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3Poderes Administração Publica

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DA ADMINISTRAÇÂO PÚBLICA
Conceito: Organizado para o funcionamento de serviços públicos a serem prestados aos administradores. Dentre as funções do estado, temos a administrativa, desenvolvida pelas respectivas administrações publicas, a qual consiste no aparelhamento do estado, pré-ordenado a realização de serviços, buscando a satisfação das necessidades coletivas. A administração publica não pratica atos do governo, mas atos de execução, portanto, é o instrumental de que dispõem o estado para colocar em pratica as opções políticas do governo.
PODERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO
O Estado, para a realização de suas múltiplas tarefas, desenvolve inúmeras atividades, em busca da realização do bem comum. Para atingir essas finalidades, ele realiza ações das quais é imprescindível que ocupe posição de supremacia relativamente aos particulares, justamente para poder sobrepor a sua vontade. Para atingir esse bem comum, o Estado exerce atividades com prerrogativas cuja doutrina a denomina de poderes, que na realidade são verdadeiros deveres a serem exercidos sempre que presente a necessidade de atender a uma finalidade pública. Assim, a finalidade dos poderes da administração pública é de propiciar que o Estado preste os serviços de interesse público, constituindo instrumentos necessários a sua atuação. 
Os poderes do administrador público são mais deveres do que poderes. Todo agente público, seja cargo, função ou emprego público, com uma parcela do poder que o governo lhe dá, tem tarefas para realizar. O agente público tem algumas prerrogativas, que são respaldadas pelo princípio da supremacia do interesse público pelo privado. As prerrogativas são chamadas de poderes. Ao passo que o agente público tem poderes, tem também deveres. Se o agente público estivesse no mesmo plano de poder do particular, ele não conseguiria exercer suas funções. 
Poder Normativo (regulamentar) – é a prerrogativa dada à administração para editar comandos gerais, objetivando o fiel cumprimento da lei. Temos várias espécies de poder normativo representado por regulamentos, instruções normativas, regimentos e resoluções. O mais comum é o regulamento. As normas regulamentares devem obedecer aos limites traçados na lei, não podendo jamais criar modificar ou extinguir direitos, pois a criação, a modificação ou extinção de direitos deve ser objeto de lei. 
O poder normativo existe, porque algumas leis não são claras, não são autoaplicáveis. É necessário o poder normativo para melhor explicar determinada lei. O poder normativo não pode criar, modificar ou extinguir o que a lei está dizendo. A lei está muito acima de uma resolução, com a finalidade de alcançar os objetivos da lei.
Os atos normativos que exorbitar o poder regulamentar serão sustados pelo Congresso Nacional. O art. 84, IV da CF atribui ao Presidente da República competência privativa para expedir decretos e regulamentos, para fiel execução da lei. Através do Poder normativo não deve haver simples repetição dos dizeres da lei, caso em que o regulamento nada explicaria. Ele deve esclarecer exatamente a intenção do legislador e seu alcance. Art. 84 CF. Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
Instrução normativa – são expedidas pelos Ministros de Estado para regular o caráter geral e abstrato da lei.
 Regimentos – são expedidos pelos órgãos colegiados, com objetivo de regular o seu funcionamento. Órgãos colegiados são: Câmara Municipal, Congresso Nacional.
 Resoluções - são expedidos por autoridades de auto escalação em matéria de sua competência. É comum nos Estados-membros abaixo do governador.
 
Poder Disciplinar – o poder disciplinar consiste na prerrogativa da administração de apurar falta de seus servidores e aplicar as punições previstas em lei. Conforme o estatuto do qual é regido o servidor público tem o rol de punições. O poder disciplinar da administração é exercido somente em relação a seus agentes públicos e é obrigatório, se o agente inobservá-lo incorrerá no crime de condescendência criminosa Art. 320 CP. - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
O superior hierárquico tem o dever de punir a falta provocada pelo servidor. O superior hierárquico nem sempre tem competência para apurar as faltas e punir o subordinado, podendo ser criadas dentro da organização pública as comissões processantes também denominadas de corregedorias. Na hipótese do superior não ser o competente para apuração, deverá comunicar o fato ao órgão competente. Caso verifique a falta, é aberto um processo administrativo disciplinar. A sindicância é aberta quando há dúvidas de quem praticou a falta. Já a apuração da falta administrativa é feita por meio de processo administrativo disciplinar, este, para ter validade, deverá assegurar ao agente público acusado o contraditório, a ampla defesa e todos os meios e recursos permitidos por lei, sob pena de nulidade. Na gradação da penalidade, a comissão processante deve levar em conta os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Antes da CF de 88, prevalecia o princípio da verdade sabida. Não havia processo para a punição do servidor, que não podia se defender, simplesmente se punia.
 Os particulares, vivendo em sociedade, também, podem sofrer punições administrativas, mas estas não decorreram do poder disciplinar, e sim do poder de policia, em decorrência da supremacia da administração. 
Poder Hierárquico 
O Estado tem que servir a sociedade como agente de desenvolvimento. O Estado sozinho não faz nada. Ele tem que criar a sua estrutura interna, para alcançar o seu objetivo. O poder hierárquico tem que escalonar os órgãos, cada um com suas atribuições. 
Estrutura vertical do Estado – vários órgãos - Na administração direta, temos a formação de vários órgãos distribuídos pela estrutura vertical do Estado, cabendo aos órgãos superiores o poder de direção e de mando, sobre os órgãos situados a baixo, e assim, sucessivamente, até a base, mantendo desse modo a estrutura administrativa como um corpo único. Ao poder de mando e de direção dá se o nome de poder hierárquico, exercido por alguns órgãos sobre os outros.
Corpo único – poder de direção e de mando = órgãos superiores – é o próprio Poder hierárquico – relação de subordinação - Se o Estado não tiver o poder de mando, nós não vamos chegar a lugar nenhum. O Estado satisfaz o interesse da sociedade através do poder hierárquico. 
Organização administrativa 
Dois pressupostos: 
Distribuição de competência – O direito positivo define as atribuições dos vários órgãos administrativos, cargos e funções e, para que haja harmonia e unidade de direção, ainda estabelece uma relação de coordenação e subordinação entre os vários órgãos que integram a administração, ou seja, estabelece-se uma hierarquia.
 Quando se cria um órgão público, já se estabelece a competência de cada órgão. 
Hierarquia – Certamente, o Estado não conseguiria atingir suas finalidades se cada órgão e se cada agente atuasse da forma que melhor entendesse, concretizando a sua visão particular, que não necessariamente coincidiria com o entendimento de seu superior. Desrespeitando-se a hierarquia haveria falta de objetividade e de coordenação, onde mais de um agente realizaria a mesma tarefa, com resultados muitas vezes antagônicos. A hierarquia visa à coordenação, a organização e a racionalização da atividade administrativa, em contraposição á anarquia e ao caos. Sem hierarquia a ordem não será cumprida.
Hierarquia entre Poderes (Legislativo/Executivo/Judiciário) – Não há hierarquia entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que são independentes entre si, conforme o texto constitucional, no entanto, no âmbitodos Poderes Judiciário e Legislativo há hierarquia apenas no que respeita à função administrativa. 
Cada poder tem sua função típica. A hierarquia preponderante é vista no Poder Executivo. A regra é que no Poder Judiciário e Legislativo não exista hierarquia. No entanto, no Poder Judiciário e Legilastivo, no exercício de suas funções administrativas, há hierarquia. 
Hierarquia entre esferas da Federação (União, Estados, Distrito Federal, Município). Do mesmo modo, entre os chefes dos Poderes executivos (Prefeitos, Governados, Presidente da República), também, não há vinculo hierárquico, porque se tratam de entidades federativas autônomas. Não existe hierarquia entre as entidades federativas, são autônomas. Cada entidade federada atua de forma livre. 
Poder de comando – Ao poder de comando corresponde ao poder de obediência, exceto se a ordem for manifestamente ilegal, ocasião em que os subordinados não devem cumpri-la e ainda formular representação contra o autor desta ordem ilegal. Ao receber uma ordem superior, não pode o subordinado substituir os critérios de seu superior, pelos seus próprios, ainda que estes pareçam mais adequados. 
 Dever de obediência, salvo se ilegal – ordem manifestamente ilegal de superior hierárquico não se cumpre. O subordinado tem o dever de cumprir as ordens, exceto as ordens ilegais. O subordinado que o dever moral e legal de representar o chefe que deu uma ordem manifestamente ilegal. Art. 320 CP. - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Ordem legal: cumpra-se, ainda que não seja melhor critério - se a forma for legal tem que cumprir a ordem, por força do poder hierárquico. 
Controle dos atos – Superior anula (vício) ou revoga (conveniência e oportunidade) – No controle dos atos administrativos dos subordinados, poderá o superior hierárquico anulá-los por ilegalidade se contiverem vício ou defeito ou também revogá-los utilizando-se de sua discricionariedade, analisando a conveniência e oportunidade de mantê-lo ou não. O controle dos atos do superior hierárquico pode ser por iniciativa própria em virtude do princípio da autotutela ou através de recurso do próprio interessado ou ainda por comunição de outros órgãos ou órgãos superiores. 
Tendo algum vício na execução da ordem, o superior hierárquico pode anular este ato. Anulação é quando o ato tem um defeito, os efeitos são ex tunc. Consiste quando o subordinado pratica algum ato de forma errada ou se excede na prática do ato, tendo um defeito o superior imediato, provocado ou não, anula o ato. Na revogação, o subordinado cumpre a ordem, o ato é válido, só que o ato não interessa mais, o superior analisando a conveniência e oportunidade revoga o ato e coloca outro em prática. Tira-se o ato do meio jurídico.

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