Buscar

SUSPENÇÃO CONDICIONAL DA PENA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Continue navegando


Prévia do material em texto

SUSPENÇÃO CONDICIONAL DA PENA
SURSIS
Trata-se de um instituto de política criminal, tendo por fim a suspenção da execução da pena privativa de liberdade evitando um recolhimento ao cárcere do condenado não reincidente, cuja pena não é superior a dois anos, sob determinadas condições, fixadas pelo juiz, bem como dentro de um período pré-definido. Para configurar o instituto da suspensão condicional da pena, é a sua visualização como medida de política criminal para evitar o encarceramento inútil do condenado com possibilidade de reeducação por outra forma de cumprimento da sanção penal. 
Não nos cabe dizer que o sursis seja uma pena, pois as penas estão claramente enumeradas no artigo 32 do código penal e a suspenção é medida destinada justamente a evitar a aplicação de uma delas, todas privativas de liberdade. Mas também não podemos sustentar que seja o sursis, apenas um benefício, pois este traz sempre condições obrigatórias, consistentes em medidas restritivas de liberdade do réu. Daí por que é mais indicado trata-lo como medida alternativa de cumprimento da pena privativa de liberdade, não deixando de ser um benefício, nem tampouco uma reprimenda.
Muito se confunde quando se fala de sursis, pois existe o sursis do código penal e do sursis da Lei 9.099. Devemos ter muito cuidado com essa diferença, por que uma coisa é o sursis da pena, e outra totalmente diferente é o sursis do processo. O sursis da pena está prescrito no artigo 77, do código penal, e muitas das vezes se confunde com o sursis processual da Lei 9.099/95, em seu artigo 89, que é a lei do Juizado Especial Criminal, o JECRIM. O artigo 89 diz que se a pena mínima do crime não é superior a um ano, e presente os requisitos do artigo 77, o processo poderá ficar suspenso de dois a quatro anos desde que o réu cumpra algumas condições. Ao final desse período o juiz extingue a punibilidade do réu, sem qualquer decisão de mérito, nem condenando, nem absolvendo, extinguindo a punibilidade, assim o réu ficará com antecedentes. Então o promotor oferece a denuncia, e na denuncia ele já propõe o sursis do processo. Se o réu aceita, o processo fica pendurado de dois a quatro anos, aos final do processo, se o réu cumpriu as condições é extinta a punibilidade, e é arquivo.
O sursis do artigo 77, o sursis propriamente dito, que é o sursis da pena. Neste caso é uma suspenção condicional da pena, onde o réu já foi condenado, a sentença já foi transitada em julgado, já houve a condenação definitiva, diferente do artigo 89, que foi dito acima, onde o réu tem a denuncia oferecida, onde não haverá nem instrução, quanto mais condenação, agora no artigo 77, temos uma condenação definitiva. 
Devemos observar os requisitos objetivos do sursis da pena, ou a suspensão condicional da pena, o primeiro deles é a qualidade da pena, onde trabalhamos sempre com penas privativas de liberdade. Além desta, a segunda condição que temos que analisar é a quantidade de pena privativa de liberdade, que não seja superior a dois anos, existe uma exceção a pena privativa de liberdade não superior a quatro anos no sursis etário, onde o condenado é maior de setenta anos, e no sursis humanitário, onde o condenado tem problemas de saúde grave. O terceiro requisito é o sursis especial, na reparação do dano, salvo se o réu conseguir demonstrar a impossibilidade de fazê-lo, ou repará-lo.
Ademais, devemos observar os requisitos subjetivos do sursis da pena, o primeiro deles é que o réu não seja reincidente em crime doloso, salvo na condenação anterior foi aplicado somente pena de multa. O segundo é o juízo de suficiência, que é a culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente, bem como motivos de circunstâncias do crime autorizam a concessão do benefício. E por último, não ser indicado ou cabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito. Neste último se cabe a pena alternativa, não cabe então o sursis, pois ela prejudica a concessão do sursis, ela prefere ao sursis. Se cabe substituir a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos não cabe o sursis, porque é mais benéfico pro réu a pena alternativa do que o sursis, então neste caso temos uma preferência, quase que uma prejudicial, se cabe a substituição não cabe o sursis.
Existem quatro tipos de sursis, são eles o sursis simples, que é o quando no primeiro ano o condenado presta serviços a comunidade ou submeter-se a limitação de final de semana, ou seja, neste caso ele tem que cumprir penas alternativas no primeiro ano do período de prova. O segundo tipo de sursis é o especial, onde o condenado não precisa prestar serviços a comunidade, ou submeter-se a limitação de final de semana. O terceiro é o sursis etário, onde o condenado é maior de setenta anos. Por último é o sursis humanitário, quando as condições de saúde do condenado justificam a suspensão.
Contudo devemos observar de tudo que foi dito acima, pressupõe uma condenação definitiva, que é bem diferente do sursis do processo quando o Ministério Público denuncia, e propõe a suspensão do processo, não há instrução, não há condenação, já no sursis da pena há condenação definitiva, há uma pena privativa de liberdade que não é superior a dois anos, salvo no sursis etário e no sursis humanitário, quando á uma pena privativa de liberdade não superior a quatro anos.
Concluímos então que o sursis não deve ser extinto, permanecendo como uma alternativa viável aos crimes violentos, cujas penas não ultrapassem quatro anos impondo-se um período de vigilância, acompanhado de medidas restritivas de direitos. A vantagem da suspensão condicional da pena em lugar das denominadas penas alternativas é que, havendo descumprimento das condições ou o cometimento de outra infração durante o período de prova, pode o juiz revogar o benefício, fazendo com que o condenado cumpra integralmente a pena privativa de liberdade. No caso das penas privativas de direitos, caso haja algum tipo de descumprimento, e reversão em penas privativas de liberdade dar-se-á somente levando em conta o restante da pena ainda não cumprida. Logo, o sursis é mais rigoroso.