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Impermeabilizacao - Apostila

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Prévia do material em texto

PROF. ANGELO JUST DA COSTA E SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 2 
 
 
 
Índice 
 
1. COBERTURA ............................................................................................... 3 
1.1. Componentes do telhado .......................................................................................... 3 
1.2. Estrutura de suporte .................................................................................................. 4 
1.3. Telhas (adaptado de trabalho apresentado por Paliari, 2001) ..................................... 5 
1.3.1. Telhas cerâmicas .................................................................................................... 5 
1.3.1.1. Tolerâncias dimensionais .................................................................................... 6 
1.3.1.2. Aspectos gerais ................................................................................................... 7 
1.3.1.3. Inspeção ............................................................................................................. 8 
1.3.1.4. Aceitação e rejeição ............................................................................................ 9 
1.3.1.5. Projeto e execução de telhados com telhas cerâmicas ....................................... 11 
1.3.2. Telhas de concreto ............................................................................................... 11 
1.3.2.1. NBR 13.858 – 1 (1997) ....................................................................................... 11 
1.3.2.2. NBR 13.858 – 2 (1997) ....................................................................................... 12 
2. IMPERMEABILIZAÇÃO .............................................................................. 14 
2.1. Materiais betuminosos ............................................................................................ 14 
2.1.1. Classificação dos materiais betuminosos .............................................................. 14 
2.1.2. Propriedades básicas ............................................................................................ 16 
2.2. Sistemas de impermeabilização ............................................................................... 17 
2.2.1. Impermeabilização rígida ..................................................................................... 17 
2.2.2. Impermeabilização plástica ou elástica ................................................................. 17 
2.2.3. Impermeabilização laminar .................................................................................. 19 
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 20 
 
 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 3 
 
 
Neste tópico serão apresentados conceitos importantes acerca dos materiais e componentes 
utilizados em coberturas, materiais betuminosos e impermeabilização, bem como aspectos 
normativos relacionados a estes componentes. 
1. COBERTURA 
Entende-se por cobertura a parte superior da edificação, protetora das intempéries, constituída 
por um elemento de suporte resistente (laje, estrutura de madeira, estrutura metálica) e 
conjunto de componentes com função de vedação (telhado), podendo apresentar ainda 
isolação térmica, acústica, forro e impermeabilização. 
1.1. Componentes do telhado 
As normas brasileiras que tratam de telhas cerâmicas (NBR 8039 e NBR 13858) apresentam 
definições importantes dos elementos presentes na cobertura, conforme representado na 
figura 1 e descrito a seguir. 
 
 
 Água ou pano d’água: Superfície plana inclinada de um telhado; 
 Beiral: Parte do telhado que se projeta para fora do alinhamento da parede; 
 Cumeeira: Aresta horizontal delimitada pelo encontro das duas águas, geralmente 
localizada na parte mais alta do telhado; 
 Espigão: Aresta inclinada definida pelo encontro entre duas águas que formam um diedro 
convexo, isto é, o espigão é um divisor de águas; 
 Fiada: Seqüência de telhas no sentido de sua largura; 
 Faixa: Seqüência de telhas no sentido de seu comprimento; 
 Rincão ou água-furtada: Aresta inclinada delimitada pelo encontro de duas águas que 
formam um diedro côncavo, isto é, é um captador de águas; 
Cumeeira Espigão
Água furtada
Água
Beiral
Rufo
Figura 1 – Detalhe esquemático dos componentes do telhado
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 4 
 
 
 Peça complementar: Componente de concreto, ou qualquer outro material que permita a 
solução de detalhes construtivos de telhado, tais como cumeeiras, espigões, águas furtadas, 
encontro com paredes, ventilação, iluminação e arremates em geral; 
 Rufo: Peça complementar de arremate entre o telhado e uma parede; 
 Telha translúcida ou transparente: Telha de vidro, fibra de vidro ou outro material com o 
mesmo formato e dimensões das telhas convencionais, empregada para possibilitar a 
iluminação natural; 
 Telhado: Parte da cobertura de uma edificação constituída pelas telhas e peças 
complementares. 
1.2. Estrutura de suporte 
A estrutura de suporte para os elementos do telhado pode ser constituída por lajes de 
concreto, forros, estruturas metálicas e, especialmente, estruturas de madeira, a qual 
apresenta uma armação principal (representada por tesouras, ou pontaletes, ou vigas 
principais) e outra secundária, classificada como trama, composta pelas ripas, caibros e terças. 
Para um melhor entendimento, os elementos principais desta estrutura estão indicados na 
figura 1.1 e descritos a seguir: 
Figura 1.1. Esquema de componentes do telhado 
 
 
 Ripas (A): peças pregadas sobre os caibros, atuando como apoio para as telhas; 
 Caibros (B): peças apoiadas sobre as terças, servindo de suporte para a ripas; 
 Terças (C): peças apoiadas sobre as tesouras, pontaletes, ou mesmo paredes, servindo de 
suporte para os caibros; 
 Frechal (D): peças colocadas no topo das paredes, com a função de distribuir as cargas da 
tesoura, vigas principais ou quaisquer elementos de sustentação; 
 Cumeeira ou terça de cumeeira (E): terça correspondente à parte mais alta do telhado; 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 5 
 
 
 Tesoura: trata-se da estrutura principal de apoio, com formato de treliça que serve de apoio 
para a trama. As barras das tesouras recebem designações próprias, tais como banzo 
(inferior – I, ou superior - H), montante (J), pendural (K), diagonal (L) etc; 
 Chapuz (M): calço de madeira, geralmente em forma triangular, que serve de apoio lateral 
para a terça; 
 Pontaletes: peças dispostas verticalmente, tais como pilares curtos sobre os quais se 
apoiam as vigas ou as terças; 
 Mão francesa: peça disposta de forma inclinada, a fim de travar a estrutura. 
1.3. Telhas (adaptado de trabalho apresentado por Paliari, 2001) 
Para cobrir a estrutura de suporte do telhado podem ser utilizados diferentes tipos de telhas, a 
depender dos materiais utilizados e do processo de fabricação. Alguns dos tipos mais 
conhecidos de telhas comumente utilizadas são: telhas cerâmicas, de concreto, de alumínio, de 
fibrocimento ou cimento amianto (gradualmente substituídas por fibras de celulose, devido a 
problemas ambientais), poliestireno (transparentes), entre outros.1.3.1. Telhas cerâmicas 
Para um melhor entendimento do conteúdo das normas de telhas cerâmicas utilizadas em 
telhados, a tabela 1.1 apresenta uma descrição sumária dos objetivos contidos em cada uma, 
cujos aspectos mais importantes serão abordados em seguida. 
Tabela 1.1 - Relação de normas da ABNT – telhas cerâmicas 
NBR Ano Título Objetivo 
8038 1987 Telha cerâmica tipo francesa: 
padronização de forma e 
dimensões 
Padroniza a forma e as dimensões, com respectivas 
tolerâncias, de telhas cerâmicas tipo francesa, para 
coberturas de edificações em geral 
9598 1986 Telha cerâmica de capa e canal 
tipo paulista: padronização de 
dimensões 
Padroniza a forma e as dimensões, com respectivas 
tolerâncias, de telha cerâmica de capa e canal tipo 
paulista, para coberturas de edificações em geral 
9599 1986 Telha cerâmica de capa e canal 
tipo plana: padronização de 
dimensões 
Padroniza a forma e as dimensões, com respectivas 
tolerâncias, de telha cerâmica de capa e canal tipo plan, 
para coberturas de edificações em geral 
9600 1986 Telha cerâmica de capa e canal 
tipo colonial: padronização de 
dimensões 
Padroniza a forma e as dimensões, com respectivas 
tolerâncias, de telha cerâmica de capa e canal tipo 
colonial, para coberturas de edificações em geral 
9601 1986 Telha cerâmica de capa e canal: 
especificação 
Fixa as condições exigíveis para a aceitação de telhas 
cerâmicas de capa e canal, destinadas à execução de 
telhados de edificações, e abrange os tipos plan, colonial 
e paulista 
7172 1987 Telha cerâmica tipo francesa: 
especificação 
Fixa as condições exigíveis para a aceitação de telhas 
cerâmicas tipo francesa, destinadas à execução de 
telhados de edificações 
8947 1985 Telha cerâmica – determinação Prescreve o método para determinação da massa e da 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 6 
 
 
da massa e da absorção de água: 
método de ensaio 
absorção de água em telhas cerâmicas 
8948 1985 Telha cerâmica – verificação da 
impermeabilidade: método de 
ensaio 
Prescreve o método para verificação da 
impermeabilidade em telhas cerâmicas 
6462 1987 Telha cerâmica tipo francesa: 
determinação da carga de 
ruptura à flexão: método de 
ensaio 
Prescreve o método para determinação da carga de 
ruptura à flexão em telha cerâmica tipo francesa 
9602 1986 Telha cerâmica de capa e canal: 
determinação da carga de 
ruptura à flexão: método de 
ensaio 
Prescreve o método para determinação da carga de 
ruptura à flexão em telha cerâmica de capa e canal, 
englobando os tipos plan, colonial e paulista 
8039 1983 Projeto e execução de telhados 
com telhas cerâmicas tipo 
francesa 
Fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de 
telhados com telhas cerâmicas tipo francesa 
As telhas cerâmicas tipo capa e canal apresentam um formato de meia cana, fabricadas pelo 
processo de prensagem, e caracterizadas por peças côncavas (canais), que se apoiam sobre as 
ripas, e peças convexas (capas), que se apoiam sobre os canais. Dentre este grupo, existem 
ainda a seguinte classificação: 
 Tipo colonial: apresenta um mesmo tipo de peça tanto para os canais quanto para as capas; 
 Tipo paulista: as capas possuem largura ligeiramente inferior à largura dos canais; 
 Tipo plan: apresenta as formas acentuadamente retas, o que confere ao telhado 
características arquitetônicas diferenciadas. 
A figura a seguir apresenta modelos de algumas das telhas cerâmicas apresentadas: 
 
Telha francesa Telha capa canal (plan) Telha romana 
1.3.1.1. Tolerâncias dimensionais 
As tolerâncias dimensionais especificadas nas normas de padronização das telhas cerâmicas são 
idênticas, conforme a Tabela 1.2. 
Tabela 1.2 – Tolerâncias dimensionais expressas nas normas da ABNT – telhas cerâmicas 
NBR Tolerâncias dimensionais Galga 
8038 Telha tipo francesa  2mm para dimensões nominais  50mm Não faz referência 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 7 
 
 
 1mm para dimensões nominais < 50mm 
 2mm para a espessura 
9598 Capa e canal tipo paulista Idem telha tipo francesa 400 mm 
9599 Capa e canal tipo plana Idem telha tipo francesa 400 mm 
9600 Capa e canal tipo colonial Idem telha tipo francesa 400 mm 
1.3.1.2. Aspectos gerais 
Na Tabela 1.3 são apresentados os termos definidos pelas normas, assim como as principais 
características das telhas cerâmicas e requisitos de desempenho contidos nas normas de 
especificação das telhas cerâmicas tipo francesa e tipo capa e canal. 
Tabela 1.3 – Termos definidos pelas normas sobre telhas cerâmicas, requisitos de desempenho e 
características das telhas cerâmicas 
Tipo de telha 
Francesa 
NBR 7172 (ABNT, 1987) 
Capa e canal 
NBR 9601 (ABNT, 1986) 
Definições Telha cerâmica tipo francesa, empenamento, 
esfoliação, fissura, rebarba, partida e lote 
Telha cerâmica tipo capa e canal, telha tipo 
plan, tipo colonial, tipo paulista, 
empenamento, esfoliação, fissura, rebarba, 
partida e lote 
Identificação A telha deve trazer na face inferior, gravada 
em alto ou baixo relevo, a marca do fabricante 
e a cidade de sua fabricação 
Idem telha francesa 
Unidade de compra Milheiro Idem telha francesa 
Aspecto visual Não deve apresentar defeitos sistemáticos, tais 
como fissuras na superfície que resultar, 
expostas às intempéries, bolhas, esfoliações, 
quebras e rebarbas 
Idem telha francesa 
Característica sonora A telha deve apresentar um som semelhante 
ao som metálico, quando suspensa por uma 
extremidade e devidamente percutida 
Idem telha francesa 
Empenamento Com a telha, apoiada sobre um plano 
horizontal, com sua face inferior voltada para 
cima, nenhum de seus vértices deve ficar 
separado deste plano mais do que 5 mm 
Idem telha francesa 
Massa da telha seca Não deve ser superior a 3,0 kg Determinada de acordo com a NBR 8947, não 
deve ser superior: 
Colonial: 2700 g 
Plan: 2750 
Paulista: 2650 
Absorção de água Não deve ser superior a 20%, determinada de 
acordo com a NBR 8947 
Idem telha francesa 
Impermeabilidade A telha não deve apresentar vazamentos ou 
formação de gotas em sua face inferior, sendo 
porém, tolerado o aparecimento de manchas 
de umidade (ensaio de acordo com a NBR 
8948) 
Idem telha francesa 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 8 
 
 
Carga de ruptura Determinada de acordo com a NBR 6462, não 
deve ser inferior a 700 N (70 kgf) 
Determinada de acordo com a NBR 9602, não 
deve ser inferior a 1000 N (100 kgf) 
 
 
Ensaios de impermeabilidade e de medição de largura realizados em telhas cerâmicas. 
1.3.1.3. Inspeção 
As normas NBR 7172 (1987) e NBR 9601 (1986) apresentam, respectivamente, para as telhas 
cerâmicas tipo francesa e tipo capa e canal, os critérios para a constituição dos lotes e os tipos 
de amostragem para a inspeção geral ou inspeção por amostragem (Tabela 1.4). 
Estas normas permitem que a inspeção geral possa ser feita por amostragem (no caso, dupla 
amostragem) ou inspeção de todas as telhas de uma partida. 
Para o caso da inspeção por ensaios, a amostragem é apresentada nas Tabelas 1.5 e 1.6, 
respectivamente, para as telhas cerâmicas tipo francesa e capa e canal. 
Tabela 1.4 – Constituição dos lotes e amostragem segundo a NBR 7172 (ABNT, 1987) e NBR 9601 (ABNT, 
1986) 
Tipo de telha Francesa 
NBR 7172 (ABNT, 1987) 
Capa e canal 
NBR 9601 (ABNT,1986) 
Constituição dos lotes Toda partida deve ser dividida em lotes de 40.000 
telhas. Caso o resto da divisão da partida em lotes 
resulte em número inferior a 20.000 telhas, o 
mesmo deverá ser repartido igualmente pelos lotes 
já constituídos; caso contrário, o resto constituirá 
outro lote. 
Toda partida deve ser dividida em lotes de 60.000 
telhas, sendo 30.000 capas e 30.000 canais. Caso o 
resto da divisão da partida em lotes resulte em 
número inferior a 30.000 telhas (15.000 capas e 
15.000 canais), o mesmo deverá ser repartido 
igualmente pelos lotes já constituídos; caso 
contrário, o resto constituirá outro lote. 
Identificação A telha deve trazer na face inferior, gravada em alto 
ou baixo relevo, a marca do fabricante e a cidade de 
sua fabricação. 
Idem telha francesa 
Inspeção geral A inspeção geral deve ser feita em todas as telhas de 
uma partida, independentemente do número de 
telhas que a constitui; alternativamente, pode-se 
realizar a dupla amostragem, sendo cada amostra 
constituída por 50 telhas. 
A inspeção geral deve ser feita em todas as telhas 
de uma partida, independentemente do número de 
telhas que a constitui; alternativamente, pode-se 
realizar a dupla amostragem, sendo cada amostra 
constituída por 50 telhas (25 capas e 25 canais). 
Inspeção por ensaio Telhas de cada lote são amostradas aleatoriamente. 
O número de telhas amostradas em cada lote é 
expresso na Tabela 2.5. 
Telhas de cada lote são amostradas aleatoriamente. 
O número de telhas amostradas em cada lote é 
expresso na Tabela 2.6. 
 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 9 
 
 
Tabela 1.5 – Número e destinação das telhas amostradas, constituintes de um único lote – telha francesa - 
NBR 7172 (1987) 
Número de telha Verificações 
1a amostra 2a amostra 
6 6 Dimensões, empenamento, massa e absorção de água 
6 6 Impermeabilidade e carga de ruptura à flexão 
 
Tabela 1.6 – Número e destinação das telhas amostradas, constituintes de um único lote – telha tipo 
capa e canal [NBR 9601 (ABNT, 1986)] 
Número de telha 
Verificações 
1a amostra 2a amostra 
6 (3 capas e 3 canais) 6 (3 capas e 3 canais) Dimensões, empenamento, massa e absorção de água 
6 (3 capas e 3 canais) 6 (3 capas e 3 canais) Impermeabilidade e carga de ruptura à flexão 
Ainda com relação à especificação de telhas cerâmicas, há que se destacar a NBR 13582 (ABNT, 
1996) relacionada à telha cerâmica tipo romana, que possui, basicamente, as mesmas 
especificações apresentadas para as telhas tipo capa e canal e tipo francesa. 
1.3.1.4. Aceitação e rejeição 
As duas normas em questão apresentam procedimentos e critérios para aceitação ou rejeição 
dos lotes avaliados quando do recebimento das telhas nos canteiros de obras. Resumidamente, 
os principais procedimentos são: 
 sempre que a responsabilidade do transporte não for do comprador, lotes com um limite 
máximo de 3% de telhas quebradas acidentalmente durante o transporte serão aceitos 
automaticamente pelo consumidor, desde que sejam cumpridas as demais condições de 
aceitação; 
 as telhas que foram rejeitadas na inspeção geral devem ser substituídas; 
 no caso de ser adotada a inspeção geral por dupla amostragem, a aceitação ou rejeição do 
lote fica condicionada ao disposto na Tabela 1.7 e 1.8; 
Tabela 1.7 – Número de aceitação e número de rejeição, na inspeção geral por dupla amostragem – telha 
francesa [NBR 7172 (ABNT, 1987)] 
No constituintes da amostra Unidades defeituosas 
1a amostragem 2a amostragem 1o no. de 
aceitação 
1o no. de 
rejeição 
2o no. de 
aceitação 
2o no. de 
rejeição 
50 50 3 7 8 9 
 
Tabela 1.8 – Número de aceitação e número de rejeição, na inspeção geral por dupla amostragem – telha 
tipo capa e canal [NBR 9601 (ABNT 1986)] 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 10 
 
 
No constituintes da amostra Unidades defeituosas 
1a amostragem 2a 
amostragem 
1o no. de 
aceitação 
1o no. de 
rejeição 
2o no. de 
aceitação 
2o no. de 
rejeição 
50 (25 capas e 25 
canais) 
50 (25 capas e 
25 canais) 
3 7 8 9 
 
 na inspeção por ensaio por dupla amostragem, a aceitação ou rejeição do lote fica 
condicionada ao disposto na Tabela 1.9 e 1.10; 
 
Tabela 1.9 – Número de aceitação e número de rejeição, por ensaios, para cada uma das verificações 
realizadas (dimensões, empenamento, massa, absorção de água, impermeabilidade e carga de ruptura à 
flexão) (telha francesa) - NBR 7172 (ABNT, 1987) 
No. Constituintes da amostra Unidades defeituosas 
1a amostragem 2a 
amostragem 
1o no. de 
aceitação 
1o no. de 
rejeição 
2o no. de 
aceitação 
2o no. de 
rejeição 
50 50 1 3 3 4 
 
Tabela 1.10 – Número de aceitação e número de rejeição, por ensaios, para cada uma das verificações 
realizadas (dimensões, empenamento, massa, absorção de água, impermeabilidade e carga de ruptura à 
flexão) (telha tipo capa e canal) - NBR 9601 (ABNT 1986) 
No. Constituintes da amostra Unidades defeituosas 
1a amostragem 2a 
amostragem 
1o no. de 
aceitação 
1o no. de 
rejeição 
2o no. de 
aceitação 
2o no. de 
rejeição 
50 (25 capas e 25 
canais) 
50 (25 capas e 
25 canais) 
1 3 3 4 
 para que o lote seja aceito na 1a amostragem (inspeção geral por dupla amostragem ou 
inspeção por ensaio) é necessário que o número de unidades defeituosas, para cada um dos 
ensaios ou verificações consideradas, seja inferior ou igual ao 1o número de aceitação; 
 o lote deve ser rejeitado na 1a amostragem (inspeção geral por dupla amostragem ou 
inspeção por ensaio) se o número de unidades defeituosas, para cada um dos ensaios ou 
verificações consideradas, for igual ou superior ao 1o número de rejeição; 
 caso o número de unidades defeituosas (inspeção geral por dupla amostragem ou inspeção 
por ensaio), para cada um dos ensaios ou verificações consideradas, resulte maior que o 1o 
número de aceitação e menor que o 1o número de rejeição, devem ser repetidos os ensaios 
ou verificações que impossibilitaram a aprovação do lote, empregando-se as unidades 
constituintes da 2a amostragem; 
 para que o lote seja aceito na 2a amostragem é necessário que a soma das unidades 
defeituosas da 1a e da 2a amostra seja igual ou inferior ao 2a número de aceitação; caso 
esta soma resulte igual ou superior ao 2o número de rejeição, para qualquer um dos 
ensaios ou verificações executadas, o lote é definitivamente rejeitado. 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 11 
 
 
1.3.1.5. Projeto e execução de telhados com telhas cerâmicas 
No que diz respeito às telhas cerâmicas, a única norma relacionada ao projeto e execução de 
telhados existente trata esta questão apenas para a telha cerâmica francesa (NBR 8039, 1983), 
não existindo algo semelhante para as telhas tipo capa e canal. 
Nesta norma são apresentadas recomendações sobre a estocagem das telhas, assim como a 
declividade mínima e máxima do telhado executado com este tipo de telha. 
Em termos de execução, dispõe sobre o sentido de colocação das telhas e o cuidado adicional 
quanto à distribuição dos esforços, recomendando o uso de tábuas para tal finalidade. 
Com relação à execução da cumeeira e dos espigões, apresenta valores mínimos para o 
recobrimento entre a cumeeira e as telhas, tipo e traço de argamassa a ser utilizada para tal. 
Também traz algumas recomendações para a execução do beiral e dosarremates, 
apresentando algumas ilustrações para o melhor entendimento destas recomendações. 
1.3.2. Telhas de concreto 
O conjunto normativo para este tipo de telha é composto por duas normas abrangentes, a 
saber: 
 NBR 13.858-1 (ABNT, 1997) Telhas de concreto – Parte 1: projeto e execução de telhados; 
 NBR 13.858-2 (ABNT, 1997) Telhas de concreto – Parte 2: requisitos e métodos de ensaio. 
1.3.2.1. NBR 13.858 – 1 (1997) 
Esta norma fixa as condições exigíveis para o projeto e execução de telhados com telhas de 
concreto. Contém as definições de água ou plano d’água, beiral, cumeeira, espigão, fiada faixa, 
rincão ou água furtada, peça complementar, rufo, telha translúcida ou transparente e telhado. 
Para o melhor entendimento destas definições, as mesmas são ilustradas em uma figura. 
Com relação ao projeto de telhados com este tipo de componente, a norma apresenta 
recomendações ao projetista, atentando-o para as condições climáticas locais, além das 
propriedades das telhas. 
Apresenta também uma tabela completa contendo a inclinação dos telhados em graus e em 
porcentagem, o comprimento máximo da água, distância máxima (galga), sobreposição 
mínima, número de telhas por m2 e o limite de inclinação a partir do qual há a necessidade de 
se proceder a amarração das telhas. 
No que diz respeito à execução apresenta recomendações ilustrativas para o manuseio e 
estocagem das telhas de concreto. 
Quanto à colocação das telhas, indica o sentido de colocação das telhas, alerta sobre a 
necessidade de se distribuir os esforços sobre as telhas durante a sua colocação além de definir 
a posição para a furação da telha, caso haja necessidade. 
Com relação à execução da cumeeira e espigão, apresenta os procedimentos e recobrimentos 
mínimos entre as cumeeiras e as telhas (80 mm) e entre as cumeeiras (70 mm). Quanto ao 
beiral, alerta para a utilização de telha terminal esquerda. 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 12 
 
 
Apresenta um conjunto considerável de detalhes de arremates e peças complementares. 
1.3.2.2. NBR 13.858 – 2 (1997) 
Esta norma fixa os requisitos exigíveis para o recebimento e aceitação de telhas de concreto, 
destinadas à execução de telhados. 
Apresenta as seguintes definições: telha de concreto, aditivos, adições, empenamento, 
desagregação, fissura, rebarba, forma, encaixe lateral, garras de fixação, nervura dupla ou 
pingadeira, partida, lote. 
Apresenta também os requisitos para fabricação, aspectos visuais e dimensional e geométrico. 
Com relação a este último requisito, apresenta os valores gerais e do perfil da telha, transcritos 
nas Tabelas 1.11 e 1.12, respectivamente. 
Tabela 1.11 – Características geométricas gerais 
Características Valores e limites (mm) 
Projeção horizontal 420 x 330 
Comprimento útil 320 
Comprimento total 420 
Espessura (*)  10 (**) 
(*) medida na onda central da telha 
(**) admitem-se nas partes do encaixe espessuras de no mínimo 6,0 mm 
 
Tabela 1.12 – Características geométricas do perfil 
Características transversais Valores e limites (mm) 
Altura Em função do tipo do perfil 
Largura total 330  2 
Largura útil 300 
+ 2
 -1 
Sobreposição lateral mínima 28 
Sobreposição longitudinal mínima 100 
Além destas recomendações de ordem geométrica, apresenta também alguns detalhes 
construtivos tais como: 
 encaixe lateral e nervura dupla; 
 garras de fixação nos apoios e alinhamentos; 
 pré-furos para amarração e fixação das telhas. 
Com relação aos ensaios físicos, basicamente esta norma prescreve os mesmos ensaios 
especificados para as telhas cerâmicas (sonoridade, empenamento, absorção de água, 
permeabilidade, carga de ruptura à flexão e massa). Os procedimentos para a execução dos 
ensaios são descritos nos anexos à norma, de acordo com a Tabela 1.13. 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 13 
 
 
Tabela 1.13 - Tipo de ensaio de telhas de concreto segundo a [NBR 13.858-2 (ABNT, 1997)] 
ANEXO Ensaio Critérios de desempenho 
A Empenamento, massa  Quando apoiada sobre um plano horizontal, com sua face inferior 
voltada para baixo, o afastamento entre o plano e qualquer ponto de 
contato não deve exceder 3 mm; 
 A massa da telha seca é função do perfil, podendo variar de 4,3 kg a 5 kg 
B Absorção de água A absorção de água da telha não deve ser superior a 10% 
C Permeabilidade A telha não deve apresentar vazamentos ou formação de gotas em sua face 
inferior, sendo, porém, tolerado o aparecimento de manchas de umidade 
D Carga de ruptura à flexão Não deve ser inferior a 2500 N (250 kgf) 
 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 14 
 
 
2. IMPERMEABILIZAÇÃO 
Pode-se entender a impermeabilização como uma camada cuja função é promover a 
estanqueidade do piso ou parede, impedindo a ascensão capilar da umidade do solo ou a 
infiltração de águas superficiais. 
Para um melhor entendimento do assunto, o tópico será dividido em materiais betuminosos, 
que formam a família dos principais materiais utilizados para impermeabilização, e as 
classificações mais comuns deste sistema, onde são abordados os tipos, aplicações e 
considerações de execução importantes para a execução da atividade. 
2.1. Materiais betuminosos 
Os materiais betuminosos têm grande aplicabilidade na engenharia, com uso em pavimentação 
rodoviária, pintura industrial para proteção, isolamento elétrico e impermeabilização. Alguns 
dos exemplos destes materiais são o asfalto, os alcatrões, os óleos graxos, entre outros, todos 
compostos basicamente de betume. 
Entende-se por betume um aglomerante orgânico, de consistência sólida, líquida ou gasosa, 
obtido por processo industrial (resíduo da destilação do petróleo) ou na própria natureza, 
completamente solúvel em bissulfeto de carbono (CS2), e apresentando polímeros de variada 
composição química (CH4 – gás metana – combustível para aquecimento; C8H8 – líquido octana 
– gasolina - combustível para motores; C100 – sólido – asfaltos para pavimentação e 
impermeabilização). 
As características básicas mais importantes acerca dos betumes estão as seguir listadas: 
 Ao contrário dos aglomerantes minerais da construção civil (cimento Portland, gesso, cal), 
são adesivos que dispensam o uso da água; 
 São materiais termoplásticos, isto é, amolecem quando aquecidos, sendo então moldados e 
resfriados sem perda das propriedades, podendo passar novamente pelo mesmo processo. 
Além disso, não possuem ponto de fusão (temperatura de perda da estrutura cristalina) 
definido, amolecendo em temperaturas variadas. No caso dos materiais termofixos, ao 
contrário, a moldagem ocorre por reação química irreversível, tornando-o duro e quebradiço, 
não permitindo ser novamente moldado; 
 Repelem a água, ou seja, são materiais hidrófugos; 
 São inócuos, isto é, não reagem quimicamente com cargas ou agregados minerais 
eventualmente adicionados para efeito de enchimento; 
 Por serem inócuos e termoplásticos podem ser reciclados, o que lhes proporciona um 
grande número de reutilizações; 
 Apresentam ductilidade muito influenciada pela exposição ao calor e luz solar. 
2.1.1. Classificação dos materiais betuminosos 
Os materiais betuminosos podem ser classificados em dois grandes grupos: os asfaltos ou 
cimentos asfálticos, e os alcatrões, de acordo com a sua forma de obtenção. 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva15 
 
 
Acerca dos asfaltos, ou cimentos asfálticos, de acordo com a NBR 7208 entende-se asfalto 
como o material sólido ou semi sólido, de cor preta ou pardo escura, que ocorre na natureza ou 
é obtido pela destilação do petróleo, e cujo constituinte predominante é o betume. Assim, os 
asfaltos são misturas de betumes com solos de diferentes origens (argilas, siltes, areias, 
impurezas orgânicas, etc.). 
Caso o asfalto seja encontrado naturalmente no solo é classificado como nativo (CAN – cimento 
asfáltico natural), e caso obtido pela destilação do petróleo é classificado como asfalto de 
petróleo, ou pirogenado (CAP – cimento asfáltico de petróleo). 
Os CAP utilizados atualmente em impermeabilização apresentam dureza de 85-100, 50-60 e 30-
40, todos com ponto de amolecimento na faixa de 40ºC a 50ºC (estas propriedades estão 
descritas no item 2.1.12). 
Os CAP podem ainda sofrer um tratamento durante a fabricação, por meio da passagem de 
corrente de ar através de uma massa de asfalto destilado, de modo a torná-los mais sólidos e 
duros, menos sensíveis às variações de temperatura e às intempéries, porém com menor poder 
de adesividade e menos aglutinantes. São os chamados asfaltos oxidados, mais indicados à 
impermeabilização que os CAP comuns e classificados em quatro tipos (tabela 2.1), conforme 
normalização brasileira específica (NBR 9910). A sua aplicação ocorre com aquecimento a 
temperatura da ordem de 200ºC. 
Tabela 2.1. Classificação dos asfaltos oxidados para impermeabilização (NBR 9910) 
TIPO APLICAÇÕES 
Ponto de 
amoleciment
o (ºC) 
Penetração 
(mm/10) 
Ductilidade 
(cm) 
Perda por 
aquecimento 
I Estruturas enterradas 60 – 75 25 - 40 5 1% 
II Sistemas de impermeabilização 
moldados no local e colagens 
em sistemas pré fabricados 
(mantas asfálticas) 
75 - 95 20 - 35 - 1% 
III 95 - 105 15 - 25 - 1% 
IV 
Câmaras frigoríficas e isolação 
térmica 
85 - 105 40 - 55 10 1% 
Obs.: Fazem parte ainda da especificação técnica deste produto o ponto de fulgor, a solubilidade em CS2 
e a penetração de resíduo. 
Por se apresentarem sólidos ou praticamente sólidos à temperatura ambiente normal, os 
asfaltos puros são de difícil aplicabilidade. Neste sentido, são normalmente dissolvidos para 
torná-los líquidos nas temperaturas normais, formando os asfaltos diluídos (ou solução 
asfáltica), nos quais são utilizados solventes orgânicos, ou as emulsões asfálticas (ou 
hidrasfalto), onde o asfalto é dissolvido em água. As emulsões para impermeabilização são 
classificadas quanto ao teor de inerte presente. 
Os alcatrões são materiais resultantes da destilação de materiais orgânicos (hulha, turfa, 
madeira) normalmente utilizados para a fabricação de mastiques ou material para enchimento 
de juntas, especialmente devido ao seu bom desempenho quanto à ação de agentes agressivos. 
Em comparação com os asfaltos, os alcatrões destilados apresentam maior sensibilidade à 
temperatura (mais moles quando aquecidos e mais duros quando resfriados), menor 
resistência às intempéries e maior poder aglomerante. 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 16 
 
 
2.1.2. Propriedades básicas 
Para um adequado conhecimento do comportamento dos materiais betuminosos, é 
fundamental o entendimento das propriedades básicas que norteiam estes materiais, cujos 
métodos de avaliação são determinados pela normalização brasileira: 
 Dureza: Está relacionada com a capacidade de deformação do material, representada (NBR 
6576) pelo índice de penetração (em décimos de mm ou cm) de uma agulha padrão de 
diâmetro de 1mm a 1,2mm, aplicada durante 5 segundos sobre uma amostra padronizada a 
25ºC.Um material muito duro pode trincar sob baixas temperaturas, devido à sua provável 
pouca ductilidade e, caso apresente baixa dureza, poderá escorrer em altas temperaturas; 
 Ponto de amolecimento: Refere-se à temperatura de referência para a aplicação do 
material, a partir da qual o material se torna mole. Em geral, quanto mais alto o ponto de 
amolecimento, melhores as condições de uso do material, uma vez que não amolecerá em dias 
quentes, sendo necessário, por outro lado, maior calor para os trabalhos de aplicação (maior 
risco de explosão). Está diretamente relacionado com a dureza. A determinação (NBR 6560) é 
realizada a partir da fundição e moldagem do material em anel vazado padronizado, sobre o 
qual é assentada uma bola de aço também padronizada, sendo o conjunto aquecido de modo 
que a bola desça de nível gradativamente até que, a uma dada temperatura (ponto de 
amolecimento), atinja uma placa de referência; 
 Viscosidade: Trata-se da resistência oposta por um fluido à deformação sob a ação de uma 
força. O ensaio brasileiro normalizado (NBR 5847) é o de viscosidade absoluta, com base no 
tempo de escoamento do material em vasos especiais calibrados com óleos de referência a 
uma dada temperatura; 
 Ductilidade: É a capacidade do material se deformar sem romper ou apresentar fissuras. É 
de fundamental importância para a escolha do material a ser utilizado na impermeabilização, 
uma vez que avalia a plasticidade do material, necessária quando a base está sujeita a 
dilatações volumétricas diferenciadas (concreto, madeira, metal). A avaliação é realizada (NBR 
6293) por meio da medida da extensão da amostra padrão (em formato de “gravata borboleta” 
sob tração controlada); 
 Massa específica: Refere-se à densidade do material, de grande importância para avaliação 
da uniformidade e do teor de impurezas, podendo ser determinada a partir do processo de 
balanças hidrostáticas; 
 Ponto de fulgor: Representa a temperatura na qual os gases desprendidos do material se 
inflamam (rápida explosão), mesmo que temporariamente, acima da qual se encontra o ponto 
de combustão (ou ponto de incêndio, em cuja temperatura a amostra continua a queimar por, 
no mínimo, 5 segundos). Estão relacionados com a segurança do aplicador, de modo que a 
temperatura de aplicação deve-se situar, pelo menos, 20ºC abaixo do ponto de fulgor. A 
determinação (NBR 13341) é efetuada pelo método de Cleveland, no qual ocorre uma 
passagem de chama sobre amostra padrão até a ocorrência de lampejos inflamados; 
 Betume total: Muito utilizada para betuminosos utilizados em pavimentação, na qual se 
avalia a solubilidade do material em bissulfeto ou tetracloreto de carbono. 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 17 
 
 
2.2. Sistemas de impermeabilização 
A escolha quanto ao sistema de impermeabilização a ser utilizado deve ser realizada a partir da 
avaliação dos seguintes aspectos: 
 Comportamento físico do elemento 
Representa a susceptibilidade do componente da base à ocorrência de fissuras e trincas. A 
depender da distribuição dos elementos estruturais de suporte presentes na base, pode-se 
prever o surgimento de trincas, tais como peças sujeitas a alterações dimensionais 
provenientes de aquecimento e resfriamento, recalques, lajes passando sobre vigas, marquises 
em balanço, reservatórios superiores de água (devido a diferencial térmico), influências do 
entorno (edificações vizinhas, tráfego intenso), entre outros. Partes da obra com carga 
estabilizada, em condições de temperatura constante, como subsolos ou locais onde o concreto 
permaneça em compressão, são menos sujeitas ao surgimento de trincas. 
 Atuação da água sobre o elemento: 
Sobre este aspecto, as situações mais comumente encontradas são: água de percolação, na 
qual ocorre livre escoamento do líquido, atuante em terraços, coberturas, empenas e fachadas; 
água com pressão, quando ocorre força hidrostáticasobre a impermeabilização, tal como em 
piscinas, caixas d’água, subsolos; e umidade por capilaridade, na qual a água ascende do solo 
por capilaridade de materiais porosos até acima do nível estático, ou seja, trata dos elementos 
das construções que estão em contato com bases alagadas ou solo úmido. 
Com isso, com base na avaliação do comportamento físico do elemento base utilizado, bem 
como na forma de atuação da água a ser estancada, é possível se escolher o tipo de 
impermeabilização mais indicado para cada caso, cuja classificação pode ser apresentada como 
se segue: 
2.2.1. Impermeabilização rígida 
É aquela em que o componente, concreto ou argamassa, torna-se impermeável pela inclusão 
de aditivos químicos, aliado à correta granulometria dos agregados, baixa relação 
água/cimento, e consequente redução da porosidade do elemento, cuidados durante o 
lançamento, entre outros. 
Este tipo de impermeabilização é especialmente indicado para elementos não sujeitos a trincas 
ou fissuras, podendo-se citar como exemplos: 
 Carga estrutural estabilizada: poço de elevador, reservatório inferior de água; 
 Áreas não expostas ao sol: banheiro, cozinha, área de serviço; 
 Condições de temperatura constante: subsolos, pequenos terraços, varandas. 
2.2.2. Impermeabilização plástica ou elástica 
Neste caso são utilizados mantas pré fabricadas, ou elastômeros dissolvidos e aplicados no local 
em forma de pintura, a qual forma uma película com certa elasticidade após a evaporação do 
solvente. 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 18 
 
 
A utilização dos elastômeros apresenta um comportamento inferior quanto à deformabilidade 
do que as mantas, de modo que o seu uso se deve restringir a peças cujas fissuras ocorram com 
magnitude muito pequena, insuficiente para a ruptura da membrana formada. 
As mantas utilizadas em impermeabilizações podem ser feitas de asfalto com armadura (manta 
asfáltica), de borracha butílica, ou de PVC plastificado. 
As mantas asfálticas são compostas por uma matriz de asfalto armada para reforço com 
materiais de diferentes propriedades (filme de polietileno, filme de poliéster, véu de fibra de 
vidro, feltro de poliéster, filme de PVC etc.), a depender das necessidades de cada caso, muito 
utilizadas em áreas sujeitas a variações dimensionais, movimentos estruturais, balanços, 
floreiras, entre outros. Além disso, apresentam-se atualmente no mercado mantas com 
acabamento para proteção solar (escamas de ardósia ou lâminas de alumínio, utilizadas em 
áreas não transitáveis). 
A NBR 9952 classifica as mantas asfálticas com armadura para impermeabilização de acordo 
com a relação entre a capacidade de carga do material e o seu respectivo alongamento, 
conforme apresentado na tabela 2.2. 
Tabela 2.2. Classificação das mantas asfálticas para impermeabilização (NBR 9952) 
VALORES MÍNIMOS 
CLASSE Carga de ruptura (N) / 
50mm de largura 
Alongamento na ruptura 
(%) 
Produto N x % 
Classe 1 290 4 2.940 
Classe 2 780 8 14.700 
Classe 1 especial - - 19.400 
A depender das características encontradas em cada caso, deve-se optar pelo tipo de armadura 
mais indicado, cujas características básicas comparativas estão a seguir apresentadas: 
 Filme de polietileno: Apresentam, em condições normais de utilização, a melhor relação 
custo benefício, em função do desempenho e o seu valor comercial; 
 Filme de poliéster: Maior resistência à perfuração (efeito de puncionamento), importante 
para os casos de brotos de capim, raízes de plantas (floreiras em geral); 
 Feltro de poliéster: Bom comportamento também quanto ao puncionamento, e resistência 
a altas temperaturas sem apresentar escorrimento; 
 Filme de PVC: Boa resistência mecânica, exige tipo especial de PVC associado ao asfalto, 
podendo ocorrer perda de flexibilidade caso utilizado componente inadequado, custo elevado; 
 Véu de fibra de vidro: utilizado em situações extremas devido ao alto custo envolvido. 
As mantas asfálticas devem atender a exigências normativas específicas, avaliadas de acordo 
com metodologias de ensaio normalizadas, dentre as quais: espessura mínima nominal de 
3mm; massa por metro quadrado indicada pelo fabricante; estanqueidade, medida em corpos 
de prova submetidos a uma coluna de água de 500mm durante 16 horas; carga de ruptura e 
alongamento, de acordo com a tabela 2.2; absorção de água máxima de 3% (imersão em banho 
a 50ºC por 5 dias); flexibilidade a baixa temperatura (-5ºC), por meio de ensaios de dobramento 
seguidos da verificação da ocorrência de fissuras; resistência ao impacto, devendo a amostra 
não apresentar mossas ou cortes após a aplicação de peso sobre base padronizada; resistência 
ao puncionamento, por meio da aplicação de peso de 25kg durante 1 hora a 23ºC de 
 
 
 
 
 
Angelo Just da Costa e Silva 19 
 
 
temperatura, devendo a amostra permanecer estanque; resistência ao envelhecimento 
acelerado, com ensaio em 168 horas em estufa a 70ºC com ventilação forçada. 
Conforme anteriormente comentado, existem ainda as mantas pré fabricadas de borracha 
butílica (poli-isobutileno-isopreno) e as de PVC, cujas principais características estão 
apresentadas na tabela 2.3. 
Tabela 2.3. Requisitos de desempenho de mantas de borracha e de PVC 
VALORES MÍNIMOS PARA MANTAS COM 1MM DE ESPESSURA 
Armadura 
Carga de ruptura (N) / 
50mm de largura 
Alongamento na 
ruptura (%) 
Produto N x % 
Borracha 210 300 63.000 
PVC 400 250 100.000 
As mantas de PVC e de borracha são geralmente utilizadas com espessura muito delgada, em 
torno de 1mm, de modo que se tornam facilmente perfuradas quando aplicadas sobre bases 
com protuberâncias formadas por grãos de areia, por exemplo, devido ao atrito originado pela 
movimentação entre as camadas. Por este motivo recomenda-se a preparação da base com 
uma camada de regularização e outra também de proteção, na camada superior, as quais 
recebem a denominação de camada de berço (inferior) e camada de amortecimento (superior). 
Esta camada protetora é recomendada em todos os casos, podendo-se empregar argamassa de 
cimento e areia com dosagem de 1:6 (cimento : areia úmida) e mínimo de 15mm de espessura. 
A camada de berço pode ser feita também com betume asfáltico, mastiques, feltros, etc. 
As mantas asfálticas, por apresentarem asfalto dúctil na sua composição, em geral não se 
opõem à penetração de grãos de areia cuja altura das pontas não seja excessiva. Quanto menor 
a espessura da manta, maiores os cuidados a serem tomados no tocante a este aspecto. 
A execução da impermeabilização com mantas pode ser efetuada por três tipologias diferentes, 
em função da aderência à base: 
 Totalmente aderidas à base: Indicadas em planos verticais, fundo de caixas d’água e 
piscinas, mantas auto protegidas, que não apresentam lastro pesado sobre as mesmas, a fim de 
evitar o seu carreamento pelo vento, entre outras. 
 Não aderidas à base: Trata-se do sistema mais indicado, uma vez que as deformações da 
base se diluem na extensão da manta, evitando a ocorrência de pontos concentrados de 
esforço. Os críticos deste sistema alegam que uma falha na manta é de difícil identificação, uma 
vez que a água se distribui por entre a base e a manta até encontrar local adequado para 
infiltração. 
2.2.3. Impermeabilização laminar 
Utilizadas em casos extremos de necessidade de elasticidade e deformação da base, sendo 
executadas com asfaltos ou elastômeros intercalados de materiais rígidos, com feltros, tecidos 
de nylon ou lâminas de alumínio. 
 
 
 
 
 
Angelo Just daCosta e Silva 20 
 
 
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CUNHA, A.G.; NEUMAN, W. Manual de impermeabilização e isolamento térmico. Rio de 
Janeiro, Texsa Brasileira, 4.ed, 1979. 
 
FALCÃO BAUER, L.A. Materiais de construção. São Paulo, LTC, v.2, 1979. 
 
PALIARI, J.C. Estudo comparativo das telhas cerâmicas e de concreto. Trabalho apresentado 
na disciplina PCC 5016 – Materiais e Componentes de Vedações e Acabamentos de Edifícios 
– Análise de Especificações Normativas, EPUSP, 2002. <<não publicado>>. 
 
PIRONDI, Z. Manual prático da impermeabilização e de isolação térmica. São Paulo, Pini/IBI, 
2.ed, 1988.

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