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Aula 5

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Aula 5 - Contexto Histórico da Formação da Sociologia e da Antropologia
Revolução Industrial e Neocolonialismo
O Iluminismo ("Defendia a liberdade econômica, ou seja, a economia sem a intervenção do Estado; o avanço da ciência e da razão e o predomínio da burguesia e seus ideias. No século XVIII, esta nova corrente de pensamento começou a tomar conta da Europa, defendendo novas formas de conceber o mundo, a sociedade e as instituições. Tratou de aspectos filosóficos, políticos, sociais, econômicos e culturais. Este defendia o uso da razão como o melhor caminho para alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação.") foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVII na Europa, e pregava maior liberdade econômica e política. Foi apoiado pela burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns. Consistia em críticas ao Antigo Regime:
Mercantilismo ( A intervenção na Economia;
Absolutismo Monárquico ( A proteção à Nobreza;
Poder da Igreja ( As verdades reveladas pela Fé.
Vários aspectos do Iluminismo preparam o surgimento das Ciências Sociais no século XIX. Este foi o fundamento filosófico da criação do Estado burguês, tal como foi promovido pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial. Essas revoluções formaram a base do Estado moderno. O desenvolvimento do pensamento científico propiciou a Revolução Industrial. Esta foi a transição para novos processos de manufaturas no final do século XVIII, primeiramente na Inglaterra. No século XIX, a indústria cresceu e o capital financeiro se fortaleceu. O que desencadeou crises de superprodução, pois a produção não era acompanhada pelo consumo. A solução seria crescer para fora do continente europeu, o que foi denominado neocolonialismo ou imperialismo do século XIX. No mapa, veremos como neocolonialismo se expandiu pelo mundo.
América ( Escapou do neocolonialismo porque se tornara independente pouco antes. Porém, se não foi denominada politicamente pela Europa e pelos EUA, o foi economicamente, pois dependia dos banqueiros e do capital industrial europeu. Naquela época, por exemplo, grupos franceses e ingleses iniciaram a exploração da borracha na região amazônica, porque era mais barato produzir aqui e exportar para a Europa e para os EUA; afinal, aqui se encontrava a matéria-prima, a mão de obra barata e o favorecimento governamental.
Europa ( Diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, o neocolonialismo representou nova etapa do cristianismo, do momento em que as nações europeias saíram em busca de matérias-primas para sustentar as indústrias, de mercados consumidores para os produtos europeus e de mão de obra barata. Esse colonioalismo se direcionou para África e a Ásia, que foi partilhada entre as nações europeias.
África e Ásia ( A África e a Ásia foram o canário onde atuou uma infinidade de cientistas e religiosos que assumiram o fardo do homem brando. Na Índia, por exemplo, qualquer membro da raça branca era tido como membro da classe dos amos e senhores, respeito e reverenciado. Situações semelhantes fizeram o fundador da República do Quênia, na segunda metade do século XX, referir-se assim à dominação imperialista: “Quando os brancos chegaram, nós tínhamos as terras e eles a Bíblia; depois eles nos ensinaram a rezar; quando abrimos os olhos, nós tínhamos a Bíblia e eles as terras”.
Ásia ( Todas as tentativas de reação por parte das nações dominadas pelos impérios europeus foram enfrentadas com o uso das armas por parte das nações europeias. Nem a China ficou de fora da corrida imperialista: foi dominada economicamente e teve territórios ocupados pelos japoneses.
O Cientificismo
Os efeitos dos novos inventos, devido ao desenvolvimento científico, tais como: o para-raios e as vacinas, os desenvolvimentos da mecânica, da química e da farmácia, eram amplamente verificáveis e pareciam coroar de êxitos as atividades cientificas. Aos olhos dos homens da época, as conquistas do conhecimento do humano eram vitoriosas, abrindo caminho para o controle sobre as leis da natureza. As ideias de progresso, racionalismo e cientificismo exerceram todo um encanto sobre a mentalidade da época. Transformar esse mundo conquistado em colônias que se submetessem aos valores capitalistas era uma tarefa de grande magnitude. Dessa maneira a dominação precisava apresentar justificativas que ultrapassassem os interesses econômicos imediatos. Por isso, a conquista europeia esteve revestida de um discurso humanitário de missão civilizadora. O Darwinismo Social, o Evolucionismo Social e o Positivismo foram as primeiras elaborações ditas cientificas da sociedade. Foram inspiradas nas teorias de Charles Darwin, apropriadas e manipuladas pelos pensadores sociais e que serviram para justificar a dominação europeia do neocolonialismo. Foi também, nessa época, que se desenvolveu a teoria de Charles Darwin (1809-1822), naturalista inglês, sobre a evolução, adaptação e seleção das espécies. O principio da evolução estaria na transformação contínua das espécies de seres vivos com finalidade de selecionar os mais aptos e determinar quais membros da espécie tem mais chance de sobrevivência. Consequentemente, os organismos tendem a se adaptar cada vez melhor ao ambiente, criando formas mais complexas de existências, que possibilitam, pela competição natural, a sobrevivência dos seres mais aptos e evoluídos. Logo, as teses de Darwin estavam sendo discutidas em todo o meio cientifico e o próprio liberalismo econômico adotou o pressuposto da competição. Ao defender a propriedade privada, o liberalismo postula que todo homem compete em igualdade no acesso à propriedade privada. Aquele que não a conquista, não o faz porque é vicioso ou preguiçoso. É claro que essa tese, presente em nossas mentes até hoje, interessava à manutenção do domínio da classe burguesa.
Darwinismo Social
Se o pensamento racional e científico parecia válido para explicar a natureza, intervir sobre ela e transformá-la, este poderia explicar também a sociedade vista como um elemento da natureza. O Darwinismo Social explica a sociedade como se ela fosse um objeto de estudo da natureza. O determinismo biológico (São as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a "raças" ou a outros grupos humanos. Contudo, os antropólogos hoje em dia estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais.) e o determinismo geográfico (O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico como o clima, a altitude, a umidade do ar, entre outras variáveis do meio ambiente condicionam a cultura local e as diferenças culturais.) foram explicações comumente utilizadas sobre a capacidade de cada individuo e cada sociedade. Segundo o Darwinismo Social, as sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos. As transformações nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, onde o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e complexo. Se na natureza a competição gera a sobrevivência do mais forte, também na sociedade favorece a sobrevivência de sociedade e indivíduos mais fortes e evoluídos. As expressões: "luta pela existência" e "sobrevivência do mais apto", tomadas de Darwin, apoiaram o individualismo liberal e justificaram o lugar ocupado pelos bem-sucedidos nos negócios. Por outro lado, as sociedades foram divididas em raças superiores e inferiores, cabendo aos mais fortes dominar os mais fracos e, consequentemente, aos mais desenvolvidos levar o desenvolvimento aos não desenvolvidos. A civilização deveria ser levada a todos os homens.
Darwinismo Social no Brasil
Conde de Gobineau
O conde de Gobineau tornou-se embaixador da França no Brasil entre 1869 e 1870. Para ele, a mestiçagem criava um povo degenerado, porque não conservaria, nas suas veias, o mesmo sangue original. E as sucessivas misturas teriam enfraquecido o seu valor. A apreciação das qualidades físicas ou morais dos brasileiros, para Gobineau, não poupava observações pejorativas."A miscigenação havia resultado no Brasil em compleições raquíticas, que se nem sempre repugnantes, são sempre desagradáveis aos olhos". A única relação que ele estabeleceu no Brasil foi com o D. Pedro II. A visão pessimista de Gobineau, em relação ao país, partia do pressuposto da inviabilidade de uma nação composta por raças mistas. As nações miscigenadas como o Brasil seriam instáveis, desequilibradas e decaídas. A degeneração, segundo ele, era inevitável e conduziria ao fim da existência do Brasil.
Nina Rodrigues
No final do século XIX, muitos intelectuais e pensadores, tais como Nina Rodrigues e Sílvio Romero, acabaram por adotar a tese da existência de uma raça superior. Defendiam o branqueamento da população como uma forma de superar a mistura de "cores" que caracteriza o povo brasileiro. A aplicação prática dessa concepção traduziu-se no incentivo à imigração maciça de trabalhadores europeus: italianos, alemães, espanhóis, poloneses, ucranianos, que, ao longo do tempo, branqueariam a sociedade do país.
O Evolucionismo Social
Os evolucionistas formaram a primeira escola antropológica, tendo como paradigma principal a sistematização do conhecimento acumulado sobre os "povos primitivos" e o predomínio do trabalho de gabinete. A análise desses antropólogos era feita a partir dos relatos de viajantes e colonizadores que lhes chegavam às mãos. Defendiam a ideia de que a história da Humanidade se dava através de um processo evolutivo que ia da selvageria à civilização, passando pela barbárie. Utilizavam o chamado método comparativo, em que tomavam como parâmetro a sociedade europeia do século XIX para descrever e classificar formas culturais de outros povos, em uma postura que, como vimos na aula 3, se mostrava extremamente etnocêntrica, tratando os povos não europeus como primitivos, exóticos e incivilizados.
O Positivismo
Augusto Comte
O positivismo foi uma diretriz filosófica criada por Augusto Comte na segunda metade do século XIX. O tema central de sua obra é a Lei dos Três Estados, em que ele divide a evolução histórica e cultural da humanidade em três fases, de acordo com seu desenvolvimento; a classificação e a hierarquização das ciências, da mais simples até a mais complexa, que pra ele a ordem é necessária ao progresso; e a reforma da sociedade, com mudanças intelectuais, morais e políticas destinadas, principalmente, a restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial. A hostilidade dirigida ao pensamento tradicional foi especialmente forte em Comte, que negava a possibilidade do conhecimento metafísico, que ele considerava ser estagnante e uma forma de pesquisa desnecessária. Ele exigia uma "sociocracia" dirigida por cientistas para a unificação, conformidade e progresso de toda a humanidade. Logo, o positivismo redefiniu o propósito da filosofia, limitando-a à análise e definição da linguagem científica. Comte devotou-se à sociologia, uma palavra que ele elaborou para descrever a ciência da sociedade. Ele acreditava que sua principal contribuição era a teoria de que a humanidade passou por três estágios de desenvolvimento intelectual:
Teológico ( Neste estado a realidade era explicada pela imaginação, a partir de Deuses, demônios e seres mitológicos.
Metafísico ( No segundo estágio a realidade era explicada através de abstrações filosóficas, tais como: essência, existência, substância, acidente.
Positivo ( Neste estágio final, as explicações da realidade eram dadas baseadas em leis científicas, descobertas através da experimentação, observação e lógica.
Na sua classificação das ciências os critérios eram a generalidade de cada ciência e a crescente complexidade das mesmas. A origem da menos complexa a mais complexa estabelecida pelo autor foi: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia. Ao criar a Sociologia, Comte criava a ciência mais positiva. Os traços mais marcantes do positivismo são, certamente, a excessiva valorização das ciências e dos métodos científicos, a exaltação do homem e suas capacidades e o otimismo em relação ao desenvolvimento e progresso da humanidade. Para reformar a sociedade, Comte propôs:
Reconhecer os princípios reguladores do mundo físico e do mundo social.
Determinar a estrutura e os processos de modificação da sociedade.
Reconhecer a existência de dois movimentos: estático (fator de permanência e harmonia) e dinâmico (fator de processo).
Esta corrente filosófica foi muito influente no pensamento brasileiro. O movimento republicano, o lema da bandeira brasileira "ordem e progresso", a primeira constituição republicana de 1891, as leis trabalhistas, o governo militar e o ensino brasileiro.
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