reconhecido 
como a droga mais utilizada e para a qual não são adotadas medidas efetivas de con-
trole e prevenção.
A questão do alcoolismo: uma reflexão importante
É de conhecimento geral que adotamos uma postura permissiva em relação ao consumo 
do álcool, o que vem ocorrendo em todos os níveis sócio-econômicos e culturais e em 
idades cada vez mais precoces. Os riscos desta prática revelam-se facilmente: o álcool 
induz a uma significativa tolerância e dependência química. O abuso no consumo do 
álcool irá manifestar-se por meio de um padrão patológico de ingestão repetitiva da 
bebida, prejudicando a saúde física, o bem estar psicológico, o relacionamento familiar 
e profissional do indivíduo. Os primeiros sinais da síndrome de dependência do álcool 
revelam a compulsão no consumo da droga de modo contínuo e sem controle, surgindo 
manifestações de tolerância após um curto período de tempo.
É importante salientar nesta síndrome a ocorrência das seguintes manifestações psicoló-
gicas:
• Empobrecimento do repertório: a ingestão ocorre de modo repetitivo e esteriotipado.
• Relevância da bebida: o álcool torna-se a única maneira de o indivíduo sentir prazer.
• Aumento na tolerância ao álcool: a tolerância é cada vez maior e pode se reduzir 
na fase terminal do alcoolismo.
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• Sintomas repetitivos de abstinência: a pessoa tenta interromper o consumo do ál-
cool; porém ocorrem recaídas constantes (podendo, inclusive, manifestar o delirium 
tremens).
• Esquiva ou busca de alívio para os sintomas da dependência: a pessoa bebe logo 
ao acordar para diminuir os sintomas desagradáveis da abstinência.
• Compulsão para beber: é o elemento mais importante no comportamento do al-
coólatra, sendo considerada uma perda da capacidade de auto-controle.
• Reinstalação mais rápida da tolerância após a abstinência: a tolerância à bebida 
pode ter demorado alguns anos e manifestar-se rapidamente após um período de 
interrupção do consumo.
• Negação: o alcoólatra recusa-se a admitir os prejuízos que o álcool produz em seu 
organismo e em seu psiquismo, mesmo que sejam evidentes os sintomas de dete-
rioração física e mental.
Finalmente, constatamos que o alcoolismo implica na perda de liberdade de escolher 
entre beber e não beber, assim como o que beber e onde beber. Devemos levar em con-
ta também as seguintes dimensões para o diagnóstico do alcoolismo:
1. dimensão física: alterações físicas resultantes do consumo do álcool (gastrites, eso-
fagites, pancreatite, hepatite, alterações cognitivas e demência alcoólica);
2. dimensão psicológica: irritabilidade, depressão, ansiedade, agressividade, insônia, 
desmoralização crônica;
3. dimensão social: transtornos no relacionamento conjugal e familiar; dificuldades 
no ambiente profissional e acadêmico, acidentes de trânsito, perda da auto-crítica 
e do julgamento moral, isolamento social.
Além destes aspectos é útil salientar a ocorrência do delirium tremens, da alucinose alco-
ólica, do delírio de ciúmes e da embriaguez patológica. No delirium tremens ocorre um 
rebaixamento da consciência, com confusão mental e desorientação temporo-espacial; 
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identificam-se também intensas reações físicas, como a sudorese, a febre, os tremores, 
as ilusões e as alucinações visuais e táteis, (especialmente as zoopsias , quando o indiví-
duo relata enxergar insetos e pequenos animais caminhando no seu corpo). 
Já a alucinose alcoólica acontece quando o indivíduo ainda está sóbrio; caracteriza-se 
por alucinações áudio-verbais, que insultam, humilham, criticam o alcoólatra por seu 
comportamento. Este estado pode durar meses e persistir após a interrupção do uso do álcool.
O delírio de ciúmes do alcoólatra pode ser identificado pela crença irrefutável de que 
a companheira está traindo o marido com o vizinho, amigos ou parentes. A dedicação 
exclusiva do indivíduo para a bebida e a ocorrência de dificuldades para manter a ati-
vidade sexual, podem desencadear esses conflitos. O alcoólatra pode inclusive agredir 
física e verbalmente a companheira, agravando ainda mais suas dificuldades de relacio-
namento. 
A embriaguez patológica, por sua vez, retrata uma reação paradoxal, pois a pessoa in-
gere uma pequena quantidade de álcool e manifesta uma resposta desproporcional . A 
pessoa pode apresentar um quadro de agitação intensa, atos de violência , o que pode 
durar algumas horas, induzindo a um estado de exaustão e sono profundo.Ao acordar, 
a pessoa não se lembra do que fez; as pessoas que estão mais sujeitas a esta condição 
são os hipoglicêmicos e os alcoólatras epilépticos.
Podemos concluir, salientando que a ocorrência desses problemas certamente dificultará 
o relacionamento e a credibilidade na capacidade de superação do indivíduo. Contudo, 
estas dificuldades podem estar presentes em qualquer ambiente e, especialmente no 
contexto profissional, irão impor a necessidade de uma intervenção adequada. Espera-
mos que estas informações auxiliem no manejo dessas situações críticas, possibilitando o 
encaminhamento condizente e a superação dessas dificuldades.
Universidade Anhembi MorumbiAspectospreventivos e qualidade de vida no trabalho1�
Bibliografia
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto 
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Filmografia
Shine de Scott Hicks, Estados Unidos, e Uma Mente Brilhante de Ron Howard, Estados 
Unidos. Estes filmes abordam a questão da esquizofrenia e ilustram de que modo a 
vivência dos delírios e processos alucinatórios comprometem o convívio e o bem estar 
dessas pessoas.
Estes aspectos também são tratados nos filmes: O Pescador de Ilusões de Terry Gilliam, 
Estados Unidos e Alguém para Dividir os Sonhos de Tim Hunter, Estados Unidos. 
Leituras Sugeridas
As drogas. Luiz Carlos Rocha. Editora Ática. Série Princípios. 1986.
O que é prevenção de drogas. Roberto Wüsthof. Editora Brasiliense. Coleção Primeiros 
Passos.1991
O que é alcoolismo. Jandira Mansur. Editora Brasiliense. Coleção Primeiros Passos. 2004
Universidade Anhembi Morumbi
Administrando Conflitos: condições desfavoráveis para o 
bom entrosamento interpessoal no contexto profissional1�
Bibliografia
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto 
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
NARDI, A. E. Questões atuais sobre depressão. 3. ed. São Paulo: Lemos Editorial, 2006.
Filmografia
Melhor Impossível de James L. Brooks, Estados Unidos. Este filme oferece uma visão 
interessante sobre os comportamentos compulsivos.
O Corte de Constantin Costa-Gavras, França. Discute como o excesso de competitivida-
de pode prejudicar a avaliação crítica da realidade.
Leituras Sugeridas
O que é depressão. Maria Luiza Silveira Teles. Editora Brasiliense. Coleção Primeiros 
Passos.1992
Neuroses. Manuel Ignácio Quiles. Editora Ática. Série Princípios. 1986.
O que é neurose. Maria Luiza Silveira Teles. Editora Brasiliense. Coleção Primeiros 
Passos. 1990.
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