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ATPS DIREITO PROCESSUAL PENAL

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FACULDADE ANHANGUERA DO RIO GRANDE/RS
CURSO DIREITO – 8º SEMESTRE
 TURMA: C
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
Prof.ª: CLAUDIA PEIXOTO
TEMPO RAZOÁVEL
CAROLINE REIS – RA 6660398012
RAFAEL DA SILVA FONSECA – RA 7070544129
LEANDRO PAVÃO DE OLIVEIRA – RA 7062542701
ELISMAR MEDINA – RA 7062542555
RIO GRANDE, 13 DE SETEMBRO DE 2016.
O réu foi denunciado em 7 de novembro de 1994 por violência presumida e ameaças graves constrangendo suas 3 filhas menores de 14 anos de idade ao praticar por vários anos ato libidinoso diverso da conjunção carnal no que se refere “esfregar o pênis na vagina entre as pernas das vítimas sem entretanto desvirginá-las”, o mesmo não compareceu a primeira audiência de interrogatório pelo qual foi decretado sua revelia, porém após o oferecimento de defesa prévia, o réu foi localizado e citado. Logo após seguiu-se o devido procedimento do processo penal. Levando o réu a ser condenado com a pena base de 7 anos de reclusão a qual foi aumentada em 21 meses. Em face da agravante prevista no art. 226 inciso II do CP, em dobro pela continuidade delitiva sendo a pena fixada em 17 anos e 6 meses de reclusão a ser cumprida em regime integralmente fechado. 
Entretanto a defesa interpôs apelação pugnando pela absolvição do condenado negando a autoria do crime e alegando insuficiência de provas. Ainda requerendo a redução de pena para o mínimo legal, a exclusão da aplicação do artigo previsto número 71 paragrafo único do CP e ainda pedindo a concessão da progressão de regime. Nesta instância foi emitido um parecer por um procurador de justiça que opinou pelo improvimento do recurso defensivo, defendendo que o panorama probatório foi adequadamente interpretado no julgado monocrático. Mantendo a conclusão condenatória, fundamentando sua decisão nos artigos 225 inciso II do CP, art. 224 “a” do CP. E ainda acrescentou que as narrativas das ofendidas, ao contrário do que diz a defesa, não eram contraditórias e sim harmoniosas entre si, também interpondo que a alegação de que a denúncia foi motivada por vingança de sua mulher não procede por que desconhecia os fatos, ademais é importante destacar que a palavra das vítimas merece inteira credibilidade, pois não demonstraram qualquer interesse em incriminar o réu, no caso seu próprio pai.
Ainda mesmo com vários anos do ocorrido relataram de forma coerente o abuso sexual ao qual foram submetidas pelo seu próprio genitor, sendo assim o réu é pai das vítimas e aproveitou-se da ascendência que possuía sobre elas para vencer a resistência e praticar os atentados violentos ao pudor. Nesse sentido é reiterado o procedimento da jurisprudência “atentado violento ao pudor – no atentado violento ao pudor, crime de natureza clandestina, pela dificuldade na obtenção de prova direta do atentado, dá-se grande relevância as declarações da vítima se forem harmônicas e encontrarem apoio nos altos.”(RT719/478). Assim comprovada autoria e materialidade e não havendo causa que isente o réu da pena, procede ação penal, acabando por ficar insustentável a alegação da defesa, sendo assim a condenação, era, pois, imperativa e vai confirmada, no entanto no apenamento vai alguns ajustes, pois o réu é primário e sem antecedentes, os traços de desajustes em sua personalidade foram afirmados a partir do delito cometido e não com suporte de avaliação científica, o que é equivocado, a culpabilidade situou-se dentro do ordinário, ainda ao dever de proteger a sexualidade das filhas é situação que se comunica com a majorante prevista no inciso II do art. 226 do CP, a ascendência sobre as ofendidas é outra situação que se comunica com a majorante admitida. 
As vítimas em nada contribuíram para os fatos. Sendo assim a pena base é dimensionada para 6 anos de reclusão, pois o longo e justificado tempo de tramitação do processo, somado ao fato do apelante não ter se envolvido, em outro episódio criminoso, ao juízo do desembargador, se exibe como circunstância relevante posterior ao delito configurando atenuante previsto no art. 66 do CP, o mesmo ainda ponderou 2 aspectos, um que a excessiva duração da demanda penal na espécie presente, por culpa exclusiva do aparelho judicial, viola direito fundamental do homem, o direito de ter um julgamento rápido previsto na declaração dos direitos do homem da virgínia, e essa situação deve ser valorada no momento da individualização da pena, e o segundo aspecto seria sobre o objetivo da pena, que o mesmo se refere a retribuição e a prevenção, podendo-se concluir que a finalidade preventiva foi atendida, pelo moroso tramitar da lide penal, não precisando falar em prevenção de novos delitos, sendo que durante o tramitar do processo o apelante não cometeu nenhum novo crime.
A redução pelo atenuante é de 1 ano, com registro de que a câmara de forma unânime, pelos argumento alinhados, pelo des. Amilton Bueno de Carvalho, em julgado dos TARGS 100/143, reiteradamente tem manifestado o entendimento que as circunstancias atenuantes sempre incidem sobre a pena base, ainda que para reduzi-la para ao quantitativo inferior ao mínimo legal. O acréscimo de ¼ em razão da majorante prevista no inciso II do art. 226 do CP “O réu é pai das vítimas” foi mantido e ainda em razão da admitida continuidade delitiva, a pena foi aumentada para 8 anos de reclusão tornando definitiva neste quantum, devendo ser cumprida no regime inicial semiaberto. Por que é o entendimento adotado pela corte maior, a partir do julgamento do HC 81288, em 17 de dezembro de 2001, ainda predomina nessa e em outras câmaras criminais, ainda existe orientação dada pela redação do art. 1º, incisos V e VI, da Lei n.º 8.072/90 (arts. 213 e 214 combinado com o art. 223, caput e parágrafo único), o estupro e o atentado violento ao pudor só são crimes hediondos quando a vítima conhece de lesão corporal grave ou morte, o que não é o caso dos autos. Com essas considerações foi dado provimento parcial ao apelo para reduzir a 8 anos de reclusão a pena imposta ao acusado, devendo-se cumprir o regime inicial semiaberto sendo mantido todas as demais cominações da decisão singular.
Ao analisarmos os pontos mais relevantes do julgado, com suas devidas fundamentações doutrinarias, e decisões baseadas nos artigos previstos em lei, chegamos a conclusão de que o réu teve seus direitos fundamentais brutalmente violados pelo sistema judiciário, concordando por fim com a decisão dos desembargadores na diminuição de sua pena, pois o mesmo sofreu por anos com um processo moroso que levou sem dúvidas a sua estigmatização, que ocorre quando a sociedade o condena antes mesmo de seu processo chegar ao fim, pois infelizmente a presunção de inocência funciona apenas na teoria, o que deve ter lhe causado grande angustia tanto do ponto de vista social como psicológico, pois o processo acaba por se tornar uma pena previa a sentença. O direito de defesa e o próprio contraditório também são afetados, pois a prolongação do processo causa dificuldades para a eficacia da resistência processual, e ainda gera complicações para o mesmo conseguir arcar com os custos dos honorários advocatícios, já que seus bens patrimoniais ficam indisponíveis, e além disso o mesmo fica impossibilitado de sair do país o que é outra violação gravíssima de seus direitos, não deixando de ser um constrangimento ilegal pois segundo o exposto no art. 5° XV da constituição federal, que diz que é dada a todo cidadão brasileiro a escolha de sair do país ou nele permanecer, o que só poderia ser restringido pela própria carta magna e não pelo sistema judiciário como vem ocorrendo.
 Ainda sendo relevante o fato de que a culpa é exclusiva do sistema judiciário nesse caso, e não do réu ou das vítimas pois os mesmos não acarretaram na demora do processo, não menosprezando ainda o fato de que o réu enquanto esperava a sentença de seu julgamento não cometeu nenhum outro crime demonstrando bom comportamento publico e privado que consta como objetivo na reabilitação criminal, instituto declaratório com previsão nos artigos 93 a 95 doCódigo Penal, sendo assim fica comprovado sua provável reintegração a sociedade, que é umas das intenções do cumprimento da pena imposta a seus condenados, mostrando a capacidade desse indivíduo de voltar a seu estado anterior ao crime. 
Diante de todo o exposto fica evidente todas as violações que o réu sofreu durante o percurso de seu processo e por tanto comprovado que o tempo razoável para mesmo foi ultrapassado, pois o estado tem que respeitar os princípios da celeridade e da duração do processo que devem ser aplicados com observação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, para assim assegurar que o processo não se estenda além do prazo razoável e tampouco venha a comprometer a plena defesa e o contraditório, princípios estes que foram desrespeitados e violados no percusso deste processo, terminando por violar não apenas os direitos fundamentais do réu, como outros diversos que constam aqui expostos, ao fim desta longa analise reflexiva e discutida por nosso grupo chegamos ao consenso de um posicionamento favorável a sentença, considerando a mesma justa.

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