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DAMÁSIO EDUCACIONAL DIREITO DO TRABALHO MATERIAL DE APOIO EXAME DA OAB Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 01 | Data: 02/02/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1) Relação de Trabalho 2) Relação de Emprego 3) Atualização 4) Estágio 5) Trabalho Eventual GUIA DE ESTUDO 1. Relação de trabalho Introdução Relação de trabalho significa o gênero, o termo mais amplo comportando várias espécies. Toda relação de emprego é uma relação de trabalho, mais nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego. 2. Relação de emprego É a relação de trabalho mais os requisitos caracterizadores do vínculo empregatício, também chamados de elementos fático-jurídicos ou pressupostos. Requisitos: Artigos 2º e 3º da CLT e conclui que estes requisitos são legais e cumulativos (devem estar presentes) Macetes para decorar S – Subordinação H – Habitualidade O – Onerosidade P – Pessoalidade P – Pessoa Física Exame de Ordem Damásio Educacional 2 de 5 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM PEPENOS a b c Todo empregado é pessoa física. Obs.: Atualmente muitas empresas exigem dos trabalhadores a criação de pessoa jurídica como condição indispensável para a prestação dos serviços. Isso chama-se na prática de “Pejotização” é o trabalhador como Pessoa Jurídica. Prevalece o entendimento de que esse fenômeno constitui fraude à legislação trabalhista. Sempre que falamos de fraude, aplicamos o artigo 9º da CLT (nulidade de pleno direito). Prevalece o princípio da primazia da realidade: no confronto entre verdade real x verdade formal; prevalece sempre o da verdade real. Pessoalidade: também conhecida como infungibilidade ou “intuitu personae”. É o empregado que é contratado para prestar os serviços pessoalmente, e somente poderá ser substituído por outro em situações excepcionais e com a anuência do empregador. Não eventualidade ou (habitualidade): o empregado é contratado para desenvolver habitualidade das atividades normais da empresa. Essas atividades normais da empresa recebem o nome técnico das atividades-fim (em regra). Corre o risco de o juiz reconhecer o vínculo empregatício. Onerosidade: sinônimo de salário. REMUNERAÇÃO = salário + gorjetas (pago por terceiros) (pago pelo empregador) As gorjetas integram a remuneração é a natureza jurídica: remuneratória. A obrigação do empregador é paga o salário e não a remuneração. Subordinação: é jurídica, não é subordinação econômica, técnica ou social. A subordinação jurídica é a vinculação do empregado ao poder empregatício. Exame de Ordem Damásio Educacional 3 de 5 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Sujeitos da relação de emprego Empregado: a) Hipossuficiente b) Subordinado juridicamente Empregador Poder empregatício: diretivo: disciplinar; fiscalizatório: regulamentar. Obs.: a) Prevalece o entendimento de que a exclusividade não é requisito caracterizador. b) Alteridade: está prevista no artigo 2º “caput” da CLT e significa que é o empregador que assume os riscos da sua atividade econômica (se houve lucro ou prejuízo, problema do empregador). Ex.: Artigo 7º, VI da CF: princípio da irredutibilidade salarial. No Brasil a redução do salário depende de negociação coletiva. 3. Atualização – Exame XIV Lei 12.551/2011: trouxe uma nova redação ao artigo 6º da CLT. Teletrabalho: pode ter um empregado à distância. Para fins de subordinação jurídica houve: Equiparação Meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão aos meios pessoais e direitos. Empregados Domésticos – Exame XV Atualização: EC 72/2013 nova redação ao parágrafo único do Artigo 7º da CF. Objetivo da EC 72/2013: teve por objetivo trazer a igualdade de direitos trabalhistas entre os empregados domésticos e entre os urbanos e rurais. Na prova caiu assim: Parte dos novos direitos já é de aplicabilidade imediata. Exame de Ordem Damásio Educacional 4 de 5 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Duração do trabalho normal, não superior à 8h diárias e 44h semanais (hora extra); Direito as normas de segurança e saúde no trabalho; Direito ao reconhecimento de convenção e acordo coletivo de trabalho. Outra parte dos novos direitos: ainda depende de regulamentação infraconstitucional específica. Ex.: FGTS, Seguro-desemprego, adicional noturno, salário-família, seguro contra acidente de trabalho (SAT). Lei específica: Lei 5.859/72, em seu artigo 1º, extrai o conceito: Conceito: é a pessoa física que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa a pessoa ou família no âmbito residencial. Pessoa jurídica jamais poderá ser empregadora doméstica. Exemplo de domésticos: Tarefas domésticas diárias: caseiro; babá; acompanhante de idoso; motorista particular, etc. 4. Estágio – Exame X e XIV Regido pela Lei 11.788/2008. Conceito de estágio (Art. 1º da Lei) é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho que visa à preparação para o trabalho produtivo do educando. Obs.: Porque o estagiário não é empregado? Por causa do artigo 3º da Lei, que diz que o estagiário não é empregado. Prazo máximo do estágio é de 2 anos na mesma parte concedente. Ressalva: quem pode ultrapassar são as pessoas com deficiência. Exame de Ordem Damásio Educacional 5 de 5 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM 5. Trabalho eventual Ausência de habitualidade ou não eventualidade É aquele que presta serviços esporádicos, sem profissionalidade. Ex.: “bico” (é a pessoa que faz tudo); “chapa” (trabalha na carga e descarga de caminhão). Obs.: Súmula 386, TST Exame XII. É o legítimo reconhecimento do vínculo empregatício envolvendo policial militar e a empresa privada, desde que presente os requisitos, ainda que o Estatuto do PM traga o cabimento de penalidade disciplinar. Princípio da primazia da realidade. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 02 | Data: 02/03/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Contrato de trabalho 2. Elementos do contrato de trabalho 3. Duração do contrato de trabalho 4. Terceirização GUIA DE ESTUDO 1. Contrato de trabalho Conceito: o artigo 442 da CLT deixa certo que o contrato de trabalho é o ajuste expresso ou tácito da prestação de serviço ao empregador. Pode ser pactuada de forma verbal ou escrita sendo que na hipótese do contrato de aprendiz, do temporário,do atleta a lei exige que seja escrito. 2. Elementos do contrato de trabalho Agente capaz: nos termos do artigo 7º, inciso XXXIII da CF: é considerado agente capaz para firmar o contrato de trabalho maior de 16 anos, salvo, aprendiz que o limite de idade é de 14 anos e o menor artista devidamente autorizado pelo juízo da infância e juventude. Obs.: 1) nos termos do artigo da CF citada o menor de 18 anos não pode trabalhar em ambiente insalubre, em horário noturno (22h às 5h) e em ambiente com periculosidade. Ademais a rescisão contratual deverá ser assistida por seus representantes legais, conforme artigo 439 da CLT. O artigo 440 da CLT afirma que contra o menor de 18 anos não corre prescrição. Por fim o artigo 793 da CLT determina que ação trabalhista do menor de 18 anos será através de seus representantes legais e na falta destes através do MPT; Sindicato, MP Estadual ou Curador nomeado em juízo. Obs.: 2) na hipótese de prestação de serviço do menor de 16 anos que não seja aprendiz ou artista autorizado serão garantidos todos os direitos trabalhistas, uma vez que, não é possível devolver a mão de obra gasta e haveria um enriquecimento ilícito do empregador. Trata-se de trabalho proibido que Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM fosse capaz de gerar direitos trabalhistas. Por fim outro exemplo de trabalho proibido é o do estrangeiro em situação irregular. Obs.: 3) os artigos 428 à 433 da CLT regulamentam o contrato do aprendiz e determina as seguintes peculiaridades: a) É um contrato de trabalho especial por escrito; b) Idade mínima de 14 anos e máxima de 24 anos, salvo aprendiz portador de deficiência; c) Contrato por prazo determinado de 2 anos, salvo aprendiz portador de deficiência; d) É obrigatória a frequência em curso técnico; e) Atividade deve ser compatível com a aprendizagem; f) FGTS de 2% Objeto lícito: o contrato de trabalho deve regulamentar uma prestação de serviço lícita. Na hipótese do trabalho caracterizado crime ou contravenção penal o contrato não será válido. Trata-se de trabalho ilícito que não gera direitos trabalhistas. Neste sentido a OJ 199 SDI – 1 do TST deixa certo que é ilícito o contrato para prática do jogo do bicho. 3. Duração do contrato de trabalho Regra geral: o contrato do trabalho é por prazo indeterminado. A CLT no artigo 443, § 2º, apresenta três hipóteses de contrato por prazo determinado, são elas: Serviço cuja natureza autoriza a pré-determinação do prazo, como por exemplo, contrato por prazo determinado para instalação de maquinário na empresa. Atividade empresarial de caráter transitório. Ex.: estabelecimento que funciona apenas no período da Páscoa. Contrato de experiência. Nas duas primeiras hipóteses mencionadas o prazo de vigência será de até 2 anos. Já no contrato de experiência o prazo é de 90 dias e não 3 meses. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Não confundir contrato de experiência com a comprovação de experiência prevista no artigo 442-A da CLT de até seis meses. O contrato por prazo determinado poderá ser prorrogado uma única vez dentro do limite de vigência máximo mencionado. Por fim, na hipótese de rescisão deve-se observar os artigos 479 à 481 da CLT. Obs.: nos termos das Súmulas 244, inciso III e 378, inciso III ambas do TST, a gestante e o empregado que sofreu acidente de trabalho, gozam de estabilidade no contrato por prazo determinado. 4. Terceirização A Súmula 331, do TST deixa certo que regra geral é vedada a intermediação de mão de obra, salvo nas hipóteses de trabalho temporário e de terceirização. O trabalho temporário tem previsão na Lei 6.019/74 e ocorre em duas hipóteses: substituição de pessoal ou acréscimo extraordinário de serviço. Possui prazo de vigência de três meses, podendo ser prorrogado mediante autorização do Ministério do Trabalho. Por fim, é possível a subordinação e a pessoalidade do empregado temporário com o tomador de serviço. Já a terceirização nos termos da Súmula citada somente pode ocorrer nas atividades de vigilância, conservação, limpeza ou qualquer outra atividade que não seja a atividade fim. O vínculo de emprego se forma com a empresa prestadora de serviço e o trabalho é realizado na tomadora de serviço. Não é possível a subordinação ou a pessoalidade com a tomadora de serviço. Na hipótese de terceirização válida lícita o tomador de serviço responde subsidiariamente quando houver inadimplência do prestador de serviço desde que ele tenha participado do processo, conforme Súmula 331, IV do TST. Cabe ressaltar que, se o tomador for a Administração Pública somente haverá responsabilidade subsidiária se provada a culpa na fiscalização do prestador, conforme Súmula 331, V do TST. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Já na hipótese de terceirização ilícita o vinculo empregatício será com o tomador de serviço, salvo se for Administração Pública em que não é possível vinculo em razão da exigência do concurso público. Em tal situação, ocorrerá a responsabilidade direta do tomador e o prestador de serviço responde solidariamente nos termos do artigo 942 do Código Civil tendo em vista que ele participou da fraude. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 03 | Data: 11/03/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Alteração do contrato individual de trabalho 2. Interrupção e suspensão do contrato individual de trabalho 3. Transferência de empregados GUIA DE ESTUDO 1. Alteração do contrato individual de trabalho Introdução Análise do artigo 468 caput da CLT: princípio da inalterabilidade contratual prejudicial ou lesiva ao empregado. A alteração contratual lícita depende do preenchimento de dois requisitos cumulativos: a) Mútuo consentimento: depende da anuência do empregado. Em regra, a alteração do contrato é bilateral. b) Ausência de prejuízos diretos ou indiretos: alteração ocasiona prejuízo por se ilícito. Se qualquer um dos requisitos não for preenchido, será nulo de pleno direito, sob pena de nulidade de cláusula infringente dessa garantia (Art. 9º CLT). Alterações contratuais unilaterais lícitas Elas representam exceções: “jus variandi”: significa direito de variar ou direito de variação. É o direito conferido ao empregador para implementar alterações unilaterais lícitas nos contratos de seus empregados. Existem dois fundamentos que justificam o jus variandi, quais sejam: a) Alteridade – prevista no artigo 2º, “caput”, CLT. É o empregador que assume os riscos de sua atividade econômica. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM b) Poder empregatício – especialmente o poder de direção, pode alterar unilateralmente e de forma lícita o contrato de seus empregados. Principais exemplos de jus variandi Reversão – art. 468, parágrafo único, CLT. a) Conceito de reversão = é a determinação unilateral do empregador para queo empregado retorne ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício da função de confiança. b) Como ocorre com a gratificação de função? Súmula 372, I – TST: princípio da estabilidade financeira. Se o empregado percebeu a gratificação por 10 anos ou mais, ela será incorporada definitivamente no salário, isso se for uma reversão sem justo motivo. Mudança de turno de trabalho a) Período noturno ao diurno: as vantagens de trabalhar em período noturno: art. 7ª IX, CF cc art. 73, CLT (Urbanos). O horário noturno inicia às 22h e termina às 5h. b) Hora noturna ficta ou reduzida: 52’ e 30’, equivale a 60’ do período diurno. c) Adicional noturno: no mínimo 20% a mais da hora diurna. d) Súmula 265, TST: alteração unilateral lícita (proteção ao organismo do empregado). Implica sempre na perda do direito ao adicional noturno. Alteração na data de pagamento do salário: Art. 459, § 1º, CLT – há um limite do pagamento do salário, devendo ser pago até o 5º dia útil do mês subsequente ao da prestação dos serviços. OJ 159, SDI, I – TST: trata-se de uma alteração unilateral lícita desde que seja respeitado o limite da CLT. Jus resistentiae: é o direito de resistência unilateral obreira em virtude do exercício abusivo do jus variandi. É um direito lícito. Exemplos: Despedida ou rescisão indireta: é o que chamamos de justa causa patronal, prevista no art. 483, CLT. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Ação de indenização por danos materiais e/ou morais: art. 114, VI, CF cc Súmula 392 TST. 2. Interrupção e suspensão do contrato individual de trabalho Introdução a) Efeitos principais do contrato b) Semelhanças, diferenças e exemplos. Características da interrupção a) Manutenção do vínculo empregatício: a empresa não pode demitir porque o contrato está interrompido, a empresa é obrigada a manter o vinculo. b) O empregado não presta serviços c) Pagamento dos salários do período d) Cômputo do período no tempo de serviço e) Depósitos do FGTS Características da suspensão a) Manutenção do vínculo empregatício b) Empregado não presta serviços c) Não há o pagamento dos salários d) Em regra, não há o cômputo do período. e) Em regra, não há o recolhimento do FGTS. Exemplo: licença não remunerada. Exemplos de interrupção – art. 473, CLT. Férias Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Feriados DSR Licenças remuneradas Ausências justificadas Exemplos de suspensão Licenças não remuneradas Ausências injustificadas Greve Aposentadoria por invalidez com base na Súmula 160, TST. Empregado eleito diretor de sociedade – Súmula 269, TST. Exemplos de suspensão atípica do contrato São chamados de suspensão atípica por que teremos o computo do período mais o recolhimento do FGTS. a) Prestação do serviço militar obrigatório b) Acidente de trabalho após 30 dias. Os 30 primeiros dias tem o efeito da interrupção, após os 31 dias e seguintes, o efeito será suspensivo. c) Art. 4º parágrafo único, CLT. d) Art. 15, § 5º da Lei 8.036/90 e) Art. 59 e 60 da Lei 8.213/91 f) MP 664 e 665, de 30 de dezembro de 2014. 3. Transferência de empregados Art. 469 e 470, CLT. Transferência no âmbito do território nacional Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Regra, que está no caput do art. 469 CLT. Transferência definitiva bilateral lícita: depende da anuência do empregado. Para ser transferência tem que ter mudança de domicílio – art. 70, CC (residência com ânimo definitivo). 1ª Exceção: § 1º do art. 469, CLT. Transferência definitiva unilateral lícita: é possível de acordo com a CLT em duas hipóteses: a) Cargo de confiança b) Previsão contratual implícita (ex.: empregados de circo) ou explícita (ex.: aeronauta; atleta profissional de futebol). Nos dois casos o empregador deverá comprovar a real necessidade do serviço, sob pena da transferência ser abusiva – Súmula 43, TST. 2ª Exceção: § 3º do art. 469, CLT: transferência provisória unilateral lícita. O empregador deverá comprovar a real necessidade do serviço Adicional de transferência é de 25% no mínimo sobre o salário. Obs.: Uma empresa decide transferir seu empregado que exerce cargo de confiança de forma provisória e unilateral. Deverá pagar o adicional de transferência? Resposta: OJ 113 da SDI -1, TST: diz que o pressuposto legal apto a legitimar o pagamento do adicional é a transferência ser provisória. Qualquer um pode ser transferido de forma provisória não importando o cargo de confiança. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 04 | Data: 18/03/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Introdução 2. Cartão de ponto 3. Empregados excluídos do controle da jornada 4. Intervalor intrajornadas 5. Intervalo interjornada 6. Sobreaviso, prontidão e uso do celular. 7. Horas “in itinere” (intinerárias) GUIA DE ESTUDO Duração do trabalho e intervalos 1. Introdução Ler artigos 7º, IX, XIII, XIV, XVI, CF. Artigos 57 E SS DA CLT Limites constitucionais: 8h diárias mais 44h semanais Adicionais de hora extra: no mínimo 50% (hora normal) 2. Cartão de ponto Controle de frequência é o que registra horário de entrada e/ou saída Art. 74, § 2º da CLT: empresa com mais de 10 empregados, esta é obrigada o cartão de ponto. Este cartão de ponto pode ser registro manual, mecânico ou eletrônico. Tem que ter a pré- assinalação de repouso. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM 3. Empregados excluídos do controle da jornada Não possuem os seguintes direitos: hora extra; proteção do trabalho noturno, intervalo interjornada, intervalo intrajornada, redução da jornada no curso do aviso prévio, etc. Espécies de empregados excluídos do controle da jornada a) Empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação da jornada (Art. 62, I, CLT). Ex.: vendedor externo; atividade anotada na CTPS, mais livro de registro de empregados. b) Gerentes: aqueles que exercem cargo de confiança envolvendo diretores e chefes de departamento ou filial (Art. 62, I, parágrafo único da CLT). Há dois requisitos cumulativos exigidos: Elemento objetivo: tem que perceber uma gratificação de função igual ou superior a 40% do salário efetivo. Elemento subjetivo: é exercer o poder de mando, comando ou supervisão. 4. Intervalor intrajornadas Principais intervalos Refeição e descanso Art. 71, CLT: três regras básicas. a) Se a pessoa trabalha até 4h diárias: não tem intervalo b) Se a pessoa trabalha mais de 4h ate 6h: 15 minutos c) Se a pessoa trabalho mais de 6h até 8h: de mínimo 1h e no máximo 2h. Esses intervalos não são computados na jornada. Exame de Ordem Damásio EducacionalMATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Obs.: É possível a redução do intervalo mínimo de 1h? A resposta está no artigo 71, § 3º da CLT: sim, há três requisitos cumulativos: Requisito: autorização do Ministério do Trabalho e Emprego. A empresa deve ter refeitório organizado. Os empregados não poderão estar prestando horas extras. Obs.: É possível a redução do intervalo por convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho? Súmula 437, TST: não é possível a redução por ser uma norma de segurança e saúde no trabalho. Obs.: Se houver o desrespeito ao intervalo mínimo? Art. 71, § 4º, CLT O pagamento do período correspondente acrescido de no mínimo 50%. Súmula 437, TST: determina-se o pagamento integral do período correspondente com natureza salarial. (aplicação do princípio do “in dúbio pro operário”). Intervalos intrajornadas da mulher a) Art. 384, CLT: (OAB) antes de prestar hora extra a mulher tem direito ao intervalo mínimo de 15 minutos. O STF em novembro de 2014 decidiu que esse intervalo foi recepcionado pela CF/88. b) Art. 396, CLT: amamentação. Tem direito a dois descansos especiais de 30 minutos cada, até o filho completar seis meses. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM 5. Intervalo interjornada (entre jornadas) Art. 66, CLT: mínimo 11h consecutivas. Obs.: Súmula 110, TST: diz que às 11h consecutivas do intervalo interjornada não prejudicam as 24h (35h consecutivas de descanso) consecutivas do descanso semanal remunerado. Desrespeito ao intervalo interjornada mínimo (OJ 355, SDI-1): são as mesmas consequências do artigo 71, § 4º da CLT cc Súmula 437, TST. Pagamento da integralidade das horas suprimidas como extras. 6. Sobreaviso, prontidão e uso do celular. Art. 244, §§ 2º e 3º da CLT. Empregado não está trabalhando O empregado está aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Sobreaviso: local: casa; escala máxima: 24h; salário: 1/3 do valor da hora. Prontidão: local: trabalho; escala máxima: 12h; salário: 2/3 do valor da hora. Obs.: O uso do celular caracteriza o sobreaviso? Súmula 428, TST, que diz o seguinte: Uso por si só não caracteriza o sobreaviso O sistema de plantão ou equivalente poderá caracterizar o sobreaviso. 7. Horas “in itinere” (itinerárias) Art. 58, §§ 2º e 3º da CLT. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM É o tempo de deslocamento casa/trabalho/casa Esse tempo é computado na jornada de trabalho? A regra é que este período não é computado. No computo depende do preenchimento de dois requisitos cumulativos: a) Local de difícil acesso ou não servido por transporte público regular; b) O empregador deverá fornecer a condução. Obs.: Súmulas 90 e 320, TST A mera insuficiência no transporte público regular não enseja o pagamento dessas horas. Todavia, a incompatibilidade de horários enseja o pagamento. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 05 | Data: 29/04/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Remuneração e salário GUIA DE ESTUDO 1. Remuneração e salário Introdução: art. 457 da CLT Remuneração é igual a salário + gorjeta. Salário é tudo aquilo que o empregado recebe do empregador e também o que recebe de terceiros (gorjetas), Súmula 354 do TST: gorjetas próprias e impróprias. As próprias são aquelas absolutamente voluntárias as impróprias são as anexas a nota, integram todas as verbas menos: repouso semanal remunerado, aviso prévio, adicional noturno e horas extras (Para lembrar: RAAH). Proteção ao salário: Regra da irredutibilidade salarial: art. 7, VI da CF, salários são irredutíveis, salvo de acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho. Princípio da impenhorabilidade: salários são impenhoráveis, salvo pensão alimentícia, art. 649, IV do CPC. Princípio da intangibilidade salarial: proibição de descontos, art. 462 da CLT, salvo descontos legais (previstos em lei, ex.: INSS, imposto de renda, atraso), descontos de acordo de convenção coletiva (ex.: contribuição sindical), descontos judiciais, prejuízos causados pelo empregado (ex.: prejuízos causados com dolo podem ser descontados, prejuízos causados com culpa pode descontar de tiver previsão no contrato de trabalho) e benefícios concedidos pelo empregador (ex.: plano de saúde, transportes fretados, etc. Porém neste caso deve haver autorização prévia e por escrito por parte do empregado, Súmula 342 do TST). Equiparação salarial: art. 461 da CLT + Súmula 6 do TST. Paragonado ou reclamante é quem pede a equiparação e paradigma é quem serve de modelo. Entre paradigma e paragonado devem haver 5 identidades: Identidade de função: as funções entre um e outro devem ser idênticas ou muito parecidas, independente do nome do cargo. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Identidade de empregador: os dois precisam trabalhar para o mesmo empregador. Identidade de local: precisam trabalhar no mesmo local (mesmo local é o mesmo município ou a mesma região metropolitana). Deve ter mesmo tempo na função: a diferença entre tempo de função não pode ser superior a 2 anos. Identidade qualitativa e quantitativa: qualitativa significa mesma perfeição técnica e quantitativa significa mesma produtividade. Causas excludentes da equiparação: Quadro de carreira (plano de cargos e salários) homologado pelo ministério do trabalho e que preveja promoção alternada por antiguidade e merecimento não haverá equiparação. Readaptação ou reabilitação. Súmula 455 do TST: não existe equiparação entre funcionários públicos, salvo empregados de sociedades de economia mista. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 06 | Data: 21/05/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Aviso prévio 2. Estabilidade GUIA DE ESTUDO 1. Aviso prévio Conceito: Consiste na comunicação da rescisão do contrato pela parte que decide extinguir, pode ser concedido pelo empregado (pedido de demissão) ou pelo empregador na hipótese dispensa imotivada. Na hipótese de aviso prévio concedido pelo empregador o empregado tem direito a uma redução na jornada de duas horas diárias ou ausência de 07 (sete) dias. Súmula 230 do TST deixa certo, que é ilegal substituir o período da redução da jornada pelo pagamento das horas correspondentes. O aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado. A OJ 14 da SDI-1 do TST deixa certo, que o aviso prévio cumprido em casa é equiparado ao aviso prévio indenizado, para fins de prazo do pagamento das verbas rescisórias previstas no art. 477 da CLT. A OJ 82 da SDI-1 afirma que, a data da saída na CTPS deve ser a data do último dia do aviso prévio, trabalhado ou indenizado. Por fim, a OJ83 da SDI-1 deixa certo, que o prazo de dois anos da prescrição começa a contar a partir da data acima mencionada, ou seja, data final do aviso prévio. Falta grave no aviso prévio Nos termos dos (arts. 490 e 491 da CLT), é possível a caracterização da falta grave durante o aviso prévio, alterando por tal razão a modalidade da dispensa. A súmula 73 do TST, afirma que não cabe no aviso prévio à falta grave de abandono. Reconsideração do aviso prévio No art. 489 da CLT afirma que é possível a reconsideração do aviso prévio, entretanto para ter validade é necessário o aceite da outra parte. Aviso prévio e renúncia A súmula 276 do TST deixa certo, que o aviso prévio é irrenunciável pelo empregado, salvo se ele obteve um novo emprego. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço O art. 7º, XXI da CF deixa certo, o direito ao aviso prévio de no mínimo 30 dias e proporcional ao tempo de serviço. A lei 12506/11, veio regulamentar a matéria e deixou certo que o empregado tem direito ao aviso prévio proporcional devido à base de três dias por ano completo de trabalho, limitado a 60 (sessenta) dias. Assim o empregado vai ter direito no máximo 90 (noventa) dias de aviso prévio, ou seja, 30 dias da constituição e 60 (sessenta) dias do proporcional. A súmula 441 do TST deixa certo, que a lei acima mencionada garante a proporcionalidade do aviso, apenas para as dispensas que ocorreram após a sua vigência, que se de em 13/10/11. Aviso prévio e estabilidade Nos termos da Súmula 348 do TST é inválida a concessão do aviso prévio durante a existência da garantia do emprego, tendo em vista a incompatibilidade dos institutos. 2. Estabilidade Espécie Dirigente sindical o art. 8º, VIII da CF, deixa certo que é vedada a dispensa do dirigente sindical desde o registro da candidatura e se eleito, até um ano após o final do mandato. Tal estabilidade também se aplica ao suplente, a súmula 369 do TST regulamenta a matéria. Nos termos da súmula 379 do TST a dispensa do dirigente sindical somente é possível por justa causa, apurada em inquérito judicial. As OJ 356 e 369 da SDI -1 do TST, afirma que a estabilidade não é aplicada ao delegado sindical e ao membro do conselho fiscal. Estabilidade gestante O art. 10, II “b” do ADCT deixa certo, que é vedada a dispensa da gestante desde a confirmação da gravidez até 05 (cinco) meses após o parto. Nos termos da súmula 244 do TST aplica-se o critério objetivo, ou seja, existe o direito da estabilidade ainda que o empregador não sabia da gravidez. O art. 391-A da CLT afirma que é garantida a estabilidade ainda que a gravidez tenha ocorrido no período do aviso prévio. O inciso III da súmula 244 do TST garante o direito a estabilidade mesmo que se trate de contrato com prazo determinado. Por fim, a lei complementar 146/14 deixa certo, que na hipótese de falecimento da gestante o direito a estabilidade passa a ser de quem ficou com a guarda do filho. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Estabilidade do membro para a CIPA – Comissão Interna de prevenção e acidente. O art. 10, inciso II, “a” do ADCT deixa certo, que a garantia da estabilidade ao empregado eleito para cargo de direção da CIPA, desde a eleição até um ano após o final do mandato, nos termos da súmula 339 do TST, a estabilidade também se aplica ao suplente. Estabilidade do acidente ou doença do trabalho O art. 118 da Lei 8213/91 afirma que o empregado que sofreu acidente ou doença do trabalho tem estabilidade de no mínimo 12 (doze) meses após a cessação do benefício. A súmula 378 do TST apresenta como requisitos para o gozo da estabilidade o afastamento superior a 15 (quinze) dias e o recebimento do benefício auxílio doença. Ocorre que, a medida provisória 665, ampliou esse prazo de afastamento de 15 para 30 dias. Estabilidade do empregado público O art. 41 da CF deixa certo, que o empregado público goza de estabilidade após 03 anos de efetivo serviço, a súmula 390 do TST afirma que essa estabilidade se aplica para administração publica direta, autarquia e fundação e não se aplica para sociedade de economia mista e empresa pública. Por fim, a OJ 247 da SDI-1 regulamenta da situação dos correios. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 07 | Data: 01/06/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Extinção do contrato individual de trabalho 2. Despedida sem justa causa 3. Ferias GUIA DE ESTUDO 1. Extinção do contrato individual de trabalho Despedida discriminatória Art. 7º, XXX, XXI e XXXII da CF. Sexo, idade, cor, raça, religião, orientação sexual, obesidade e etc. Lei 9.029/1995 – Proibição de práticas discriminatórias no ambiente de trabalho. Art. 4º (despedida discriminatória) Dano moral Opção/faculdade ao empregado (direito potestativo) Readmissão + pagamento dos direitos do período de afastamento ou Pagamento em dobro dos direitos do período de afastamento Súmula 443 do TST – Portador do vírus HIV ou outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Presume-se discriminatória a dispensa (posição majoritária) Inválido o ato Reintegração Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM 2. Despedida sem justa causa Direito potestativo patronal Rol de direitos: a) Saldo de salário; b) Aviso prévio ou indenizado; c) 13º salário proporcional no ano em curso d) Férias integrais (simples ou dobradas) acrescidas do terço constitucional e) Férias proporcionais acrescidas do terço constitucional f) Depósitos do FGTS g) Multa (indenização compensatória) de 40% FGTS h) Guias do FGTS e do seguro desemprego i) Indenização adicional se houver uma despedida sem justa causa nos 30 dias que antecede a data-base (+1 salário mensal do emprego) Pedido de demissão Direito potestativo obreiro Rol de direitos a) Saldo de salários; b) Aviso prévio trabalhado ou indenizado (art. 487§2º da CLT); c) 13º salário proporcional ao ano em curso d) Férias integrais simples ou dobradas acrescidas do terço constitucional e) Férias proporcionais acrescidas do terço constitucional (súmulas 171 e 261 do TST); f) Depósito do FGTS Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Despedida por justa causa A maior penalidade no Direito do Trabalho Brasileiro Poder empregatício (Disciplinar) Penalidades Advertência verbal ou escrita (não tem previsão na CLT) Suspensão disciplinar (art. 474 da CLT) (limite 30 dias consecutivos) Despedida por justa causa (art. 472 da CLT) Requisitos cumulativos (ônus da prova do empregador) Principais a) Gravidade da falta b) Proporcionalidade da pena (princípio da dosimetria da pena) c) Imediatidade ou imediaticidade na aplicação de penalidades Conceito: Do conhecimento e apuração da falta grave a pena deverá ser imediatamenteaplicada, sob pena de perdão tácito. d) Proibição do “bis in iden” (“nor bis in idem”) É a proibição da dupla punição pela mesma falta e) Inalterabilidade prejudicial (“in pejus”) da pena aplicada. f) Nexo causal entre a falta grave e a pena aplicada g) Comportamento doloso ou culposo do empregado Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM 2. Ferias Art. 7º, XVII da CF Art. 129 e ss. CLT Primeiros 12 meses: Período aquisitivo Período de 12 meses posterior: Período concessivo Período aquisitivo – tabela de férias (art. 130 da CLT) Dias de férias Faltas injustiçadas 30 Até 5 24 De a 14 vezes 18 De 15 ate 23 12 De 24 ate 32 Período concessivo O gozo das férias, segundo os interesses do empregador. A CLT prevê como exceção a possibilidade de fracionamento das férias em no máximo 2 períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 10 dias. Não será permitido o fracionamento das férias nos seguintes casos: Menor de 18 anos e maior de 50 anos Hipóteses de pagamento em dobro das férias Se vencido o período concessivo Se o pagamento das férias for feito de forma intempestiva. A remuneração deverá ser paga até dois dias antes do gozo súmula 450 do TST. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 08 | Data: 02/06/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Greve 2. Direito Coletivo do Trabalho GUIA DE ESTUDO 1. Greve (Art. 9º CF + Lei 7783/1989) Greve é a suspensão coletiva temporária e pacifica total ou parcial da prestação de serviços. Necessidade de comunicação previa da greve Comunicar os empregadores e os usuários Se forem atividades normais – 48 h Se forem atividades essenciais – 72 h art. 10 lei Principais direitos dos grevistas Livre e ampla divulgação do movimento Aliciar trabalhadores para a adesão ao movimento Arrecadação de fundos Principais deveres dos grevistas Não poderão impedir o acesso ao ambiente de trabalho Não poderão ferir direitos fundamentais da pessoa humana Locaute (Art. 17 da lei 7783/1989) É a greve do empregador É a paralisação das atividades da empresa por iniciativa do empregador para frustrar negociação coletiva ou reivindicação de direitos trabalhistas. É proibido pelo ordenamento jurídico brasileiro Consequência Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM A consequência será a interrupção do contrato individual de trabalho, pagamento de salário, computação de período, e recolhimento de FGTS. 2. Direito Coletivo do Trabalho Principais Regras Constitucionais (art. 8º a 11º CF) a) Princípio da Liberdade e da Autonomia Sindical (Art. 8º, “caput” I CF) É livre a associação profissional ou sindical. A lei não poderá exigir autorização do Estado para criação do sindicato. É vedada a intervenção do Estado no funcionamento do sindicato. Exceção Registro em Órgão Competente Súmula 677 STF: O registro do Sindicato é feito no M T E, e em tese, é quem fiscaliza os sindicatos. b) Princípio da Unicidade Sindical (Art. 8º, II CF) É vedada a criação de mais de uma organização sindical em qualquer grau representativo da categoria profissional ou econômica na mesma base territorial que ano poderá ser inferior à área de um Município c) Atuação Ampla e Irrestrita do Sindicato (Art. 8º, III CF) Cabe ao Sindicato a defesa dos interesses coletivos e individuais da categoria inclusive em questões judiciais ou administrativas. Obs.: traduz amplitude na atuação. d) Estrutura sindical brasileira e fontes de receita (Art. 8º, IV CF e Art. 511 e seguintes CLT). É um Sistema Confederativo que existem três graus. A partir de cinco sindicatos teremos uma federação. A partir de três federações teremos uma confederação. Receitas Contribuição Sindical Obrigatória Possui natureza jurídica tributaria e é exigível de todos os trabalhadores sindicalizados ou não (imposto sindical). Súmula 666 STF + PN 119 TST. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Contribuição Confederativa Tem por objetivo o custeio do Sistema Federativo e é exigível apenas dos trabalhadores sindicalizados. Contribuição Assistencial Também chamada de taxa de revigoramento ou de fortalecimento sindical. Tem por objetivo custear os processos de negociação nos quais participaram as respectivas entidades sindicais. É exigível apenas dos sindicalizados. Mensalidade Sindical Para quem se associar ao sindicato I. Liberdade de filiação de desfiliação do Sindicato (Art. 8º, V CF) Natureza jurídica = pessoa jurídica de direito privado com natureza de associação Para que um sindicato atue de forma valida, são necessárias duas personalidades. Personalidade civil = o registro em cartório Personalidade sindical = registro no M T E II. Art. 8º, VI CF. É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho III. Art.8º, VII – CF Aposentado filiado ao Sindicato Direito de votar e de ser votado IV. Art. 8º VII CF Estabilidade provisória (garantia de emprego) do dirigente sindical Art. 583, § 3º CLT Registro da candidatura até um ano após o final do mandato (titulares + suplentes) Súmulas 369 e 379 TST OJs 365 3369 SDI-1/TST V. Art. 11 CF Empresa com mais de 200 empregados é facultada a eleição de um representante para negociação direta. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Instrumentos da Negociação Coletiva Art. 7º, XXVI CF – reconhecimento. Art. 611 e seguintes CLT. Convenção Coletiva de Trabalho É o acordo de caráter normativo em que se tem de um lado o Sindicato Representativo da Categoria Profissional e do outro lado o Sindicato Representativo da Categoria Econômica Sindicato Representativo da Categoria Profissional (Empregados) Sindicato Representativo da Categoria Profissional (Empregadores) Para lembrar: CC = SS Mais abrangente e menos específica Acordo Coletivo de Trabalho É o acordo de caráter normativo em que se tem de um lado o Sindicato Representativo da Categoria Profissional e de outro, uma empresa ou mais de uma empresa. Sindicato Representativo Da Categoria Profissional (Empregados) Empresa Para lembrar: ACT = SE Menos abrangente mais específica Obs.: qual o prazo máximo de vigência? Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Dois anos a partir (art. 614 § 3º CLT). Não confundir com o prazo máximo de vigência da Sentença Normativa. Quatro anos (art. 868§ único CLT). Sentença normativa: é o julgamento dos Dissídios Coletivos pelos Tribunais Trabalhistas Obs.: Quais são os Reflexos dos Instrumentos de NegociaçãoColetiva nos Contratos Individuais de Trabalho. Ex: estabilidade provisória ou estabilidade de retorno de férias. Súmula 277 TST – Teoria da Aderência Limitada por Revogação ou Teoria da Ultratividade. As vantagens oriundas de negociação coletiva vigorarão até o novo diploma normativo que poderá manter ou revogar a vantagem. DAMÁSIO EDUCACIONAL PROCESSO DO TRABALHO MATERIAL DE APOIO EXAME DA OAB Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito Processual do Trabalho Aula: 01 | Data: 04/02/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Organização da Justiça do Trabalho 2. Competência territorial na Justiça do Trabalho 3. Competência material na Justiça do Trabalho GUIA DE ESTUDO 1. Organização da Justiça do Trabalho Artigos 111 a 116 da CF Justiça do Trabalho e uma Justiça Especial ou Especializada, porque tem competência específica, concursos (art. 111, CF) órgão da Justiça do Trabalho. Existem três graus de Jurisdição Trabalhista 1º grau = Justiça do Trabalho 2º grau = Tribunal Regional do Trabalho (No Brasil temos 24 TRT’s) 3º grau = Tribunal Superior do Trabalho Artigo 112, CF Juízes de Direito investidos em matéria trabalhista. Ex.: Justiça Estadual pode atuar em causa trabalhista em Comarca pequena. A lei criará as Varas da Justiça do Trabalho podendo nas Comarcas não abrangidas por sua Jurisdição atribuí-la aos Juízes de direito. JUIZ ESTADUAL – Artigo 895, I da CLT. Apelação (TJ) RT SENTENÇA Recurso Ordinário (TRT- prazo 8 dias) 2. Competência territorial na Justiça do Trabalho Introdução: essa competência chamada em razão do lugar ou competência (“ex ratione loci”). Trata- se de uma competência relativa, prevista no artigo 651, CLT. Exame de Ordem Damásio Educacional 2 de 5 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM - “caput” = regra - § 1º Exceções - § 2º Regra: prevista no “caput” do artigo 651 da CLT, a regra é o local de prestação de serviços independentemente do local da contratação. Isso vale sendo reclamante ou reclamado, ou seja, sempre empregado no pólo ativo quanto no polo passivo. Ex.: Pólo passivo = Inquérito policial para apuração de falta grave ou ação de consignação em pagamento. A CLT é omissa em relação à prestação de serviços em mais de um lugar. Ex.: A contratado B prestou serviços e foi transferido C prestou serviços e foi despedido sem justa causa Prevalece o entendimento do último local de prestação de serviços. Exceções 1ª exceção - § 1º do art. 651 da CLT = cuida do empregado, agente ou viajante comercial. Este parágrafo traz uma ordem que deve ser respeitada. 1º lugar: local em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado seja subordinado. Na falta de agência ou filial a CLT prevê. RT 2º lugar : local do domicílio do empregado ou localidade mais próxima. 2ª exceção - § 3º do art. 651 da CLT Empresa que promove a realização de atividade fora do lugar da contratação. Ex.: “empresa viajante” circo, empresas de entretenimento, feiras de negócios. A lei traz uma faculdade, opção ao empregado. Empregado (local da contratação) RT ou Lugar da prestação dos serviços Exame de Ordem Damásio Educacional 3 de 5 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM OJ 149 SDI-2/TST 3ª exceção - § 2º do art. 651 da CLT Competência internacional da Justiça do Trabalho A Justiça do Trabalho Brasileira é (competente) para: julgar as lides ocorridas em agência ou filial no estrangeiro desde que não haja Convenção Internacional em sentido contrário. Ex.: caso prático: Pessoa foi contratada no Brasil para prestar serviços no Japão. Lá no Japão sofreu lesões trabalhistas, voltou para o Brasil e ingressou com a ação. A Justiça do Trabalho Brasileiro é competente para julgar este caso. Há ação tramitando aqui no Brasil, o direito processual a ser aplicado é o direito processual brasileiro. Qual é o direito material a ser aplicado? a) Conflito de leis trabalhistas no espaço b) A resposta no direito internacional está prevista no Código de Bustamante Princípio da “lex loci executionis” A relação jurídica trabalhista será regida pelas leis do País da prestação dos serviços. Caso haja uma pergunta deste tipo na prova em Processo do Trabalho, a resposta é a aplicação das leis estrangeiras respeitadas às leis brasileiras quando mais favoráveis (O princípio da norma mais favorável) (Art. 7º “caput” da CF e art. 3º da Lei 7.064/82). 3. Competência material na Justiça do Trabalho Introdução Chamada em razão da matéria ou (“ex ratione materiae”) a) Competência absoluta b) Art. 114 da CF (EC 45/2004 – trouxe uma ampliação significativa na competência material da Justiça do Trabalho). c) “caput” Exame de Ordem Damásio Educacional 4 de 5 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM d) 9 incisos e) 3 parágrafos Inciso I: a Justiça do Trabalho tem competência para julgar ações oriundas da relação de trabalho abrangidos os entes de direitos público externo e da Administração Pública direta e indireta da União, Estado, Municípios e Distrito Federal. Obs.1: o texto fala das ações oriundas da relação de trabalho (ampliação da competência passou a julgar: gênero/termo mais amplo comportando várias espécies). Obs.2: Qual é a Justiça competente para julgar ação de cobrança de honorários de profissional liberal contra cliente? Conforme a Súmula 363 do STJ defende a competência da Justiça Comum Estadual. Obs.3: a Justiça do Trabalho possui algum tipo de competência criminal? Ações Penais? Ex.: trabalho escravo em condição análoga; crimes contra a organização do Trabalho; crimes contra a Administração da Justiça do Trabalho. O Procurador da República entrou com ação direta de inconstitucionalidade 3684-0 STF: decisão liminar – Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ações penais. Inciso II do artigo 114 da CF A Justiça do Trabalho tem competência para julgar ações que envolvam exercício do direito de greve. Ações individuais quanto coletivas Art. 9º da CF + Lei 7.783/89 Obs.: Ações possessórias que envolvam exercício do direito de greve. Súmula Vinculante 23 do STF trouxe competência para Justiça do Trabalho desde que envolvam trabalhadores da iniciativa privada. Inciso VI do artigo 114 da CF: cuida das ações de indenização por danos materiais ou morais decorrentes da relação de trabalho. Ex.: 1) assédio moral; práticas discriminatórias no ambiente de trabalho; câmeras abusivas; controle abusivo de banheiros; investigação de email pessoal. Se ocorre acidente de trabalho ou doença ocupacional? Exame de Ordem Damásio Educacional 5 de 5 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Súmula 392, TST + Súmula Vinculante 22 do STF. Nas ações de indenização por danos materiais, morais ou estéticos. Justiça do Trabalho Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito Processual do Trabalho Aula: 02 | Data: 03/03/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Partes e procuradores na Justiça do Trabalho 2. Atos, termos, prazos e nulidades processuais trabalhistas. 3. Características dos atos processuais 4. Regras de contagem dos prazos processuais trabalhistas GUIA DE ESTUDO 1. Partes e procuradores na Justiça do Trabalho “Jus postulandi” – art. 791 da CLT: é o direito conferido aos empregados e empregadores de postularem pessoalmente perante a Justiça do Trabalho sem a necessidade de advogado. O “jus postulandi” será exercido até o final. A Súmula 425 do TST, conhecida como Súmula do “jus postulandi, que se limita as Varas do Trabalho e aos TRT’s, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do TST. Prevalece o entendimento de que o “jus postulandi” não é cabível em nenhuma ação rescisória, cautelar ou mandado de segurança. Honorários advocatícios na Justiça do Trabalho: serão devidos pela mera sucumbência, nos termos do artigo 20 do CPC? Súmulas 219 e 329 cc OJ 305 SDI -1: a) Os honorários advocatícios não decorrem pura e simplesmente da sucumbência, isto em regra. b) Os honorários advocatícios sucumbênciais dependem do preenchimento de dois requisitos cumulativos: A parte deverá estar assistida por sindicato (art. 14 e seguintes da Lei 5584/70) Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM A parte deverá ser beneficiária da Justiça gratuita (art. 790, § 3º da CLT). Os honorários advocatícios sucumbênciais serão limitados em 15% e reverterão em favor do sindicato assistente. Exceções Existem exceções em os horários advocatícios serão devidos pela mera sucumbência, nos termos do artigo 20 do CPC. São quatro exceções: Súmula 219 do TST cc OJ 421 SDI-1: a) Ação rescisória na Justiça do Trabalho – devidos pela mera sucumbência. b) Quando o sindicato atua como substituto processual – quando em nome próprio defendendo direito alheio, é chamado também de legitimidade extraordinária. c) Mera relação de trabalho que não seja relação de emprego – os honorários serão devidos pela mera sucumbência. Ex.: estágio, trabalho autônomo, trabalho eventual, trabalho avulso e etc. d) Ação de indenização por danos materiais e/ou morais decorrentes de acidente de trabalho ou doença ocupacional ajuizada na Justiça Comum antes da EC/45 e remetida à Justiça do Trabalho após a Reforma do Judiciário – essa EC ampliou substancialmente as ações na Justiça do Trabalho e o TST mantém, contudo os honorários com mera sucumbência. 2. Atos, termos, prazos e nulidades processuais trabalhistas. Notificação postal automática do reclamado: (Art. 841 da CLT): essa notificação equivale à citação do processo civil. É postal porque a citação em regra é pelo correio; é automática porque constitui um ato automático de servidor da Secretaria da Vara. a) Recebida e protocolada a reclamação trabalhista será aberto um prazo de 48h para que o servidor da secretaria da Vara remeta ao reclamado a notificação e a contrafé para que ele quisesse compareça em audiência e apresente a sua defesa. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM b) O Juiz do Trabalho terá contato com a inicial apenas em audiência. Recebimento da notificação postal pelo reclamado: a) Súmula 16 do TST: presume-se recebida a notificação no prazo de 48h de sua postagem, vale ressaltar que é uma presunção relativa. Exceções previstas na Súmula: diz, que o não recebimento ou entrega após o decurso do prazo, ambos representam o ônus da prova do destinatário. Obs.: A entrega da notificação precisa ser pessoal? Prevalece o entendimento de que basta a entrega no endereço da reclamada. Entre o recebimento da notificação postal e a data da audiência deverá decorrer um prazo mínimo de cinco dias. Notificação por Edital ou notificação editalícia: Art. 841, § 1º da CLT – acaba sendo exceção no sistema. Acontece em duas hipóteses: a) Quando o reclamado não for encontrado (LINS) b) Quando o reclamado criar embaraços ao recebimento da notificação postal. Obs.: na praxe forense muitos juízes tentam a notificação por oficial de justiça ou por hora certa antes da realização por edital. 3. Características dos atos processuais Art. 5º, inciso LX da CF cc Art. 770 da CLT. a) Em regra, são públicos. Exceções: quando que o processo corre em segredo de justiça = a defesa da intimidade ou interesse social. b) São realizados em dias úteis, em regra. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM c) Horário dos atos processuais: 6h às 20h, em regra. A audiência é das 8h às 18h Exceção: tem uma ressalva envolvendo a penhora, mediante expressa autorização do juiz poderá ser realizada em dias não úteis. Não podemos esquecer, da regra da inviolabilidade domiciliar, prevista no artigo 5º, inciso XI da CF. 4. Regras de contagem dos prazos processuais trabalhistas Art. 774 e 775 da CLT Súmulas 1 e 262, inciso I do TST Premissa: exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Esse dia do começo também é chamado dia do início do prazo, esse dia é o dia da ciência ou do conhecimento do prazo. Ex.: dia do começo é o dia do recebimento da notificação postal, dia da publicação. Temos outro dia que é o início da contagem do prazo; esse dia é o primeiro dia útil subsequente ao dia do começo. “O dia do susto não conta”. Se o dia do começo, o dia do início da contagem ou o dia do vencimento cair em dia não útil, prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente. Obs.: Súmula 262, inciso II do TST: do recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do TST levam a suspensão dos prazos. Recesso forense: 20/12 à 06/01 Na interrupção prazo volta a contar por inteiro e na suspensão volta a contar pelo que sobrou. OJ 310, SDI -1, o artigo 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho por incompatibilidade com o princípio da celeridade trabalhista (OAB). O artigo 191 diz que prazos em dobro/litisconsortes com diferentes procuradores, isso no Processo Civil, aqui no Processo do Trabalho não dobra. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito Processual do Trabalho Aula: 03 | Data: 03/03/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Petição Inicial 2. Defesa GUIA DE ESTUDO 1. Petição inicial Conceito: petição inicial trata-se da peça processual de início do processo. Os termos do artigo 840 da CLT a petição inicial pode ser: verbal ou escrita. Na hipótese de reclamação verbal o reclamante deverá comparecer no prazo de 5 dias para reduzir a termo, ou seja, assinar. Caso ele não compareça haverá uma punição de 6 meses sem ele poder ajuizar a ação contra o mesmo empregador, conforme artigos 786, parágrafo único e 731 da CLT. Trata-seda perempção (outro exemplo da perempção ocorre quando o reclamante deixa arquivar o processo por duas vezes seguidas por não comparecer em audiência). O artigo 840, § 1º da CLT disciplina os requisitos da reclamação trabalhista escrita. São eles: a) Endereçamento b) Qualificação do reclamante e da reclamada c) Breve exposição dos fatos d) Pedido e) Data e local f) Assinatura do reclamante ou do seu representante Os requisitos mencionados não são idênticos ao do artigo 282 do CPC, tendo em vista que não consta: Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM a) Requerimento da citação do réu: não há tal requisito, pois, conforme artigo 841 da CLT distribuída à ação a citação é feita pela Vara no prazo de 48h para que a reclamada compareça a audiência para apresentar defesa, que deve ser marcada respeitando o prazo mínimo de 5 dias da data da citação. b) Valor da causa: não há tal requisito, pois a Lei 5584/70 autoriza que o juiz arbitre de ofício o valor. c) Requerimento de produção de provas: não há tal requisito, pois as provas são produzidas em audiência. Obs.: No processo do trabalho prevalece a aplicação do principio da simplicidade, ou seja, não se exige um excesso de formalismo. Obs.: Emenda da inicial: ocorre quando é necessário corrigir algum erro da inicial, como por exemplo, a inépcia prevista no artigo 295, parágrafo único do CPC. Obs.: Aditamento: ocorre quando o reclamante pretende acrescentar algum pedido na inicial. Cabe destacar que no processo do trabalho é possível alterar a petição inicial sem a concordância do réu até a data da entrega da defesa. 2. Defesa Conceito: nos termos do artigo 847 da CLT a defesa é apresentada em audiência e esta pode ser escrita ou oral no prazo de 20 minutos. O reclamado poderá apresentar as seguintes modalidades de defesa: Contestação, Reconvenção e Exceções de impedimento ou suspeição ou ainda de incompetência territorial. Contestação: trata-se da principal modalidade de defesa da reclamada que poderá alegar as preliminares do artigo 301 do CPC, as prejudiciais de mérito como, por exemplo: a prescrição (artigo 7º inciso XXIX da CF, que determina o prazo de 2 anos à partir da dispensa e de 5 anos contados de forma retroativa à partir do ajuizamento) e no mérito poderá questionar todas as alegações. Na contestação será necessário observar dois princípios: Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Princípio da eventualidade: tal princípio deixa certo que a reclamada deve alegar toda matéria de defesa no momento da contestação, conforme artigo 303 do CPC. Princípio da impugnação específica: tal princípio deixa certo que o réu deve impugnar todas as alegações da petição inicial sob pena de presumir verdadeiro o que não foi impugnado. Não se admite a defesa por negativa geral, conforme artigo 302 do CPC. a) Reconvenção: trata-se da modalidade de defesa em que a reclamada apresenta uma pretensão em face do reclamante, ou seja, é um contra ataque do réu. O artigo 315 do CPC trata da matéria e deixa certo que a reconvenção deve ter conexão com a ação principal ou com a matéria da defesa e deve ser apresentada no momento da defesa em peça autônoma. A desistência da ação não afeta a reconvenção, por fim, a ação e a reconvenção serão julgadas na mesma sentença. b) Exceção de impedimento o suspeição: trata-se de uma modalidade de defesa e que o reclamado vai questionar a imparcialidade do juiz. A CLT não trata de forma específica do impedimento no artigo 801, mas apenas da suspeição, por tal razão aplica-se ao processo do trabalho, os artigos 134 e 135 do CPC. Por fim, nos termos do artigo 802 da CLT apresenta a exceção o juiz irá julgar no prazo de 48h. c) Exceção de incompetência territorial: trata-se da modalidade de defesa que a reclamada questiona o local do ajuizamento da ação, ou seja, a violação ao artigo 651 da CLT. A exceção é apresentada em peça autônoma devendo o juiz dar prazo para manifestação da parte contrária de 24h, conforme artigo 800 da CLT. Por fim, a decisão que acolhe a exceção somente permitirá recurso se o processo foi enviado a uma Vara do Trabalho que pertença a outro TRT, conforme Súmula 214, “c” do TST, caso seja, do mesmo TRT não cabe recurso de imediato. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito Processual do Trabalho Aula: 04 | Data: 16/03/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Audiência e as características gerais da audiência 2. Ritos da audiência 3. Comparecimento e não comparecimento à audiência 4. Ritos ou procedimentos trabalhistas 5. Rito sumaríssimo GUIA DE ESTUDO 1. Audiência e as características gerais da audiência Art. 849, CLT - diz que é una e contínua, é uma só, tudo acontece na audiência trabalhista. Exceção: una e contínua por motivo de força maior, sendo assim, é possível dividir a audiência. Art. 813, CLT – as audiências trabalhistas: Serão públicas, ou seja, qualquer um pode entrar na audiência. Exceção: quando é segredo de justiça. Realizada em dias uteis: sábado inclusive para pratica de atos processuais, mais não é dia útil para contagem de prazos. Horário: 8h às 18h. Cuidado! Para os atos processuais o horário pode ser das 6h às 20h. a) Prazo máximo de duração é de 5h para audiências, salvo, matéria urgente. b) Serão realizadas na sede do juízo, mas poderão ser realizadas em outro local, desde que os interessados sejam avisados com 24h de antecedência. 2. Ritos da audiência a) Comissão de conciliação prévia (CCP – art. 625 – A, “h”, CLT): é uma comissão que tem por objetivo tentar a conciliação, portanto ela é um mecanismo extrajudicial, Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM tem por função tentar a conciliação. É uma comissão pode existir ou na empresa ou no sindicato. No sindicato tem uma CCP e tenta fazer um acordo antes de ingressar com a ação. A passagem pela CCP não é obrigatória, ou seja, o empregado passa pela CCP somente se quiser, caso contrário, ingressa com a ação trabalhista. Se fechar um acordo na CCP e o empregador não pagar, já ingressa com a execução. O termo de acordo na CCP é um título executivo extrajudicial. A prescrição fica suspensa durante a passagem pela CCP. b) Petição inicial: pode ser escrita ou verbal. Art. 841, CLT. Procedimentos especiais não admitem petição verbal. c) Distribuição da ação para notificar a parte contrária: Essa notificação é automática e a Vara do Trabalho tem um prazo de 48h para fazê-la. (citação). Essa notificação é postal com AR (Art. 841, CLT). Se a notificação postal for frustrada, esta será feita por meio de edital. d) Audiência: Existe um prazo mínimo entre o recebimento da notificação e a realização da audiência é de cinco dias. e) Atos da audiência trabalhista 1ª tentativa de conciliação: art. 846, CLT. Defesa: verbal no prazo de 20 minutos. Art. 847 CLT. Instrução (produção de provas – art. 848, CLT). Razões finais (Art. 850, CLT): são verbais e feitas no prazo de 10 minutos. 2ª tentativa de conciliação: art. 850, CLT. Caso não der certa a conciliação, profere-se a sentença. f) Recursos g) Execução h) Audiência de instrução Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM i) Audiência de julgamento Nota: Acordo a) Titulo executivo judicial (art. 876, CLT). b) É irrecorrível. Exceção: salvo, para Previdência Social (Art. 831, parágrafo único). c) Cabe Ação rescisória de acordo, conforme Súmula 259, TST. d) Súmula 416, TST diz que o juiz não é obrigado a homologar acordo. Provas a) Testemunhal: no rito ordinário, cada uma das partes pode ouvir até três testemunhas. Já no rito sumaríssimo, até duas testemunhas. No inquérito para apuração de falta grave, até seis testemunhas. Esse inquérito serve para dispensar empregado estável. Não existe rol de testemunhas elas comparecem independentemente de intimação, ou seja, a testemunha vai para audiência porque é convidada pelo reclamante. Caso elas não comparecerem tem que solicitar para o juiz intimar. b) Pericial: é uma prova muito importante no processo do trabalho inclusive em algumas ações ela é obrigatória. São obrigatórias as ações envolvendo insalubridade e periculosidade. (Art. 195, § 2º). Exceção: Súmula 453 - nas ações envolvendo periculosidade será dispensada a perícia se houver pagamento espontâneo do adicional, ainda que em percentual inferior ao legal. Quem paga os honorários do perito é o vencido; salvo se ele for beneficiário da justiça gratuita, neste caso quem paga os honorários é a União (Súmula 457, TST). Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM 3. Comparecimento e não comparecimento à audiência Comparecimento das partes à audiência: Art. 843, CLT, diz que as partes devem comparecer pessoalmente à audiência, ou seja, independentemente de seus advogados. A CLT consagra algumas hipóteses de representação: a) Representação do empregado No caso de ações de cumprimento e reclamações plúrimas, o empregado pode ser representado pelo sindicato. Ação de cumprimento serve para forçar o empregador a cumprir uma convenção coletiva. Reclamação plúrima é uma ação proposta por vários empregados da mesma empresa; (Art. 842, CLT). § 2º: no caso de doença ou motivo ponderoso o empregado poderá ser representado pelo sindicato ou por um colega de profissão. b) Representação do empregador Representado pelo preposto (§ 1º) Declarações do preposto obrigam o empregador. Deve ter conhecimento dos fatos, saber o que aconteceu. Se ele não tiver conhecimento dos fatos haverá a confissão. Deverá ser empregado da reclamada (Súmula 377, TST). Se não for empregado, haverá a confissão. Existem duas situações em que o preposto não precisa ser empregado: empregador doméstico e micro empresa. Não comparecimento das partes em audiência – art. 844, CLT. a) Se o reclamante não for para audiência, ocorre o chamado arquivamento. Perempção trabalhista (Art. 731 e 732) é a perda do direito de reclamar perante a justiça do trabalho, por seis meses. Ocorre a perempção quando o reclamante dá causa a dois arquivamentos seguidos por ausência à audiência. Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Quando o reclamante deduz reclamação verbal e não comparece em cinco dias para reduzi-la à termo. Obs.: não comparecimento à audiência em prosseguimento: b) O reclamante compareceu à 1ª audiência, mais não foi na 2ª não tem arquivamento, mais ocorrerá à confissão. c) Se a reclamada não comparecer, não há revelia, pois ela já apresentou a defesa em 1ª audiência, mais ocorrerá confissão. Se qualquer uma das partes faltar em 2ª audiência ocorrerá a confissão. Súmula 74, TST. Para aplicar a confissão é preciso que o juiz a comine expressamente quando do adiamento da primeira audiência. d) Se a reclamada não for para audiência ocorre à revelia e confissão. 4. Ritos ou procedimentos trabalhistas Ordinário: abrange causas acima de 40 salários mínimos. Rito idêntico ao sumário, única diferença é que no rito sumário não cabe recurso, salvo, matéria constitucional. Sumário: abrange causas de até dois salários mínimos. Lei 5584/70. Não cabe recurso. Sumaríssimo: abrange até 40 salários mínimos. At. 852-A a I, CLT. Especiais: dois se destacam = dissídio coletivo e o inquérito para apuração de falta grave. 5. Rito sumaríssimo Até 40 salários mínimos. Exceção: causas que envolvam a Administração Pública Direta, Autárquica ou Fundacional (sempre serão processadas pelo rito ordinário). Exame de Ordem Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM Empresa pública e sociedade de economia mista podem ser ajuizadas ação pelo rito sumaríssimo. Pedido certo, determinado e liquido (valor dos pedidos, atribuir valor a eles). Se não for líquido, ocorrerá arquivamento e condenação ao pagamento das custas. Na petição inicial deve ser indicado o correto endereço da reclamada. Se não tiver o endereço correto, não haverá citação por edital, sendo assim, arquiva-se o processo e condena o reclamante. Até duas testemunhas, também elas comparecem independentemente de intimação, caso não compareçam serão intimadas. A testemunha só será intimada se provado o convite, por meio de email, de WhatsApp ou ouvindo a outra testemunha. É possível que o juiz determine a realização de perícia, uma vez, realizada deverá ser apresentada o laudo, as partes terão o prazo comum de cinco dias para se manifestar sobre o laudo. Na sentença é dispensado o relatório. Exame de Ordem Damásio Educacional Curso: Extensivo Semanal | Disciplina: Direito Processual do Trabalho Aula: 05 | Data: 26/05/2015 MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM ANOTAÇÃO DE AULA EMENTA DA AULA 1. Provas Trabalhistas 2. Prescrição Trabalhista GUIA DE ESTUDO 1. Provas Trabalhistas Objeto da prova Regra Geral provam se fatos uma vez que o juiz conhece o direito, entretanto, excepcionalmente é possível se exigir a prova do direito estrangeiro, estadual, municipal e consuetudinário. Com relação a esse último, cabe citar como exemplo, a necessidade de provar o teor e a vigência da norma coletiva. Fatos que não precisam de prova a) Fato notório Consiste num fato que é de conhecimento do homem médio. Ex. o aumento de movimento em lojas no shopping no Natal. b) Fato confessado É o fato alegado por uma parte e confirmado pela outra c) Fato incontroverso É o fato alegado por uma parte e não negado pela outra. d) Fato irrelevante É o fato que não tem qualquer nexo com a lide, com o processo. Ônus da Prova O art. 818 da CLT deixa certo que cabe a parte que alegar o ônus de provar. No processo do Trabalho utiliza-se o art. 333 CPC para completar a regra mencionada. Tal artigo deixa certo que cabe ao autor o ônus de provar o fato constitutivo do direito, e ao réu, o ônus de provar o fato impeditivo, modificativo, ou extintivo do direito do autor. Exame de Ordem Damásio Educacional
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