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Aula 3 unidade 2.pdf 103 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos da terceira aula da unidade 2: Provocar o aprendizado através da interpretação dos enunciados dos exercícios; Provocar o aprendizado através da resolução de exercícios propostos; Promover, mais uma vez, a troca de papéis entre o educador e o educando, com os seguintes objetivos: 1º - Comprovar que a docência é uma das maneiras mais eficaz de aprender; 2º - Valorizar a atuação do educador, já que o educando irá conviver com todas as dificuldades de elaborar e transmitir um certo conteúdo; Mostrar que ao pensar por si só em relação a um dado tema, criação dos exercícios inéditos, além de enriquecer os conhecimentos é outra maneira eficaz de aprender; Avaliar os conhecimentos, a evolução do aprendizado e a desenvoltura das equipes. A avaliação da sétima tarefa será dividida em duas partes: 1ª - Com relação ao cumprimento da tarefa com clareza. 2ª - Com relação a ter acertado os exercícios. Para que a avaliação seja coerente em todas as turmas, preencheremos a seguinte ficha de avaliação: 104 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Nome da equipe apresentadora: ................................................................................. A equipe foi desinibida na realização da tarefa? Sim - atribua nota 1,0 (um) Não - atribua nota 0 (zero) Nota: ................................... O exercício inédito apresentado, foi realmente inédito, ou foi simples troca de números de algum exercício conhecido? Foi inédito - atribua nota 1,0 (um) Não foi inédito - atribua nota 0 (zero) Nota: ................................. A apresentação se restringiu a resolver os exercícios, ou foi mais além, explicando o conteúdo envolvido nos exercícios? Foi mais além - atribua nota 1,0 (um) Só ficou na resolução dos exercícios - atribua nota 0 (zero) Nota: ................................ O exercício resolvido da unidade 2 foi exclusivo e resolvido corretamente? Sim - atribua nota 3,5 (três e meio) Não, mas foi resolvido corretamente - atribua nota 3,5 / n (n = número de vezes que foi repetido) Não foi resolvido corretamente - atribua nota 0 (zero). Justifique. O exercício elaborado foi realmente inédito e resolvido corretamente? 105 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Sim - atribua nota 3,5 (três e meio) Sim, mas não foi resolvido corretamente - atribua nota 0,5 (meio). Justifique. Não foi inédito - atribua nota 0 (zero). Nota: .............................. Nota final: ................................................. Quando sonhei, fui logo criando. Quando acordei, fui logo realizando. Raimundo Ferreira Ignácio Aula 4 unidade 2.pdf 106 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos da quarta aula da unidade 2: Mostrar alguns exemplos práticos, onde se utilizam os conceitos de escalas de pressão; Introduzir o conceito de escala absoluta; Introduzir o conceito de escala relativa ou efetiva; Provocar a reflexão do aluno com relação às limitações do uso do piezômetro; Construir o diagrama comparativo entre escalas; Propor uma nova tarefa. Antes de entrar no próximo item da unidade 2, gostaria de relatar alguns momentos de minha vida profissional, nos quais deparei-me com o conceito que iremos estudar. 1. Atuando na área comercial de bombas a vácuo e representando uma multinacional francesa, em diversas ocasiões atendendo clientes, antes de solucionar os problemas, era submetido a uma espécie de avaliação oral, onde perdi a conta das vezes que tive de responder perguntas como estas: P1- Nesta máquina, atuamos com vacuômetros, a pressão que o mesmo está registrando está em que escala de pressão? P2- Neste processo, necessitamos escolher uma bomba de vácuo, que irá propiciar uma depressão de -350 mmHg. A propósito esta depressão está em que escala? P3- Nossa fábrica está situado ao nível do mar. Efetuando uma análise do processo concluímos a necessidade de uma depressão de 15,2 psi. Isto será viável? 2. Atuando na área de saneamento, no estudo do fenômeno de cavitação, tinha que determinar, tanto a pressão barométrica como a pressão de vapor. Quantas e quantas vezes, tive que responder: 107 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos P4- A pressão barométrica (ou pressão atmosférica), que é lida pelo barômetro, está em que escala? P5- A pressão de vapor, que representa a pressão que a uma dada temperatura observa-se à vaporização do líquido, que é geralmente determinada em manuais de termodinâmica, está em que escala de pressão? Observação: Cavitação em instalações hidráulicas, representa o fenômeno de vaporização do fluido na própria temperatura de escoamento, devido à existência de uma pressão muito baixa. P6- Ao ler uma carga de pressão através de um piezômetro, qual a escala que este aparelho medidor de pressão opera? Observação: Piezômetro é um simples tubo de vidro graduado, que é aberto nas extremidades. P7- Estando em um local, onde a pressão barométrica é 8,9 mca, qual a máxima altura teórica de sucção? Observação: mca = metro de coluna de água = 1000 kgf / m3 . O próximo item estudado, permitirá responder a todas estas perguntas. 2.5 Escalas de pressão Para o estudo básico de Mecânica dos Fluidos, tanto a escala absoluta como a escala efetiva ou relativa, são igualmente importantes. 2.5.1 Escala absoluta É a escala de pressão que adota como zero o vácuo absoluto, o que justifica a afirmação que nesta escala só existe pressões positivas, teoricamente poderíamos ter a pressão igual a zero, que representaria a pressão do vácuo absoluto. Esta é realmente a única escala física de pressão e para diferenciá-la usaremos o símbolo “abs”. O aparelho mais comum que efetua leituras de pressões absolutas é o barômetro, utilizado na determinação da pressão atmosférica local, também denominada de pressão barométrica. 108 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos O barômetro foi idealizado por Torricelli (figura 2.14), que definiu a pressão atmosférica padrão como sendo a pressão determinada ao nível do mar (mar Atlântico - altitude igual a zero), a uma temperatura aproximadamente igual a 15ºC e para o ar com uma massa específica aproximadamente igual a 1,226 kg/m3 . Para as condições descritas, considerando o mercúrio como fluido manométrico (γHg=13592,105 kgf/m3), onde se desprezou a sua pressão de vapor, obteve-se a carga de pressão de 760 mmHg. Observação: Nos problemas, geralmente adota-se: γHg =13600 kgf/m3 , o que resultaria uma pressão atmosférica padrão, ao nível do mar, igual a 10336 kgf/m2 . Figura 2. 14 Evocando o teorema de Stevin, podemos escrever que: pA = pB = pC + γHg . h, onde pC foi considerado igual a zero (vácuo absoluto). Como pA = patm , temos: patm = γHg . h Equação 2. 6 Na determinação da pressão atmosférica padrão, temos: patm = 13592,105 . 0,76 = 10330 kgf/m2 Observação: É comum na Engenharia, também trabalharmos com a pressão atmosférica técnica, que é igual a 10000 kgf/m2 . 2.5.2 Escala Efetiva ou Relativa É a escala de pressão que adota como zero a pressão atmosférica local, o que justifica a afirmação que nesta escala existe: pressões negativas (depressões ou vácuos técnicos), nulas e positivas. 109 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Devemos salientar que a menor depressão possível é -patm , que para a escala absoluta, corresponderia ao vácuo absoluto. Os aparelhos mais utilizados para a determinação da pressão efetiva são: o piezômetro e o manômetro metálico. Neste item, estaremos falando do piezômetro, que é simplesmente um tubo de vidro graduado aberto em suas extremidades. Através do piezômetro, efetuamos leituras de cargas de pressão (coluna do fluido = h), como mostra a figura 2.15. Figura 2. 15 A coluna h registrada no piezômetro da figura 2.14 é denominada de carga de pressão. Ela representa a relação entre a pressão da seção (1) e o peso específico do fluido. h = p Equação 2. 7 γ Na prática, a partir da carga de pressão lida no piezômetro, determina-se a pressão média da seção, onde o mesmo foi instalado. Na Escola da Vida a prática da reflexão é uma rotina. Colocando em prática a certeza anterior, gostaria que cada equipe refletisse sobre as limitações de uso de um piezômetro. Apesar das suas limitações, o conceito de carga de pressão que introduzimos em seu estudo será básico para o estudo dos escoamentos fluidos, como mostraremos em unidades posteriores. 110 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.6 Diagrama comparativo entre escalas de pressão Através deste diagrama, objetivamos mostrar a relação entre as escalas de pressão e demonstrar que a menor depressão possível é -patm local. O diagrama encontra-se representado pela figura 2.16. Figura 2. 16 2.8 Manômetro metálico tipo Bourdon Este aparelho é usado em diversas aplicações da Engenharia, o que justifica a sua abordagem nesta unidade. Mencionamos alguns exemplos: calibragem de pneus em postos de gasolina, “garrafas de oxigênio” em hospitais, etc. ... Demonstramos seu princípio de funcionamento através da figura 2.17. Figura 2. 17 A pressão medida (pm) pelo manômetro metálico tipo Bourdon é também denominada de pressão manométrica e indica a diferença entre a pressão interna e a pressão externa. pm = pint - pext Equação 2. 8 111 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Na maioria das aplicações a pressão externa é a pressão barométrica, o que implica dizer que a pressão medida é a pressão interna do fluido na escala efetiva. A figura 2.18 mostra esta situação. Figura 2. 18 Observação: Na prática considera-se a pressão manométrica como sinônimo de pressão efetiva. Podem existir situações especiais onde a pressão manométrica representa a diferença entre duas pressões efetivas, a figura 2.19 exemplifica esta situação. Figura 2. 19 Tarefa proposta: Para a próxima aula: • esclarecer as questões mencionadas na página 106 e 107; • apresentar as limitações do uso de um piezômetro; • explicar a resolução de dois dos exercícios propostos. 112 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Certeza Não sou simplista nem tão pouco preciso crescer preciso é reviver o ato de nascer deixando de olhar o nascente na busca de algo sepultado no poente. Raimundo Ferreira Ignácio Aerostatica - unidade 2.pdf 113 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos da Aerostática - unidade 2: Reescrever a equação de Clapeyron, viabilizando sua utilização em sistemas abertos; Mostrar a variação da massa molecular do ar em função da altitude; Estabelecer a restrição para o estudo proposto da aerostática; Reescrever o teorema de Stevin, com o objetivo de obter sua equação diferencial; Definir o que se considera por aerostática; Mostrar como se determina a aceleração da gravidade local; Mostrar a variação da temperatura do ar em função da altitude, quando o mesmo é considerado em repouso; Determinar as equações básicas da aerostática; Propor a nova tarefa. 2.8 Aerostática Neste item estudamos as leis dos gases em repouso. A restrição para o estudo apresentado é que os gases abordados, serão considerados gases perfeitos, ou seja, aqueles que além de obedecerem a equação de estado apresentam, tanto o calor específico a pressão constante (cp) como o calor específico a volume constante (cv), inalterados ao longo do processo considerado. 114 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.8.1 Equação de estado de um gás perfeito A equação utilizada em nossos estudos é oriunda da equação de Clapeyron, que está representada pela equação 2.9. p . V = n . R . T Equação 2. 9 onde: • p → pressão absoluta do gás; • V → volume do gás; • n → número de moles do gás; • R → constante universal dos gases → R = 8316 K kg J ; • T → temperatura do gás na escala absoluta, que é também denominada de temperatura termodinâmica. A equação de Clapeyron (equação 2.9) não é adequada para sistemas abertos, já que não seria possível estabelecer o seu volume e nem a sua massa. Como a aerostática é um exemplo típico de sistema aberto, há a necessidade de reescrever a equação 2.9, possibilitando a sua utilização neste tipo de sistema. Neste intuito, evocamos o conceito de número de moles: n = m Equação 2. 10 M onde: • m → massa do gás; • M → massa molecular do gás. Observação: Para os gases perfeitos, geralmente a massa molecular (M) permanece constante. O gráfico 2.1 procura mostrar a variação da massa molecular do ar em função da altitude. 115 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Gráfico 2. 1 Limitando nosso estudo a uma altitude de 100 km, podemos considerar a massa molecular constante. Da equação 2.9 e 2.10, obtemos a equação de estado (equação 2.11) utilizada na Mecânica dos Fluidos: p . 1 = Rρ g . T Equação 2. 11 onde: • ρ → massa específica do gás = m V • Rg → constante do gás = RM Observação: Define-se volume específico como sendo o inverso da massa específica. 116 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.8.2 Teorema de Stevin Evoquemos a equação 2.5: p1 - p2 = γ . h . Considerando: p1 como a pressão em um ponto de cota h e p2 como a pressão de referência, reescrevemos a equação anterior: pcota h = preferência + γ . h Equação 2. 12 Da equação 2.12, concluímos que a pressão de um fluido aumenta com a profundidade, portanto ao considerar o eixo z como o eixo da altitude, onde z = 0 no nível do mar, podemos afirmar que a pressão diminui com a altitude, como mostra a equação 2.13. pcota h = preferência - γ . z Equação 2. 13 Adotando-se a preferência com constante e desprezando-se a variação do peso específico em um dz, ao diferenciar a equação 2.13, resulta: dp = - γ . dz = - ρ . g . dz Equação 2. 14 A equação 2.14 permitirá iniciar o estudo da aerostática, já que a mesma estuda a variação da pressão do ar, considerado em repouso, em função da altitude (z), onde seu peso específico será obtido através da equação de estado. 2.8.3 Estudo da variação da pressão atmosférica em função da altitude (z) Sabendo que o ar atmosférico, pode ser considerado como gás perfeito até pressões iguais a 3 atm. e considerando a pressão de referência ao nível do mar igual a 1 atm., podemos afirmar que em nosso estudo da aerostática o ar será sempre considerado como gás perfeito. A equação fundamental (equação 2.15) da aerostática é originada das equações 2.11 e 2.14. dp p g R T dz ar = − × × Equação 2. 15 117 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Recordando que o nosso estudo está restrito a z = 100 km, podemos afirmar que o Rar é constante e aproximadamente igual a 287 m s K 2 2 . . Resta verificar a variação, tanto da aceleração da gravidade (g) como da temperatura, em função da altitude (z). Estudo da variação da aceleração da gravidade com a altitude. Evocando o conceito de campo de gravidade da Terra e o estabelecido por Somigliana e Silva em 1930 em Stolcomo, temos acesso a fórmula internacional da gravidade: gϕ = 978,049 . (1 + 0,005288 . sen2 ϕ - 0,0000059 . sen2 2ϕ) Equação 2. 16 onde: • gϕ → é a aceleração da gravidade em função da latitude (ϕ) ao nível do mar; • 978,049 → é o valor de referência da aceleração da gravidade em cm / s2 considerado na linha do Equador; • ϕ → latitude. Determinada a aceleração em função da latitude ao nível do mar, recorre-se a balança de Jolly para obter a variação da intensidade do campo da gravidade em relação a altitude, como mostra a equação 2.17: gZ = gϕ . (1 - 0,000000309 . z) Equação 2. 17 Observação: Em nosso estudo optamos em trabalhar com a aceleração normal média, que é igual a 9,81 m / s2 e considerada constante. Com esta consideração e respeitando a restrição de z = 100 km, mostramos através do gráfico 2.2 a variação da temperatura (T) em função da altitude. 118 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Gráfico 2. 2 Através do gráfico 2.2, observamos que temos basicamente dois tipos de variações: 1ª - a temperatura varia linearmente com z, portanto: T = Tref. + k . (z - zref. ); 2ª - a temperatura permanece constante (processo isotérmico). Considerando as variações lineares e diferenciando a sua função, temos: dT = k . dz ∴ dz = dT k Equação 2. 18 Da equação 2.18 na equação 2.15, obtemos a equação geral para o estudo da variação da pressão atmosférica em função da altitude nas regiões onde a temperatura varia linearmente com a altitude (equação 2.19). dp p g R k dT Tar = − ⋅ ⋅ Equação 2. 19 119 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Observação: A grandeza k da equação 2.19 representa o coeficiente angular da reta que representa a variação da temperatura em função da altitude, coeficiente este que muda de região para região. Integrando-se a equação 2.19 de pref. à pz e Tref. à Tz , resulta: p p T k (z - z Tz ref. ref. ref. ref. -g R kar= ⋅ + ⋅ ⋅) Equação 2. 20 No intuito de exemplificar a equação 2.20, consideramos a região de altitude maior que zero e menor e igual a 10668m, onde temos: • pref. = 1 atm = 760 mm Hg = 10330 kgf/m2 = 10,33 mca = 14,7 psi = ...; • Tref. = 288 K; • zref. = 0; resulta: k ≅ - 0,0065 K m pz = 1 288 Equação 2. 21 - 0,0065z g 0,0065.Rar⋅ 288 onde a pressão é obtida em atm. Nas regiões (gráfico 2.2) onde o processo é isotérmico, utilizamos diretamente a equação 2.15. Integrando a equação 2.15 de pref. à pz e zref. à z, resulta: p = p ez ref. -g . (z-z R T ref. ar ref.⋅ ⋅ ) Equação 2. 22 No intuito de exemplificar a equação 2.22, consideramos a região de altitude maior que 10668 m e menor e igual a 20000m, onde temos: 120 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos • pref. = p10668 , que é calculada através da equação 2.21; • Tref. = T10668 ; • zref. = 10668 m. p p ez 10668 -g . (z -10668) R Tar 10668= ⋅ ⋅ Equação 2. 23 Tarefa: Para a próxima aula preparar um seminário, no qual irá: • explicar tanto o conceito de processo isobárico, como de processo isocórico (ou isométrico); • explicar tanto o conceito do calor específico à pressão constante, como a volume constante; • explicar porque não se utiliza a equação de Clapeyron no estudo da aerostática; • mencionar porque se diferencia uma dada equação (usar para esta explanação as equações: 2.13 e 2.14); • mostrar que J kg . K m s K 2 2= . ; • mostrar como se determina o peso específico do ar a uma altitude z; • explicar que está correto considerar o ar como gás perfeito no estudo da aerostática; • efetuar a leitura adequada da equação 2.15; • especificar as variáveis que influenciam na determinação da aceleração da gravidade local; • dar o conceito de latitude; • mostrar o cálculo, tanto da pressão como da temperatura, para a altitude de 10668 m; • justificar através dos conceitos abordados na aerostática, que é correto considerar a pressão do gás constante em aparelhos de instrumentações; 121 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos • mostrar como podemos adaptar um barômetro em altímetro; • explicar a resolução de um dos exercícios propostos. Através da Reeducação, eliminam-se velhos paradigmas: Quando eu era menino tinha um cachorro e uma a beleza de passarinho mas o tempo passou daqui a pouco eu morro e é só tristeza no meu caminho. Raimundo Ferreira Ignácio superf�cie plana submersa - unidade 2.pdf 122 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos do estudo de superfície plana submersa - unidade 2: Mencionar em que situações têm-se uma distribuição uniforme de pressões em uma superfície plana submersa; Mostrar as maneiras de calcular o módulo da força resultante da distribuição uniforme das pressões em uma superfície plana submersa; Demonstrar que o módulo da força resultante de uma distribuição não uniforme de pressões em uma superfície plana submersa é igual ao produto da pressão que age no centro de gravidade da superfície pela área da mesma que está em contato com o fluido; Determinar o ponto de aplicação da força resultante em superfícies planas submersas; Apresentar tabelado, tanto a ordenada do centro de gravidade como o momento de inércia, para figuras planas comumente usadas em aplicações da Engenharia; Apresentar as equações dimensionais das grandezas estudadas nesta unidade; Mencionar as principais unidades de pressão; Dar as relações entre unidades de pressão, que são comumente utilizadas na Engenharia; 123 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos do estudo de superfície plana submersa - unidade 2 (cont.): Relatar algumas considerações sobre fluidos manométricos utilizados em manômetros de coluna de líquido. 2.9 Forças em superfícies planas submersas Geralmente os cursos básicos de Mecânica dos Fluidos são ministrados em paralelo aos cursos de Mecânica Geral e de Resistência dos Materiais, ambos responsáveis pelos estudos de conceitos básicos que são pré-requisitos para o estudo das forças em superfícies planas submersas. Por este motivo, não iremos esgotar o assunto, mas apenas introduzi-lo abordando os conceitos básicos, que serão pré-requisitos para alguma disciplina futura, como Hidráulica, Máquinas Hidráulica, ... 2.9.1 Cálculo do módulo da força resultante em superfícies planas submersas As forças que atuam em uma superfície plana submersa são originadas pelas pressões dos pontos fluidos em contato com a superfície plana submersa, e estas pressões podem apresentar dois tipos de distribuição ao longo da superfície: 1ª - As pressões apresentam uma distribuição uniforme ao longo da superfície. Esta situação ocorre para os seguintes casos: • para líquidos: a superfície encontra-se em um plano horizontal; • para gases: a superfície encontra-se em uma posição qualquer, desde que o seu comprimento na vertical seja inferior a 100 m. Evocando a equação 2.2, podemos afirmar que nesta situação a força resultante será igual ao produto da pressão pela área da superfície em contato com o fluido: F p . AR = Equação 2. 24 124 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos A equação 2.24 pode ser facilmente demonstrada, evocando que o módulo da força resultante é igual ao volume do diagrama de pressão. Consideramos a situação representada pela figura 2.20. Figura 2. 20 pressão uniformement e distribuída. superfície plana submersa. A figura 2.21 representa o volume formado pelo diagrama de pressão, onde A é a área da superfície plana submersa em contato com o fluido e V é o volume do diagrama de pressão. Figura 2. 11 p A | FR | =V= p . A 2ª - As pressões não são uniformemente distribuídas nas superfícies planas submersas Esta segunda situação representa o que geralmente ocorre em comportas planas, caracterizando um exemplo típico da Engenharia Civil. 125 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Para estudá-la, consideramos a situação descrita pela figura 2.22, onde a única restrição é existir uma superfície livre, ou seja, o líquido está em contato com o ar atmosférico. Na figura 2.22 a superfície plana submersa encontra-se no eixo 0y e foi projetada no plano x0y, onde: • A = área da superfície plana submersa; • θ = ângulo qualquer; • CG = centro de gravidade da figura. Superfície livre Figura 2. 22 Pela hipótese do contínuo, consideramos um ponto fluido apresentando dimensões elementares, portanto podemos considerar o dA como sendo um ponto fluido, o que corresponde que no mesmo atua a pressão: p = patm + γ . h. Trabalhando na escala efetiva, temos: p = γ . h. Analisaremos apenas um dos lados da superfície, o que equivale a considerar fluido somente a sua direita. A pressão p agindo em dA origina uma força, cujo módulo é: dFN = p . dA, onde dFN é normal a superfície plana submersa, cujo módulo também pode ser calculado da seguinte maneira: dFN = γ . h . dA. 126 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Através da figura 2.22, podemos escrever que: senθ = h y , portanto: dFN = γ . y . senθ . dA. Para calcular o módulo da força resultante, integramos: | FR | = γ . senθ . . y . dA A∫ Evocando o cálculo da ordenada do centro de gravidade, temos: yCG = 1 A y.dA A∫ , portanto: | FR | = γ . senθ . yCG . A. Através da figura 2.22, podemos escrever que: yCG . senθ = hCG , que dá origem a expressão utilizada para o cálculo do módulo da força resultante em superfícies planas submersas: | FR | = γ . hCG . A = pCG . A Equação 2. 15 Conclusão: O módulo da força resultante em superfícies planas, submersas em um fluido de superfície livre, será igual ao produto da pressão que atua no centro de gravidade (CG) da figura pela área em contato com o fluido. 2.9.2 Determinação do ponto de aplicação da força resultante em superfícies planas submersas O ponto de aplicação da força resultante em superfícies planas submersas é denominado de centro de pressões e só coincide com o centro de gravidade, quando temos uma distribuição uniforme das pressões na superfície considerada. A medida que a superfície plana se afasta da superfície livre, menor será a distância entre o centro de pressões (cp) e o centro de gravidade (CG). Calculemos o momento originado pela força dFN em relação ao eixo 0x da figura 2.22: dM = dFN . y = γ . y2 . senθ . dA Equação 2. 26 Integrando a equação 2.26, resulta: FR . ycp = γ . senθ . , y dA2 A .∫ onde representa o momento de inércia da área A em relação ao eixo 0x (I y dA2 A .∫ 0 ), portanto: y sen .I sen .y A I y Ac p O CG O CG = =γ θγ θ . . . . Equação 2. 27 127 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Evocando o teorema de translação de eixos devido a Steiner, onde se considera o eixo passando pelo CG da superfície de área A , podemos escrever que: IO = IC G + y2 CG . A, portanto: ycp = yCG + I Equação 2. 28 y A CG CG . Observações: 1ª - Determinar o cp equivale a determinar o CG do diagrama de pressões. 2ª- Os principais valores para ICG =IG e yG são mostrados pela tabela 2.1, onde devemos observar que nem sempre yG é igual a yCG . Ao meu redor o que vejo assusta-me fome, miséria, opressão inexistência de vida. Em meu interior a certeza de poder criar um mundo melhor. Raimundo Ferreira Ignácio 128 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Tabela 2.1 129 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Tabela 2.1 (cont.) 130 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Tabela 2.1 (cont.) 131 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Tabela 2.1 (cont.) 132 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.10 Equações dimensionais • p → pressão → p = F.L-2 • h → carga pressão → h = L • I → momento de inércia → I = L4 2.11 Principais unidades de pressão Mostramos além das unidades de pressão as unidades de carga de pressão, que são comumente utilizadas para definir pressão: • SI → p = N m Pa (Pascal)2 = • MK* S → p = kgf m2 • Sistema Inglês → p = psi = lbf pol 2 • Unidades usuais → p = atm. (atmosfera) → p = at (atmosfera técnica) → h = mmHg (milímetro de mercúrio) → h = mca (metro de coluna d’água) → h = inHg (polegada de mercúrio) → p = ba (bária) → p = torr (Torricelli) → p = bar 133 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.12 Relações entre unidades de pressão Unidades Símbolo Relação com N / m2 Pascal Pa 1 - kgf / m2 9,81 - psi 6893,69 atmosfera atm. 101337,3 atmosfera técnica at 98100 - bar 105 bária ba 10-1 Torricelli torr 133,3 milímetro de mercúrio mmHg 133,3 polegada de mercúrio inHg 3386,8 metro de coluna d’água mca 9810 2.13 Algumas considerações sobre o fluido manométrico, usado em manômetros de coluna de líquidos O fluido manométrico utilizado em manômetros de coluna de líquidos deve apresentar duas características básicas: • não ser miscível ao fluido que contém o ponto que se deseja determinar a pressão; • ter peso específico superior à do fluido que contém o ponto que se deseja determinar a pressão. O valor do peso específico é fundamental para a precisão do aparelho utilizado, já que estabelece a relação entre a faixa de medição da escala de graduação e o tamanho do manômetro. Outros fatores que devem ser observados na escolha do fluido manométrico são: • temperatura de utilização; • viscosidade; • pressão de vapor. Somente sendo observados os fatores mencionados anteriormente, poderemos ter aparelhos com precisão aceitável para as aplicações da Engenharia. Aula 2 unidade 2.pdf 96 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos da segunda aula da unidade 2: Realizar tarefas que visam facilitar o comprometimento com o aprendizado e a participação efetiva dos alunos; Estudar o teorema de Stevin; Introduzir a equação manométrica; Propor nova tarefa. Na Escola da Vida, não se pesca para os Alunos, através dela, orienta-se a ter uma pescaria eficiente. Desejando colocar em prática esta certeza, estabeleço uma nova tarefa, que deve ser elaborada e apresentada nesta aula. Seu título: "Ainda, utiliza-se o teorema de Stevin em muitas aplicações da Engenharia.” As equipes devem se reunir por 25 minutos. Baseadas no texto, que descreve o item 2.3 (páginas: 99 a 100 desta unidade), devem responder as perguntas apresentadas a seguir. P1 - Qual a ordem de grandeza do erro cometido na medida de pressão em manômetros de colunas de líquidos? P2 - Você seria capaz de citar outros exemplos, sem ser aqueles mencionados nesta unidade, onde se utilizam manômetros de colunas de líquidos? P3 - Você seria capaz de dar o conceito de um volume de controle (VC)? P4 - Na introdução do enunciado do teorema de Stevin, considerou-se a base do cilindro como um ponto fluido. Você concorda com esta consideração? Justifique. P5 - Na figura 2.9, considerou-se os pontos (1) e (2) respectivamente a profundidade h1 e h2 em relação a superfície livre. Podemos afirmar que: p1 = γ . h1 e p2 = γ . h2 ? Justifique. P6 - Como o fluido considerado para a introdução do enunciado do teorema de Stevin, está em repouso, poderíamos ter a somatória das forças em relação a algum de seus eixos diferente de zero? 97 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos P7 - Considerando-se o cilindro fluido representado pela figura 2.9, onde conhecemos os seus peso específico e altura, como podemos determinar o seu peso? P8 - Você seria capaz de explicar, porque não foi considerado o empuxo no cilindro fluido representado pela figura 2.9? 2.3 Teorema de Stevin O teorema de Stevin será a base para o estudo dos manômetros de colunas de líquido. Estes aparelhos são de construção simples e de baixo custo, além destas vantagens praticamente não exigem manutenção, nem calibragem especial e permitem medições com grande precisão (erro máximo na ordem de 1%). São várias as aplicações práticas deste tipo de aparelho, citamos algumas delas: . medidores de vazão: . medidores de velocidades; . controle de nível de reservatórios. Para introduzir o enunciado do teorema de Stevin, consideramos um recipiente que contém um fluido contínuo, incompressível, em repouso e que apresenta um peso específico conhecido e igual a γ (figura 2.8). Figura 2. 8 Consideramos um volume de controle no formato de um cilindro com a base apresentando uma área elementar dA, como mostra a figura 2.9. 98 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Figura 2. 9 Considera-se, tanto a base superior como a base inferior do cilindro sendo representadas por pontos fluidos, respectivamente pontos (1) e (2), onde atuam respectivamente as pressões p1 e p2 . Pela condição do fluido estar em repouso, podemos afirmar que o cilindro também o está, e isto permite concluir que: ∑ = 0Fcilindror Considerando o eixo z, que passa pelos centros de gravidades das bases do cilindro, como mostra a figura 2.10, podemos escrever que: Figura 2. 10 Fz → =∑ 0 p1 . dA + γ . dA . h = p2 . dA ∴ p1 = p2 - γ . h Equação 2. 4 99 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos A equação 2.4 pode se rescrita da seguinte forma: p1 - p2 = γ . h Equação 2. 5 A equação 2.5 dá origem ao enunciado do teorema de Stevin, que pode ser assim descrito: “A diferença de pressão entre dois pontos fluidos, pertencentes a um fluido contínuo, incompressível e em repouso é igual ao produto do seu peso específico pela diferença de cotas entre os pontos.” Considerando que o recipiente representado pela figura 2.11, encerra um fluido contínuo, incompressível, em repouso, que PH é um plano horizontal traçado no meio fluido e que p4 - p1 = γ . h = p4 - p2 = p4 - p3 , podemos obter as seguintes conclusões: 1ª - Ao traçarmos um plano horizontal em um meio fluido contínuo, incompressível e em repouso, todos os seus pontos estarão submetidos a mesma pressão. 2ª - A pressão em um ponto fluido pertencente a um fluido contínuo, incompressível e em repouso não depende do formato do recipiente que o contém, isto desde que o mesmo não seja capilar. 3ª - A diferença de pressão obtida entre dois pontos pertencentes a um fluido contínuo, incompressível e em repouso, não depende da distância entre os pontos, depende somente da diferença de cotas entre os pontos e de seu peso específico. Figura 2. 11 Observação: Ao considerar um gás confinado em um recipiente pequeno, pelo fato do γgás ser muito menor que o γlíquido , podemos considerar que a sua pressão é praticamente constante. ∆pgás = γgás . h ≅ 0 ∴pgás = constante 100 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.4 Equação manométrica Esta é a equação que aplicada nos manômetros de coluna de líquidos, resulta em uma diferença de pressão entre dois pontos fluidos, ou na pressão de um ponto fluido. Ela é válida quando o sistema considerado estiver em repouso. Considerando o sistema representado pela figura 2.12, aplicamos a equação manométrica para a determinação da diferença de pressão p1 - p2 . Figura 2. 12 A equação manométrica pode ser obtida de duas maneiras distintas: 1ª-Nomeando-se as superfícies de separação dos fluidos e aplicando-se o teorema de Stevin. Nesta situação, tem-se: pA - p1 = ∴ p1y×γ A = p1 + 1y×γ PB - pA = ∴ ph×γ B = pA + h×γ ∴pB = p1 + + 1y×γ h×γ 101 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos PB = pC = p1 + + Equação A 1y×γ h×γ pC - pD = ∴ h×mγ pD = pC - = ph×mγ 1 + + - 1y×γ h×γ h×mγ pD - p2 = Equação B 1y×γ Das equações A e B, obtém-se: p2 = pD - = p1y×γ 1 + + - - 1y×γ h×γ h×mγ 1y×γ p1 - p2 = ( )γγ −× mh 2ª - Através de uma regra prática, onde se adota um dos dois pontos fluidos como referência e escreve-se a pressão que age no mesmo, a esta pressão somam-se as colunas descendentes (+γh) e subtraem-se as colunas ascendentes (-γh), igualando-se a expressão assim obtida a pressão que atua no outro ponto fluido (aquele não escolhido como referência). Para a figura 2.12, adotando-se o ponto fluido 1 como referência e “caminhando-se” para o ponto 2, como mostra a figura 2.13, sempre na horizontal e vertical, obtém-se: Figura 2. 13 102 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos p1 + + + - - - = p1y×γ h×γ 2y×γ 2y×γ h×mγ 1y×γ 2 ∴ p1 - p2 = ( )γγ −× mh Uma escolha, tanto pode nos levar ao sucesso como ao fracasso, portanto devemos refletir para fazê-la. Tarefa proposta: Para a próxima aula, todas as equipes devem preparar dois exercícios, um escolhido entre os propostos na unidade 2 e o outro inédito, ou seja criado pela própria equipe. A vida não se define. Vive-se. E para bem vivê-la, precisamos de compreensão, tranqüilidade e amor. Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve... Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite... Pegue uma lágrima e ponha no rosto de quem jamais chorou... Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar... Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la... Pegue a esperança e viva na sua luz... Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar... Descubra o amor e faça-o conhecer o mundo... (Gandhi) Aula 1 unidade 2.pdf Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Unidade 2 Raimundo Ferreira Ignácio 88 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Unidade 2 - Estática dos Fluidos Objetivos - 1. Evocar o conceito de pressão 2. Demonstrar através da hipótese do contínuo, que a pressão é uma grandeza escalar 3. Mostrar a ampliação, ou a redução, de uma força através de um meio fluido 4. Mencionar os conceitos necessários para a utilização dos manômetros de coluna de líquidos 5. Mencionar as escalas de pressão 6. Introduzir o estudo da aerostática 7. Mostrar o princípio de funcionamento dos manômetros metálicos tipo Bourdon 8. Mencionar os conceitos básicos para o estudo das forças em superfícies planas submersas Sumário - 2.1 Conceito de pressão 2.2 Lei de Pascal 2.3 Teorema de Stevin 2.4 Equação manométrica 2.5 Escalas de pressão 2.6 Diagrama comparativo entre escalas de pressão 2.7 Manômetro metálico tipo Bourdon 2.8 Aerostática 2.9 Forças em superfícies planas submersas 2.10 Equações dimensionais 2.11 Principais unidades de pressão 2.12 Relações entre unidades de pressão 2.13 Algumas considerações sobre o fluido manométrico, usado em manômetros de coluna de líquido 2.14 Exercícios 2.15 Experiência proposta 89 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos da primeira aula da unidade 2: Evocar o conceito de pressão; Mencionar o conceito de fluido como meio contínuo; Realizar uma nova tarefa em sala de aula, que tem como objetivos: fixar a hipótese central da unidade 2 e estabelecer as condições para a validade da equação: FN = p . A; Demonstrar que a pressão é uma grandeza escalar; Descrever a lei de Pascal; Mencionar alguns exemplos práticos de aplicação da lei de Pascal; Propor tarefa visando facilitar o aprendizado. 2.1 Conceito de pressão - (p) Para evocarmos este conceito, consideramos uma força normal elementar d agindo em um elemento de área dA, como mostra a figura 2.1. NF → Figura 2.1 Define-se pressão como sendo a relação entre o módulo de d e a área dA: NF → 90 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos dA Fd = p N → Equação 2. 1 Observação: Ao considerar o fluido como meio contínuo, garante-se que na sua menor porção existirá matéria. Esta consideração, permite afirmar que um ponto fluido será sempre representado por uma área elementar e em conseqüência define-se a pressão para o mesmo como sendo: p = γ . h, onde h é a profundidade do ponto fluido em relação a sua superfície livre, que é a superfície que o separa do ar atmosférico. A expressão: p = γ . h é válida quando se considera patm = 0. Pelo exposto anteriormente, podemos afirmar que um fluido em contato com uma superfície sólida, originará na mesma uma força normal cuja intensidade pode ser calculada pela equação 2.2. FN = ∫ p . dA Equação 2. 2 Tarefa: A equipe deve se reunir por 20 minutos, para esclarecer os seguintes pontos: 1º - O título da unidade 2, por si só, representa a hipótese central desta unidade, hipótese esta que é condição para validade de tudo o que for apresentado na mesma. Qual a hipótese central da unidade 2? 2º - Afirmou-se, que a pressão de um ponto fluido pode ser calculada pela equação: p = γ .h. Considerando o conceito de fluido como meio contínuo e a equação 2.1, como você demonstraria que p = γ .h? 3º - A partir da equação 2.2, dê a(s) condição(ões) para transformá-la na equação 2.3: FN = p . A Equação 2. 3 4º - Você seria capaz de mencionar algum exemplo prático, no qual aplica-se a equação 2.3? Lembre-se que uma das maneiras eficientes de aprendizado é quando temos que explicar algo a alguém!!! 91 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.2 Lei de Pascal A figura 2.2, representa um recipiente que contém um fluido contínuo, incompressível e em repouso, do qual considera-se um ponto A. Figura 2. 2 Pela hipótese do contínuo, sabemos que o ponto A apresenta dimensões elementares e pode ser representado por qualquer forma geométrica. Escolhemos a forma representada pela figura 2.3. Figura 2. 3 onde: α → é um ângulo qualquer e S → é uma direção qualquer. Pelo fato do fluido estar em repouso, podemos afirmar que o ponto A também o está, portanto: Fx →∑ = 0 Fy →∑ = 0 Fz →∑ = 0 O ponto A , sendo um ponto fluido pertencente a um fluido contínuo, não estando no vácuo absoluto (ausência total de matéria) e assumindo a configuração representada pela figura 2.3, está submetido as seguintes pressões: 92 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos • na direção x → px • na direção y → py • na direção z → pz • na direção S → pS Evocando a equação 2.3, podemos escrever que: FNx = px . dy . dz FNy = py . 2 .dydx FNz = pz . dx . dy FNS = pS . dy . dS Pela condição do ponto fluido A estar em repouso e considerando a direção x, podemos escrever que: ∑ →xF = 0 e FNx = FNS A condição, do ponto fluido A estar em repouso, é representada pela figura 2.4. Figura 2. 4 Considerando o triângulo (1), podemos escrever que: dz = dS . sen α Já o triângulo (2), origina: 93 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos FNSx = FNS . sen α Portanto: px . dy . dz = pS . dy . dS . sen α px . dy . dz = pS . dy . dz px = pS Outro objetivo da Escola da vida: criar o hábito de ler e interpretar. Lendo a equação anterior: a pressão na direção x é igual à pressão em uma direção qualquer. Conclusões: 1ª - A pressão em torno de um ponto fluido, pertencente a um fluido contínuo, incompressível e em repouso é igual em qualquer direção. 2ª - Como a pressão não depende da direção, podemos afirmar que ela é uma grandeza escalar Por outro lado, ao considerarmos um fluido confinado e a este aplicarmos uma pressão, esta será transmitida integralmente a todos os seus pontos. (Figura 2.5) Figura 2. 5 Isto que acabamos de estudar é óbvio. Gostaria de lembrar que nem sempre o óbvio resiste ao tempo. O que acabamos de ver vem resistindo desde 1620. 94 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos As conclusões: (1) e (2) e a situação descrita pela figura 2.5 foram constatada por Blase Pascal em 1620, dando origem a lei de Pascal, cujo enunciado pode ser descrito da seguinte forma: “A pressão em torno de um ponto fluido contínuo, incompressível e em repouso é igual em todas as direções, e ao aplicar-se uma pressão em um de seus pontos, esta será transmitida integralmente a todos os demais pontos.” Apesar da lei de Pascal ter sido enunciada em 1620, foi neste século que ela passou a ser usada industrialmente, principalmente em sistemas hidráulicos. Os sistemas hidráulicos conseguem eliminar mecanismos complicados como: cames (excêntricos), engrenagens, alavancas, etc. ... O fluido hidráulico não está sujeito a quebras tais como as peças mecânicas. Os fluidos, aqueles mais usados em sistemas hidráulicos, são geralmente a base de petróleo. Recentemente fluidos sintéticos, fluidos com alta resistência ao fogo, invadiram o campo hidráulico. Os fluidos hidráulicos são considerados praticamente incompressíveis, e possuem uma grande vantagem na transmissão de força, isto quando comparados com outros sistemas mecânicos, como demonstra a lei de Pascal. Quando um golpe é desferido na extremidade de uma barra de metal, a sua direção não será alterada, a não ser através do uso de engrenagens e outros mecanismos complexos. Já em um fluido hidráulico, a força é transmitida não só diretamente através dele a outra extremidade, mas também em todas as direções do fluido. (Figura 2.6) Figura 2. 6 95 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos As vantagens descritas anteriormente para os fluidos hidráulicos levaram as indústrias, atualmente, a empregar uma grande variedade de máquinas que utilizam o princípio de transmitir força através de um meio fluido. A figura 2.7 mostra alguns destes exemplos, tais como: macaco hidráulico, prensa hidráulica, elevador hidráulico e sistema de freios hidráulico. Figura 2. 7 Tarefa proposta: Elaborar um seminário com o título: Princípio de transmitir força, ampliando-a ou reduzindo-a, através de um meio fluido. As grandes conquistas exigem: otimismo e dedicação e a vontade de vencer abre novos horizontes. Raimundo Ferreira Ignácio Exercicios 26 a 35.pdf 142 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.26 O esquema abaixo mostra a utilização de dois manômetros metálicos, tipo Bourdon, respectivamente (A) e (B). Sabendo-se que o manômetro metálico (A) registra uma pressão igual a 0,9 kgf/cm² e o (B) uma pressão igual a 1,4 kgf/cm², determine a pressão absoluta do gás (1). Dados: Patm = 9 m.c.a.; para as dimensões do esquema, podemos considerar Pgás 1 = constante e Pgás 2 = constante. 2.14.1.27 O esquema abaixo representa um trecho de uma instalação hidráulica. Qual a pressão estática média na seção (2) no S.I.? Dados: γH2O = 104 N / m3 ; pm1 = 8,56 mca; h= 0,2 m e γR = 5,0. 2.14.1.28 O cilindro e o conduto da figura abaixo são preenchidos completamente por óleo de peso específico relativo igual a 0,9. Calcule o peso total ( pistão + G) sabendo-se que a leitura do manômetro metálico é 2,2 × 10 kgf/m² . 4 Dados: D Kgf mp O= =1 80 10 3, / m ; H2 3 γ Desprezar os atritos entre pistão e cilindro. 143 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.29 Para o esquema abaixo, pede-se: a) a altura h; b) o peso G, considerando o peso do êmbolo desprezível; c) a pressão do gás B. Dados: kgf / m ; kgf / m p - 1000 kgf / m ; A = 50 cm óleo 3 H2 4 3 m 2 2 γ γ= = = 750 10O 2.14.1.30 Determinar a pressão P1 em kgf/m² , sabendo-se que o manômetro metálico da figura está lendo uma pressão pm = 0,03 kgf/cm² , e a relação de áreas dos pistões A1/A2 = 2. Dados: . o sistema está em equilíbrio; . kgf / móleo 3γ = 800 ; a = 10 cm ; b = 5 cm 144 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.31 Calcular a pressão do ar na escala absoluta e a leitura do manômetro metálico da figura, ambas em mca. Dados: γ γ γ óleo 3 H2 4 3 atm Hg 3 N / m ; N / m p mmHg ; kgf / m = = = = 8000 10 700 13600 O 2.14.1.32 Se considerarmos duas superfícies planas submersas como mostram as figuras abaixo, esboce o diagrama de pressões nas mesmas, considerando somente um dos lados. 2.14.1.33 Sabendo-se que o dispositivo esquematizado a seguir encontra-se em equilíbrio, pede-se: 145 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos a) a pressão do ar3 em mca; b) a pressão do ar2 em N/m²; c) o peso do êmbolo Ge em kgf. São dados: γ γ γ r H2 4 3 ar Hg 3 ; N / m p mca ; kgf / m kgf 10 N = = = = ≅ 8 10 17 13600 1 O 2.14.1.34 Um tubo em U está ligado a duas tubulações nas quais circulam fluidos de diferentes pesos específicos como mostra o esquema a seguir. Sabendo que na tubulação '' A '' circula gasolina de peso específico relativo igual a 0,735 e na tubulação '' B '' óleo diesel de peso específico relativo igual a 0,852 e onde pB é igual a 12,7 m. c. óleo. Pede-se: a) a pressão na tubulação '' A'' na escala efetiva; b) a pressão na tubulação '' A '' na escala absoluta, sabendo-se que a instalação encontra-se em um local de altitude igual a 8250 m. 146 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.35 Calcule a diferença de pressão pA - pB na situação descrita pela figura abaixo. Dados: γ γ γ γa H O rN m= = = ′ = 10 ; ; 4 / ,3 2 0 8 1 05r , Exercicios resolvidos.pdf 152 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.3 Exercícios resolvidos 2.14.3.1 Pede-se o módulo da força que deve ser aplicada na haste do pistão esquematizado abaixo, para que o mesmo permaneça em equilíbrio. Dê o seu valor nos sistemas SI e CGS. Solução: -0,03.sen30.γH2O pgás 1 patm + 0,065 . γH2O patm + 0,065 . γH2O - 0,03.sen30.γH2O = Pgás 1 Considerando escala efetiva, temos: 0 + 0,065 . 103 - 0,03. 0,5 . 103 = Pgás 1 153 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Pgás 1 = 50 kgf / m2 F2 Ah = 4 cm2 Ap = 10 cm2 F1 F = ? F1 = Pgás 1 . Ap = 50 . 10-3 kgf F2 = par comp. . (Ap - Ah) = 10000 . (10-3 - 4.10-4) = 6 kgf Condição de equilíbrio: F1 = F2 + F ∴ F = - 5,95 kgf O sinal negativo indica que o sentido real é contrário ao adotado. Como 1kgf = 9,8 N e 1N = 105 dina, temos: SI → F = 58,31 N CGS → F = 58,31 . 105 dina 2.14.3.2 O dispositivo esquematizado a seguir foi elaborado para ampliação de uma força. Na situação representada pela figura, ao aplicar-se uma força F = 20 N, sustenta-se um peso Ge = 100 N. Dados: γ γr H O= =0 85 98102, ; N / m ; d = 5 cm ; De = 25 cm3 a) Equacione o problema e comprove o valor da força F; b) Desejando-se reduzir a intensidade da força F a metade, apresentou-se duas alternativas: 1°) duplicar a área do pistão (Ap) 2°) reduzir a área da haste à metade (Ah/2) Mantendo-se os demais dados, analise as duas alternativas e de seu parecer sobre elas; 154 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos c) Adicionando-se um peso G = 20 N sobre Ge e eliminando-se por alguns instantes a força F observou-se que o êmbolo desceu z = 1 cm, alterando a cota de 0,5 m, antes de aplicarmos uma nova força F = 14,32 N que restabeleceu o equilíbrio. Equacione, mostre as alterações das cotas e comprove o valor da força F. d) Se ao invés do pistão ter descido, houvesse subido z = 1 cm, afirma-se que teríamos um aumento da força F. Comprove esta afirmação, calculando o valor da força F para a nova situação de equilíbrio. Considere Gtotal = Ge + G = 120 N Observação: Considera-se Ah = 32,22 cm² na solução, tanto no item c como do item d.. Solução: a) p1 - p2 = γ × h par comp. - pe = γ γ × h r H× 2O O par comp. = γ γ × h + r H× 2 GA e e pelo conceito clássico de pressão => p e pela estática dos fluidos => ∑ ∴ F Fn A = ∴ × Fn = p A Fcorpo = 0 1 = F2 + F, onde: F1 = par comp. × Ap 155 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos F2 = par comp. × (Ap - Ah) par comp. × Ap = par comp. × (Ap - Ah) + F F = par comp. × Ah Par comp. = γ γ h + r H× 2 O × GA e e = 0,85 × 9810 × 0,5 + 100 0 25 4 2π × , par comp. = 6.206,43 N/m² F = 6.206,43 × 32,22 × 10 => F = 20 N - 4 b) 1°) duplicar a área do pistão : Como a força F não depende de Ap (F = par comp. × Ah), somente a sua duplicação não acarreta nenhuma alteração. 2°) reduzir a área da haste à metade (Ah/2) do item a) F = par × Ah F = 6206,43 × 32,22 × 10 / 2 - 4 F = 10 N => o.k.! a proposição está correta. c) Ge’ = Ge + 20 N = 120 N ⇒ êmbolo desceu z = 1 cm ∴ irá alterar as demais cotas h’= h - z - z’= 0,5 - 0,01 - z’ z . π.D 2e 4 = z’. π. d 2 4 ∴ 0,01 . π.25 2 4 = z’. π.5 2 4 ∴ z’= 0,25m h’= 0,5 - 0,01 - 0,25 ∴ h’= 0,24 m 156 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos p’ar =γR . γH2O . h’+ 120 .0,252π 4 =0,85 . 9810 . 0,24 + 120 .0,252π 4 ∴ p’ar = 4445,86 N/m2 F’= par . Ah = 4445,86 . 32,22 . 10-4 ∴ F’= 14,32 N c.q.d. d) Ge = 120 N e o êmbolo subiu z = 1cm : h’= h + z + z’= 0,50 + 0,01 + z’ z . De2 = z’. d2 ∴ 0,01 . 252 = z’. 52 ∴ z’= 0,25 m ∴ h’= 0,76 m par = 120 0 252 4 π. , + 0,85 . 9810 . 0,76 ∴ par = 8781,88 N/m2 F = par . Ah = 8781,88 . 32,22 . 10-4 ∴ F = 28,30 N ∴ comprovado que houve aumento da força. 2.14.3.3 Considerando uma linha de ar comprimido instalada em um local de altitude de 3600 m e desejando determinar a variação de pressão entre duas seções de seu escoamento, instalou-se o manômetro diferencial esquematizado a seguir. 157 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos a) Na situação representada a variação de pressão obtida foi de 1,42 psi (psi=lbf/pol2). Equacione e comprove este valor. b) Se a linha de ar comprimido estivesse em um local de altitude igual a 13200 m, qual seria o valor da variação de pressão mencionada no item anterior. c) Considerando a existência de um barômetro no local descrito no item b), qual seria a sua leitura em mm Hg. Solução: a) pA - pB = γ . h = γR . γH2O . 2 . sen 30º = 1,0 . 1000 . 2 . 0,5 ∴ pA - pB = 1000 kgf/m2 10330 kgf/m2 ⇔ 14,7 psi ∴ x = 1,42 psi , o que implica dizer que a resposta está certa. 1000 kgf / m2 ⇔ x b) Como o que foi determinado é uma variação de pressão (pA - pB) não teríamos nenhuma variação do valor lido no item a). c) pz = 0,235 . e - -9,81 287.218 .( )13200 10668− ∴ pz = 0,158 atm. 760 mm Hg ⇔ 1 atm. ∴ x = 120,1 mm Hg x ⇔ 0,158 atm. 158 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.3.4 Deseja-se instalar um dispositivo que opera com uma pressão mínima de 7 mca na seção (2) do esquema abaixo. Para verificar se é viável ou não instalá- lo, pergunta-se: a) Qual a diferença de pressão p1 - p2 ? b) Qual o valor da pressão do gás A? c) Qual é a pressão p1 ? d) Qual a pressão p2 ? Dados: γH2O = 103 kgf/m3 e γR = 0,68027. Solução: a) p1 - 2,08 . γH2O + 1,47 . γH2O . γR + 0,61 . γH2O = p2 p1 - 2,08 . 1000 + 1,47 . 1000 . 0,68027 + 0,61 . 1000 = p2 p1 - p2 = 470 kgf/m2 b) Pgás A = F A = − 20 2010 4. Pgás A = 104 kgf/m2 c) p1 + 2. γH2O = Pgás A p1 + 2 . 1000 = 10000 p1 = 8000 kgf/m2 d) p1 - p2 = 470 159 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 8000 - p2 = 470 p2 = 7530 kgf/m2 = 7,53 mca ∴ pode ser instalado o dispositivo. 2.14.3.5 Sabendo-se que para o dispositivo esquematizado abaixo, os pistões encontram-se em repouso e não existe o escoamento d’água, pede-se: a) a força F1 que age na área frontal do pistão (1); b) a pressão na seção (2); c) a pressão do gás B; d) a pressão do gás A; e) a altura H. Dados: pm 1 = 30 mca; A1 = 10 cm2 ; pm 2 = 15 mca; A2 = 5 cm2 ; Ah = 2 cm2 e γH2O = 1000 kgf/m3. 160 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos a) F1 = p1 . A1 = pm 1 . A1 = 30 . 103 . 10 .10-4 ∴ F1 = 30 kgf b) Pgás C + γH2O . 5 - γH2O . 2 = p2 15 . 1000 + 1000 . 5 - 1000 . 2 = p2 ∴ p2 = 18000 kgf / m2 c) p2 - γH2O . h = Pgás B 18000 - 1000 . 11 = Pgás B ∴ Pgás B = 7000 kgf/m2 Como o sistema encontra-se em equilíbrio, podemos escrever que: F1 + FAh 2 = FB + FAh 1 FB = Pgás B . A2 = 7000 . 5.10-4 = 3,5 kgf ∴ 30 - Pgás A . (A1 - Ah) + Pgás A . (A2 - Ah) - 3,5 = 0 30 - Pgás A . 8.10-4 + Pgás A . 3.10-4 - 3,5 = 0 5.10-4 . Pgás A = 26,5 ∴ Pgás A = 53000 kgf/m2 Resposta dos exercicios da un 2.pdf 147 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.2 Respostas dos exercícios propostos 2.14.1.1 a) Fµ = 523,39 t b) p = 363.782,73 - 5440 t c) p = 343382,73 N/m² 2.14.1.2 F = 25.200 N 2.14.1.3 a) pF = 165.000 N/m² b) pF abs = 195.705,45 N/m² c) x = 13,99 m 2.14.1.4 L = 0,57 m 2.14.1.5 G ≅ 48 N 2.14.1.6 p = 15932,4 N/m² 2.14.1.7 ∆H = 3,5 cm² 2.14.1.8 G = 10,41 N 2.14.1.9 Sim, pois o vácuo absoluto seria correspondente a -99.000 N/m² 2.14.1.10 Seria a -9,2 mca 148 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.11 Sim, pois o vácuo corresponderia a -20,58 psi 2.14.1.12 Rar = 287 J/kg k 2.14.1.13 P atm. padrão = 101.336,27 N/m² 2.14.1.14 ρ = 2,293 kg/m³ 2.14.1.15 ρ 2 = 1,40 kg/m³ 2.14.1.16 p715 = 0,918 atm. ρ 715 = 1,144 kg/m³ 2.14.1.17 Z ≅ 3134 m 2.14.1.18 p = 0,235 atm. θ = 218,7 K ρ = 0.379 kg / m3 2.14.1.19 p = 101.336,27 . ( Rar g Z 0065,0) 288 0065,0288 − 2.14.1.20 p = 101.336,26 . ( 259,5) 288 0065,0288 Z− 149 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.21 Obtemos respostas praticamente iguais as obtidas nos exercícios 2.14.1.16 e 2.14.1.17. 2.14.1.22 p1500 = 0,119 atm. θ 1500 = 218,7 K ρ 1500 = 0,192 kg/m³ 2.14.1.23 a) Pgás = 2800 N/m² b) Pgás (abs) = 9805,42 kgf/m² 2.14.1.24 x = 0,8 m 2.14.1.25 a) Pgás = 0 b) Pgás (abs) = 9,5 mca 2.14.1.26 Pgás 1 (abs) = 32000 kgf/m² 2.14.1.27 p2 = 7,76 × 10 N/m² 4 2.14.1.28 G = 60105,6 kgf 2.14.1.29 a) h = 2 m b) G = 3,75 kgf c) pgás B = 1500 kgf/m² 150 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.30 par 1 = 380 kgf/m² 2.14.1.31 par = 3600 N/m² par (abs) = 96910 N/m² pm = 33.600 N/m² 2.14.1.32 a) b) 2.14.1.33 a) par 3 = 6,8 mca b) par 2 = 5,67 × 10 N/m² 4 c) Ge = 1,0 kgf 2.14.1.34 a) pA = 13020,51 kgf/m² b) pA (abs) = 16516,07 kgf/m² 2.14.1.35 pA - pB = 2550 N/m² Experiencia proposta.pdf 162 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.15 Experiência proposta O objetivo central desta experiência é propiciar o contato inicial com alguns dos mais comuns aparelhos medidores de pressão, tais como: • barômetro; • manômetro metálico tipo Bourdon; • manômetros diferenciais de coluna de líquido; • piezômetro. Através da experiência, além de visualizarmos o funcionamento dos mesmos, efetuaremos as suas respectivas leituras de pressão, ou da diferença de pressão por eles determinada. A tabela a seguir mostra, tanto as leituras que serão efetuadas, como os dados que são fornecidos: Aparelho: Leitura: Dados: Barômetro h= mm Hg γHg = 13600 kgf/m3 Manômetro metálico tipo Bourdon pm = - 1º Manômetro diferencial de coluna de líquido h= γHg = 13600 kgf/m3 γH2O=1000 kgf/m3 2º Manômetro diferencial de coluna de líquido h1 = h2 = γóleo = Piezômetro h = γH2O=1000 kgf/m3 Através desta experiência, deseja-se obter as respostas para as seguintes perguntas: P1 - O barômetro determina que tipo de pressão? Em qual escala de pressão? P2 - Conhecida à pressão atmosférica local (P1), como você estimaria a altitude de nosso laboratório? Justifique. P3 - A pressão lida no manômetro metálica (pressão manométrica) encontra-se em que escala de pressão? Justifique. P4 - O desnível h do 1º manômetro diferencial depende da vazão d’água (volume por unidade de tempo) que existe na tubulação? Comprove através de no mínimo mais duas leituras, obtidas para vazões diferentes da inicial. P5 - Quais os valores da diferença de pressões calculados através dos “h” obtidos com o 1º manômetro diferencial? 163 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos P6 - A diferença de pressão lida no 2º manômetro diferencial, depende da pressão do ar comprimido? Justifique calculando a diferença de pressão neste manômetro. P7 - Por que foi utilizado o ar comprimido neste ensaio? P8 - O piezômetro determina a pressão em que escala? Justifique calculando a pressão neste ensaio. P9 - Como você explicaria o funcionamento de cada um dos aparelhos medidores de pressão utilizados nesta experiência? P10 - Você seria capaz de especificar outras aplicações destes aparelhos? Dê exemplos. A resignação é o troféu conquistado por aqueles que vivem de suas derrotas. Raimundo Ferreira Ignácio Exercicios 1 a 2.pdf 134 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos da sétima aula da unidade 2: Resolver e propor exercícios. Propor a experiência ligada à unidade 2. 2.14 Exercícios 2.14.1 Exercícios propostos 2.14.1.1 A situação representada pela figura a seguir, esquematiza um elevador hidráulico utilizado para lubrificação de automóveis. O mesmo é constituído por um eixo de diâmetro igual a 35 cm e de altura de 450 cm, coaxial a um cilindro de diâmetro igual a 35,02 cm. O espaço anular entre o eixo e o cilindro é preenchido por um óleo lubrificante de viscosidade cinemática igual a 3,5 × m²/s e peso específico igual a 8.500 N/m³. Sabendo que o eixo desce com uma velocidade constante de 0,4 m/s e que o peso total do veículo e eixo é de 35.000 N, pede-se: 10 - 4 a) a Lei de variação da força de resistência viscosa, em função do tempo, no movimento descendente do eixo; b) a Lei de variação da pressão de acionamento do eixo, em função do tempo, imposta uniformemente distribuída na sua face inferior; c) a pressão de acionamento quando o eixo desceu 1,5 m. 135 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.2 Uma força de 350 N é aplicada na alavanca AB como mostra a figura. Sabendo que o ponto C é um ponto de articulação, determine a força r , que deve ser aplicada na haste do cilindro (1) para que o sistema permaneça em equilíbrio. F Observação: Considere o sistema em um plano horizontal e o fluido como contínuo, incompressível e em repouso. D 1 => diâmetro do cilindro (1) = 30 cm D 2 => diâmetro do cilindro (2) = 5 cm "A" Fluido 350 N 20 cm 1 F "C" 10 cm 2 "B" Exercicios 3 a 4.pdf 136 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.3 Sabendo-se que o esquema abaixo se encontra em equilíbrio em um local de altitude igual a 9.000 m, pede-se: a) a pressão no fundo do recipiente na escala efetiva (pF); b) a pressão p na escala absoluta; F c) a cota x. Dados: cm 79,79 =D ; 50N G ; 10 = ; /10 = 2 3 4 2 =rOH mN γγ 2.14.1.4 Um cilindro de ferro, desloca-se com velocidade de 0,1 m/s, dentro de um tubo, separado deste por meio de uma película de óleo de espessura e viscosidade dinâmica µ = . O óleo aplica sobre as faces do cilindro respectivamente as pressões: ε = 0 1, mm ×10 2 - 1 ( ) /N s m p1 = 20 N/cm² e p2 = 18 N/cm². Calcular o comprimento '' L '' do cilindro de ferro para que a velocidade dada seja constante. Dados: γ Ferro DC cm= =78 000 10. N / m3 e D Cil = Exercicios 5 a 8.pdf 137 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.5 Para o esquema abaixo, o pistão desce no interior do cilindro inclinado de 30º , arrastando consigo o conjunto formado por duas placas retangulares iguais, com dimensões e peso respectivamente; 0,5 × 2 m e 25,1 N, com velocidade de 150 m/min. Sabendo-se que o cilindro é completamente preenchido por óleo e que através de um dispositivo a pressão do mesmo é mantida constante. e igual a 0,2 N/cm², calcule o peso do pistão, desprezando a porcentagem de óleo que sai devido à diferença de diâmetros entre o pistão e cilindro. Dados: 34 Hr 2 25 - e N/m 10 ; 8,0 ; m/s 10 /10= ; cm 1,10D ; 00,10 2 === == O i g smcmD γγ υ 2.14.1.6 Um pistão de peso 100 N sobe com velocidade cte. de 2 m/s ao longo de um cilindro, suficientemente grande para que o pistão jamais saia do mesmo, sob a ação de uma certa pressão. O diâmetro do pistão é 10 cm e do cilindro é 10,01 cm. A folga anular entre o pistão e o cilindro é preenchida com um óleo lubrificante de viscosidade dinâmica µ . Sabendo-se que comprimento do pistão é 20 cm, qual a pressão a ser aplicada, imposta uniformemente distribuída em sua face inferior ? = 10 - 2 ( ) /N s m× 2 Observação: Desprezar a ação do ar atmosférico que atua na parte superior do pistão. 2.14.1.7 Dado o esquema abaixo, determinar o valor da área da haste (AH), supondo o sistema em equilíbrio. 138 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Observações:1) supor que a pressão do gás seja cte. e uniformemente distribuída na área A1; 2) supor o fluido contínuo, incompressível e em repouso. 3) supor o sistema em um plano horizontal (∆ ) h ≅ 0 Dados: F = 50 N; Gpistão=F1=120 N; A1 = 2×A2; p ; AN mgás = 10 4 / 2 1 = 10 cm² 2.14.1.8 O dispositivo esquematizado pelas figuras (1) e (2) funciona como um dinamômetro. A figura (1) representa a situação inicial de equilíbrio, onde o '' prato '' encontra-se vazio. A figura (2) representa uma nova situação de equilíbrio, onde foi colocado um peso G no ''prato''. Qual o peso no S.I. ? Observações: 1) Despreze o atrito entre o eixo e o cilindro. 2) Despreze a ação da pressão atmosférica. (patm = 0) Exercicios 9 a 25.pdf 139 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.9 Em um local onde a pressão atm. é lida pelo barômetro indicado pela figura abaixo, podemos ter uma depressão de - 91.200 N/m² ? Justifique. Dados: h = 900 mm; γH O N m2 310= 4 / 2.14.1.10 Em um local onde a pressão barométrica é 9,2 mca, qual o menor '' vácuo '' que poderia ser atingido ? Justifique. 2.14.1.11 Dizer se a afirmação abaixo é correta ou não, justificando. Em um local onde a pressão barométrica é igual a 1,4 atm., podemos ter um aparelho registrando uma pressão negativa de 15,3 psi. 2.14.1.12 Sabendo-se que a constante universal dos gases é 8316 J/kg K, e que a massa molecular do ar é 28,98 ; determine a constante do ar. (Rar) 2.14.1.13 Calcule a pressão atmosférica padrão no S.I., sabendo-se que a mesma é estabelecida para θ ρ ≅ =15 1 226 ar 3 e kg / mo , . Observação: Supor conhecida a constante. do ar (Rar) que é considerada válida até cerca de uma altitude de 100 Km. 2.14.1.14 Calcule a massa específica do ar para uma pressão de 2 atm. (abs) e uma temperatura de 35ºC. 2.14.1.15 Sabendo-se que o estado inicial de um gás perfeito é definido à 5,0 bar (abs) e 50 º C e que o mesmo após um processo isotérmico atinge uma pressão de 1,3 bar (abs), calcule a sua massa específica no estado final. Dado: R gás = × 287 N mkg k 140 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos 2.14.1.16 Sabendo-se que uma cidade encontra-se a uma altitude de 715 m em relação ao nível do mar ( z = 0 ), calcule a sua pressão atmosférica média e a sua massa específica média. Observação: Trabalhe com o valor da aceleração da gravidade médio (9,81 m/s²) 2.14.1.17 Sabendo-se que a pressão barométrica média do pico da Bandeira é 68850 N/m², estime a sua altitude em relação ao nível do mar. 2.14.1.18 Calcule a pressão atmosférica média, a temperatura absoluta média e a massa específica média para o ar a uma altitude de 10668 m em relação ao nível do mar. 2.14.1.19 Considerando o resultado da pressão atm. padrão, obtido no exercício 2.13, reescreva a expressão: arR287) 288 0,0065z - 288( 103300 ×= g p , se necessário, justificando. 2.14.1.20 Considerando-se que a aceleração da gravidade média adotada para o globo terrestre é 9,81 m/s² e que R é válida até uma altitude de 100 Km, reescreva a equação do exercício 2.19, fixando para seu expoente 3 casas decimais. ar = × 287 N mkg k 2.14.1.21 Com a expressão obtida no exercício 2.20, verifique os resultados dos exercícios 2.14.1.16 e 2.14.1.17. Comente-os. 2.14.1.22 Calcule a pressão atmosférica média, a temperatura absoluta média e a massa específica média para o ar a uma altitude de 15 km. 2.14.1.23 O esquema abaixo representa um reservatório que contém a mistura de um certo gás com água, onde se elaborou uma maneira prática para se calcular a pressão do gás. Pergunta-se: a) qual a pressão do gás no S.I. ? b) qual a pressão do gás na escala absoluta no MK*S ? 141 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Dados: patm = 700 mmHg; γH2O = 10000 N / m3; γóleo = 8000 N / m3 ; γHg = 13600 kgf / m3; 1 kg = 9,81 utm 2.14.1.24 As figuras (1) e(2) representam duas situações de equilíbrio, onde a figura (2) foi obtida após uma redução da pressão do gás. Pede-se determinar o comprimento x. Dados referentes à situação mostrada pela figura (2): Pgás = 89572 N/m² (abs); γ = 7840 N/m³; D = 16 mm; d = 4 mm; m γH O2 = 9800 N/m³; p 9,50 m.c.a. atmlocal = 2.14.1.25 Considerando a situação mostrada pela figura (1) do exercício anterior, pergunta-se: a) qual o valor inicial da pressão do gás na escala efetiva ? b) qual o valor inicial da pressão do gás na escala absoluta no MK*S ? Dado: 1 kgf = 9,80 N
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