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Protesto e Ação Cambial

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Direito Empresarial III
Aula 08 – Protesto. Ação Cambial
Conteúdo Programático desta aula
• Procedimento
• Ação Cambial
• Ação Direta.
• Ação Regressiva.
• Defesas das Ações Cambiais.
• Prescrição.
CONCEITO
• A ação cambial, no direito brasileiro, é uma ação executiva típica, que objetiva a
cobrança de título cambiário (cheque, nota promissória, letra de câmbio,
duplicata etc).
• O portador tem o direito de acionar todos os obrigados e coobrigados, sem estar
adstrito a observar a ordem em que eles se obrigaram.
• O portador pode eleger apenas um obrigado, ou então um coobrigado para
contra ele dirigir a ação, ou pode promovê-la contra todos, citando-os
solidariamente.
• O art. 47 da Lei Uniforme (“LUG”) dispõe sobre o conhecido princípio cambiário de
que “os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos
solidariamente responsáveis para com o portador.
• O portador tem o direito de acionar todas essas pessoas individualmente, sem
estar adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram”.
• Esse direito se transfere do portador a qualquer dos signatários quando tenha
pago a letra, assumindo este a posição de portador.
• Por outro lado, a lei deixa claro que “a ação intentada contra um dos coobrigados
não impede acionar os outros, mesmo os posteriores àquele que foi acionado em
primeiro lugar”.
OBJETO DA AÇÃO CAMBIÁRIA
• Em primeiro lugar, com a ação cambiária se pretende obter a importância da
letra, que constitui o crédito nela incorporado. Em segundo, os juros e despesas
de protesto, se tiver sido tirado.
• O art. 5º da LUG permite ao sacador estipular na letra o pagamento de juros,
mas apenas nas letras com vencimento à vista ou a tempo certo de vista,
fluindo a partir da data do título.
• Nas demais letras, a dia certo ou a tempo certo de data, a cláusula reputa-se
não escrita.
• Assim dispõe a lei porque nas primeiras não é possível contar os juros por
dentro, previamente, como ocorre nas segundas.
O art. 48, 2º, da LUG dispõe, todavia, que 
o portador pode reclamar daquele contra 
quem exerce seu direito de ação, “os juros 
à taxa de 6% desde a data do 
vencimento”.
• O art. 48, 2º, da LUG dispõe, todavia, que o portador pode reclamar daquele
contra quem exerce seu direito de ação, “os juros à taxa de 6% desde a data do
vencimento”.
• Essa disposição legal vem excluir o princípio da vigência de juros legais desde a
data do protesto por falta de pagamento.
• Pela Lei Uniforme, os juros moratórios passam a viger desde a data do
vencimento independente de protesto.
• Essa taxa de 6% ao ano, expressamente fixada pela Lei Uniforme, pode ser
substituída pela taxa legal em vigor no território de qualquer dos países
signatários da Convenção.
• O Governo brasileiro usou dessa ressalva, muito embora a taxa legal vigente no
Brasil seja também de 6% ao ano.
• Em suma, a pessoa que pagar a letra pode reclamar dos seus garantes a soma
integral que pagou, os juros da dita soma, calculados à taxa de 6% ao ano desde
a data do vencimento, e as despesas que tiver tido com o protesto.
• Destaca-se que a Ação Monitória, por seu procedimento, mostra-se na prática
mais célere que a Ação Cambial, no entanto o credor deverá apresentar outras
provas além do cheque, como a origem do crédito e o histórico do cheque, a fim
de provar substancialmente o alegado crédito.
• O fundamento da ação do locupletamento ilícito ou sem causa é o enriquecimento
sem causa do emitente ou outros obrigados em detrimento do credor, em razão do
não-pagamento do cheque. Pressupõe a preexistência de uma ação cambial,
desonerada em razão de decadência ou prescrição, e a relação de causa e efeito
entre o prejuízo do portador da cambial e o enriquecimento do réu.
Ações Cambiais
• Quando o devedor não honra o pagamento de um título de crédito (cheque,
nota promissória, duplicata e etc.) o credor-portador do título terá o direito
subjetivo de promover a cobrança judicial da dívida.
• Nesse caso, a tutela do juiz obrigará o devedor ao pagamento, sob pena de
constrição de seu patrimônio.
• Formalmente o protesto do título não é um meio de cobrança, mas todos
sabem que tem sido eficiente para compelir o devedor a regularizar o débito,
sobretudo em virtude da publicidade que se dá à inadimplência, ampliada
atualmente pelos órgãos de proteção ao crédito, como SERASA e SPC.
• O ato cambiário de protesto comprova ainda a recusa do aceite (duplicata e
letra de cambio) e viabiliza a cobrança contra os coobrigados e seus avalistas.
• Entre as modalidades de ações cambiais tempos à execução de título
extrajudicial (art. 784 do Código de Processo Civil) e a ação de enriquecimento
sem causa (ou locupletamento).
• Ambas têm caráter cambial, ou seja, a defesa do devedor é restrita, sobretudo
quando há circulação do título, o que elimina a possibilidade de oposição de
exceções pessoais pelo devedor no que se refere à circunstancia da obrigação
original.
• No entanto, na ação de locupletamento, o título, embora não perca o caráter
cambial, deixa de ser titulo executivo extrajudicial.
• A execução pode ser direta, ou seja, contra o devedor e seus avalistas (protesto
meramente facultativo) ou indireta, que aquela dirigida também contra os
coobrigados e seus avalistas (protesto será necessário).
• O prazo para manejar a execução será aquele previsto na lei para cada título, no
caso do cheque é de seis meses, contado do prazo de apresentação que é de 30
dias.
• Vencido o prazo de prescrição para ajuizar a execução, poderá o credor manejar
a ação de locupletamento no prazo de dois anos para o cheque e de três anos
para os demais títulos, contados do dia em que se consumar a prescrição da
execução.
• A legislação cambiária quando trata da prescrição dos títulos de crédito, refere-se
à perda da pretensão à executoriedade da cártula e não da prescrição do direito
de crédito, que varia conforme a natureza da obrigação (art. 205 e 206 do Código
Civil e legislação especial).
• Essa distinção é de vital importante, sobretudo após a prescrição da ação
executória, pois pode inviabilizar o recebimento do crédito.
• Além das ações cambiais, o credor de título de crédito prescrito ou que não
preencha completamente os requisitos legais poderá se valer da ação monitória,
prevista nos artigos 700 e seguintes do Código de Processo Civil, essa ação é
mais ágil do que a ação de cobrança do rito ordinário, porém será admitida uma
defesa mais ampla do devedor, a qual, se apresentada, retardará de forma
significativa o recebimento do crédito.
• Vale registrar que pela nova sistemática do processo civil, quando o devedor nos
embargos monitórios alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, terá
que indicar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo
discriminado e atualizado da dívida.
• Se não cumprir essa determinação ou não apresentar planilha demonstrativa da
dívida, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único
fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados,
mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso.
• Consta ainda que se forem apresentados de má-fé, apenas para protelar o
pagamento, poderá o embargante receber multa de até dez por cento sobre o
valor atribuído à causa.
• Por outro lado, se o autor na monitória tiver ajuizado o pedido de má-fé ou
indevidamente, também será punido com a mesma multa prevista para o réu
que apresenta embargos protelatórios.
• O Superior Tribunal de Justiça já editou três Súmulas sobre a cobrança de
títulos de crédito, são elas:
• Súmula 299: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
• Súmula 503: Oprazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente
de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de
emissão estampada na cártula.
• Súmula 504: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente
de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte
ao vencimento do título.
• Por fim, o credor ainda tem a possibilidade de ajuizar a ação fundada na relação
causal – originária do título (ação de cobrança), na qual o título de crédito serve
apenas como mero início de prova.
• O Credor só utilizará essa modalidade de ação se o título de crédito estiver
prescrito e não for viável a ação monitória, pois seu rito é lento é a ampla
possibilidade de discussão da causa debendi.
• Derradeiramente, perdendo o credor os prazos para propor a Ação de Execução,
Ação Cambial e Ação Monitória, poderá ainda propor Ação de Cobrança, pois
segundo o disposto no Código Civil (artigo 206, parágrafo 5º, inciso I) o prazo
para se cobrar dívida líquida é de 5 (cinco) anos, contados da data de emissão do
cheque, ciente de que nesta modalidade o cheque transforma-se apenas em meio
de provas, o qual será analisado pelo Juízo conjuntamente com várias outras
provas que necessariamente serão produzidas no processo, pois trata-se de
procedimento amplo e de produção irrestrita de provas.
Tipo de Ação Prazo Fundamento
➢ Execução Prazo prescricional de cada título, 
cheque: 2 anos após a prescrição; Título de crédito
Locupletamento Demais títulos: 3 anos Título de crédito
Monitória Cobrança Prazo previsto em lei para a relação originária 
típica (artigos 206 e 205 do CC ou legislação especial). A causa 
FORMAS DE AÇÃO CAMBIAL
• A ação cambial pode ser de duas formas, dependendo de contra quem será
movida e da causa de sua propositura:
a) ação direta: é estabelecida contra o devedor principal (sacado, na letra de câmbio
e duplicata; emitente, na nota promissória e no cheque) e seus avalistas, sendo
nesta hipótese o protesto do título facultativo, pois independe deste para iniciar o
exercício de seu direito de ação.
• É necessário que seja visível a verificação do não pagamento, bem como a sua 
não efetuação na data prevista.
• O avalista e o credor poderão ser cobrados em conjunto ou individualmente. 
• Ao avalista a situação equiparada ao devedor principal, possibilita que a ação seja 
movida inicialmente contra ele, antes do devedor. 
• Mas a ele cabe, depois de pagar a importância devida, agir em regresso contra o 
aceitante, e caso este não satisfaça, poderá se voltar aos obrigados anteriores.
• b) ação indireta ou ação regressiva: aquela que é movida pelo portador atual 
contra os obrigado anteriores, como no caso do endossante que paga ao 
endossatário. 
• Ela hoje se consubstancia na ação de regresso, havendo obrigatoriedade da
existência de protesto, sob pena de perda do seu direito de regresso.
• Não satisfeito o credor na totalidade da dívida pelo devedor principal e pelo
avalista, será permitido iniciar ação de regresso contra os obrigados
regressivos.
A DEFESA DO EXECUTADO
• A fim de garantir os terceiros de boa-fé, dando à circulação dos títulos
cambiários a segurança necessária para o crédito, de forma que sem temor e
riscos possam eles ser negociada, a lei regula, de maneira estrita, as
hipóteses em que o devedor, o réu na ação cambiária, pode opor exceções de
defesa ao credor, negando-lhe legitimamente o pagamento.
• O princípio geral, na verdade, é o da inoponibilidade das exceções aos terceiros
de boa-fé, indicando a lei, de forma estrita, os casos em que a regra é derrogada,
permitindo-se a oposição ao pagamento.
Embargos à execução
• Os embargos à execução são ação de conhecimento autônoma e incidental ao
processo de execução, suspendendo-o, sendo movida pelo devedor e fundada
em título executivo extrajudicial, na qual o executado impugna o crédito
pretendido pelo exequente e a validade da relação processual executiva.
• Art. 916 No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de
custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja
permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de
correção monetária e de juros de um por cento ao mês.
§ 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos
pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as
parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento.
§ 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão
suspensos os atos executivos.
§ 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito,
que será convertido em penhora.
§ 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente:
I – o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo,
com o imediato reinício dos atos executivos;
II – a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das
prestações não pagas.
§ 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito
de opor embargos.
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.
– “Prevaleceu, na versão final, o modelo do CPC de 1973, de que se trata de
verdadeira moratória, não subsistindo a viabilidade de o exequente opor à
concessão outros elementos que não os previstos no caput do art. 916.
• Além disso, os parágrafos fornecem disciplina mais bem acabada querendo
responder a fundadas discussões que o art. 745-A do CPC de 1973 acabou por
suscitar não só na doutrina e na jurisprudência, mas também na prática do foro.
• A regra é compatível com o ‘modelo constitucional’ e não atrita com o inciso XXXV
do art. 5º da CF porque o pedido do art. 916 deve ser compreendido como
verdadeira escolha do executado.
• Se optou pela moratória, não pode, depois, pretender embargar à execução.
• Por fim, o § 7º faz expressa (e, com o devido respeito, infeliz) opção quando à
inaplicabilidade do instituto ao cumprimento de sentença.
• Curioso, não custa destacar, que a moratória é aplicável à ação monitória nas
condições enunciadas pelo § 5º do art. 701.
– “O CPC preserva os embargos como forma de defesa do executado e dedica a
eles todo um Título, o III, renomeado de ‘embargos à execução’, e não ‘embargos
do devedor’, como no CPC de 1973.
• O artigo 916 do CPC (correspondente ao artigo 745-A do código de 1973),
faculta ao devedor requerer o parcelamento do débito em até seis vezes,
bastando que reconheça a dívida e realize um depósito de 30% do valor devido
corrigido, com acréscimos de honorários advocatícios e de custas processuais.
Sua aplicação ao processo trabalhista é alvo de divergências.
• A jurisprudência confirma reiteradamente o reconhecimento de cheques
prescritos como meio hábil para a propositura da ação monitória, especialmente
quando os títulos foram emitidos menos de dois anos antes do ajuizamento da
ação, quando é de se observar o disposto na Lei 7.357/85, que estabelece que a
ação do credor pode se basear, exclusivamente, no fato do não-pagamento do
título, ante a configuração de locupletamento injusto do devedor.
ANULAÇÃO DA LETRA CÂMBIO
Processo de anulação da cambial
• Pode ocorrer que a cambial, em poder do portador, venha a extraviar-se, ou seja
destruída total ou parcialmente.
• Para exercer seu direito de crédito é essencial que o credor apresente o
documento, a letra de câmbio.
• Estaria, assim, o portador impossibilitado de haver o crédito incorporadoao
título, com o consequente enriquecimento sem causa do devedor cambiário.
• O Decreto nº 2.044/08 socorreu o credor (art. 36), criando a ação de anulação
da letra extraviada ou destruída.
• A Lei Uniforme disso não cogitou, pois o problema diz respeito ao direito
processual comum, não sendo tema que deva necessariamente ser versado numa
lei cambiária.
• O proprietário da letra, autor da ação, deve justificar na petição inicial, a sua
propriedade, bem como esclarecer as circunstâncias que resultaram do extravio ou
destruição do título.
• Por extravio deve entender-se a perda, furto ou qualquer outra forma de
apossamento.
• A letra e os fatos devem, assim, ser cumpridamente descritos com clareza e
precisão.
• Na hipótese de extravio, o autor deve requerer ao juiz competente do lugar do
pagamento a intimação do sacado ou do aceitante e dos coobrigados, para que
não paguem a letra, e a citação do detentor, se for conhecido, para apresentá-lo
em juízo, no prazo de três meses.
• Na hipótese de ser desconhecido o detentor da letra extraviada, ou no caso de
destruição, deve o autor pedir a citação dos coobrigados para que, dentro do
prazo de três meses, apresentem contestação, firmada em defeito de forma do
título ou na falta de requisito essencial ao exercício da ação.
• Processado o pedido, decorrido o prazo de três meses sem se apresentar o
portador legitimado, ou sem a contestação do coobrigado, o juiz decretará a
nulidade do título extraviado, ou destruído, e ordenará, em benefício do
proprietário, o levantamento do depósito da soma cambial, caso tenha sido
efetuado.
• Titular dessa sentença fica o autor proprietário da letra habilitado para o exercício
da ação executiva contra o aceitante ou outros coobrigados.
• A sentença tem, como se vê, efeito executório.
• Se, todavia, for apresentada a letra no prazo de três meses ou oferecida a
contestação, o juiz julgará prejudicado o pedido de anulação da letra, ressalvando-
se ao autor o direito de recorrer às vias ordinárias para fazer valer seus eventuais
direitos.
• A ação anulatória ressalva o Decreto nº 2.044/08, não impede a expedição de
duplicata da letra e nem para os efeitos de responsabilidade civil dos coobrigados,
dispensa o aviso imediato do extravio, dado por carta registrada, endereçada ao
sacado, ao aceitante e aos outros coobrigados.
Prescrição da ação
• Segundo a LUG, as ações contra o aceitante prescrevem em três anos a contar
do vencimento.
• As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem em
um ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do
vencimento, quando se tratar de letra com cláusula “sem despesas”.
• Por fim, as ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador
prescrevem em seis meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra
ou em que ele próprio tenha sido acionado.
• A prescrição pode ser interrompida, mas só produz efeito em relação à pessoa
contra quem foi dirigida (art. 71 da LUG). Por iniciativa do portador, é claro, pode
interromper-se a prescrição contra um ou todos os obrigados ou coobrigados.
• O instituto da prescrição, mesmo aplicado ao direito cambiário, segue a disciplina
traçada em nosso direito civil, que toma a seu cargo as normas a ela relativas.
• A prescrição interrompe-se pela citação pessoal feita ao devedor, ainda que
ordenada por juiz incompetente, pela apresentação do título de crédito em juízo
de inventário, ou em concurso de credores, por qualquer ato judicial, que
constitua em mora o devedor, por qualquer ato inequívoco, ainda que
extrajudicial, que importe o reconhecimento do direito pelo devedor.
Execução cambial no Juizado Especial
• Observado o limite máximo previsto no inc. II, do parágrafo 1°, do art. 3° da Lei
9.099/95, poderá o credor de títulos cambiais optar pelo Juizado Especial,
atribuindo maior destaque aos princípios da oralidade, da simplicidade e do
informalismo, buscando, a priori, a conciliação entre as partes, e consagrando o
jus postulandi, nas causas de até 20 salários mínimos, só exigindo a assistência
advocatícia nas causa de valores superiores a este.
• A competência do juízo segue os critérios do art. 4° da Lei 9.099/95.
• No Juizado Especial, apenas as pessoas físicas podem ser partes, excluindo-se
não apenas as pessoas jurídicas particulares e a massa falida, mas também os
incapazes, o preso e o insolvente civil.
• Na execução cambial, o juiz pode deferir a adjudicação do bem penhorado na
própria audiência dispensando, assim, a morosidade da praça ou leilão.
• Perante este caso, a adjudicação se dará pelo valor da avaliação do bem
penhorado, implicando, eventualmente, o pagamento, pelo exequente, da
diferença entre o valor do bem e o seu crédito.
• Não ocorrendo adjudicação, os bens penhorados serão alienados em praça.
• E não localizando o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será
extinto com a devolução dos documentos que acompanham a inicial.
• A ação monitória fundada em cheque prescrito está subordinada ao prazo
prescricional de 5 anos previsto no artigo 206, § 5º, I, do Código Civil.
• Qual é o termo inicial desse prazo? De acordo o STJ, o prazo de 5 anos para a
ação monitória deve ser contado a partir do dia seguinte à data de emissão
estampada no cheque, em consonância com a teoria da actio nata.
• Nesse sentido é a Súmula 503 do STJ (“O prazo para ajuizamento de ação
monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula”). Vale observar
que, com o advento da Súmula 503 do STJ, restou superada aquela orientação
no sentido de que o prazo da monitória seria contado a partir do esgotamento do
prazo para a execução e para a ação de enriquecimento.
• Segundo a jurisprudência do STJ, "em ação monitória fundada em cheque
prescrito, ajuizada em face do emitente, é dispensável menção ao negócio
jurídico subjacente à emissão da cártula". Em outras palavras, para a
admissibilidade da ação monitória, não tem o autor o ônus de provar a causa
debendi, bastando, para esse fim, a juntada de qualquer documento escrito que
traduza em si um crédito e não se revista de eficácia executiva. Esse
entendimento foi consolidado na Súmula 531 do STJ (“Em ação monitória
fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção
ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula”).
• A ação de enriquecimento ilícito (art. 61 da Lei n. 7.357/85) contra o emitente ou
demais coobrigados deve ser proposta no prazo de 2 anos, contados do dia em
que se consumar a prescrição da ação executiva.
• A ação de cobrança fundada na relação causal, submetida ao rito comum
ordinário (art. 62 da Lei do Cheque).
• A ação de cobrança fundada na relação causal, submetida ao rito comum ordinário
(art. 62 da Lei do Cheque).
• Vale lembrar que, segundo o princípio da actio nata, a prescrição se inicia quando
se torna possível ao titular do direito reclamar contra a situação antijurídica.
• A ação cambial pode ser direta ou indireta.
• A direta é estabelecida contra o devedor principal e seus avalistas.
• Já a ação indireta, também chamada de ação regressiva, é movida em face dos
obrigados anteriores, por exemplo, endossante que paga ao endossatário.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA
FULANA, (qualificação), por meio de sua advogada devidamente constituída pela
procuração em anexo (doc. 01), com endereço profissional indicado no rodapé,
onde receberá as comunicações forenses de estilo, vem mui respeitosamente
perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 53 caput da lei 9099/1995 e dos
artigos 778, 784,786, I, 789, 798 e 824 todos do Código de Processo Civil, propor:
AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL - CHEQUE
Em desfavor de Fulano de Tal, brasileiro, estado civil desconhecido, profissão
desconhecido, inscrito no CPF nº..., portador do RG nº..., residente e domiciliado...,
pelos motivos e razões de direito a seguir expostos.
DOS FATOS
O Exequente é credor do EXECUTADO na quantia de R$___________
(_______________________), valor já acrescido de juros de mora de 1% a. M,
correção monetária pelo índice INPC (IBGE), (fazer os cálculos em
http://calculoexato.com.br/dividas ) mais os honorários advocatícios de sucumbência,
conforme demonstrativo do debito atualizado anexo, tendo como fato gerador
negociação consumerista realizada entre o Devedor e o Credor,
______________________________________________
Os referidos produtos ou serviços, foram pagos ao Exequente por meio de um
cheque emitido pelo Executado, titular da Conta Corrente_______ na Agencia
__________ do Banco ____________,, a saber:
CHEQUE Nº______VALOR R$_______EMISSÃO _______ PRÉ DATADO PARA
_______, apresentado no banco sacado para regular pagamento, mas, devolvido
pelo motivo alínea 11, apresentado novamente para regular pagamento, devolvido
pelo motivo alínea 12. Conforme cheque anexo.
Por tanto, o referido cheque foi devolvido sem compensação, por insuficiência de
fundos na Conta Corrente do Executado.
Em que pesaram os esforços do Exequente na tentativa de um acordo com o
Executado, para o devido pagamento do debito, restou-se infrutíferas todas as
tentativas, assim, como não poderia deixar de ser, o Exequente amarga o prejuízo
causado pela inadimplência do Executado, restando unicamente a possibilidade de
ressarcimento através da propositura da presente demanda.
DO DIREITO
O Juizado Especial Cível tem competência relativa para dirimir esta causa, pois o
titulo extrajudicial não ultrapassa 40 salários mínimos, no qual a execução
obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, no entanto, com as
modificações impostas ao procedimento executivo para se adequar ao Juizado
Especial Cível. (artigo 53 caput, da Lei 9.099/95) em verbis:
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários
mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações
introduzidas por esta Lei.
O cheque é titulo de credito, que goza de presunção de liquidez, certeza e
exigibilidade, que por estas características e força da legislação, o coloca na
condição de titulo executivo extrajudicial, assim entendido pelo inciso I, do artigo 784
do Novo Código de Processo Civil.
O referido título extrajudicial (CHEQUE) foi apresentado em tempo hábil, conforme se
verifica no anexo doc. 03, estando em conformidade com o artigo 33 da Lei 7357\85.
Art. 33 da Lei 7.357\85 – “O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar
do dia da emissão, no prazo de trinta (30) dias, quando emitido no luar onde houver
de ser pago; e de sessenta (60) dias, quando emitido em outro luar do País ou no
exterior”.
Com relação à qualidade de título executivo extrajudicial que guarda guarida a
presente ação e seu prazo prescricional o referido cheque está perfeitamente em
conformidade com o disposto no artigo 59 da Lei 7.357\85.
Art. 59 da Lei 7.357\85 – “Prescrevem em 6 (seis) meses, contados do termino do
prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador”.
Em Cumprimento ao disposto no artigo 798, inciso I, alínea ‘b’ do Novo Código de
Processo Civil, o EXEQUENTE apresenta o demonstrativo dos débitos atualizados
em anexo.
DOS PEDIDOS
Isto posto, requer:
a. Ante a liquidez, certeza e exigibilidade do título em anexo doc. Xx e da
inadimplência do EXECUTADO;
b. Sua citação nos termos do artigo 18, inciso I, da lei 9.099/95 c/c o
artigo 829 do NCPC para no prazo de 03 (três) dias, efetuar o pagamento do debito
de R$__________ (____________), valor já acrescido de juros de mora de 1% a. M,
correção monetária pelo índice INPC (IBGE), mais os honorários advocatícios de
sucumbência, conforme demonstrativo do debito atualizado anexo doc. Xx.
c. Não sendo efetuado o pagamento da divida no prazo de 03 (três) dias, seja
efetuada penhora online na conta corrente ou conta poupança do EXECUTADO
através do convênio BACEN – JUD (art. 835 do CPC), determinando o bloqueio de
valores suficientes para o pagamento da obrigação, em qualquer agência do País,
seguindo a ordem de preferência do artigo 835, inciso I do CPC. Preferencialmente
nos dias 01 á 10 de cada mês.
d. Não encontrando valores em conta corrente ou poupança para penhorar, que o
senhor oficial de justiça proceda à imediata penhora e avaliação de quantos bens
bastem para garantir a execução nos termos do artigo 829, § 1º, do CPC.
e. Caso, o senhor oficial de Justiça, quando da penhora verificar a ausência do
Executado, ou que, o mesmo, encontra-se se ocultando, Requer desde já, a
dispensa da intimação da penhora nos termos do artigo 829, § 1º, do CPC e seja
autorizado a proceder à descrição dos bens que guarnecem a sua residência,
consoante determina o artigo 845, § 1º do CPC.
f. Caso o senhor oficial de justiça não encontre bens para ser penhorados, seja o
EXECUTADO intimado para que proceda a indicação de bens passíveis de penhora
conforme dispõe o artigo 829 § 1º, do CPC.
g. Em havendo a indicação de bens a penhora por parte do EXECUTADO, Requer-
se a nomeação do Exequente como depositário dos bens, conforme dispõem o
artigo 840 do CPC.
h. Ocorrendo a penhora de bens do EXECUTADO, Requer-se a sua intimação, para 
querendo ofereça, embargos na audiência de conciliação conforme preceitua o artigo 
53, § 1º, da lei 9099/95, a ser determinada por este douto juízo.
i. Condenação do Executado ao pagamento das custas processuais e honorários 
advocatícios de sucumbência no importe de 20% do valor da causa nos termos do 
artigo 395 do CC/2002 e do artigo 22 do EAOAB.
Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, 
notadamente documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal das partes.
Dar-se-á a causa o valor de R$ ________ (_________), para os devidos efeitos 
fiscais.
Termos em que,
pede deferimento.
____________, _____ de ___________2016.
Advogado
OAB
PROTESTO NÃO É MEIO DE COBRANÇA
• O protesto não é uma forma extrajudicial de cobrança e, sim, um meio de prova que
visa a conservação e a ressalva de direitos. Nesse sentido, pode ser utilizado para:
• a) Provar a mora do devedor de um título de crédito, com o objetivo de conservar o
direito de regresso contra os coobrigados indiretos[6].
• b) Requerer a falência de empresário, fundada em impontualidade injustificada.
Para tal, o título de crédito não pode estar prescrito (Lei nº 11.101/2005, artigos 94,
inciso I e 96, inciso II).
• c) Execução de duplicata sem aceite (Lei nº 5.474/68, artigo 15, inciso II)
• d) Interromper a prescrição do título, como já exposto (Código Civil, artigo 202,
inciso III).
AÇÃO CAUSAL
FUNDAMENTO LEGAL
• A ação causal, tal qual a de enriquecimento ilícito, é uma ação de conhecimento,
estando prevista na Lei do Cheque:
• Art. 62 - Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não
exclui a ação fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento.
CARACTERÍSTICAS
DEMONSTRAÇÃO DA CAUSA DEBENDI
• Diferentemente da ação de locupletamento, para a propositura da ação causal, 
é necessária a demonstração da relação fundamental, ou seja, do negócio que 
deu origem ao cheque. 
• O título, neste caso, serve apenas como prova da inadimplência da relação
fundamental.
OPÇÕES DO CREDOR
• Sendo ação baseada na relação causal, existem duasopções para o credor:
manejar ação de cobrança, baseada na inadimplência do devedor ou promover a
ação causal propriamente dita, para discussão do negócio fundamental.
• A ação causal propriamente dita pode ser promovida a qualquer tempo, inclusive
enquanto o cheque ainda tiver força executiva.
• Os requisitos são os mesmos da ação de cobrança; os objetivos, contudo, são
outros: discutir a relação fundamental, promovendo seu desfazimento, por
exemplo.
• Explica-se: o cheque, como qualquer título de crédito, é emitido em caráter pro-
solvendo, ou seja, não quita desde logo a obrigação fundamental; a obrigação
somente se dará por satisfeita com a efetiva quitação do título pelo banco sacado.
• Exemplificando: Caio emite cheque a favor de Décio, para pagamento da compra
de um computador. O título resta devolvido por falta de provisão de fundos. Décio,
enquanto o cheque não tiver prescrito, pode executá-lo ou promover uma ação
para desfazimento do negócio, retomando o computador. Com a ocorrência da
prescrição, Décio poderá manejar ação de enriquecimento ilícito, ação de
cobrança, monitória, ou, ainda, a ação para desfazer a relação fundamental. O
mesmo se dá em cheque emitido para pagamento de aluguéis: o locador terá as
mesmas opções de cobrança ou, a qualquer momento, poderá ingressar com
ação de despejo contra o locatário.
RITO
• A ação de cobrança pode seguir qualquer dos ritos descritos na ação de
locupletamento.
PRESCRIÇÃO
• O prazo prescricional da ação causal é o mesmo da obrigação que deu origem
ao título, devendo o prazo ser contado a partir de quando a obrigação é exigível
e, não, da prescrição do cheque. Não havendo prazo inferior previsto por lei, a
prescrição da ação causal dar-se-á em 10 anos (Código Civil, artigo 205).
CONTRA QUEM PODE SER PROPOSTA
• Regra geral, o portador do cheque poderá ingressar com a ação causal somente
contra o coobrigado com quem teve relação direta.
• Assim, o tomador poderá ingressar contra o emitente, fazendo prova de sua
relação negocial com ele; o endossatário, contudo, somente poderá acionar o
endossante, pessoa com quem teve relação imediata, não podendo ingressar
contra o emitente, salvo se fizer prova da relação entre este e o endossante.

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