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FACULDADE DO VALE DO JAGUARIBE – FVJ
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
THIAGO DA SILVA SANTOS
 
A PSICOMOTRICIDADE E O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA CRIANÇA
PENTECOSTE-CE
2017
FACULDADE DO VALE DO JAGUARIBE – FVJ
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
THIAGO
 A PSICOMOTRICIDADE E O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA CRIANÇA
 
Monografia apresentada ao Curso de Educação Física da Faculdade vale do Jaguaribe, como requisito parcial para obtenção do Titulo de Licenciado em Educação Física.
 
Orientador: Joelma Soares
PENTECOSTE-CE
2017
 
FACULDADE DO VALE DO JAGUARIBE – FVJ
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
THIAGO DA SILVA SANTOS
 A PSICOMOTRICIDADE E O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA CRIANÇA
Trabalho apresentado ao Programa de Graduação Lato Sensu em Educação Física, como requisito parcial para obtenção do certificado de Licenciado em Educação Física.
Aprovado em: ___/____/____
Nota:_________
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Prof. Joelma Soares
Faculdade Vale do Jaguaribe
AGRADECIMENTOS
Agradeço á Deus que é o principal responsável pela minha conquista.
Aos meus pais, que me ensinaram com amor e dedicação, á lutar pelos meus objetivos.
Aos mestres desta instituição que muito me acrescentaram com dedicação e amizade.
A orientadora Joelma Soares, por ter me ajudado com empenho e dedicação na realização deste trabalho. 
RESUMO
A pesquisa buscou nos textos disponíveis, o histórico e as principais concepções da psicomotricidade, as principais concepções de criança, de educação infantil e as aplicações da psicomotricidade dentro da educação infantil. Teve como objetivo verificar a importância das atividades psicomotoras na formação corporal e no desenvolvimento intelectual, motor, psicológico e afetivo das crianças, ajudando as mesmas a descobrirem seu corpo e como se expressar através dele. Percebendo que a psicomotricidade estimula os movimentos da criança, motiva a capacidade sensitiva, cultiva a capacidade perceptiva através da resposta corporal. Organiza a capacidade dos movimentos, utilizando objetos reais e imaginários, amplia e valoriza a identidade própria, cria segurança e respeito aos espaços dos demais.
Palavras – chave: Psicomotricidade, Desenvolvimento,Criança.
ABSTRACT
The research looked at the available texts, the history and main conceptions of psychomotricity, the main conceptions of children, children's education and the applications of psychomotricity in early childhood education. The purpose of this study was to verify the importance of psychomotor activities in the physical formation and intellectual, motor, psychological and affective development of children, helping them to discover their bodies and how to express themselves through them. Realizing that psychomotricity stimulates the child's movements, motivates the sensory capacity, cultivates the perceptual capacity through the corporal response. Organizes the capacity of movements, using real and imaginary objects, enhances and values ​​one's identity, creates security and respect the spaces of others.
Key - words: Psychomotricity, Development, Child.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO...................................................................................................8
CAPITULO I 
2. A PSICOMOTRICIDADE ................................................................................10
2.1 Origem e Evolução.......................................................................................10
2.2 Características da psicomotricidade..........................................................13
CAPITULO II 
3. EDUCAÇÃO INFANTIL E PSICOMOTRICIDADE...........................................16
3.1 O desenvolvimento da criança....................................................................16
3.2 A psicomotricidade na fase escolar............................................................18
3.3 Os jogos e as brincadeiras na educação infantil.......................................23
CAPITULO III 
4. EDUCAÇÃO FÍSICA E PSICOMOTRICIDADE................................................27 
4.1 Formação de professores e atividades psicomotoras...............................30 
5. CONCLUSÃO....................................................................................................33
REFERÊNCIAS
1 – INTRODUÇÃO
A base do trabalho na Educação Infantil consiste justamente na estimulação perceptiva e no desenvolvimento do esquema corporal da criança, pois essa organiza seu mundo a partir do seu próprio corpo. Através da ação, a criança vai descobrindo suas preferências e adquirindo a consciência do seu esquema corporal, neste sentido percebemos a presença da psicomotricidade no desenvolvimento corporal e cognitivo da criança, descoberta essa, responsável pela formação física e pessoal de cada ser.
A psicomotricidade está presente em todas as etapas da vida, porém é na infância que este assunto ganha destaque, visto que as atividades psicomotoras contribuem para a formação e estruturação do esquema corporal, possibilitando à criança desenvolvimento e a descoberta tanto do mundo externo, quanto de seu mundo interno. Segundo Matschele (1996, p.36): “A psicomotricidade é o desenvolvimento do “comportamento da criança”.
Este trabalho justifica-se por considerar o movimento como parte integrante do comportamento e desenvolvimento humano, sendo um grande colaborador no processo de aprendizagem da criança, sendo a psicomotricidade, a ciência que envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, que representa suas necessidades e permite suas relações com os demais. Segundo Nicolau (1994), para a criança conseguir aprender de verdade é preciso que tenha noção do seu corpo, ou seja, do seu esquema corporal.
É notória a importância da educação psicomotora, visto que esta diretamente está ligada ao aprendizado escolar, considerando que através dela a criança toma consciência do seu corpo, aprende a dominar seu tempo e adquire habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. De acordo com Gonçalves (2004), dentre tantas propostas para enriquecer a escola em seu processo de construir um novo sujeito para um novo mundo, a psicomotricidade contribui com o seu saber para melhorar e transformar o homem.
Teve como objetivo verificar a importância das atividades psicomotoras na formação corporal e no desenvolvimento intelectual, motor, psicológico e afetivo das crianças, sendo os objetivos específicos; associar a psicomotricidade á um bom desempenho escolar, verificar a importância do lúdico na educação infantil e realizar uma análise acerca das práticas pedagógicas voltadas para o desenvolvimento psicomotor da criança.
Pois, segundo Meur (1984), a importância do estudo da psicomotricidade para a Educação está em oferecer pistas na busca de melhores resultados no aspecto de desenvolvimento lógico, conceitual e psicomotor e a interação entre esses fatores, na idade pré-escolar. Assim o método utilizado será o da pesquisa bibliográfica baseado na opinião de autores sobre o assunto, sobre como as atividades psicomotoras contribuem para o desenvolvimento integral da criança.
 Este trabalho está dividido em três capítulos. O primeiro trata da origem e evolução da psicomotricidade, destacando suas principais características, o segundo capítulo aborda a importância das atividades psicomotoras no desenvolvimento da criança em fase escolar e como os jogos e brincadeiras influenciam no aprendizado das crianças. 
2. APSICOMOTRICIDADE 
2.1 Origem e Evolução
O corpo humano sempre foi valorizado, desde a antiguidade, na cultura grega havia o culto excessivo do esplendor físico, ao corpo era conferido um lugar de destaque nas esculturas de mármore sempre presentes nos estádios ou locais de cultos. Sabe-se que o movimento já era motivo de estudos, sendo posteriormente analisada a psicomotricidade sendo apresentada como uma ciência que pretende transformar o corpo em um instrumento de relação e expressão com o outro, através do movimento dirigido ao ser em sua totalidade, em seus aspectos motores, emocionais, afetivos, intelectuais e sociais.
A origem da psicomotricidade encontra-se relacionada às pesquisas no campo dos problemas motores despertando posteriormente o interesse da psicologia, da pedagogia e dos estudiosos de educação física. Porém em retrospectiva histórica, observa-se o dualismo corpo versus pensamento, pois no início do século XX, o corpo humano era considerado mera estrutura fisiológica da anatomia, denotando uma visão um tanto rudimentar do aparato físico do indivíduo, em outras palavras, o psiquismo e fatores socioculturais não eram considerados para a questão da motricidade.
Segundo Mello “a origem da psicomotricidade remonta à Antiguidade e nestes termos, confunde-se com a História da Educação Física”. Este mesmo autor faz referências à concepção de Aristóteles sobre o dualismo corpo-alma, “uma certa quantidade de matéria( seu corpo), moldada numa forma (sua alma)”. (1989, p.17). No entanto, a história da psicomotricidade se faz presente desde que o homem é humano, ou seja, desde que o homem fala e se movimenta (SANTOS; CAVALARI, 2010 p. 154)
Porém, analisando o homem primitivo ressaltamos que o desafio da sua sobrevivência estava ligado ao desenvolvimento psicomotor. “As atividades básicas desses homens consistiam na caça, pesca, colheita de alimentos, e para isso os objetivos psicomotores eram essenciais para a continuação da existência em grupo. Necessitavam de agilidade, força, velocidade e coordenação.” (HARROW apud CAMPOS, 1992, p.23)
O desenvolvimento motor em sua história passa por várias fases, sendo que a primeira se assenta essencialmente em duas grandes preocupações, ou seja, como se manifesta o desenvolvimento humano e por que razão ocorre desta forma. Este período foi de observação descritiva, enriquecido pela teoria evolucionista de Darwin de 1959, proporcionando novos campos de estudo nas décadas seguintes, e proporcionando também novas visões sobre o assunto, principalmente sobre os determinismos genéticos, que passa a ser entendido como um processo adaptativo, gerando conflitos entre os maturacionistas e behavioristas. FONSECA (1995); LE CAMUS (1986).
A integração sucessiva da psicomotricidade implica a constante e permanente maturação orgânica, ela é a interação de diversas funções motoras, sendo que a atividade motora é de suma importância no desenvolvimento global da criança. É através da exploração motriz, que a criança desenvolve a consciência de si mesma e do mundo exterior, e essa motricidade humanizada é aquilo que designamos por psicomotricidade.
 Guilmain (1981, p.24) considera que os estudos da motricidade empreendidos no começo do século XX se orientam em quatro direções, complementares:
Elaboração da síndrome de debilidade motriz e busca das relações entre a debilidade motriz e a debilidade intelectual.
Estudo da evolução das funções motrizes na criança e busca de testes de níveis de desenvolvimento da habilidade manual e das aptidões motrizes em função da idade.
Estudo da lateralidade dominante, dos transtornos psicomotores e da busca de suas correlações com as dificuldades de aprendizagem das técnicas escolares de base (leitura, escrita, cálculo, etc) em crianças com inteligência lógica normal.
Elaboração de testes motores que permitem a determinação das características afetivas motrizes na criança e o estudo das relações existentes entre o comportamento motor de um sujeito e as características fundamentais de seu caráter.
 Para Maine de Biran (1766-1824, p.11), o movimento é um componente essencial na estruturação psicológica do eu, a ação torna-se importantíssima na consciência que o indivíduo tem de si e do mundo exterior, definindo a concepção que o homem tem de seu corpo, a história da psicomotricidade está relacionada à história do corpo, nascem juntas, sendo na sua trajetória marcada por cortes revolucionários e reformulações decisivas, que vieram culminar nas concepções que existem atualmente, permitindo assim a sua compreensão COSTE (1992) 
Segundo Araujo, Gessel em 1928 cria uma escala para avaliar os diferentes aspectos do desenvolvimento da criança (adaptativa, verbal, motora e social). Sendo que só após 59 anos é que ocorreu a análise das capacidades e potencialidades, tornando-se possível avaliar o desenvolvimento psicomotor, verificando se os mesmos são compatíveis ao esperado para a sua idade, propondo a utilização de exames, com materiais específicos que permitam verificar se há algum déficit no desenvolvimento da criança, e se a sua utilização foi importante para evidenciar a suspeita de comprometimento neurológico (ARAUJO, 1992, p.14).
Assim a educação psicomotora não é um treino destinado à automatização, à robotização da criança. “trata-se de uma educação global que se associando aos potenciais intelectuais, afetivos, sociais, motores e psicomotores da criança, lhe dá a segurança, equilíbrio e permite o seu desenvolvimento organizando corretamente as suas relações com os diferentes meios com os quais tem de evoluir”. (VAYER, apud LAGRANGE, p.83, p.84)
Observada a importância do movimento, sabemos que o mesmo se configura de acordo com a força que o estimula, sendo exterior (movimento passivo ou exógeno) quando se origina exteriormente, provocando apenas reações secundárias, deslocamentos ativos ou antígenos (como locomoção ou preensão), constituem a segunda forma de movimento, e a terceira forma de movimento relaciona-se ao deslocamento dos segmentos corporais ou de suas funções, sendo estas três formas consideradas reações posturais, tornadas exteriores nas atitudes e nas mímicas.
A vertente educativa da psicomotricidade destina-se a crianças em idade pré-escolar, preferencialmente a partir do primeiro ano de vida, classifica-se a prática psicomotora como atividade pedagógica concernente ao processo de desenvolvimento das habilidades comunicativas, à expressão corporal e à vivência simbólica das crianças. A educação psicomotora baseia-se em exercícios que têm por finalidade proporcionar à criança a aquisição de noções corporais ou espaciais definidas, em nível motor ou cognitivo. Essas atividades utilizam recursos materiais para que, através de sua manipulação, a criança, que ao repetir ações, apropriem-se da noção trabalhada.
2.2 Conceito e Características da psicomotricidade
O ser humano é um complexo de emoções e ações propiciadas por meio contato corporal nas atividades psicomotoras que também favorece o desenvolvimento afetivo entre as pessoas, o contato físico, as emoções e ações. Sendo a educação psicomotora o estudo que tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança, analisando suas contribuições para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança. 
Com base nisso podemos considerar a Psicomotricidade como uma disciplina educativa, reeducativa e terapêutica, pois destaca a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica, contribuindo de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal o que facilitará a orientação espacial. A Associação Brasileira de Psicomotricidade (1980) a conceitua como uma ciência que estuda o homem através do seu movimento nas suas diversas relações, tendo como objeto de estudo o corpo e a sua expressão dinâmica. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origemdas aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas e é sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.
Freire (1989, p.122) salienta que: Toda a ação torna-se possível porque houve uma ação coordenada que ligou os movimentos em função de um objetivo, ou seja, o gesto mecânico produz uma ação com objetivo, e só é possível porque houve a coordenação, que nada mais é que o saber corporal. A essa ligação entre o saber e a ação denomina-se psicomotricidade (FREIRE; 1989, p. 122).
A psicomotricidade ao promover o movimento humano, movimento este contextualizado, associado ao ambiente, à cognição, à emoção e às significações, proporciona o desenvolvimento integral do ser, e esta educação integral só ocorre através da valorização do ambiente em que vivemos, sendo capaz de realizar e promover atividades que sejam voltadas para a prática do movimento. Lopez (apud REVISTA DIÁLOGO MÉDICO, 1995, p.42) coloca que “A criança precisa ser estimulada desde cedo, pela família, pela escola ou por ambas”.
Psicomotricidade é a capacidade de movimentar-se com objetivo, com intenção, de tal forma que o movimento pressupõe o exercício de múltiplas funções físicas e psicológicas tais como memória, atenção, raciocínio, discriminação, práticas esportivas, etc. O estudo da psicomotricidade tem como foco os processos de controle do jogo de tensões e desconcentrações musculares que, em última análise viabilizam o movimento, esse controle é estudado na sua relação com processos cognitivos e afetivos.
Para Beresford (2004) a psicomotricidade é considerada “a Ciência da Motricidade Humana é a área do saber que estuda as múltiplas possibilidades intencionais de interpretação do ser do Homem e de suas condutas e comportamentos motores no âmbito da fenomelalogia existencial transubjetiva e da filosofia dos valores, ou seja, a partir da complexidade cultural de uma vida existencial inserida em um contexto de circunstância e facticidade e de corporeidade de um “ser Humano”, do “ente” (do Ser do Homem), em um permanente estado de necessidades, oriundas de suas carências, privações ou vacuidades de natureza: biofísicas; biopsíquicas ou emocionais; biomorais (bioética) ou humanas; biossociais ou históricas; e biotranscendentes ou cósmicas. Tais possibilidades de interpretação são operacionalizadas de forma multidisciplinar, interdisciplinar, transdisciplinar e através dos mecanismos cognoscitivos da pré-compreensão fenomenológica, da explicação fenomênica e da ordenação axiológica”. 
Assim a educação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de economizar a sua energia, de pensar os seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar o seu equilíbrio. Isso pressupõe um ser que está bem dentro de sua pele, um corpo cuja vivência não está sujeita ao constrangimento, ao embaraço ou à vergonha, pois o ser humano será capaz de superar seus limites, de acreditar em si próprio.
E importante abordar algumas questões que são fundamentais para a reflexão sobre as produções teóricas e técnicas no campo da Psicomotricidade, Otoni (2007) discorre sobre a psicomotricidade afirmando que: “a sociedade brasileira de psicomotricidade a conceitua como sendo uma ciência que estuda o homem através do seu movimento nas diversas relações, tendo como objeto de estudo o corpo e a sua expressão dinâmica, psicomotricidade se dá a partir da articulação movimento, corpo e relação. Diante do somatório de forças que atuam no corpo; choros, medos, alegrias, tristezas, etc., a criança estrutura suas marcas, buscando qualificar seus afetos e elaborar as suas ideias. Constituindo-se como pessoa”. (OTONI, 2007, p. 1).
A psicomotricidade pode ser classificada de duas formas; a psicomotricidade funcional e relacional, sendo a psicomotricidade funcional caracterizada pela indicação de exercícios para corrigir disfunções do desenvolvimento, expresso por BUENO (1998) como: “as condutas funcionais referem-se àquelas cuja ação, quantidade e mensuração são possíveis de ser percebidas e que conjuntamente formam a integralização motora do ser humano num espaço e num tempo determinado”. E para NEGRINE (2002), a psicomotricidade relacional “engloba uma série de estratégias de intervenções e de ações pedagógicas que servem como meio de ajuda à evolução dos processos de desenvolvimento e de aprendizagem da criança”. 
Negrine (2002) novamente explica: a psicomotricidade com enfoque relacional na perspectiva que se trabalha serve para estimular comunicação vocal (fala expressiva através da palavra), uma vez que ela não fica limitada às expressões verbais que a criança utiliza na ação de brincar, mas também porque são estabelecidas estratégias pedagógicas na rotina da sessão que permitem que a criança desenvolva a capacidade de comunicar ao grupo dos iguais, seus jogos, suas produções e suas representações realizadas no decorrer da sessão (NEGRINE 2002, p. 62).
Negrine (1995 p.15) também trata da evolução dos estudos sobre a psicomotricidade ao afirmar que: “no Brasil a psicomotricidade evolui pela vertente da Educação Física, pois até o momento não existem cursos de formação de psicomotricistas, evidentemente, quando falamos de psicomotricidade estamos no âmbito da educação; pois no âmbito da reeducação e terapia a evolução se situa nas clínicas e institutos com profissionais de áreas específicas. No campo da psicomotricidade, nossa formação foi influenciada, sobretudo pelas obras de Picq e Vayer (1969), Le Boulch (1969), Lapierre (1971), Vayer (1973), Loudes (1973), Costallat (1974), Maigre e Destrooper (1976), Chazaud (1976), Lapierre e Aucouturier (1977)”. 
3. EDUCAÇÃO INFANTIL E PSICOMOTRICIDADE
3.1 O desenvolvimento da criança
 O Desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível físico, do comportamento, cognitivo e emocional ao longo da vida, e em cada fase surgem características específicas. As linhas orientadoras de desenvolvimento aplicam-se a grande parte das crianças em cada fase de desenvolvimento, e no entanto, cada criança é um indivíduo e pode atingir estas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras crianças da mesma idade, sem se falar, propriamente, de problemáticas.
 O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo, pois a educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. Sendo que a formação das habilidades físicas do indivíduo acontecerá ao longo da sua interação com o mundo social. “Ao dominar o uso de um número cada vez maior de objetivos, ele ao mesmo tempo aprenderá a agir em situações mais complexas, buscando identificar os significados e situações nas ações vivenciadas”. (DAVIS; OLIVEIRA, 1994).
A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca. (BARRETO apud GOMES, 1998, p. 15). Segundo Ministério da Educação e Desporto (1998): 
“Educar significa portanto, propiciar situações de cuidados, Brincadeiras e aprendizagens, orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros, numa atividade básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas, naperspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis”. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO, 1988).
O desenvolvimento da criança faz-se por impulsos locais, de maneira não unitária, mas segmentar e diversificada. Portanto, é necessário levar em conta as relações mantidas entre os diversos elementos do desenvolvimento; uma aquisição rápida num aspecto pode ser compensada por um atraso noutro aspecto; progressos muito nítidos (no andar) podem ser acompanhados de uma lenta evolução em que outro aspecto do desenvolvimento.
Para Piaget (1982), o desenvolvimento da criança é visto como uma série de estágios, uma sucessão de novas estruturas ou organizações mentais que são as bases para a emergência de novas capacidades mentais. Esses estágios são: 
1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos) - O Período Sensório-motor do desenvolvimento corresponde, no tempo, aos limites comumente definidos para a infância, isto é, os dois primeiro anos de vida. Nessa fase a criança torna-se capaz de coordenar informações obtidas através das várias modalidades sensoriais, e de integrá-las, como se as diferentes modalidades fossem fontes de informação independentes, a respeito dos mesmos objetos.
2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos) - Segundo Piaget, este é período de vários anos, em que o quadro cognitivo interno que a criança tem do mundo externo, está gradualmente a crescer, com as suas numerosas leis e relações.
3º período: Operações Concretas (7 a 11 anos) - Neste período o desenvolvimento mental no período anterior, caracterizado pelo egocentrismo intelectual e social é superado neste período pelo início da construção lógica, em que a criança permite a coordenação e a integração de diferentes pontos de vista.
4º período: Operações Formais (11 em diante) – Nesta fase a criança pode compreender os princípios básicos do pensamento causal e da experimentação científica, conseguindo realizar experiências e deduzir as suas consequências adequadas, embora ainda tenha muito a aprender, tal como ocorre com todos os cientistas, já possui a compreensão fundamental, subjacente ao pensamento lógico. 
NOBRE (2009) mostra que cada indivíduo tem sua individualidade sendo ela modificada pelo ambiente vivido, pela cultura que foi passada, pelos costumes e pela intervenção de um adulto, mesmo sabendo que os indivíduos tem uma ordem cronológica a ser seguida, isso pode influenciar na velocidade que esses processos serão desenvolvidos. Assim uma boa estrutura da Educação Psicomotora é a base fundamental para o processo de aprendizagem da criança, o desenvolvimento evolui de uma forma progressiva do todo para o específico, normalmente quando a criança apresenta dificuldade na aprendizagem, tem como principal motivo alguma deficiência no desenvolvimento psicomotor. Adquirindo uma boa experiência nesse requisito a mesma consegue conquistas que marcam sua vida emocional e intelectual (ROCHAEL, 2009).
3.2 A psicomotricidade na fase escolar
O trabalho com as crianças é de fundamental importância na estruturação relacional afetiva, cognitiva, motora, da linguagem e da personalidade do ser. Com base numa abordagem corporal, procura-se priorizar a relação da criança com o adulto e com o meio, buscando mostrar a importância da criatividade, do contato, da relação, da liberdade do brincar em um desenvolvimento harmônico, estabelecendo uma ligação entre as atividades psicomotoras e o desenvolvimento social do aluno.
Campos (1992) aborda a psicomotricidade na escola ao afirmar que: “na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é construído em função de um objetivo, a partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante”. (1992, p. 31)
A psicomotricidade é um meio de auxiliar a criança superar suas dificuldades e prevenir possíveis inadaptações, pois proporciona ao aluno condições mínimas para um bom desempenho escolar, tem como objetivo aumentar seu potencial motor dando-lhe recursos para que se saia bem na escola e fora dela. O individuo não é feito de uma só vez, mas se constrói, gradativamente, através da interação com o meio e de suas próprias realizações e a psicomotricidade desempenha ai um papel fundamental na vida das crianças.
 Segundo Pellegrini e Barela: 
“Nos primeiros anos de escolarização principalmente na educação infantil e nas primeiras series do ensino fundamental, a atividade é muito importante no estabelecimento de relações entre o ser humano em desenvolvimento e o ambiente que o rodeia. É muito importante a aquisição de habilidades e também a tomada de consciência do corpo e de suas relações com o meio”. (1998 p. 94) 
Gonçalves (2004) fala da importância de se trabalhar com o movimento ao afirmar que: “dentre tantas propostas para enriquecer a escola em seu processo de construir um novo sujeito para um novo mundo, a psicomotricidade contribui com o seu saber para melhorar e transformar o homem trata-se, portanto de uma educação pelo movimento, e o movimento humano, por sua vez, é construído em função de um objetivo”. Assim fica claro a importância do movimento para o desenvolvimento da criança, uma vez que verifica as habilidades, o relacionamento afetivo com o meio, a formulação de estratégias, a informação das estruturas mentais, condições de realizar múltiplos movimentos, além de auxiliar no desenvolvimento do aprendizado.
 Segundo Mello (1989) a psicomotricidade pode ser classificada em dez funções psicomotoras: esquema corporal; tônus da postura; coordenações globais; motricidade fina; organização espacial e temporal; ritmo; lateralidade; equilíbrio; e relaxamento total, diferencial e segmentar. Sendo que:
Esquema corporal - Silva (2003, p. 7) considera o esquema corporal como: “a organização de estruturas cerebrais que outorga ao indivíduo a capacidade funcional, ou seja, o conhecimento progressivo das partes e funções do corpo”.
Tônus da postura - É uma “tensão dos músculos, pela qual as posições relativas das diversas partes do corpo são corretamente mantidas e que se opõe às modificações passivas dessas posições”. Coste ( apud MELLO, 1989, p. 38) 
Coordenações globais - Chamada motricidade ampla, é definida como a colocação em ação simultânea de grupos musculares diferentes, segundo Mello (1989), com vistas à execução de movimentos amplos e voluntários mais ou menos complexos, envolvendo principalmente o trabalho de membros inferiores, superiores e do tronco. 
Motricidade fina - Segundo Mello (1989, p.38), “é o trabalho de forma ordenada dos pequenos músculos. Englobam principalmente a atividade manual e digital, ocular, labial e lingual”. 
Organização espacial e temporal - A organização espacial é a capacidade de situar-se, orientar-se e movimentar-se em um espaço, tendo sempre como referência a própria pessoa, enfatiza Tolkmitt (1996). 
A organização temporal “corresponde à capacidade de relacionar ações a uma determinada dimensão de tempo, onde sucessões de acontecimento e de intervalo de tempo são fundamentais” (Mello 1989, p.38). 
Ritmo - Segundo Meinel e Schabel ( apud Mello 1989, p.38) tratando-se de movimento, o ritmo é a “ordenação específica, característica e temporal de um ato motor”. 
Lateralidade - Segundo Tolkmitt (1996, p.22) lateralidade “é a manifestação de um lado preferencial na ação, vinculado a um hemisfério cerebral; é necessário que não se discrimine a esquerda e a direita”. 
Equilíbrio - Tolkmitt (1996, p.21) afirma que o equilíbrio “é a noção de distribuição do peso do corpo em relação ao centro de gravidade, pode ser trabalhado estática e dinamicamente”. 
Relaxamento - O relaxamento segundo Mello (1989, p.39) “é o fenômeno neuromuscular resultantede uma redução de tensão da musculatura esquelética”. 
Relaxamento total - O relaxamento total envolve todo o corpo e está diretamente vinculado a processos psicológicos, onde o trabalho mental é determinante no alcance da redução da tensão muscular.
Relaxamento diferencial - Responde pela descontração de grupos musculares que não são necessários à execução de determinado ato motor específico. 
Relaxamento segmentar é alcançado em partes do corpo de acordo com Mello (1989, p.39).
As atividades psicomotoras podem ser utilizadas como principais meios de desenvolvimento pessoal da criança, para isso, o educador deve confrontar o praticante, de forma individual ou em grupo, com situações-problema incluídas nas atividades. O esforço utilizado pela criança para superar as suas dificuldades, com a ajuda do educador, permite-lhe melhorar as suas capacidades à medida que vai dominando a atividade, pois a psicomotricidade baseia-se na análise funcional dos fatores que incidem sobre o resultado de suas práticas, permitindo, então, fazer uma educação psicomotora a partir da atividade educativa. Assim, a atividade física, em geral, um papel essencial na evolução do esquema corporal e do aprendizado, alcançando a sua maturidade estrutural durante esse período de desenvolvimento do ser humano.
 Existem três estratégias de aprendizagem, segundo Boulch (1991 pág. 39-40): 
Através de um processo de assimilação, ou seja, o ensino do conhecimento realiza-se através de um desenvolvimento didático que, mediante a utilização progressiva pedagógica linear concebida pelo educador a partir da análise da atividade, tenta que o conhecimento seja assimilado. 
Através de um processo de acomodação, isto é, confrontando a criança com a atividade esperando que a experiência ativa de aprendizagem tenha um resultado positivo. Deste modo, a atividade passa a ser “criadora” do sujeito, na medida em que este se arrisca a ter de encarar uma situação de fracasso; 
Através de uma aprendizagem orientada, onde se confronta o sujeito com uma série de situações-problema adaptadas às suas capacidades permitindo-lhe exercitar a sua capacidade de ajuste. Por conseguinte, através da atividade orgânica, consegue-se a estabilização funcional das aprendizagens e das inter-relações das diferentes informações que se concretizam em respostas motrizes ligadas à exercitação das funções mentais.
A educação psicomotora é indispensável nas aprendizagens escolares: é por essa razão que a propomos inicialmente à escola maternal. No entanto não pode ser desprezada a partir do momento em que a criança entra na primeira série, contrariamente, até a terceira série, ajudando a criança a organizar-se, propicia-lhe melhores possibilidades de resolver os exercícios de análise, de lógica, de relações entre os números etc. (MEUR e STAES, 1991, p. 21). E Piaget (1996) enfatiza que as atividades sensório-motoras são de suma importância para o desenvolvimento da inteligência. Desta forma, a partir da Educação Infantil, deve ser dada ênfase à atividade motora global, sendo o movimento, fundamental para desenvolver ou fazer surgir inúmeras habilidades motoras, pois há um rápido aperfeiçoamento dos movimentos adquiridos nas fases anteriores, favorecendo a combinação entre os movimentos e uma melhor qualidade dos mesmos.
A educação de qualidade deveria eliminar o estresse, garantir o bem estar, o brincar e a ação ativa da criança, mas na prática, o brincar restringe-se ao jogo didático ou espontaneísta e prevalecem condições estruturais inadequadas relacionadas à proporção adulto criança, espaço físico e ausência do mundo de interações, que tornam o ambiente educativo inadequado. Faltam Pedagogias que dão voz às crianças, que utilizam as observações do cotidiano, as histórias de vidas nas quais as crianças, pais, professores (as) e a comunidade, como protagonistas, assumem o brincar como eixo entre o passado e o presente, entre a casa e a unidade infantil, entre o imaginário e a realidade, constituindo-se em uma rede que estimula a comunicação, a aprendizagem e o desenvolvimento infantil (KISHIMOTO, 2005, p.185).
E possível perceber que o estudo da psicomotricidade é a analise do homem através de seu corpo humano, de seus movimentos e de suas relações com o mundo com suas possibilidades de perceber, atuar e agir consigo mesmo e com os outros. Sendo que as atividades psicomotoras permitem ao individuo se adaptar ao meio que o cerca, pois ela trabalha como os potenciais humanos por meio de estímulos, movimentos bem trabalhados e definidos, uma boa tonicidade, equilíbrio e coordenação, é capaz de fazer com que o individuo crie um sentimento de competência e autoestima.
O ato físico é privilegiado com o trabalho psicomotor, mas leva a criança ao trabalho mental, onde se aprende á ouvir, interpretar, imaginar, organizar, representar, sair da ideia para o ato de fazer, do abstrato ao concreto. A estimulação das vias perceptivas, da atenção, memória, coordenação motora promoverá ações precisas e coesas. Podemos assegurar que, o desenvolvimento da criança é adquirido através de suas tentativas e erros, pois ela transforma seus erros em aprendizado, portanto a atividade motora é de extrema importância no desenvolvimento da criança e o movimento é a parte integrante do comportamento. São através dos estímulos que se desenvolvem as habilidades motoras. Costa (2001) complementa o sentido afirmando que: a evolução da psicomotricidade no homem se dá de forma natural. 
3.3 Os jogos e as brincadeiras na educação infantil
Para Alves (2003) na educação infantil dá-se o início da exploração do mundo, das sensações e emoções, sendo está manifestada com maior vigor e intensidade, ampliando estas vivências com movimentos mais elaborados. Este é o período que a criança está construindo sua imagem corporal, fase de descoberta do seu corpo e do corpo do outro, sendo essenciais e necessárias as atividades psicomotoras na construção corpórea. Através da brincadeira a criança passa a explorar o espaço, conseguindo uma organização dos aspectos motor, sensorial e emocional, possibilitando a ela, uma visão maior de conhecimentos de mundo.
Os jogos e as brincadeiras têm, por objetivo, desenvolver na sua totalidade as relações entre o corpo e psiquismo. No trabalho com crianças na fase de Educação infantil, o movimento tem um papel muito importante no desenvolvimento psicológico, porque representa a expressão das relações entre o ser e o meio envolvente. Sendo assim de suma importância o trabalho de interação da atividade motora e do psiquismo, com a finalidade de obter resultados tendentes a normalizar ou melhorar o desenvolvimento dos educandos.
A criança reage com o seu corpo todo às situações relacionadas com a atividade educativa, essa expressão corporal tem como base o brincar e a atividade funcional dirigida. Brincar é uma expressão natural da criança, é a sua forma de aprender e de expressar emoções e sentimentos. O brincar é indispensável para assegurar o equilíbrio de relações da criança, contribuindo, portanto, para favorecer o desenvolvimento da sua personalidade e sua progressiva interação na sociedade das outras crianças e na do adulto. A atividade funcional, que está incluída no brincar, refere-se à expressão corporal espontânea que, sendo prazerosa, propicia à criança a manifestação das suas tensões, ajudando-a a encontrar harmonia emocional.
Catunda (2005) afirma que: “através do ato de brincar a criança pode satisfazer seus desejos, seja de ordem afetiva, relacionados à estima ou a realização de objetivos e finalidades. Brincando ela educa sua sensibilidade para apreciar seus esforços e tentativas, o prazer que atinge quando consegue finalizar uma tarefa (montar um quebra-cabeça ou pegar o colega) faz com que se sinta realizada por atingir uma meta, elevando a autoestima”. As brincadeiras têm grande significado no período da infância, e por isso devem estar presente nas aulas de dentro da sala de aula, sendo que através de uma conduta mais alegree prazerosa, é possível perceber a pratica de jogos e brincadeiras como ferramentas de grande importância, sendo fundamentada no aprendizado da criança sem descaracterizar as outras praticas pedagógicas. Sobre a importância das brincadeiras, ANTUNES (2005) afirma que:
Amarelinha, pula-corda, descobrindo assim as noções de tempo, espaço e direção. O fator afetivo é de suma importância para a criança para desenvolver seu intelecto, é com a aprendizagem, a motivação e a disciplina que se consegue o autocontrole da criança e seu bem estar. A criança quando está feliz se tornará mais satisfeita consigo mesma e com as outras e terá mais facilidade em aprender. (ANTUNES, 2005 p.25)
Tanto os jogos como as brincadeiras possuem vários objetivos relacionados ao desenvolvimento físico e cognitivo da criança, o jogo auxilia a evolução da criança, pois a mesma deve utilizar de análise, observação, atenção, imaginação e a compreensão para utilizar as regras que serão empregadas para se jogar e as atividades lúdicas são importantes, pois através delas ocorrem as experiências reflexivas onde se produz o conhecimento, desenvolvendo diferentes condutas e aprendizagem de diversos tipos de conhecimentos e interação com os outros.
Oliveira (1990) diz que com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir. Que participe do desenvolvimento em seus aspectos biopsicológicos e sociais; desenvolva livremente a expressão corporal, que favorece a criatividade; adquira hábitos de práticas recreativas para serem empregados adequadamente nas horas de lazer; adquira hábitos de boa atividade corporal; seja estimulada em suas funções orgânicas, visando ao equilíbrio da saúde dinâmica e desenvolva o espírito de iniciativa, tornando-se capaz de resolver eficazmente situações imprevistas.
Grando (1995), ao se referir sobre jogos, acrescenta: o jogo se apresenta para a criança como uma atividade dinâmica, no sentido de satisfazer uma necessidade. Ao se observar o comportamento de uma criança jogando/brincando, pode-se perceber o quanto ela desenvolve sua capacidade de resolver os mais variados problemas, sem tirar o seu sentido lúdico, o processo de criação está ligado à sua imaginação sendo a estrutura da atividade do jogo que permitirá o surgimento de uma situação imaginária.
Sabe-se, portanto que a aprendizagem humana está envolvida tanto com o desenvolvimento próprio da criança, presentes nos primeiros anos de vida, como o movimento e a percepção cultural, gerada pelo convívio com os familiares e a sociedade em geral. A apropriação dos símbolos culturalmente produzidos provoca modificações estruturais no funcionamento psíquico, desenvolvendo as funções psicológicas superiores, pois a formação das representações, dos conceitos e o uso dos símbolos, têm uma base orgânica para que se realizem, sendo que sua efetivação se faz nas relações sociais e culturais.
Para Benjamin (2002); o interesse da criança e a ação de brincar envolvem, conforme sua faixa etária, seu desenvolvimento sócio afetivo e seus hábitos culturais. O brinquedo e as brincadeiras são excelentes oportunidades para nutrir a linguagem verbal se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. A variedade de situações que o brinquedo possibilita pode favorecer aquisição de novos conceitos, a participação de um adulto, ou criança faz mais velha, pode enriquecer o processo; a criança faz experiências descobrindo as leis da natureza, o adulto introduz os novos conceitos por elas vivenciados, completando assim, a sua integração.
 A aprendizagem através da ludicidade permite que a criança faça da aprendizagem um processo interessante e divertido, analisando o cotidiano de varias crianças percebemos que em vários momentos, de maneira geral, elas exercem atividades lúdicas seja no seu dia-a-dia, ou em sala de aula. Assim a aprendizagem esta subordinada ao desenvolvimento e os jogos e brincadeiras são elementos do ensino, que atuam como mediadores entre o pensamento do sujeito e a ação, atuando internamente no sujeito, possibilitando chegar a uma nova estrutura de pensamento.
Em relação às atividades lúdicas, MIRANDA (2001) afirma que: “mediante o jogo didático, vários objetivos podem ser atingidos, relacionados à cognição (desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais para a construção de conhecimentos); afeição (desenvolvimento da sensibilidade e da estima e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade); socialização (simulação de vida em grupo); motivação (envolvimento da ação, do desfio e mobilização da curiosidade) e criatividade”. 
A brincadeira é algo normal para as crianças, onde se sentem felizes, sentem prazer, desenvolvem sua imaginação, assumem outros papéis, através do brincar a criança explora, experimenta, cria, conhece seu próprio corpo, descobre seus limites, interage com outras crianças, desenvolvem capacidades, habilidades, brincando em atividades de movimentação corporal, a criança desenvolverá os seus aspectos cognitivos, sociais, afetivos e, também poderá ser levada a entender que esses movimentos têm significados, pois se manifestam com o objetivo de expressão e comunicação, poderá entender que os movimentos corporais se agrupam em diversas práticas. E na infância essas práticas se organizam em jogos e brincadeiras que expressam o conhecimento a ser apropriado e construído pela criança pequena sobre o seu movimentar.
A compreensão da riqueza do processo de brincar para a formação das crianças implica concebê-la nas práticas pedagógicas cotidianas dos espaços de educação infantil como uma dimensão fundamental das interações que ali são estabelecidas entre adultos e crianças e crianças entre si, assim como do processo de construção de conhecimentos e da experiência cultural. Segundo Macedo (2005, p. 87): “Brincar é envolvente, interessante e informativo. Envolvente porque coloca a criança em um contexto de interação em que suas atividades físicas e fantasiosas, bem como os objetos que servem de projeção ou suporte delas, fazem parte de um mesmo continuo topológico. Interessante porque canaliza, orienta, organiza as energias da criança, dando-lhes forma de atividade ou ocupação. Informativo porque, nesse contexto, ela pode aprender sobre as características dos objetos, os conteúdos pensados ou imaginados”.
Os jogos, as brincadeiras e as invenções infantis buscam transformar o mundo, dominar seus efeitos de sentido, pois abrem a possibilidade do princípio do prazer e da realização do criar, logo do aprender e de viver o não real, dentro do mundo real. A realidade recriada corresponde ao sono com sonhos, em que não se corta o fio constituído de imagens que se transpõem, de um lado para outro, assim, é possível ao pensamento atravessar os limites do mundo imaginário, para acolher qualquer cena, sendo o brincar o espaço com grande poder de transformação.
4. EDUCAÇÃO FÍSICA E PSICOMOTRICIDADE 
 
 O ser humano é um complexo de emoções e ações, propiciadas por meio do contato corporal nas atividades psicomotoras, que também favorecem o desenvolvimento afetivo entre as pessoas, o contato físico, as ações e emoções de cada um e a psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal, o que facilitará a orientação espacial. Ao analisar a educação física e sua relação com a psicomotricidade percebe-se que ambas estão baseadas nas necessidades das crianças, e com a educação psicomotora, a educação física passa a ter como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança.
A educação física, como ação psicomotora e por meio da educação psicomotora, incentiva à prática do movimento em todo o transcurso de existência do ser humano, tal concepção fundamenta-se nos conceitos da educação permanente, como uma nova forma de evento educativo que atualmentetende a revolucionar os sistemas educacionais de todo o mundo. Ela diversifica-se em função das relações sociais, das ideias morais, das capacidades e da maneira de ser de cada um, além de seus valores, educa o movimento, ao mesmo tempo em que põem em jogo as funções da inteligência, e a partir dessa posição, pode-se ver a relação intrínseca das funções motoras cognitivas e que, também pela afetividade, encaminha o movimento.
A unidade básica do movimento, que abrange a capacidade de equilíbrio e assegura as posições estáticas, são as estruturas psicomotoras. As estruturas psicomotoras definidas como básicas são: locomoção, manipulação e tônus corporal, que interagem com a organização espaço-temporal, as coordenações finas e amplas, coordenação óculo-segmentar, o equilíbrio, a lateralidade, o ritmo e o relaxamento, elas são traduzidas pelos esquemas posturais e de movimentos, como: andar, correr, saltar, lançar, rolar, rastejar, engatinhar, trepar e outras consideradas superiores, como estender, elevar, abaixar, flexionar, rolar, oscilar, suspender, inclinar, e outros movimentos que se relacionam com os movimentos da cabeça, pescoço, mãos e pés. Esses movimentos são conhecidos na educação física como movimentos naturais e espontâneos da criança. Baseiam-se nos diversos estágios do desenvolvimento psicomotor, assumindo características qualitativas e quantitativas diversas (BARROS, 1972).
O trabalho da educação psicomotora infantil associado a disciplina de educação física deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que, por meio de jogos, de atividades lúdicas, conheçam e se conscientizem sobre seu corpo. Pois través da educação física, a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotora e faz com que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, considerando seus níveis de maturação biológica. A educação física, na sua parte recreativa, proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo.
Assim a educação física, por meio da educação psicomotora, incentiva a prática do movimento em todas as etapas da vida, pois o desenvolvimento global da criança se dá através do movimento, da ação, da experiência e da criatividade, levando-a a conseguir plena consciência de si mesma; da sua realidade corporal que sente, pensa, movimenta-se no espaço, encontra-se com os objetos e gradativamente distingue suas formas; e que se conscientiza das relações de si mesma com o espaço e o tempo, interiorizando, assim, a realidade.
A educação física escolar possui uma grande variedade de informações motoras, sensoriais e culturais, e através da mesma a criança é introduzida no mundo dos jogos e dos esportes. Ela instruída a respeitar e valorizar o próximo, pois aprende a conviver com regras e se torna capaz de descobrir o significado da vitória e da derrota. As atividades psicomotoras motivam o interesse das crianças em se obter uma vida saudável, manifesta o trabalho em equipe, estimula-se o surgimento do interesse para liderança, estimula meio da exploração motora a criança amplia consciência do mundo que a cerca e de si própria.
Segundo Gallahue (2001) a importância da educação física no contexto escolar da seguinte forma: “a escola é o único lugar em que nós podemos garantir que todas as crianças terão um tempo dedicado à instrução, e as aulas de educação física na escola são diferentes do simples ato de brincar no quintal de casa, pois são instrutivas, ensinam como as crianças podem mover o corpo, é o único lugar onde elas são instruídas o tempo inteiro. O ideal seria que os alunos tivessem mais do que apenas uma ou duas aulas de educação física na escola por semana, isso faria com que eles se mexessem mais e o exercício físico se tornaria parte da vida deles, o professor de educação física é uma pessoa extremamente importante na comunidade escolar”.
De acordo com Oliveira (2002) a educação física escolar deve trabalhar para desenvolver as seguintes áreas da psicomotricidade: 
( Conhecimento Corporal: Conhecimento intelectual que se tem do próprio corpo. 
( Coordenação Motora Fina: Coordenação fina diz respeito à habilidade e destreza manual e constitui um aspecto particular da coordenação global.
 ( Coordenação Motora Global: A coordenação global diz respeito à atividade dos grandes músculos e depende da capacidade de equilíbrio postural do indivíduo. 
( Estruturação Corporal: Relacionamento do individuo com o mundo exterior, conhecimento e controle do próprio corpo e de suas partes, adaptação do mesmo ambiente. 
( Estruturação Espacial: A tomada de consciência da situação de seu próprio corpo em um meio ambiente, isto é, do lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e coisas. A tomada de consciência da situação das coisas entre si. A possibilidade, para o sujeito, de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, de colocá-las em um lugar, de movimentá-las. 
( Estruturação Temporal: É a orientação temporal que lhe garantirá uma experiência de localização dos acontecimentos passados, e uma capacidade de projetar-se para o futuro, fazendo planos e decidindo sobre sua vida. 
( Esquema Corporal: Resulta das experiências que possuímos provenientes do corpo e das sensações que experimentamos. Não é um conceito aprendido e que depende de treinamento. Ele se organiza pela experiência do corpo da criança. É uma construção mental que a criança realiza gradualmente, de acordo com o uso que faz de seu corpo. 
( Imagem Corporal: A experiência do individuo em relação ao próprio corpo sujeito, impressão subjetiva. 
 ( Lateralidade: é a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados.
4.1 Formação de educadores físicos na educação infantil
O desenvolvimento da aprendizagem é um processo complexo que abrange preceitos e capacidades diversas, inclusive as motoras, e é de suma importância que a criança adquira determinadas habilidades durante a fase pré-escolar, permitindo e facilitando sua aprendizagem. Essas habilidades são condições básicas e necessárias para uma boa aprendizagem, e constituem a estrutura da educação psicomotora. O desenvolvimento psicomotor demanda subsídio constante do docente pelo meio da estimulação, assim sendo não é uma tarefa específica do professor de Educação Física, e sim de todos profissionais envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
De acordo com Alves (2004, p. 167), a psicomotricidade, como toda ciência, corresponde a um objetivo de estudo próprio do qual retira sua unidade e especificação, isto é, o corpo e a sua expressão dinâmica, fundamentada em três conhecimentos básicos: 
O movimento, que segundo os conhecimentos atuais, ultrapassa o ato mecânico e o próprio indivíduo, sendo à base das posturas e posicionamentos diante da vida; 
O intelecto, que encerra a gênese e todas as qualidades da inteligência do pensamento humano, seu desenvolvimento depende do movimento para se estabelecer desenvolver e operar; 
O afeto, que é a própria pulsão interna do indivíduo, que matiza a motivação e envolve todas as relações do sujeito com os outros com o meio e consigo mesmo.
E necessário verificar as possíveis formas de auxiliar na formação das crianças, considerando que nessa fase as crianças possuem maior desenvolvimento e capacidade de explorar seu corpo e meio de forma lúdica, indutiva e espontânea, e que não podemos limitar tais capacidades, não há por que avaliar ou buscar nos alunos especificidades de movimento e compreensão de ensino e aprendizagem, pelo contrário, o professor deve possibilitar de diferentes maneiras formas em que estes procurem explorar, conhecer e criar formas de interagir e produzir suas próprias atuações.Magalhães et al (2007) afirma que: “As aulas de Educação Física devem ser efetuadas nas Escolas, como um momento em que as crianças podem, através da ludicidade, desenvolver os aspectos cognitivos, afetivo-social e motor conjuntamente. Entretanto, elas devem ser planejadas e executadas com objetivos, conteúdos, procedimentos de ensino e avaliação adequados e sistematizados, para que o desenvolvimento seja atingido da melhor maneira possível. Portanto, não se trata de oferecer brincadeiras aleatoriamente; é o professor de Educação Física que apresenta formação específica para lidar com essas questões. É necessário que se saiba que objetivos atingir, selecionar conteúdos e aplicá-los através de metodologia adequada.” (Magalhães et all 2007 p. 50)
Assim é necessário que o processo de formação do professor esteja voltado para a prática social, abrangendo uma reflexão contínua e coerente, de acordo com a prática que se pretende exercer, sendo que os cursos emergenciais não atendem o objetivo das mudanças propostas, no que diz respeito à questão pedagógica e à carreira profissional. E neste sentido se faz indispensável uma política que possa abranger todos os aspectos necessários para uma formação inicial de qualidade, e que proporcione um acompanhamento contínuo no que se refere à formação continuada dos profissionais da Educação. Kramer (1994) concorda ao afirmar que:
Garantir educação de qualidade para todas as crianças de 0 a 6 anos, considerando sua heterogeneidade das populações infantis e dos adultos que com elas trabalham, exige decisão política e exige, também, condições que viabilizem produção de conhecimentos, concepção, implantação e avaliação de múltiplas estratégias 668 curriculares para as creches e pré-escolas e para a formação – de seus profissionais (KRAMER, 1994, p. 20).
Em relação ao cuidar e educar, é sabido que são as principais atribuições do dos profissionais da educação infantil, que segundo Paschoal e Aquino (2007), são categorias que estão relacionadas à formação inicial do professor, em que a primeira trata apenas do cuidar, visando manter a criança em condições adequadas para o seu bem estar, tais como alimentação, higiene pessoal, entre outras, não se faz necessário a qualificação de um profissional para essa finalidade. Em contrapartida, para o educar, espera-se um profissional que tenha formação adequada, visando desenvolver a capacidade cognitiva da criança através de atividades dirigidas. Muitas vezes, até mesmo entre os próprios educadores, há essa distinção entre categorias.
Assim faz-se necessária a formação de professores que estejam dispostos a refletir sobre sua prática pedagógica, a fim de torná-la um instrumento que permita a sua reflexão crítica, visando adequar sua prática de acordo com o contexto em que o sujeito está envolvido, bem como aprimorar as metodologias utilizadas em sua prática pedagógica. Que esteja disposto e envolvido em atividades que superem as paredes da sala de aula, obtendo novas possibilidades de trabalho, que poderão abranger desde questões éticas, políticas e sociais, não se detendo apenas em questões didático-pedagógicas.
E para isso a formação dos profissionais de Educação Infantil deve incluir o conhecimento técnico e o desenvolvimento por eles de habilidades para realizar atividades variadas, particularmente as expressivas, e para interagir com crianças pequenas. Ademais, tal formação deve trabalhar concepções dos educadores sobre as capacidades da criança e a maneira em que estas são construídas, sobre as aquisições que eles esperam que elas faça, e que vão influir na maneira pela qual eles organizam o ambiente em que ela se encontra, programando-lhes atividades que julgam interessantes e/ou necessárias, e nas formas de interação que estabelece com elas. O exame de tais concepções deve ocorrer em reuniões de supervisão, onde tarefas de estágio e as representações sociais dos estagiários devem ser discutidas, trabalhando de forma integrada e crítica, tanto a percepção do papel de educador quanto o desempenho do mesmo, cuidando ainda para que as dimensões éticas da atuação docente sejam trabalhadas e garantidas (OLIVEIRA, 1994, p.65).
É importante frisar que o fracasso escolar da criança é sentido com fracasso pessoal e profissional do professor e dos pais, que os impede de ajudar a criança na superação das dificuldades escolares, complementando que as atividades psicomotoras são meios de imprevisíveis recursos para combater as dificuldades de aprendizagens. A sua importância situa-se antes num terreno de crítica social, que pretende analisar e diagnosticar quais os obstáculos familiares e sociais que impedem o desenvolvimento global da criança.
CONCLUSÃO
Concluindo este trabalho é possível perceber a importância das atividades psicomotoras para a construção do saber e compreender que o lúdico leva a criança a enquanto participa das atividades, elaborar metas, a perceber e explorar diferentes estímulos, antecipar resultados, a levantar diferentes hipóteses e a formular estratégias. Sendo que a escola, a sala de aula, o pátio, os parques abrem para a criança a capacidade de brincar, a possibilidade de decifrar os enigmas que a rodeiam. 
Podemos também salientar a psicomotricidade como uma dimensão que deve ser explorada pelo professor atuante na etapa da educação infantil, trabalhando com os aspectos físico, cognitivo, emocional e motor, trabalhando com jogos e brincadeiras significativas possibilitando avaliar os alunos em uma gama de relações no processo de ensino e aprendizagem, pois través de atividades psicomotoras, o educando terá melhor desenvolvimento, que virá somar em sua aprendizagem. 
Considerando o ser humano como um ser único e individual, parte principal do processo de desenvolvimento físico e cognitivo deve ser trabalhada com várias atividades psicomotoras, tendo a escola, os pais e professores papel fundamental no aprendizado da criança, sendo muito importante um espaço adequado para a realização de atividades, bem como materiais necessários para cada atividade.
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