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2O ESTADO

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O ESTADO
CARLA CRISTINA
TGE - UNIVERSO
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A SOCIEDADE E O ESTADO
Durante toda a sua vida o homem faz parte, simultânea e sucessivamente, de diversas instituições e sociedades, formadas por indivíduos ligados por parentesco, interesses materiais ou objetivos espirituais, com o objetivo de assegurar-lhe o desenvolvimento de aptidões físicas, morais e intelectuais, e para isso lhe impõem certas normas, sancionadas pelo costume, a moral ou a lei.
A sociedade natural por excelência é a família.
Outras sociedades, por exemplo, seriam a Igreja, a Universidade. O homem passa a fazer parte de instituições que ele mesmo cria com fins econômicos, profissionais ou simplesmente morais: empresas comerciais, institutos científicos, sindicatos, clubes, etc.
O conjunto de grupos sociais forma a SOCIEDADE, que pode abranger os grupos sociais de um bairro, de uma cidade, de um pais, de um continente, ou de todos os continentes (sociedade humana – humanidade).
SOCIEDADE: “coletividade de indivíduos reunidos e organizados (permanentemente) para alcançar uma finalidade comum”. A sociedade será tanto mais perfeita quanto sua organização for mais adequada ao fim visado e quanto mais claro for a representação do objetivo comum aos indivíduos, e a energia e sinceridade com que eles se dedicarem.
“União moral de seres racionais e livres, organizados de maneira estável e eficaz para realizar um fim comum e conhecido de todos” (Jolivet – Traité de Philosophie, I, pág.283).
A chamada SOCIEDADE POLÍTICA (ESTADO) possui uma peculiaridade tendo em vista a obrigatoriedade dos laços com que envolve o indivíduo. O ESTADO é uma sociedade pois se constitui de indivíduos unidos e organizados permanentemente para realizar um objetivo comum. Dizemos sociedade política porque, tendo sua organização determinada por normas de Direito Positivo, é hierarquizada na forma de governantes e governados e tem uma finalidade própria: o bem público.
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NOÇÃO DE ESTADO
O Estado será obra da inteligência e da vontade dos membros do grupo social, ou dos que nele exercem governo e influência (poder).
A sociedade se organiza em Estado em virtude dos homens viverem necessariamente em sociedade e aspirarem naturalmente realizar o bem geral, isto é, o bem público ou bem comum.
O bem público é um bem que ultrapassa o bem particular (propriedade), garantindo-o e promovendo-o. Consiste num regime de ordem, de coordenação de esforços e inter-cooperação organizada. Para realizar tal regime é necessário a reunião de todos em um grupo específico (governantes e governados), objetivando o bem público. 
Assim, a causa primária da sociedade política reside na natureza humana racional. É a natureza que impele o homem a instituir a sociedade política, sendo a sua vontade que instituiu as diversas sociedades políticas já criadas. O instinto social leva ao Estado, que a razão e a vontade criam e organizam.
Com exceção da família que o homem forçosamente pertence ao nascer, mas que se liberta ao emancipar-se, em todas as outras sociedades pode-se ingressar e sair quando quiser. 
Da tutela do Estado não há emancipação. Antes de nascer, o homem já tem garantido os seus direitos (direito do nascituro) e mesmo após seu falecimento com a execução de seu testamento.
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NOÇÃO DE ESTADO
O Estado moderno é uma sociedade de base territorial, dividida entre governantes e governados, e que pretende no limite do território que lhe é reconhecido, a supremacia sobre as demais instituições.
Todas as demais sociedades não têm poder direto sobre o indivíduo e só o obrigam se o Estado intervêm, pois só unicamente este dispõe legitimamente da força para tornar efetivo o cumprimento das disposições. 
Os objetivos do Estado são a ordem e a defesa social. Alguns pensadores podem definir que o objetivo seria promover uma vida melhor, ou ainda promover a civilização, mas é lícito entender que a finalidade do estado é a de promover o bem público. 
Assim, o bem público seria o “conjunto dos meios de aperfeiçoamento que a sociedade politicamente organizada tem por fim oferecer aos homens, e que constituem patrimônio comum, coordenando as atividades particulares e públicas tendo em vista a satisfação harmoniosa de todas as necessidades legítimas dos membros da comunidade”.
O Estado objetiva promover o bem público; por isso e para isso tem autoridade (direito de mandar e dirigir, de ser ouvido e obedecido) e dispõe de poder (força pelo meio da qual se obriga alguém a obedecer), cuja manifestação concreta é a força (que é monopólio do Estado).
A autoridade requer o poder, mas o poder que não deriva da autoridade é a tirania, que chamados de Estado ilegítimo. 
As normas que organizam o Estado e determinam as condições sociais necessárias para realizar o bem público constituem o DIREITO, que ao Estado incumbe cumprir e fazer cumprir.
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Estado e Direito 
“O Estado é uma organização destinada a manter, pela aplicação do Direito as condições universais de ordem social e o Direito é o conjunto das condições existenciais da sociedade, que ao Estado cumpre assegurar”.[1]
 [1]MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 1993.
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Estado e Nação 
Estado  realidade político-jurídica (objetiva); Nação: realidade sociológica (subjetiva).
“Nação é uma entidade de direito natural e histórico. Conceitua-se como um conjunto homogêneo de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de sangue, idioma, religião, cultura e ideais”.[1]
Nação “é um grupo humano no qual os indivíduos se sentem mutuamente unidos, por laços tanto materiais quanto espirituais, bem como conscientes daquilo que os distingue dos indivíduos componentes de outros grupos nacionais” (André Hauriou).[2]
[1]Maluf, op. cit., p. 16.
[2]Apud Bonavides, op. cit., p. 5.
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População, povo e raça 
(v. art. 5.º, LI, LII, LXXIII; art. 12; art. 14, §§ 2.º e 3.º, da CF/1988) 
População: conceito numérico, quantitativo  totalidade de indivíduos que se encontram em um Estado determinado.
Povo: conceito de sentido jurídico-político, ligado à idéia de cidadania.
Nacionalidade e Cidadania: 
A nacionalidade (...) é vínculo meramente jurídico, pertinente a direitos civis, em razão do local de nascimento ou da ascendência paterna (nacionalidade originária), ou, ainda, de manifestação de vontade do próprio interessado (nacionalidade secundária, obtida mediante naturalização). Nacional, portanto, é o brasileiro nato ou naturalizado, que integra o conceito jurídico do povo, ao passo que o cidadão é o nacional no gozo dos direitos políticos.[1]
Sistemas de determinação da nacionalidade:
jus soli (vínculo territorial); 
jus sanguinis (vínculo pessoal); misto.
Obs.: v. art. 12, CF/1988.
[1]ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Teoria geral do Estado. 2. ed. São Paulo, 2000. p. 35.
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ESTADO É A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-JURÍDICA DE UMA SOCIEDADE PARA REALIZAR O BEM PÚBLICO, COM GOVERNO PRÓPRIO E TERRITÓRIO DETERMINADO.
1]Azambuja, op. cit., p. 6.
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Conceito de Estado
“Estado é a organização político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público, com governo próprio e território determinado”.[1]
“[...] a corporação formada por um povo, dotada de um poder de mando originário e assentada em um determinado território”.[2]
“[...] Sociedade de homens fixada sobre um território próprio e que possui uma organização da qual resulta para o grupo, considerado em suas relações com seus membros, uma potestade superior de ação, de mando e de coerção”.[3]
[1]Azambuja, op. cit., p. 6.
[2]ELLINEK, Georg. Teoría general del Estado. México: Fonde de Cultura Económica, 2000. p. 196.
[3]MALBERG, R. Carré de. Teoría general del Estado. 2. ed. México: Facultad de Derecho/UNAM; Fondo de Cultura Económica, 1998. p. 26.

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