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Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas. Descrição Morfológica feita em campo. Nomes: Graziela Dantas Gonzaga 87.694 Rafael Gobeti Faquim Pereira 103.639 Docente: Profa. Dra. Sheila Aparecida Correia Furquim NOVEMBRO/2016 1 – INTRODUCÃO A classificação de solos é feita após uma descrição morfológica realizada em campo e com vários testes químicos e físicos realizados posteriormente para se determinar qual classe, ordem, subordem do solo analisado no qual ele pertence (Embrapa, 2016), e para a ciência do solo em conjunto com os fatores e processos de formação, que irá de certa forma responder como ocorre tais processos e inferir nos resultados obtidos (Embrapa, 2016). Sobre os fatores de formação, devemos considerar o solo com uma unidade de estudo e que depende do material de origem, relevo, clima, organismos e claro tempo suficiente para que todos esses fatores possam ocorrer na rocha, material de origem, alterando sua composição química e física, facilitados também pelos intemperismos químico e físico (Agência Embrapa de Informação Tecnológica, 2016). A partir disso seguindo uma ordem, os processos pedogenéticos começam a formar os horizontes do solo juntamente com a ajuda dos organismos presentes também. De acordo com o SiBCS (Sistema Brasileiro de Classificação de Solos) essa classificação consiste em seis níveis, porém pode ser descrito com apenas quatro níveis (Embrapa, 2016), além disso para cada solo existe um tipo de horizonte diagnóstico, por exemplo, B-latossólico (Bw) presente no Latossolo (Inf. verbal Furquim, 2016). 1.1- LOCALIZAÇÃO A cidade de Piracicaba se localiza na região centro – leste do estado de São Paulo, encontra -se na depressão periférica, na zona do médio Tiete. Está a 524m de altitude, localizando um pouco acima do tropico de Capricórnio, com as respectivas Latitude: 22° 43' 30'' Sul Longitude: 47° 38' 51'' Oeste. A região na qual encontra -se os solos analisados, estão inseridas na figura 2 O primeiro ponto de parada, fica as margens da Rodovia SP 147 e possui as seguintes coordenadas Latitude 47º 43’ 22.109” S, Longitude 22º 43’22.578” W. Já o segundo ponto de parada, encontra -se na Rodovia SP 304, com coordenadas Latitude 47º 33’6.829” S, Longitude 22º43’38.773” W. 1.2- DESCRIÇÃO DA GEOMORFOLOGIA LOCAL A cidade de Piracicaba, localiza- se na porção centro leste do estado de São Paulo, na Bacia Sedimentar do Paraná. O estado de São Paulo, é dividido em cinco províncias geomorfológicas, diferenciadas por características distintas de relevo, vegetação e litologia. Durante o trajeto Diadema até o local da análise (Piracicaba), observou -se além da depressão periférica paulista, a província do planalto atlântico, mais precisamente, uma de suas subdivisões, o planalto paulistano, onde localiza-se o município de Diadema O planalto atlântico, constituído por altitudes de 700 a 900m, situa -se no cinturão orogênico do Atlântico, formado durante o pré-cambriano, após vários ciclos de dobramentos, metamorfismo regional, falhamentos e intrusões sucedidas por ciclos de erosão. (Geronio Rocha - DAEE, 2005) É constituído basicamente de rochas intrusivas e metamórficas e pela cobertura das bacias sedimentares de são Paulo e Taubaté (PAULA & al, 2008). Apresenta como relevo característico, picos e morros de topos convexos e vertentes de perfis convexo á retilíneo que em muitos pontos podem atingir até 2000m. grande quantidade de canais de drenagem com padrões ora dendriticos, ora treliças, refletindo as características das rochas cristalinas e terrenos enrugados que refletem todos os processos sofridos pelas rochas durante o tempo geológico. (Geronio Rocha - DAEE, 2005) O pico do Jaraguá, o ponto mais alto de São Paulo, constituído por granitos, guinasses e quartzitos, é um bom exemplo do relevo desta província geomorfológica. A vegetação local se caracteriza por arvore de médio porte, alguns eucaliptos e indicio de reflorestamento, mas ao longo da estrada pode -se observar áreas com mata nativa principalmente do lado direito da Rodovia., Durante o trajeto pela Rodovia dos Bandeirantes, foi possível observar a evolução do relevo e vegetação, seguindo em sentido oeste, as montanhas se tornavam cada vez menores e os relevos, menos dissecados. Diminuíam também número de arvores, e quanto mais próximo da depressão periférica, menos sinuoso o relevo se mostrava. Observou -se muitos campos abertos com cobertura vegetal que se assemelhavam as “pradarias “. A depressão periférica apresenta uma altitude média de 600 a 750m, sendo que as partes mais altas ficam próxima as escarpas da Cuestas sustentadas por derrame basáltico. (ROSS & MOROZ, 1996). Relevo suave e com colinas de topos aplainados, situa -se na bacia sedimentar do Paraná formada entre o período paleozoico e mesozoico a partir de vários eventos e diferentes ambientes de sedimentação. Possui baixa densidade de drenagem e é comum a presença de lagoas ligadas a cabeceiras, ou isoladas em topos planos (ZAINE, 1994) A relação entre relevo, clima e litologia é de grande importância para entender a evolução do relevo e os processos pedogenéticos que ocorrem em dada região. Segundo CASSETI (2005), o relevo resulta de uma ação processual e sua evolução pode ser observada ao longo do tempo geológico. Esse processo de evolução ocorre principalmente pela interação entre duas forças: endógenas e exógenas. As forças endógenas estão relacionadas a processos internos, como vulcanismo, isostasia, terremotos, entre outros. Já a exógena, se relaciona a processos morfoclimaticos, responsáveis pela dissecação e erosão do relevo. (CASSETI, 2005) 1.3- GEOLOGIA LOCAL Na região centro-leste do estado, onde se encontra a área de estudo, afloram rochas paleozoicas (Grupo Itararé, Formação Tatuí e Grupo Passa Dois – formações Irati e Corumbataí), mesozoicas (Formação Piramboia, Grupo São Bento – formações Botucatu e Serra Geral, rochas magmáticas intrusivas – diques e soleiras e Formação Itaqueri) e cenozoicas (Formação Rio Claro). (PIRINNOTO & LINO, 2011) . Neste relatório, a descrição dos grupos e formações serão feitas apenas para as formações geológicas que se relacionam diretamente com a ocorrência do Argissolo vermelho-Amarelo e do Latossolo vermelho. A. Formação Itararé ( neo- carbonífero) : Apresenta vários tipos de rochas sedimentares como varvitos, turbiditos e arenitos de granulometria variadas, formando lentes e camadas , conglomerados,siltitos, argilitos, diamictitos e tilitos. (PIRINNOTO & LINO, 2011) Essas rochas foram formadas durantes vários processos sedimentares, que ocorreram em sua maioria , em períodos glaciais com o avanço e recuo de geleiras. (PIRINNOTO & LINO, 2011). Os sedimentos produzidos por essas geleiras, sofreram redimensionamento parcial em situações fluviais, litorâneas e marinhas. Apresentam corpos intrusivos como sills e diques de diabásio, atravessando as rochas do grupo Tubarão. (PIRINNOTO & LINO, 2011). B. Formação Irati (Permiano): Apresenta folhelhos acinzentados do membro Taquaral (inferior) intercalados a calcários dolomiticos e folhelhos pretos pirobetuminosos do membro Assistência. Ocasionalmente, em sua base, apresenta arenitos de granulação variada. Os sedimentos se encontram assentados em estratificação plano -paralela. (PIRINNOTO & LINO, 2011). Não há certeza sobre o ambiente em que ocorreram essas deposições, masexistem indícios de que tenha se dado em ambiente marinho de aguas rasas em bacia confinada e condições climáticas e físico químicas que favorecesse a precipitação do calcário e sua dolomitização e a geração do pirobetume. (PIRINNOTO & LINO, 2011) C. Formação Corumbataí (Neo permiano): Constituídos por calcários, arenitos dispostos em camadas, também apresentam camadas argilo-xistosas, em alternância com outro xisto- betuminosas. As principais unidades são os siltitos e argilitos cinza- avermelhado\ esverdeados e arroxeados. Associados a essas rochas, encontram -se fosseis de conchas bivalves e outros indícios de vida marinha, indicando um ambiente de formação marinho costeiro e pantanoso, eventualmente lacustre. (PIRINNOTO & LINO, 2011) 1.3.4 CLIMA E VEGETAÇÂO A cidade de Piracicaba, apresenta clima classificado com Cwa: clima temperado úmido com Inverno seco e Verão quente e chuvoso, apresentando temperaturas média do ar no mês mais quente > 22°C e nos meses mais frios, em torno de 18 ºC. (ZAINE, 1994). O regime de chuva anual, divide -se entre o período seco entre abril a setembro. Durante esses meses, chovem em média 20 dias com precipitações de 180 a 200 mm. O período chuvoso ocorre nos meses de outubro a março, com média de 60 dias de chuva e volumes de 1200 mm. (ZAINE, 1994). Vegetação Original, encontra -s e quase extintas, salvo por alguns fragmentos que ainda restam espalhados por regiões de difícil acesso, a vegetação antiga seria classificada de floresta mesófila semidecidua. (TORRADO & LESPSCH, 1994) 2- OBJETIVO Fazer a descrição morfológica dos solos propostos, identificar entender e relacionar as interações que o correm entre clima, litologia e relevo e a relação desses fatores com os processos pedogenéticos. 3- MATERIAIS E METODOS 3.1- MATERIAIS Para as análises no laboratório foram utilizados; 1 faca 1 fraco de desodorante com água 1 Manual de descrição de solos em campo EMBRAPA As amostras de solo para analise, foram coletadas in situ 3.1.1- METODOS Como base para os procedimentos executados em laboratório, usou -se o manual de descrição de solos da EMBRAPA onde as morfologias das amostras de solo foram caracterizadas com o uso da visão e do tato. Para confirmar as características de cada horizonte, analisou-se quatro características pertinentes ao solo: cor, textura, consistência, estrutura e, os métodos para estas analises, são descritos a seguir: COR: Para identificação da cor, usou -se um agregado de cada um dos quatro tipos de solo e comparou -se com as cores encontradas na Carta de cores de Munsell para solos. Esse procedimento foi aplicado ao agregado seco e úmido, anotou -se matriz, croma e valor de cada uma das analises (secas e úmidas) para posterior classificação por nome. TEXTURA: Para identificação da textura do solo, executou -se uma análise granulométrica na qual empregou -se o uso do tato de forma empírica para uma determinação aproximada das frações areia, silte e argila presentes no solo analisado. Uma amostra de solo foi umedecida de forma que pudesse ser moldada na palma da mão do analista, após isso, usou -se a lateral de uma faca para desmembrar pequenos agregados. Este procedimento foi aplicado até que a mistura de agua e solo se tornasse homogênea e lisa. A massa de solo obtida, foi moldada de forma cilíndrica, lembrando o corpo de uma minhoca. Quando este formato era obtido, tentava -se fazer um anel com o mesmo e então era analisada a resistência a moldagem. Quanto mais resistente, mais fração de silte e argila poderiam estar presentes em relação a areia, quanto menos moldável e mais esfarelável, maior fração de areia o solo analisado continha. Figura 1- textura observada nos horizontes do Argissolo. ESTRUTURA: Para a análise de estrutura de cada amostra de solo, observou -se a presença ou não de agregados e a forma dos mesmos. Os agregados são compostos por partículas de areia, silte, argila e material orgânico que formam um padrão de arranjamento (Santos, Raphael David dos ; et al, 2005). A formação desses agregados é favorecida pela umidade presente no solo e os mesmos são caracterizados por seu grau de desenvolvimento e forma do torrão. De forma visual, os torrões foram analisados quanto as suas formas que podem ser laminar, blocos, primas, colunas ou grãos. Figura 2- consistência dos agregados do argissolo. 4- RESULTADOS Os perfis foram analisados de acordo com a metodologia sugerida pela EMBRAPA no Manual de Descrição e Coleta de Solo no campo as etapas para identificação do solo: analise da cor, textura, estrutura e consistência e devem ser aplicadas a cada perfil, a fim de uma identificação com a maior precisão possível. Segue abaixo a descrição dos perfis analisados. 4.1.- ARGISSOLO VERMELHO AMARELO- (Perfil 1 – 19\11\2016) Figura 3- perfil do argissolo vermelho amarelo A - DESCRIÇÃO GERAL CLASSIFICAÇÃO - Argissolo vermelho amarelo textura argilosa floresta mesófila semidecidua. Relevo suave ondulado. UNIDADE DE MAPEAMENTO – LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS - Cidade de Piracicaba Região centro – leste do estado de São Paulo Coleta feita ás margens da Rodovia SP 147, coordenadas: Latitude: 47º 43’ 22.109” S, Longitude 22º 43’ 22.578” W SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL - Descrito e coletado em campo aberto próximo a rodovia, em terreno com pouca declividade, localidade parece ser usada para pastagem de animais, a vegetação é basicamente constituída por gramíneas e algumas arvores pontuais. ALTITUDE -. LITOLOGIA – Argilitos, folhelhos e siltitos com intercalações de rochas carbonaticas. FORMAÇÃO GEOLÓGICA - Corumbataí. CRONOLOGIA – Neo- permiano. MATERIAL ORIGINÁRIO - Produto de alteração das rochas encontradas na formação Corumbataí. PEDREGOSIDADE - Não pedregosa. ROCHOSIDADE - Não rochosa. RELEVO LOCAL - Plano a suave ondulado. RELEVO REGIONAL - Suave ondulado. EROSÃO -. Fluxo concentrado superficial e subsuperficial DRENAGEM - Bem drenado. VEGETAÇÃO PRIMÁRIA - Floresta. Mesófila semidecidua USO ATUAL - pastagem. CLIMA - Cwa. DESCRITO E COLETADO POR – Graziela Dantas Gonzaga, Rafael Gobeti, Andreza Santana e Amanda Tonholli. B - DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA: A- 0 – 10 cm- bruno-avermelhado-escuro (5 YR 3/2, úmido) arenoso, estrutura granular CB- subangular, grau fraco, tamanho médio de 2 a 5mm, não coerente, ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso, transição gradual. A\E – Não foram feitas analises nos horizontes de transição, mas nestes horizontes, mostra -se a predominâncias de características de A em relação a E, a cor escura de A devido a presença de matéria orgânica e a textura arenosa, aparece de forma proeminente em relação as características do horizonte E. Transição clara. E- 36 -60 Cm; bruno muito claro-acinzentado (10 YR 5/4, úmido) e bruno-amarelado, arenosa; ausência de estrutura, granular e grãos simples; muito friável, não plástico e não pegajoso; transição clara. Bt. 60 – 96 cm; bruno-forte (7,5 YR 5/6, úmido e 7,5 YR 4/6, seco); argilosa; forte, média, blocos angulares de tamanho pequeno; bastante cerosidade, muito pegajoso, muito friável. RAÍZES - Comuns médias e finas em A A\E e E; pouquíssima presença de raízes em Bt. OBSERVAÇÕES: - Comuns poros médios e pequenos em A, A\E e E; pequenos e muito pequenos em Bt. 4.1.1.- LATOSSOLO VERMELHO – (Perfil 2- 19\11\2016) Figura 4- perfil do Latossolo vermelho. A - DESCRIÇÃO GERALCLASSIFICAÇÃO – Latossolo vermelho distrófica floresta mesófila sem decídua, relevo plano, levemente ondulado. UNIDADE DE MAPEAMENTO -. LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS SITUAÇÃO: Ponto de coleta localizado em campo aberto, as margens da Rodovia SP 304. Coordenadas: Latitude 47º 33’6.829” S, Longitude 22º43’38.773” W. DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL - Descrito e coletado em barranco localizado em campo aberto, coberto por gramíneas e arbustos de tamanho médio. Área plana a suaves ondulações. ALTITUDE - LITOLOGIA - Sedimentos argilosos, arenitos finos e folhelhos da formação Itararé. FORMAÇÃO GEOLÓGICA - Corumbataí. CRONOLOGIA - Carbonífero superior. MATERIAL ORIGINÁRIO - Produto de alteração dos materiais supramencionados no item litologia. PEDREGOSIDADE - Não pedregosa. ROCHOSIDADE - Não rochosa. RELEVO LOCAL - Plano a suave ondulado. RELEVO REGIONAL - Suave ondulado. EROSÃO - Laminar. DRENAGEM - Bem drenado. VEGETAÇÃO PRIMÁRIA - Floresta estacionária semidecídual. USO ATUAL – área com aparência de abandonada tomada por capim, arbustos de tamanho médio e outras gramíneas. CLIMA - Cwa. DESCRITO E COLETADO POR – Graziela Dantas Gonzaga, Rafael Gobeti, Andreza Santana e Amanda Tonholli. B - DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA A- 0 – 23 cm (2,5 YR 3\6 – dark red – cor seca), (2,5 YR 2,5\4 – dark reddish brown – cor úmida), argiloso; moderada a forte, CA- Angular, pequena: consistência dura, friável, pegajoso, plástico. B\A – 23 – 59cm (2,5 YR 3\6 – dark red – cor seca), (2,5 YR 2,5\4 – dark reddish brown – cor úmida). Horizonte de transição que apresenta características em comum com o horizonte localizado acima e abaixo desta porção do perfil, mas apresenta predominância de características do horizonte B sobre o horizonte A. Argiloso, fraco a moderado, CB – subangular, muito friável, pegajoso, plástico. Bw1 -59- 102 Cm – (2,5 YR 3\6 – dark red – cor seca), (2,5 YR 2,5\4 – dark reddish brown – cor úmida) muito argiloso, fraco, CB – subangular; cerosidade, macia, muito friável; muito pegajoso, muito plástico. Bw2 – 102- 150 cm – (2,5 YR 3\6 – dark red – cor seca), (2,5 YR 2,5\4 – dark reddish brown – cor úmida) muito argiloso, fraco, CA – angular (se desfaz em micro agregados), não coerente, muito friável, muito pegajoso, muito plástico. RAÍZES - Comuns finas e grossas ao longo de A e B\A, poucas raízes finas ao longo de Bw1, escassa em Bw2. OBSERVAÇÕES: - Comuns poros médios e alguns maiores em A devido a presença de vegetação, poros médios e pequenos em A\B e Bw1 devido a bioturbação de várias espécies de animais e insetos que transitam entre os horizontes. Pouca presença de poros em Bw2. 4- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Segundo (Santos, Raphael David dos ; et al, 2005), os solos possuem características que os diferenciam entre si, essas características externas como cor, textura e consistência, são chamadas de morfologia. A análise morfológica de um solo pode revelar detalhes sobre a paisagem e ajudar a inferir sobre processos pedogenéticos que ocorrem nos horizontes e a aptidão do mesmo para uso agrícola (Santos, Raphael David dos ; et al, 2005). Em solos, as categorias mais utilizadas, dos mais gerais para os mais específicos são: ordem, subordem, grande grupo, subgrupo, família e serie. Na metodologia existe centenas de milhares de táxons. Diferente dos níveis hierárquicos superiores, as categorias inferiores (espécies e series), devem ser definidas dentro de limites bastante estreitos e definidos (LEPSCH, 2011). Quando o sistema de classificação é realizado para uma finalidade especifica que visa as aplicações de caráter prático, chama -se de Classificação Técnica, esse tipo de classificação atende a objetivos imediatos e é bastante usada em campo. Outra classificação é a Natural, onde fatores e processos de formação são levados em consideração principalmente como atributos diferenciais. (LEPSCH, 2011). Em campo, usou -se a analise morfometria para identificação e classificação do Argissolo vermelho amarelo e do Latossolo Vermelho, essa análise embora simples, nos fornece informações muito importantes e seguras para a identificação e classificação. Argissolo Vermelho Amarelo Os argissolos são considerados como solos intermediários e geralmente são associados a relevos declivosos (agencia Embrapa de Informação Tecnológica, 2016), com isto, a sequência de horizontes comumente encontrada em argissolos é um B com acumulo de argila e acima dele, um horizonte A e\ou E (LEPSCH, 2011), o horizonte diagnostico de um argissolo, é o B textural (Bt). No campo, pode -se observar alguns processos pedogenéticos ocorrentes nos horizontes desse tipo de solo, como por exemplo o processo de translocação, onde partículas de minerais, matéria orgânica e até mesmo pequenos animais e insetos, transitam entre os horizontes. Notou -se a ação deste processo através da mudança textura gradual entre o Horizonte A e Horizonte B. Observou -se que entre A e E, existia um horizonte de transição nome ado A\E por apresentar características mais representativas de A em relação a E. Neste horizonte era possível analisar a perda gradual de coloração, isso devido ao fato de que a presença de matéria orgânica (que fornece cor escura aos minerais), torna -se cada vez mais escassa quanto mais profundo é o horizonte analisado (verticalmente). Desta forma, o horizonte E, é bem mais claro em relação aos outros, pois é considerado um horizonte de perda. Também foi observada uma transição entre E e B, (E\B), que apresentou características mais expressivas de E em relação a B. A mudança de textura, tornou se bem visível, à medida que se analisava o perfil verticalmente usando a ponta da faca. Foi possível observar o acumulo de argila e a mudança de coloração que ocorreu de forma gradual entre o Horizonte de perda (E) e o horizonte de acumulo (Bt). A cor que era bem clara no horizonte E, devido a predominância de minerais como o quartzo, foi mudando gradualmente, assim como a porcentagem de argila no perfil, conforme o solo apresentava mais concentração de argila, o horizonte apresentava mais coloração. Isso deve -se ao fato do acumulo de óxidos, hidróxidos e oxi-hidroxidos de Ferro presentes no perfil. Goethita (amarela) e Hematita (vermelha) são os principais argilominerais responsáveis pela coloração ao longo do perfil, a proporção de cada um presente na composição do solo, determinará a predominância de cor entre amarelo e\ou vermelho. (FURQUIM, 2016) Este tipo de solo apresenta grande variação de textura, profundidade e teor de nutrientes. Argissolos com grandes diferenças texturais entre A e B, podem apresentar níveis altos de erosão. O problema pode se agravar em altas declividades devido a intensidade do processo de erosão hídrica (Agência Embrapa de Informação tecnológica). O Argissolo analisado em campo, se, localizava em uma vertente com baixa declividade, a área ao redor apresentava um relevo suave e em muitos pontos, era plano. Os fluxos de agua ocorrem tanto em superfície como em subsuperficie. Não foi observado processo de erosão intenso, pode -se inferir sobre isso, que a cobertura vegetal encontrada no local, ajude a proteger o solo contra esse processo. Solos com horizontes texturais, são mais susceptíveis a processos erosivos do que solos com pouca variação de textura como os latossolos, isso é devido a diferença textural entre os horizontes A e B, onde o primeiro é mais arenoso em relação ao segundo, a estrutura granular sem formação de agregados, facilita o carreamento das partículas(CORRÊA & al, 2015). Solos distróficos também apresentam maior tendência a perda de solos devido a erosão hídrica do que solos eutroficos, isto porque, solos eutroficos em gerais, apresentam maior quantidade de minerais primários alteráveis, acarretando a este uma maior capacidade de recuperação da fertilidade em relação aos distróficos. (CORRÊA & al, 2015) Outro fator observado em relação a vegetação local, foi a predominância de gramíneas e arbustos de pequeno e médio porte, esse tipo de vegetação relacionada ao cerrado, apresenta poucas restrições em relação a nutrientes e pH do solo e muitas possuem raízes adaptadas para capturar água em profundidade (FURQUIM, 2016). Através dessa analise visual do ambiente, é possível levantar hipóteses em relação a química do solo. Para afirmar as hipóteses levantadas em campo em relação a química do solo, seriam necessários testes mais complexos que a análise morfológica, no entanto, a observação é válida e pode ajudar a enriquecer os dados da análise morfológica e interpretar os resultados obtidos em laboratório. Em relação ao argissolo analisado, a observação da vegetação local, como já dito anteriormente, entende -se que a vegetação está adaptada a condições restritas quanto a disponibilidade de nutrientes e o pH do solo, logo, infere -se que o argissolo analisado, apresenta características distróficas, isso devido a lixiviação que acaba retirando do solo, cátions com alta mobilidade, que são muito importantes para o desenvolvimento das plantas. O clima quente e a frequência de chuvas na região, acaba intensificando o intemperismo e consequentemente, a acidificação do solo. (LEPSCH, 2011). Latossolo Vermelho O latossolo vermelho possui uma estrutura de agregados que estão dispostos de forma tal que geram espaços porosos facilitando assim permeabilidade do solo (LEPSCH, 2011), ideal para o desenvolvimento de raízes em profundidade, mais comum se o solo for fértil, ou seja, com valor de saturação por bases maior que 50%, isso significa que no complexo de troca existe uma predominância de cátions básicos (Ca2+,Mg2+, Na+, K+, etc.) (Agência Embrapa de Informação Tecnológica, 2016). Porém se apresentar um solo álico, ou seja, com predominância de Al3+, sabe-se que este solo não é favorável para o desenvolvimento de plantas, além disso o valor de saturação por bases será menor que 50%, evidenciando assim a predominância de Al3+ e H+ (Agência Embrapa de Informação Tecnológica, 2016), (Lepsch, 2011), (inf. Verbal Furquim, 2016). Identificar o latossolo em campo, demandou uma certa pericia, já que devido ao processo de intemperismo intenso que ocorre ali, é muito difícil identificar alguma diferença entre os horizontes. Os principais processos para a formação desse tipo de solos são a Latossolização, e a bioturbação. (LEPSCH, 2011) Em relação a biopertubação, foi possível observar a existência de fauna diversificada vivendo ao longo do perfil, os insetos mais abundantes observados foram as formigas e cupins. Outras características que ajudaram na identificação do solo, são a estrutura em bloco subangular, fracamente desenvolvida que se desfaz em micro agregados com textura de pó de café, e a argila predominante em todo o perfil também ajudou na identificação. A cor vermelha, indica uma grande quantidade de ferro, que tem sua maior representação neste caso, pela Hematita. Observou -se que o solo apresentava horizonte de transição entre A e Bw, com características predominantes de B em relação a A, portanto foi nomeado de B\A e abaixo dele, através da textura, observou -se existência horizonte Bw, que é o horizonte diagnostico para latossolos (FURQUIM, 2016). Condições como o clima predominante da região e o relevo quase plano, criou condições propicias para que este solo sofresse intenso intemperismo, capaz de remover até a sílica permanecendo apenas resíduos rico em óxidos de ferro e alumínio. (LEPSCH, 2011) Esse solo é extremamente lixiviado e, portanto, apresenta uma baixa saturação por bases, ou seja, os cátions existentes essenciais para o desenvolvimento de vegetação, não se encontram mais presentes devido a lixiviação, ou apresentam -se em quantidades muito baixas. (LEPSCH, 2011). Embora suas características químicas não sejam favoráveis ao desenvolvimento de plantas, apresenta características físicas que são muito apreciadas por estas, como a intensa microagregação causada pela caulinita, dando-lhes uma alta permeabilidade. A caulinita revestida por Hematita (vermelha) e Goethita (amarela), é responsável pela cor predominante neste tipo de solo. (LEPSCH, 2011). Latossossolos vermelho amarelo de textura argilosa ocorrem por todo o estado de São Paulo. Na depressão periférica formam-se a partir de rochas sedimentares como siltitos e argilitos (São Paulo). Condições especiais relacionadas ao material de origem, a grande estabilidade geológica dos trópicos e uma predominância dos processos de bioturbação em relação aos processos pedogenéticos (que poderiam causar a diferenciação dos horizontes), leva o latossolo a ter um aspecto homogêneo em toda a sua extensão. (LEPSCH, 2011). O latossolo analisado em campo, assim como o argissolo, apresentavam em sua superfície vegetação característica de cerrado, isso devido a suas grandes restrições químicas. Foi possível observar a existência de raízes grossas, com espessura de cipós, pode -se inferir que seja devido a presença de cátion alumínio, que é toxico para as plantas, reduzindo o crescimento radicular e sua ramificação (PRADO, 2016). De maneira geral, a análise de campo é de extrema importância para desenvolver habilidades que não são possíveis em laboratório. O conhecimento teórico serve de base para entender os processos que ocorrem em um perfil de solo em determinado local. Fatores como clima vegetação relevo e litologia, exercem grande papel para determinar os processos que darão origem a um tipo específico de solo. Conhecer esses processos, entender coo funcionam o que isso interfere na produtividade e perda do solo, ajuda a criar alternativas e desenvolvimento de técnicas para o manejo e preservação este bem não renovável. REFERÊNCIAS BENITES, V.M. ; MENDOÇA, E.S. (Março de 1998). Propriedades Eletroquimicas de um Solo Eletropositivo Influenciado Pela Adição de Diferentes Fontes de Materia Organica. MG: Universidade Federal de Viçosa. CASSETI, V. (2005). CASSETI, Valter. Geomorfologia. [S.l.]: [2005]. Disponível. Acesso em 26 de Novembro de 2016, disponível em Geomorfologia: http://www.funape.org.br/geomorfologia/ Classificação Climatica de Koppen- Geiser. (s.d.). Portais UFG, p. 7. Fonte: https://portais.ufg.br/up/68/o/Classifica____o_Clim__tica_Koppen.pdf CORRÊA, E. A., & al, e. (2015). Estimativa de Erodibilidade e Toelrancia de Perda de Solo na Região do Centro Leste Paulista. Revista Geociencias, 34, pp. 848-860. FURQUIM, S. A. (2016). Orientação Verbal. 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