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Custeio Variável – conceitos e aplicações básicas O Custeio variável é a nossa próxima possibilidade de mensuração dos custos, nele temos uma abordagem contábil distinta da preocupação do rateio de gastos indiretos. Nesse novo procedimento, os dispêndios passam a ser abordados como elementos fixos ou variáveis em relação ao volume movimentado de produtos. Onde, como visto na aula 01, os gastos Fixos (recorrentes ou não recorrentes) seriam aqueles dispêndios que não sofrem alterações em seus valores na medida em que varia o volume dos produtos. Por sua vez, os dispêndios Variáveis seriam aqueles gastos que sofrem variações no valor agregado conforme vão ocorrendo alterações na quantidade dos produtos. Assista à videoaula a seguir sobre os conceitos básicos do custeio variável com o professor Ernani. http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/A BR/MT50029-A03-P04.mp4 O uso desse método de mensuração na contabilidade financeira não é permitido, dado o fato dele não se ocupar com a apropriação dos custos fixos no produto final (Figura 04). O que não significa dizer que esse custeio não possa ser utilizado para fins gerenciais. Nesse sentido, não é raro encontrarmos empresas que utilizam mais de uma forma de custeio em seu processo de contabilização, uma para atender à necessidade dos usuários internos (gerencial) e outra para suprir as exigências legais da contabilidade financeira. Figura 04 – Diagramação básica do custeio variável Segundo o que está demonstrado na Figura 04, a liberdade gerencial nos permite apropriar determinadas despesas no produto dada a natureza variável daquele dispêndio, como exemplifica Martins (2003), nos é muito mais fácil apropriar a comissão de venda (despesa variável) do que o dispêndio do gerente de produção (custo fixo/indireto). Sendo assim, seu uso gerencial nos permite rever os relatórios contábeis ampliando-os com fontes de informações sobre os impactos dos dispêndios nos resultados do período, como exemplo podemos citar o DR readaptado para tal fim. Veja! Figura 05 – Diagramação básica do DR do custeio variável Como demonstra a Figura 05, mediante essa reestruturação do DR, tem-se uma nova condição de compreensão sobre quanto nos sobra da receita auferida na medida em que os gastos são abatidos conforme a natureza que apresentam. Por exemplo, caso o valor da “margem de contribuição bruta” esteja em um patamar muito próximo ou até mesmo menor que a despesa, tem-se o elemento que deve ser o foco de nossa estratégia. Da mesma forma, se o valor do “custo fixo” exaurir toda a margem de contribuição líquida, nos será possível visualizar em qual ponto do processo ocorreu o problema, pois temos detalhado o comportamento da receita, do custo variável, da despesa variável, dos custos fixos e despesas fixas. Com relação ao valor informacional que o custeio variável nos fornece, podemos citar a forma instrumental do Custo/Volume/Lucro (C/V/L). Ou seja, procedimento analítico que nos permite considerar o impacto que o custo tem no lucro da empresa conforme volume movimentado, por meio de diferentes cálculos gerenciais, dentre outros: (i) margem de contribuição, (ii) ponto de equilíbrio, (iii) margem de segurança e (iv) grau de comprometimento da receita. Vamos ver rapidamente cada um desses cálculos citados com relação à sua fórmula e função. a) Margem de contribuição Trata-se de uma análise que avalia a distância em valores monetários existente entre os dispêndios variáveis e o preço de venda. Equação 01: MC = Pv - GV MC = Pv - (CV+DV) Onde: MC: Margem de contribuição (= Pv - GV) Pv: Preço de venda por unidade GV: Gasto variável por unidade (= CV + DV) CV: Custo variável por unidade DV: Despesa variável por unidade Pela Equação 01 é possível perceber que a Margem de Contribuição nada mais é do que o valor monetário (por unidade de produto) que nos resta após o abatimento do custo variável e da despesa variável. Sendo assim, ele representa quanto cada unidade do produto vendido irá contribuir para liquidar o custo fixo (em um primeiro momento) e para gerar lucro (em um segundo momento). b) Ponto de equilíbrio A quantidade de produto cuja receita se iguala ao valor do custo total é denominada de ponto de equilíbrio. Isto é, condição na qual a operação não apresenta nem lucro e, tampouco, prejuízo. Equação 02: PE = PE = Onde: PE: Ponto de Equilíbrio Pv: Preço de venda GF: Gasto fixo (= CF + DF) GV: Gasto variável (= CV + DV) MC: Margem de contribuição CF: Custo fixo DF: Despesa fixa O ponto de equilíbrio, como demonstra a Equação 02, representa a razão entre o “Gasto fixo” e a “Margem de contribuição”. Como o gasto fixo é considerado em relação ao “período” e a margem de contribuição em relação a “uma unidade de produto”, temos, portanto, que PE é a quantidade de produtos que devemos vender dentro desse período considerado para equilibrar o valor da receita e do gasto. Para entendermos melhor esse conceito, vamos analisar a Figura 06. Figura 06 – Diagramação básica do ponto de equilíbrio Segundo demonstra a Figura 06, o PE, que geralmente está apresentado nos livros-texto dentro do contexto do C/V/L, é uma região que se faz presente na representação gráfica Teoria da Firma. Nesse sentido, devemos ter cuidado em seu uso para que não tenhamos a ilusão de que uma vez vencida a quantidade de equilíbrio, o lucro da empresa crescerá de forma perene conforme aumente o volume transacional. Como demonstra o gráfico na parte superior da Figura 6, dado o comportamento da curva da receita e o custo variável, o lucro da empresa tenderá a cair após alcançado um determinado volume de venda – dentre outros motivos, pela queda da eficiência do fator variável dada limitação do fator fixo. Por fim, quanto à forma de apresentação, o PE pode nos fornecer informações relevantes ao nosso processo estratégico, com relação aos aspectos da quantidade de equilíbrio contábil, econômico e financeiro, desde que haja as devidas adaptações na fórmula básica. A primeira, a contábil, é aquela na qual o valor do Custo variável e fixo é obtido de forma exclusiva em bases contábeis (por exemplo, considerando os custos de amortização). Na econômica, precisa-se agregar nos dispêndios o valor do custo de oportunidade. E, por fim, para a informação financeira, deve-se expurgar do cálculo valores que não impactam no caixa da empresa (por exemplo, amortização, depreciação, custo de oportunidade etc.). Quanto a alguns exemplos práticos do PE, bem como a abordagem do “grau de comprometimento da receita” e a “margem de segurança”, serão tratados na próxima aula. Agora, assista à videoaula com as aplicações básicas do custeio variável. http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/ABR/MT5 0029-A03-P05.mp4
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