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Professor: Luiz Miguel Renda, PhD Tema: planejamento estratégico situacional 1 Objetivos e questões norteadoras Refletir sobre a importância do planejamento Em sentido amplo, qual é o papel do Estado no metabolismo social? E no caso particular do Brasil, como o Estado/governo deve atuar? Diferenciar o planejamento tradicional/normativo do planejamento estratégico situacional Conhecer a história e a obrigatoriedade do planejamento público brasileiro Refletir sobre as finanças públicas no Brasil Todo mundo, alguém, qualquer um e ninguém Esta é uma história de quatro pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM. Havia um trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria. QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fêz. ALGUÉM zangou-se porque era um trabalho de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo. Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito. HOJE FUTURO PLANEJAMENTO Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Alguns motivos para o descontentamento do planejamento público Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Planejamento normativo tradicional Planejamento Estratégico Situacional Não é opor É apor O Planejamento Normativo Tradicional tem suas bases no planejamento econômico. Daí decorre uma cultura de planejamento que outorga à técnica e à teoria econômica um papel preponderante e que se impõe sobre outras considerações sociais e políticas. Planejar seria, então, uma tarefa especializada reservada àqueles que dominam técnicas quantitativas e definem medidas de intervenção de modo supostamente imparcial e objetivo. Baseia-se em um diagnóstico feito por um sujeito que está fora ou sobre a realidade planejada. Assim, a explicação da realidade responde à busca da verdade científica de uma ordem na qual não existem outros sujeitos que também planejam. Parte de pressupostos ontológicos Jogo social O planejamento tradicional "repousa na capacidade de predição", enquanto o Planejamento Estratégico Situacional "é um cálculo que precede e preside a ação para criar o futuro, não para predizê-lo", mas para aumentar a limitada capacidade de previsão (p. 15). Enquanto o planejamento tradicional acredita poder controlar a realidade, o Planejamento Estratégico Situacional pretende (por acreditar ser possível) apenas influir na realidade. Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Modelo determinista Incerteza Diagnóstico Predição Autoritário Plano normativo Análise Situacional Previsão - possibilidades Jogo Social Plano é uma aposta Modelos epistemológicos para pensar planejamento Sistemas Deterministas com Certeza: "têm um só passado, um só futuro e seguem leis que, uma vez conhecidas, permitem um cálculo de predição pura, certo e seguro sobre o futuro." A justificativa para o fracasso, típica deste modelo, é que o contexto não se comportou adequadamente (p. 50-54); Sistemas Estocásticos: desenvolvem o futuro segundo "leis probabilísticas objetivas bem precisas, cujo universo de possibilidades futuras é completamente enumerável. Nesse caso, é possível a predição probabilística." 1 (p. 54-55); Modelos epistemológicos para pensar planejamento Sistemas de Incerteza Quantitativa: seguem leis qualitativas segundo as quais só é possível a previsão qualitativa. "É o caso em que se pode enumerar todas as possibilidades, mas não se pode atribuir nenhuma probabilidade objetiva a elas." 1 (p. 55); Sistemas de Incerteza Dura: são os sistemas reais em que vivemos nossa prática social, e nos quais é possível encontrar nossa experiência diária. "É um modelo que reconhece o caráter aproximado e provisório do conhecimento científico e estabelece que há uma assimetria entre passado e futuro." Este modelo parte do princípio de que "o passado está encerrado, tudo que era possível já aconteceu; o futuro está aberto a muitas possibilidades e não podemos imaginá-las todas." Em síntese, este modelo pressupõe que: Só é possível enumerar-se algumas possibilidades futuras, nunca todas; Não é possível atribuir-se probabilidades, o que implica na existência simultânea de incerteza quantitativa e incerteza qualitativa. 1 (p. 55-56). Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Vocabulários indispensáveis para a boa aplicação do PES: Problema Ator social (capaz de produzir um jogada) Plano (aposta, previsão) Estratégia e tática (utilização de recursos escassos para a mudança situacional imediata e a utilização da mudança situacional para alcançar a situação-objetivo) Fluxos, acúmulos e regras/estruturas (movimentos, produções; represamento dos fluxos; regras do jogo) Plano como aposta estratégica Plano 1 Plano 2 Plano 3 Cenário piso Cenário médio Cenário teto Plano de contingências Surpresas Análise de atores Motivação e força Seqüência estratégica das operações Matriz executiva conjunto de operações e tarefas Incerteza O plano é na verdade uma aposta, levando em conta: Recursos existentes Recursos potenciais Contexto Social e Político – jogo social Diferentes cenários possíveis – jogo social Projeto de mudança – ator social Capacidade (vontade) de mudança - ator social Jogo Social “A ação planejada é uma aposta em um jogo onde outros atores também fazem seu jogo” Ter projeto Ter capacidade de produzir fatos Ter uma organização estável Controlar recursos Capacidade de ter estratégias próprias para alcançar seus objetivos Ator Social Estratégias do jogo social: Cooperação Oposição Confronto Violento Contexto Estratégia Objetivos Meios Atores Metáfora Confiança Violência desconfiança Transparência Protesto - Reclamação Ameaça - Intimidação Acordo Imposição da maioria Imposição da força Eu e o Outro Convencer - Coordenar Vencer - opor Amigo - Inimigo Amigo - Adversário Luta de Boxe O Xadrez Eliminar - Subjugar Remo, “Travessia” CHIMPANZÉ MAQUIAVEL GHANDI “eu sou o fim” “o fim justifica os meios” “força moral e o consenso” Relações de dominação Submissão Poder pelo poder Não existe projeto social Objetivo é superior ao indivíduo Mas o objetivo depende do chefe Meios e ética devem adequar-se O consenso governa o projeto e o projeto governa o líder Só é líder porque representa o consenso O objetivo é também usar meios éticos 23 Planejamento Estratégico Situacional Principais ações do Primeiro Momento (Explicativo) Declarar o problema Descrever o problema (descritores quantitativos) Identificar as consequências Analisar as causas e nexos causais do problema Montar a árvore explicativa Problemas são obstáculos, que em uma situação concreta se colocam entre a realidade atual, que causa insatisfação, mal-estar a um determinado ator, daquela que julga satisfatória. Problema Um problema pode ser: Uma situação, estado negativo ou uma ameaça; Má utilização de recursos; Não perder uma oportunidade; Um problema não é uma ausência de solução. A descrição de um problema é um primeiro passo para sua explicação. Engloba as diferentes interpretações possíveis do problema em um só significado; Evidencia o que deve ser explicado; Evidencia o problema de forma monitorável, permitindo que seja verificada sua evolução. Descritor Ela ressalta o significado de um problema em termos de: Quantidade e qualidade; Tempo e localização; Devem ser previstas ou definidas as fontes de verificação para a descrição construída. Problema concreto Descritor Ator social Mal estar, sensação quantificável sinal, placar do jogo permite precisar melhor o problema selecionado Projeto político Plano Descritor Exemplos: Causas Para identificarmos as causas, temos que perguntar: Por que se produzem os fatos que representam cada descritor ? Devemos levantar as causas suficientes para considerar o problema explicado. Conseqüências Identificar os efeitos que o problema vem causando, ou seja, identificar os problemas que são provocados pela existência do problema que estamos tratando Causas e Conseqüências Árvore explicativa do problema Violência no Trânsito na Cidade de Palmas Aumento da Imprudência dos Motoristas Desconhecimento das Leis de Transito Ausência de Manutenção dos Veículos Embriagues no Trânsito Uso de Celular no Trânsito Falta Divulgação Educativa Falta de Educação para o Transito Má formação dos condutores Indícios de Corrupção na formação Falta de Fiscalização Falta de Treinamento dos Agentes Excesso de Frota Transporte Público Deficitário e Deficiente Estrangulamento nas Rotatórias Indisponibilidade de Vias de Escoamento Concentração das Repartições Públicas e comerciais Planejamento Urbanístico Inadequado e (não Executado) Gestão (infra-estrutura) do Fluxo Viário Deficiente Falta de Revisão dos Semáforos Sinalização Horizontal sem manutenção Ausência de Iluminação das vias Estrutura de Escoamento Pluvial Deficiente ATOR SOCIAL: Prefeito Fiscalização Eletrônica Deficiente e Deficitária Efetivo dos Agentes Insuficiente Violência no Trânsito na Cidade de Palmas D1= média de 20 acidentes diários D2= % dos acidentes com vítimas fatais D3= média de 45 acidentes em finais de semana M1= Reduzir em 50% a média de 20 acidentes diários M2= Reduzir em 50% o % dos acidentes com vítimas fatais M3= Reduzir em 50% a média de 45 acidentes em finais de semana Alto índice de acidentes de trânsito em Palmas Aumento da Demanda de Atendimento nos Pronto-Socorros Aumento da Demanda de Atendimento das Unidades Móveis Aumento do gasto com Saúde Pública Contribui para precarização da Saúde Aumento da População com Necessidades Especiais Alto índice de acidentes com vítimas fatais Aumento das Despesas Previdenciárias Desestrutura Familiar Desgaste Político do Prefeito Análise é Diferente de Avaliação ANÁLISE SITUACIONAL NÃO CONFUNDIR: CAUSA vs CORRELAÇÃO (coincidência) OBS: apresentar uma árvore, ou construir um exemplo. DICAS Planejamento Estratégico Situacional Principais ações do Segundo momento (Normativo) Definição do Situação-Objetivo Identificação dos nós críticos (fundamentos do projeto de ação) A partir dos Descritores conceber os Resultados Situação Inicial e Situação Objetivo Situação Inicial - SI Situação Objetivo - SO d1 d2 r1 r2 Sonho, metas NÓ CRÍTICO - NC É um centro prático de ação? Impacta diretamente nos descritores (Si So)? É viável / oportuno politicamente? 20% causas 80% problemas Selecionar em quais causas vou agir, para atacar o problema Árvore explicativa do problema nó-crítico nó-crítico Modelo determinista Incerteza dura passado futuro passado futuro ? ? ? Diagnóstico Predição Autoritário Plano normativo Análise Situacional Previsão - possibilidades Jogo Social Plano é uma aposta Futuro Incerto Pensar com equilíbrio é possível visualizar tendências e cenários quanto melhor eu “entender” (explicar) a realidade, menor é minha cegueira situacional especular criativamente sobre possibilidades Barreiras e dificuldades Brechas e oportunidades Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Principais ações do Terceiro momento (Estratégico) Desenho das ações Análise dos atores Análise da viabilidade das operações Análise de cenários desenho de operações Operações (aonde o ator social tem governabilidade direta) Demanda de Operação ( o ator não tem governabilidade, mas pode solicitar uma ação) Para desatar o “nó”, desenha-se uma ou mais operações para cada NC PENSAR ESTRATEGICAMENTE: “tática é o uso de recursos escassos na produção de uma mudança situacional, e estratégia e o uso da mudança situacional para se alcançar a situação objetivo (So) Árvore explicativa do problema nó-crítico 2 nó-crítico 1 Operação 1 Operação 2 Desenho de Operações para atacar Nós Críticos e Atores Sociais envolvidos: “Os atores escolhem seus planos mas não podem escolher as circunstâncias em que se realizam” (Carlos Matus) Operação 1 Operação 2 viabilidade das operações Ator 1 Ator 2 Ator 3 resultado OP 1 A + A - A - cooperativo OP 2 R - A + A + cooperativo Op 3 R + R - A + Cooper. Ou conflitivo OP 4 R + I R - conflitivo Motivação: A = Apoio R = Rejeição I = Indiferença O = Oculto Força: + = Forte - = Fraco Pensar nos cenários: Teto (melhor) Meio Piso (pior) trajetória estratégica ! Lembrar: a menor distância entre dois pontos não é uma reta, mas sim a linha de menor resistência. Si So Op 1 Op 4 Op 3 Op 5 Op 2 Técnica e política Planejamento Normativo Tradicional e Planejamento Estratégico Situacional Principais ações do Quarto momento(Operacional) Matriz executiva (instrumento de articulação) Sistema de gestão do plano Avaliação Momento tático - operacional Detalhar a operação Delegar responsabilidades Operação Ação 2 Ação 1 Tarefa 3 Tarefa 2 Tarefa 1 Com os três primeiros momentos acumulo de conhecimento. Agora precisamos agir!! Rotinas, emergências e improvisação ! Agenda diária infestada de pequenos trabalhos e entraves burocráticos! “Planeja-se o que não se faz e faz-se o que não se planeja” Dirigente precisa demandar e valorizar o planejamento Ideias do plano não se executam sem o detalhamento operacional Gestores e gerentes não estão num vazio de ação à espera de um plano Tático Operacional: ação com o suporte do plano processo contínuo detalhamento e aprimoramento potencializar a equipe delegar responsabilidades e dividir tarefas definir resultados das operações e produtos tarefas MATRIZ EXECUTIVA DE AÇÕES Recursos: Responsável: Prazo: Rede de ajuda: Produto: Econômicos Cognitivos Políticos Organizativos Objeto visível da ação Gestor da ação ou tarefa Meta para realizar a ação ou tarefa Pessoas que colaboram diretamente com a tarefa Sistema de Gestão do Plano Urgências X Planejamento Não há cobrança sobre desempenho X Há cobrança sobre desempenho Rotina X Criatividade Agenda Gerência Operacional Cobrança e Prestação de Contas Monitoramento Sala Estratégica Avaliação Sistema de Informações Placar do Jogo Eficiência (tática, processos) Eficácia (estratégia, desenho das Operações) Efetividade (escolha correta do problema) Revisão Situacional contínua Delegação e responsabilização Transparência na gestão do plano Operações e Tarefas 1 Ator: Secretário de Saúde do Município de SP. Problema: Alto índice de desnutrição infantil em São Paulo. Descritor: d1=40% dos menores de 7 anos, de famílias com renda inferior a 2 salários Mínimos, em São Paulo, apresentaram desnutrição grau C em 1994. Fonte de Verificação: Anuário de Saúde do Município de SP – 1994 2 Ator: Prefeito de Cotia Problema: Deficiente abastecimento de água em Cotia em 1994. Descritores: d1= a população recebe água 5 dias por semana durante 8h; d2= não há abastecimento 2 dias por semana Fonte de Verificação: Boletim Sabesp, n°. 2, 1995. Ator: Duração do Plano: Conseqüências Problema Descritores Causas d1 d2 d3 Ator: Duração do Plano: Conseqüências Tempo e relevância Problema Descritores Causas d1 d2 d3 Ator: Duração do Plano: Conseqüências Tempo e relevância Problema Descritores Causas d1 d2 d3 Causas NC O que fazer (OP e DOP) Quem faz (competência) Atores Envolvidos Em que podem colaborar no plano Em que podem dificultar 1 2 Operação 1: Gestor: Resultado(*1): Tempo da Operação(*2): Ação 1.1. Responsável: Produto: TAREFAS RESPONSÁVEL PRAZO RECURSOS REDE DE AJUDA PRODUTO 1.1.1. 1.1.2. 1.1.3. 1.1.4. (*1) Verificar o SI e a SO para colocar o resultado da Operação (é o momento de checar o plano). (*2) Colocar após terminar a planilha das ações
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