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Saber mais Direito https://www.facebook.com/sabemaisdireito Prof. Dalmo de Figueiredo Arraes Junior https://www.facebook.com/dalmojr?fref=ts Atos administrativos: 1. Conceito: Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ato administrativo é a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico de direito público e sujeita ao controle pelo Poder Público. O que está contido nesse conceito? - Manifestação de vontade; - Praticada pela Administração Pública ou por quem lhe faça às vezes; - Sob o regime de direito público -> Com prerrogativas em relação ao particular; - Submissão ao controle judicial. 2 - Atos da administração X Fatos da administração Vamos entender a diferença? Fato administrativo -> são atos praticados pela Administração desprovidos de manifestação de vontade cuja natureza é meramente executória. Ex. Demolição de uma casa, construção de uma parede na administração, realização de um serviço etc. Atos da Administração ->são atos praticados pelo Poder Público sob o amparo do direito privado. Neste caso, a Administração é tratada igualitariamente com o particular. É o caso, por exemplo, da permuta, compra e venda, locação, doação etc. 3 -Atributos São nada mais nada menos que as características dos Atos. E quais são elas? Vamos memorizar? P- Presunção de legitimidade e veracidade dos atos administrativos; A- Autoexecutoriedade; T- Tipicidade; I - Imperatividade. Saber mais Direito https://www.facebook.com/sabemaisdireito Prof. Dalmo de Figueiredo Arraes Junior https://www.facebook.com/dalmojr?fref=ts 3. a) Presunção de legitimidade e veracidade dos atos administrativos: Atos administrativos são presumidos verdadeiros e legais até que se prove o contrário. Assim, a Administração não tem o ônus de provar que seus atos são legais e a situação que gerou a necessidade de sua prática realmente existiu, cabendo ao destinatário do ato o encargo de provar que o agente administrativo agiu de forma ilegítima. Este atributo está presente em todos os atos administrativos. 3. b) Autoexecutoriedade Autoexecutoriedade é quando os atos podem ser executados pela própria Administração Pública diretamente, independentemente de autorização dos outros poderes. A característica da autoexecutoriedade, segundo doutrina majoritária, não está presente em todos os atos administrativos, mas somente: b.1 Quando a lei estabelecer. Ex. Contratos administrativos (retenção da caução quando houver prejuízo na prestação do serviço pelo particular). b.2 Em casos de urgência. Ex. Demolição de um prédio que coloca em risco a vida das pessoas. 3. c) Tipicidade Segundo a Professora Maria Silvia, a tipicidade “é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Temos como fundamento desse atributo a “segurança jurídica”, representando uma garantia para o administrador. O presente atributo é uma verdadeira garantia ao particular que impede a Administração de agir absolutamente de forma discricionária. Para tanto, o administrador somente pode exercer sua atividade nos termos estabelecidos na lei. Somente está presente nos atos unilaterais. Não existe tipicidade em atos bilaterais, já que não há imposição de vontade da Administração perante a outra parte. É o caso dos contratos, onde a sua realização depende de aceitação da parte contrária. Saber mais Direito https://www.facebook.com/sabemaisdireito Prof. Dalmo de Figueiredo Arraes Junior https://www.facebook.com/dalmojr?fref=ts 3. d) Imperatividade Os atos administrativos são impostos a todos independentemente da vontade do destinatário. Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, rigorosamente, imperatividade traduz a possibilidade de a administração pública, unilateralmente, criar obrigações para os administrados, ou impor- lhe restrições. Este atributo decorre do poder extroverso do Estado, cuja principal característica é de impor seus atos independentemente da concordância do particular. Basta que o ato exista no mundo jurídico para que produza imperatividade. No entanto, o atributo somente está presente nos atos que impõem ao particular obrigação (comandos administrativos). Há imperatividade, portanto, nos atos de apreensão de alimentos, interdição de estabelecimento etc. 4. Requisitos ou elementos dos Atos Administrativos Como base na Lei que veio para regular a ação popular – Lei 4.717/65 – costuma apontar cinco requisitos ou elementos dos atos: 1 - Sujeito competente ou Competência; 2 - Forma; 3 - Finalidade; 4 - Motivo; 5 - Objeto ou conteúdo. Macete para decorar: Saber mais Direito https://www.facebook.com/sabemaisdireito Prof. Dalmo de Figueiredo Arraes Junior https://www.facebook.com/dalmojr?fref=ts - Ou se preferir: COMFF A) Competência B) Objeto C) Motivo D) Forma E) Finalidade O ato que desobedecer a um desses requisitos será, em regra, um ato nulo (caso os vícios sejam nos elementos competência ou forma, dependendo do vício, o ato poderá ser apenas anulável, isto é, poderá ser convalidado). A) Sujeito competente ou Competência: É o poder que decorrente da lei conferido ao agente administrativo (agente público) para o desempenho regular de suas atribuições. Somente a lei pode determinar a competência dos agentes na exata medida necessária para alcançar os fins desejados. É um elemento sempre vinculado. Celso Antonio Bandeira de Mello enumera as principais características do elemento: Exercício obrigatório para órgãos e agentes públicos; Intransferível. Vale lembrar que a delegação permitida pela lei não transfere a competência, mas sim a execução temporária do ato. Saber mais Direito https://www.facebook.com/sabemaisdireito Prof. Dalmo de Figueiredo Arraes Junior https://www.facebook.com/dalmojr?fref=ts Imodificável pela vontade do agente; Imprescritível, já que o não exercício da competência não gera a sua extinção. A Lei 9784/99 permite a delegação e a avocação dos atos administrativos. Contudo, em face do primeiro, a lei menciona: Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. b) Finalidade A finalidade, segundo os ensinamentos de Di Pietro, é o resultado que a Administração deve alcançar com a prática do ato. É aquilo que se pretende com o ato administrativo. De acordo com o princípio da finalidade, a Administração Pública deve buscar sempre o interesse público e, em uma análise mais restrita, a finalidade determinada pela lei. Dica - A finalidade sempre será um elemento vinculado. Nunca , eu disse NUNCA, será o agente público que determina a finalidade a ser perseguida em sua atuação, sempre a lei. O que acontece se houver vício nesse elemento? O vício no elemento finalidade gera o desvio de finalidade e consequentemente abuso de poder que pode ser entendida como uma modalidade deste. Teremos aqui um vício insanável, com a obrigatoriedade ANULAÇÃO do ato. É denominado pela doutrina como DESVIO DE PODER. c) Forma Devemos entender tal elemento como o modo de exteriorização do ATO. O ato deve respeitar a forma exigida para a sua prática. Todo ato administrativo é, via de regra, um ato formal, e a forma e a forma será quasesempre escrita – quando for praticado em processo administrativo federal, a forma sempre será escrita. Saber mais Direito https://www.facebook.com/sabemaisdireito Prof. Dalmo de Figueiredo Arraes Junior https://www.facebook.com/dalmojr?fref=ts Podemos encontrar atos não escritos, como por exemplo: apitos, semáforos de trânsito, etc... A forma dos atos administrativos, segundo a doutrina tradicional, é classificada como uma característica vinculada do ato, mas isso hoje é controverso. A regra na Administração Pública é que todos os atos são formais, diferentemente do direito privado que se aplica a liberdade das formas. d)Motivo No que consiste o motivo? Nada mais é do que a causa imediata do ato. É aquela situação real que determina ou autoriza a prática de determinado ato. Podemos dizer da seguinte forma: é a subsunção entre uma situação fática e uma hipótese legal (fato gerador real + fato gerador legal). Não confundir motivo e motivação. Esta, por sua vez, é a demonstração dos motivos, ou seja, é a justificativa por escrito de que os pressupostos de fato realmente existiram. O motivo pode ser discricionário ou vinculado. Segundo Edimur Ferreira de Faria: o motivo deve estar previsto na lei explícita ou implicitamente. Se explícito, à autoridade não compete escolha; deve praticar o ato de acordo com o motivo, sempre que a hipótese se verificar. Não estando o motivo evidenciado na lei, cabe ao agente, no exercício da faculdade discricionária, escolher ou indicar o motivo, devidamente justificado. e)Objeto Objeto nada mais é do que o conteúdo material do ato. A administração manifesta sua vontade através do conteúdo do o objeto do ato administrativo, isto é, o objeto do ato é a alteração no mundo jurídico que certo ato provoca, ou seja, é o efeito jurídico imediato. São as inovações trazidas pelo ato na vida de seu destinatário. Exemplos: O ato de exoneração gera o objeto de exoneração; Saber mais Direito https://www.facebook.com/sabemaisdireito Prof. Dalmo de Figueiredo Arraes Junior https://www.facebook.com/dalmojr?fref=ts Ato -> Aplicação de multa gera o Objeto -> efetivar uma punição. Dica - É um elemento vinculado e discricionário. A doutrina em geral afirma que: 1- nos atos vinculados, motivo e objetos são vinculados; 2 – nos atos discricionários, motivos e objetos são discricionários. 5. Ato discricionário X Ato Vinculado 5.1- Ato discricionário Ensina-nos Celso Antonio Bandeira de Mello que atos discricionários são "os que a Administração pratica com certa margem de liberdade de avaliação ou decisão segundo critérios de conveniência e oportunidade formulados por ela mesma, ainda que adstrita à lei reguladora da expedição deles". Fonte: Mello, Celso Bandeira de, Curso de Direito Administrativo, p. 267. Segundo Hely Lopes Meirelles ato discricionário é aquele praticado com liberdade de escolha de seu conteúdo, do seu destinatário, tendo em vista a conveniência, a oportunidade e a forma de sua realização. 5.2 Ato Vinculado De maneira bem simples, os atos vinculados são aqueles que são executados em conformidade às delimitações previamente delineadas pela norma jurídica, ou seja, cujo objeto foi prévia e objetivamente tipificado de maneira a permitir um único comportamento possível em face de uma situação. Podemos tomar como exemplo a contratação para cargos públicos: o administrador só poderá fazê-lo mediante concurso público de provas ou de provas e títulos. Vê-se que a conduta do administrador foi para uma determinada situação (preenchimento de cargo público), previamente pautada(antevista) pelo legislador.
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