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As observáveis GNSS GEODÉSIA II Prof. MSc. Emanoel Gomes Introdução • Tem-se duas observáveis no GNSS que são usados extensivamente para determinações (posição, velocidade e tempo) e dos quais derivam diversos algoritmos. • Tais observáveis são: • Pseudodistância a partir do código (fase do código) • Fase da onda portadora ou diferença de fase da onda portadora (fase das portadoras) Pseudodistância • Inicialmente é necessário relembrar alguns pontos a respeito da estrutura de sinais GNSS. Portadora Frequência (MHz) Código(s) modulado(s) sobre a portadora L1 1575,42 C/A, Y (P criptografado) e mensagens de navegação L2 1227,60 P(Y) e mensagens de navegação Pseudodistância • Satélites geram os códigos • Receptores geram réplicas desses códigos • As medidas de distância (receptor-satélite) então são baseadas nos códigos gerados nos satélites e replicados pelo receptor. • Um atraso entre a chegada de parte desse código (gerado no satélite) e a réplica do código (receptor) resulta num tempo de propagação do sinal entre satélite e receptor. Pseudodistância • A medida é feita pelo receptor utilizando a técnica de correlação do código (correlação cruzada). Pseudodistância • Assim, a distância é obtida pela multiplicação do tempo de propagação do sinal pela velocidade da luz. • Seria simples assim, mas ... devido a alguns erros advindos do não sincronismo do relógio dos satélites e receptor. 𝑷𝑫 = 𝒄. ∆𝒕 Pseudodistância • Soma-se a isto: • Erros devido à refração ionosférica e troposférica • Erros por conta do estado dos equipamentos (Atraso de hardware do receptor, etc) • Erros diversos ... Pseudodistância • Segundo Gemael (Geodésia Celeste – 2004), a resolução obtenível nessas mensurações é de 3 m para o código C/A e 30 cm para o código P(Y). • Ou seja, A precisão da pseudodistância é aproximadamente 1% do comprimento de onda em cada sinal, assim: • Código C/A – (λ = 293,10 m) - precisão de 2,931 m (~3 m) • Código P – (λ = 29,31 m) - precisão de 0,293 m (~30 cm) Pseudodistância • Relógio dos satélites (osciladores) – alta qualidade – sistema de tempo respectivo (𝑡𝑠) • Relógio dos receptores – qualidade inferior ao anterior – sistema de tempo do receptor (𝑡𝑟) • Deve-se obter uma relação entre esses sistemas de tempo e o sistema de tempo GPS (𝑡𝐺𝑃𝑆) Pseudodistância • Deve-se obter uma relação entre esses sistemas de tempo e o sistema de tempo GPS (𝑡𝐺𝑃𝑆) • Os termos com dt são o erro do relógio do satélite em relação ao tempo GPS no instante ts e ainda o erro do relógio do receptor em relação ao tempo GPS no instante tr rr GPS ss dttt dttt r GPSt Pseudodistância • Do próprio conceito de pseudodistância (PD) tem-se então: • A letra grega tau (τ) é o intervalo de propagação do sinal. • c é a velocidade da luz no vácuo. • O ultimo termo (épsilon) se refere a erros envolvidos na própria medida de pseudodistância. s r s r s r r s rr PD s r s r s r PD s r GPSs r PD s tr GPSs r dtdtccPD dtdtcttcPD dttdttcPD GPS t GPS Pseudodistância • Dessa forma, a equação de pseudodistância (unidade de metros) entre o satélite s e o receptor r considerando alguns erros relacionados, pode ser escrita como (SEEBER, 2003; MONICO, 2008; MARQUES, 2012): • O primeiro termo após a igualdade refere-se à distância geométrica entre receptor e satélite (baseado nas respectivas coordenadas) • Respectivamente os erros do ultimo termo são: • Ionosfera, troposfera, órbita do satélite, multicaminho, atraso de hardware do receptor e do satélite, efeitos aleatórios e não modelados. s rPD Li s Lir s r ss rLi s r s r s rLi s r bbdmOrbTIdtdtcPD Fase da onda portadora • É uma observável muito mais precisa que a pseudodistância. • É obtida a partir da diferença entre a fase gerada pelo satélite, e sua réplica, gerada pelo receptor, ambas no instante de recepção do sinal. Fase da onda portadora • A medida de fase de uma onda é uma medida da fração de um ciclo oscilatório. • A medida é normalmente dada em unidades angulares, mas também, em virtude da correspondência, é usual ser representada em unidade de comprimento de onda ou de ciclo. Fase da onda portadora • A equação da fase de batimento (em ciclos) da onda portadora pode ser escrita como (SEEBER, 2003; MONICO, 2008; MARQUES, 2012): • Expandindo com os erros antes mencionados, tem-se: Φ𝑟 𝑠 𝐿𝑖 = 𝑓𝑖 𝜌𝑟 𝑠 − 𝐼𝑟 𝑠 𝐿𝑖 + 𝑇𝑟 𝑠 + 𝑂𝑟𝑏𝑟 𝑠 + 𝑑𝑚𝑟 𝑠 + 𝑏𝑟𝐿𝑖 + 𝑏 𝑠 𝐿𝑖 𝑐 + 𝑓𝑖 𝑑𝑡𝑟 − 𝑑𝑡 𝑠 + Φ𝑡 𝑠(𝑡0 −Φ𝑟 𝑡0 + 𝑁𝑟 𝑠 𝐿𝑖 + 𝜐Φ𝑟𝐿𝑖 𝑠 𝝓𝒓 𝒔 𝒕 = 𝝓𝒔 𝒕 − 𝝓𝒓 𝒕 + 𝑵𝒓 𝒔 + 𝜺𝝓𝒓 𝒔 Fase da onda portadora • Nas equações anteriores nota-se o comparecimento de um termo N, este trata-se da ambiguidade. • Apenas uma medida fracionária é obtida no início da coleta e a partir daí inicia-se a contagem do número inteiro de ciclos, restando um número inteiro de ciclos desconhecido na primeira época, denominado ambiguidade da fase (N) 𝝓𝒓 𝒔 𝒕 = 𝝓𝒔 𝒕 − 𝝓𝒓 𝒕 + 𝑵𝒓 𝒔 + 𝜺𝝓𝒓 𝒔 Fase da onda portadora • As medidas de fase são contínuas do ponto de vista eletrônico, mas amostras dessas medidas são tomadas e gravadas em formato digital pelo receptor GNSS a intervalos regulares de 15 segundos, por exemplo. • Quando ocorre uma obstrução de sinal do satélite, um certo número de ciclos não será contado durante a obstrução, assim ocorre a chamada perda de ciclos. Fase da onda portadora • Quando a obstrução cessa, a medida da parte fracionária volta a ser correta e a parte inteira da medida fica alterada do número de ciclos perdidos. • Muitos receptores fazem a correção da perda de ciclos, pois dada uma série de observações, a seguinte é previsível.
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